Quatro
Minhas pernas queimavam por ficar sentado na frente do
computador o dia todo e, além disso, eu estava louco para ir logo até o Ding
Dong Lounge – nunca pensei que diria isso –, sentar ao lado de Dem e apenas…
relaxar. Fazia muito tempo desde a última vez que me diverti tanto com uma
mulher sem que ela tirasse a roupa. Infelizmente para mim, quanto mais tempo eu
passava com Dem, mais eu queria transformar nossa diversão em algo que envolvia
nudez. Talvez fosse meu cérebro e meu corpo querendo cair na familiar rotina de
sexo em vez de explorar um labirinto emocional. Dem estava me provocando, mesmo
que não soubesse; ela me fazia questionar tudo em minha vida, desde meu
trabalho até a maneira como eu continuava transando com mulheres que não amava.
Fazia uma eternidade desde que eu desejei dominar e reescrever a história
sexual de uma mulher com minhas mãos, pau e boca. Mas com Dem, eu não sabia se
era porque o sexo seria algo mais fácil do que a maneira como ela bagunçava o
meu cérebro, ou se era porque eu queria que ela me bagunçasse de outras
maneiras. Então esperei até por volta das dez horas, pensando em deixá-la
socializar e passar um tempo com os amigos do laboratório. Quando cheguei, o
bar já estava meio vazio e não foi difícil achá-la. Sentei ao seu lado no
balcão e bati meu ombro no dela. – Ei, garota, você vem sempre aqui? Ela olhou
para mim e seus olhos se encheram de alegria. – Oi, Joe Jogador. Depois de uma
pausa cheia de inspeção mútua, ela murmurou: – Obrigada por… se encontrar
comigo. Segurando uma risada, eu perguntei: – Você já jantou? Ela confirmou com
a cabeça. – Fomos a um restaurante de frutos do mar descendo a rua. Comi
mexilhões pela primeira vez em anos. Quando fiz uma careta, ela me empurrou em
tom de brincadeira. – Você não gosta de mexilhões? – Odeio mariscos. Ela se
aproximou e sussurrou: – Bom, estavam deliciosos. – Tenho certeza que sim.
Aquela carne molenga, escorregadia e com gosto de água do mar suja. – Estou
feliz em te ver – ela disse, mudando de assunto abruptamente. E não recuou de
sua proclamação quando eu a encarei. – Você sabe, fora das nossas corridas. –
Bom, estou feliz por ser visto. Ela olhou em meus olhos, meu rosto, meus lábios
por um longo tempo antes de voltar para meus olhos. – Esse seu olhar ardente
vai acabar me matando, Joe. E o mais engraçado é que acho que
você nem sabe que olha para as mulheres desse jeito. Eu
pisquei. – O meu o quê? – Posso trazer algo para vocês? – Jack, o garçom,
perguntou, assustando-nos quando colocou dois descansos de copo na nossa
frente. Todos os amigos de Dem já tinham ido embora, e o Ding Dong estava
estranhamente silencioso; geralmente, Jack anotava meu pedido em alguma mesa
longe do bar enquanto servia alguém ao lado. – Guinness – eu disse, depois
acrescentei: – E uma dose de Johnny Gold. Jack olhou para Dem. – Algo para
você? – Outro chá gelado, por favor. Suas sobrancelhas se ergueram, e ele
sorriu para ela. – Só isso? Dem riu e deu de ombros. – Qualquer coisa mais
forte vai me fazer dormir em quinze minutos. – Tenho certeza de que existe algo
forte atrás do balcão que pode deixar você acordada por horas. O que ele disse
me fez recuar para avaliar a reação de Dem. Se ela se mostrasse horrorizada eu
teria que chutar o traseiro de Jack. Mas ela apenas riu, um pouco constrangida
por sua “nerdice” ter sido flagrada num bar. – Você quer dizer um café com um
toque de Bailey’s ou algo assim? – Não – Jack disse, apoiando-se nos ombros bem
na frente dela e me bloqueando. – Eu tinha outra coisa em mente. – Só o chá
gelado, Jack – eu interrompi, sentindo minha pressão sanguínea subir uns sete
mil milímetros. Com um sorrisinho, Jack se endireitou e foi buscar nossas
bebidas. Eu podia sentir Dem olhando para mim e tive que pegar um guardanapo
para ter algo que pudesse meticulosamente destruir com as mãos. – O que foi
esse tom de voz durão, Joeiam? Soltei um suspiro. – Ele não me viu sentado aqui
com você? Que cara de pau. – É, que atrevimento! Perguntar o que eu queria para
beber? Que babaca. – Foi uma insinuação – eu expliquei. – Tenho certeza de que
você sabe o que é isso. – Com certeza você está brincando. – “Tenho certeza de
que existe algo forte atrás do balcão que pode deixar você acordada por horas?”
Sua boca se entortou enquanto ela parecia finalmente ter entendido. Então ela
sorriu. – Mas não é esse o objetivo de nosso projeto? Eu ter um pouco mais de
insinuação em minha vida? Jack voltou com nossos drinques e piscou para Dem
antes de ir embora. – É, acho que sim – murmurei, tomando um gole da minha
cerveja. Ao meu lado, eu a vi se endireitar e virar seu banco para poder me
encarar de frente. – Não querendo mudar de assunto, mas eu assisti um pouco de
pornografia ontem à noite. Quase cuspi a cerveja. – Deus, Dem, você não filtra
nada que surge nessa sua cabeça?
Ergui meu copo de uísque e virei tudo de uma vez. – Você não
assiste pornografia? Fiquei olhando para o copo vazio por um momento, antes de
admitir: – É claro. – Então, por que é estranho se eu assistir? – Você assistir
não é estranho. É estranho ser o começo de uma conversa. Eu ainda… estou me
acostumando com isso. Antes do Projeto Garota Sexy, eu apenas conhecia você
como a irmãzinha nerd. Agora você é essa… mulher que assiste pornografia e que
fez redução de seios. Eu preciso me ajustar. E, além disso, eu acho você quase
totalmente irresistível, pensei. Ela fez um gesto com a mão me desprezando. –
Enfim, eu tenho uma pergunta. Olhei para ela com o canto do olho. – Acho que
nem quero ouvir. – As mulheres fazem mesmo aqueles sons na cama? Fiquei parado
e apenas sorri para ela. – Que sons, Dem? Ela pareceu não perceber que eu
estava brincando, então fechou os olhos e sussurrou: – Tipo, oh, ah, Joooeee,
eu preciso do seu pau, e mais forte, mais forte, oh, Deus, me fode seu
gostosão… e esse tipo de coisa. Sua voz ficou macia e quase ofegante, e fiquei
horrorizado ao sentir meu pau começar a endurecer. De novo. Isso tinha o
potencial de se tornar um problema. – Algumas fazem. Ela explodiu numa risada.
– Isso é ridículo. Tentei esconder um sorriso, adorando sua confiança natural
mesmo num assunto sobre algo em que ela provavelmente não tinha muita
experiência. – Talvez elas precisem de verdade do meu pau. Você não gostaria de
desejar tanto uma pessoa até precisar do pau? Ela tomou um longo gole de seu
chá gelado, considerando o que eu disse. – Na verdade, então, acho que eu nunca
desejei tanto alguém até precisar implorar. Se fosse um biscoito? Pode ser. Mas
um pau? Acho que não. – Teria que ser um biscoito e tanto. – Ah, mas era.
Rindo, eu perguntei: – Qual filme você assistiu? – Humm – ela olhou para o
teto. Sem corar o rosto, sem constrangimento. – Frisky Freshman? Algo desse
tipo. Tinha um monte de universitárias transando com um monte de
universitários. Era até um pouco fascinante, na verdade. Fiquei em silêncio, perdido
numa trilha de pensamentos que começava em colegas de faculdade, passava por Dem
trabalhando no laboratório, pela esperança de Jensen de que ela fosse fazer
novos amigos, e chegava a Jack, jogando uma cantada para cima dela bem na minha
frente. – O que você está pensando? – ela perguntou.
– Nada. Ela abaixou o chá gelado e se virou no banco para me
olhar. – Como isso é possível? Como os homens podem dizer que não estão
pensando em nada? O Niels também faz isso – ela disse, referindo-se ao mais
tímido dos irmãos Lovato. – Às vezes ele fica parado me olhando depois de eu
dizer alguma coisa, daí eu pergunto o que ele está pensando e ele responde:
nada. – Talvez você o deixe sem palavras, acontece bastante comigo quando estou
perto de você. – Muito engraçado. – Não estou pensando nada substancioso.
Melhorou? – Estamos conversando sobre pornografia e você não está pensando nem
um pouco em sexo? – Estranhamente, não – eu disse. – Estou pensando em como
você é ingênua e fofa. Estou pesando no que concordei em fazer aqui quando
disse que iria ajudar você a entender melhor o mundo do sexo sem compromisso.
Estou com medo de transformar você na mais vulnerável gostosa na história do
planeta. – Você pensou nisso tudo nos últimos dois minutos? Confirmei com a cabeça.
– Uau. Isso é algo substancioso – sua voz se tornou praticamente um sussurro.
Quase igual à sua voz pornográfica, mas com palavras reais, e emoções reais.
Quando olhei para ela, Dem estava olhando para a janela. – Mas não sou ingênua
nem fofa, Joe. Sei o que você quer dizer, mas eu sempre fui meio obcecada com
sexo. Principalmente a mecânica da coisa. Tipo, por que diferentes coisas
funcionam com diferentes pessoas? Por que algumas pessoas gostam de sexo de um
jeito, e outras gostam de outro jeito? É uma questão de anatomia? É algo
psicológico? Nossos corpos são realmente organizados de forma tão diferente?
Coisas desse tipo. Eu literalmente não sabia como responder, então apenas bebi.
Nunca pensei sobre essas coisas; em vez disso, sempre preferi apenas tentar de
tudo e qualquer coisa que uma mulher quisesse, mas gostei de saber que Dem
pensava assim. – Mas, ultimamente, estou meio que descobrindo do que eu gosto –
ela admitiu. – Isso é divertido, mas fica difícil se você não tem um jeito de
experimentar em primeira mão. E é aí que entra a pornografia. Ela tomou um
longo gole e então abriu um estranho sorriso para mim. Duas semanas atrás, se Dem
falasse algo desse tipo para mim, eu ficaria constrangido por ela ser tão
aberta sobre sua inexperiência. Mas, agora, eu sentia que queria proteger essa
inocência, mesmo que só um pouco. – Não acredito que estou encorajando essa
conversa, mas… fico preocupado que a pornografia possa lhe dar uma falsa
impressão do que o sexo deve ser de verdade. – Como assim? – Porque o sexo que
você vê em filmes pornôs não é muito realista. Rindo, ela perguntou: – Você
quer dizer que a maioria dos homens não tem uma lata de Pringles dentro da
calça? Desta vez eu não engasguei. – Sim, essa é uma das diferenças. – Eu já
fiz sexo antes, Joe. Apenas não fiz muitas variações. Pornografia é um bom
jeito de
ver o que ainda acende aquela velha chama, se é que você me
entende. – Você me surpreende, Dem Lovato. Ela não respondeu por um longo
momento. Então disse: – Esse não é meu nome, sabe? – Eu sei. Mas é assim que eu
chamo você. – Você sempre vai me chamar de Dem? – Provavelmente. Isso incomoda
você? Ela deu de ombros, girando novamente no banco até me encarar. – Um pouco,
sabe? Quer dizer, isso já não encaixa mais comigo. Apenas minha família ainda
me chama assim. Mas não, tipo, meus amigos. – Eu não considero você uma
criança, se é isso que você está pensando. – Não, não é isso que estou
pensando. Todo mundo já foi criança e acaba aprendendo a se tornar adulto.
Sinto que eu sempre soube como ser uma adulta, e só agora estou aprendendo a
ser criança. Talvez Dem fosse meu nome de adulta. Talvez agora eu queira me
liberar um pouco. Puxei de leve sua orelha e ela soltou um gritinho,
afastando-se. – Então você começou a se liberar assistindo pornografia? –
Exatamente – ela estudou a lateral do meu rosto. – Posso fazer umas perguntas
pessoais? Rindo, eu perguntei: – Agora você precisa da minha permissão? Ela
também riu e empurrou-me no ombro. – Estou falando sério. Tirei o copo de cerveja
da frente e me virei para encontrar seus olhos. – Você pode me perguntar
qualquer coisa que quiser se me pagar outra cerveja. Ela ergueu a mão e chamou
a atenção de Jack imediatamente. Apontando, ela disse: – Outra Guinness – então
se virou de novo para mim: – Você está pronto? Dei de ombros. Inclinando-se
para frente, ela perguntou: – Homens realmente gostam de fazer o anal, não é?
Com meu recém-adquirido conforto com Dem, eu nem pisquei. – É só anal. Não o
anal. – Mas eles gostam, não é? – ela repetiu. Suspirando, esfreguei o rosto.
Será que eu deveria mesmo discutir essas coisas com ela? – Bom, acho que,
talvez. Quer dizer, sim. – Então você já fez? – Dem. – E você não fica
pensando, tipo, que está entrando… Levantei minha mão. – Não. – Você nem sabe o
que eu ia falar! – Sei, sim. Conheço você, Dem. Sei exatamente o que você ia
dizer. Ela fez uma careta, virando-se para a televisão que mostrava o jogo do
Knicks contra o Heat, e disse: – Homens conseguem simplesmente desligar certas
partes do cérebro. Eu não entendo isso.
– Então você nunca fez sexo tão bom que até acaba desligando
o cérebro. – Eu acho que você desliga o cérebro mesmo com sexo medíocre. Rindo,
eu admiti: – Provavelmente. Quer dizer, você comeu mexilhões no jantar. Isso é
tipo uma… gosma viscosa que sai do mar. Mas, mesmo assim, você pode me chupar e
eu não vou ficar pensando que você acabou de engolir mexilhões. Detectei um
leve rubor em seu rosto. – Você ficaria pensando em como eu sei chupar muito
bem. Eu a encarei. – Eu… o quê? Ela começou a rir, balançando a cabeça. – Viu?
Você já está sem palavras e eu nem fiz nada ainda. Homens são tão fáceis. – É
verdade. Homens fodem qualquer orifício que eles encontram. – Qualquer orifício
possível de foder. Agora fui eu quem se virou no banco para encará-la. – Como
é? – Bom, não é qualquer orifício que pode ser fodido. Tipo um nariz. Ou uma
orelha. – Você obviamente nunca ouviu falar do Homem de Nantucket. – Não. Ela
franziu o nariz e eu vislumbrei suas sardas. Hoje seus lábios pareciam especialmente
vermelhos, mas eu podia perceber que ela não estava usando maquiagem. Era
apenas… um rubor natural. – Todo mundo conhece. É uma rima suja. – Comigo? –
ela apontou para seu peito e eu fiz força para não olhar. – Isso não aumenta as
chances. – É mais ou menos assim: era uma vez um homem em Nantucket. Cujo pinto
ele podia chupar porque era muito grande. Ele disse sorrindo, com porra no
queixo escorrendo, que se sua orelha fosse uma xota, ele foderia feliz. Ela
continuou olhando para mim em silêncio. – Isso… foi meio nojento. Rindo, eu
murmurei: – Concordo. – Você não chuparia seu próprio pau se pudesse, não é?
Comecei a dizer de jeito nenhum, mas então reconsiderei. Mesmo se fosse
possível, eu provavelmente faria pelo menos uma vez, só de curiosidade. –
Claro, provavelmente sim. Você está certa. – Você engoliria? – Meu Deus, Dem,
você realmente está me fazendo pensar aqui. – Você precisa pensar sobre isso? –
Acho que eu soaria como um babaca se dissesse que de jeito nenhum eu engoliria,
mas, de verdade, de jeito nenhum eu engoliria. Quer dizer, estamos falando de
uma situação hipotética onde eu consigo chupar meu próprio pau, e eu gosto
quando as garotas engolem. – Mas não é toda garota que engole. Meu coração
começou a acelerar e bater mais forte, como se estivesse me socando por
dentro. Essa conversa parecia que estava rapidamente fugindo
do controle. – E você gosta? Ela me ignorou e perguntou: – Mas os homens não
gostam muito de chupar a mulher, não é? E pode ser honesto. – Eu gosto de
chupar certas garotas. Mas não todas, e não pelos motivos que você está
pensando. É algo íntimo, e nem todas as mulheres ficam relaxadas com isso, o
que acaba deixando a diversão mais difícil. Não sei, para mim, quando elas
chupam é igual quando tocam uma punheta para mim, só que muito melhor. Mas se
eu chupo a garota? Sinto que isso acontece quando a relação já está mais
amadurecida. É preciso confiança. – Eu nunca fiz nenhuma dessas duas coisas. As
duas parecem bastante íntimas para mim. Fiquei quieto e sorri para Jack quando
ele trouxe a cerveja, mas eu não sabia como impedir o sentimento de vitória que
estava percorrendo meu sangue. Que diabos era isso? Não era como se eu fosse
ser sua primeira chupada. Não era como se eu pudesse chegar a esse ponto com
ela. Além disso, Dem era tão aberta sobre as coisas que desejava… meu estômago
se apertou quando percebi que se ela me quisesse dessa maneira, provavelmente
já teria falado. Ela teria se aproximado, colocado a mão em meu peito e então
diria: “Você pode me foder, por favor?”. – Viu? – ela disse, chegando mais
perto para chamar minha atenção. – O que você está pensando agora? Levando a
garrafa até minha boca, eu murmurei: – Nada. – Se eu fosse uma mulher violenta,
minha mão estaria dando um tapa no seu rosto agora mesmo. Isso me fez rir. –
Certo. Eu estava pensando que parece um pouco… incomum você ter transado antes,
mas nunca ter feito ou recebido sexo oral. – Quer dizer – ela começou,
endireitando-se um pouco no banco –, acho que, tipo, eu chupei um cara uma vez,
mas eu literalmente não sabia como fazer, então acabei simplesmente voltando
para a área do rosto. – Homens funcionam de um jeito muito fácil: você sobe e
desce e a gente goza. – Não, eu quero dizer… isso eu entendo. Mas, tipo, como
respirar e não ficar preocupada em morder, entende? Você já entrou numa loja
que vende porcelana chique e de repente sente um pânico momentâneo achando que
vai tropeçar e quebrar tudo? Comecei a rir. Essa garota era totalmente irreal.
– Então você fica preocupada que se tiver um pau na boca você vai… morder? Ela
riu também e então, sem que eu percebesse, estávamos gargalhando juntos. Mas,
quase ao mesmo tempo, nossa risada diminuiu e eu a flagrei olhando para minha
boca. – Alguns homens gostam de dentes – eu disse quase em silêncio. – Alguns
homens… tipo você? Engolindo em seco, eu admiti. – Sim, eu gosto quando as
garotas se tornam um pouco selvagens. – Tipo, arranhar, morder e afins? – Sim.
Um arrepio carregado de excitação percorreu meu corpo só de ouvi-la dizendo
aquelas
palavras. Eu engoli em seco, pensando quanto tempo se
passaria até que eu conseguisse tirar da minha cabeça a imagem dela fazendo
essas coisas. – Com quantos caras você já transou? – eu perguntei. Ela tomou um
gole do chá gelado antes de responder. – Cinco. – Você nunca fez sexo oral, mas
já transou com cinco caras? Meu estômago caiu num abismo e, embora eu soubesse
que minha irritação era totalmente hipócrita, eu não conseguia controlar. –
Puta merda, Dem, quando? Ela revirou os olhos, rindo na minha cara. – Perdi
minha virgindade quando eu tinha dezesseis anos. Na verdade, foi no verão que
você trabalhou com meu pai. Cobrindo minha boca quando comecei a protestar, ela
acrescentou: – Nem começa, Joe. Sei que você provavelmente perdeu a sua quando
tinha uns treze anos. Fechei a boca e relaxei no banco. Ela acertou. Com um
sorriso de cumplicidade, ela continuou: – E por favor. Cinco não é muito.
Transei com mais alguns caras nos anos seguintes e então percebi que eu estava
fazendo errado. Não era nada interessante. Tive um namorado na faculdade por um
tempo, mas… sinto que deve ter algo de errado comigo. Sexo parece divertido até
chegar a hora de transar de verdade. Daí meu cérebro entra em modo científico e
eu fico pensando: “Humm, será que tenho células suficientes na placa para
atingir a dosagem de resposta de que eu preciso para amanhã?”. – Isso é
patético. – Eu sei. – Sexo não é entediante. Ela estudou meu rosto e depois deu
de ombros. – Eu não acho que deve ser entediante. Acho entediante porque a
maioria dos caras da minha idade não faz ideia do que fazer com o corpo
feminino. Ela balançou a cabeça quando Jack perguntou se queria mais alguma
coisa. – Mas não estou culpando eles. Nós mulheres somos bem complicadas lá
embaixo – ela fez um gesto apontando para sua cintura. – É que faz tempo que
não conheço ninguém que me faça querer saber realmente o que estou perdendo.
Ela olhou para meus lábios antes de virar o rosto e começar a estudar a
prateleira de bebidas do bar. Jack deslizou outra cerveja para mim, e eu fiquei
virando o copo sem saber o que fazer. É claro que ela estava certa, e eu
conhecia muitas mulheres que transavam por outros motivos que não tinham nada a
ver com prazer. Kitty me disse uma vez que se sentia mais próxima de mim sempre
que a gente transava. Ela disse isso no momento em que eu começava a
mentalmente catalogar minha geladeira. Eu me sentia mais próximo da Demi agora
do que já me senti com Kitty antes, durante ou depois do sexo. Algo sobre ela
me fazia sentir faminto, como se quisesse ser tão honesto e calmo sobre tudo em
minha vida do mesmo jeito que ela era. Eu queria conhecer Demi e ouvir seus
pensamentos sobre tudo. Parei com a cerveja no meio do caminho até minha boca e
percebi que pensei nela como
Demi. Senti como se tivesse soltado um longo suspiro. Dem
era a irmã de Jensen. Dem era a menina que eu conhecia. Demi era essa mulher
engraçada e bem resolvida na minha frente que agora eu tinha certeza de que
iria provocar um terremoto em meu mundo.
Mais ... Posta mais, estou aguardando jaa
ResponderExcluirPosta logooooo estou ansiosa
ResponderExcluir