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Playboy Irresistivel - Capitulo 5 (2.5)



Cinco

Cheguei a uma decisão: se eu iria mesmo monopolizar o tempo de Joe e insistir em treinar com ele, então eu teria que… você sabe… treinar de verdade. Decidi levar tudo a sério, parar de pensar nisso como se fosse um jogo e começar a realmente tratar tudo como um experimento. Comecei a ir dormir num horário decente para levantar, correr com ele e ainda conseguir chegar cedo ao trabalho para um dia inteiro de experimentos. Expandi minha coleção de roupas esportivas com itens de qualidade e um par extra de tênis de corrida. Parei de pensar no Starbucks como um grupo alimentício e parei de reclamar. E com muita insegurança da minha parte e muito incentivo da parte dele, nós nos inscrevemos para uma meia-maratona em abril. Eu estava apavorada. Mas, no fim, Joe estava certo: as coisas ficaram mais fáceis. Com apenas algumas semanas, meus pulmões já não queimavam mais, minhas canelas já não pareciam duas varas finas, e eu já não queria vomitar quando chegávamos ao final da trilha. Na verdade, nós conseguimos aumentar a distância e começamos a correr em sua trilha de sempre. Joe disse que se eu conseguisse aguentar dez quilômetros por dia e correr dezesseis quilômetros duas vezes por semana, ele não precisaria treinar sem mim. Não é que apenas comecei a me sentir bem. Comecei a ver a diferença também. Graças à genética, sempre fui relativamente magra, mas nunca fui o que se chamaria de em forma. Minha barriga era meio mole, meus braços pareciam gelatina quando eu acenava e sempre havia os pneus saltando para fora do jeans se eu não os puxasse para dentro. Mas agora… as coisas estavam mudando, e eu não fui a única que notou. – Então, o que está acontecendo aqui? – Dani perguntou, olhando para mim de dentro do meu closet. Ela apontou um dedo e girou no ar. – Você parece… diferente. – Diferente? – eu perguntei. O objetivo do Projeto Dem na verdade não era passar o máximo de tempo com Joe – mesmo ele se tornando rapidamente minha pessoa favorita –, mas me ajudar a encontrar equilíbrio e ter uma vida fora do laboratório. Nas últimas duas semanas, Dani e Miley tinham se tornado uma parte importante do projeto, arrastando-me para jantares ou me visitando só para conversar por algumas horas no meu apartamento. Nesta quinta-feira em particular, elas me trouxeram comida chinesa e nós acabamos no meu quarto, onde Dani assumiu a tarefa de mexer no meu guarda-roupa, decidindo o que deveria ficar ou o que seria jogado fora. – Diferente de um jeito bom – ela esclareceu, e então se virou para Miley, que estava deitada na minha cama folheando documentos do seu trabalho. – Você não acha? Miley olhou para cima e seus olhos se estreitaram enquanto ela considerava meu corpo. – Definitivamente bom. Feliz, talvez? Dani já estava concordando. – Eu ia dizer isso. Definitivamente você tem um brilho aí no seu rosto. E a sua bunda está fantástica nessa calça. Olhei para meu reflexo, chequei a parte da frente e me virei para olhar a parte de trás.
Minha bunda parecia mesmo muito feliz. Minha frente também não estava nada mal. – Minha calça está um pouco frouxa – eu notei, checando o tamanho. – E olha, nada de barriguinha! – Bom, isso sempre é lucro – Miley riu, balançando a cabeça e voltando para seus documentos. Dani começou a colocar algumas roupas em cabides e outras em sacos plásticos. – Você está entrando em forma. O que vocês dois estão aprontando? – Estamos apenas correndo. E fazendo muito alongamento. Joe acredita muito em se alongar. Semana passada ele adicionou flexões para a nossa rotina, e tenho que dizer o quanto odeio aquilo – continuei olhando meu reflexo e acrescentei: – Não consigo me lembrar da última vez que comi bolacha, e isso parece um crime. – Ainda está treinando com Joe, humm? – Dani perguntou, e eu não pude deixar de perceber a troca de olhares entre ela e Miley. O tipo de olhar de quem adorou saber de uma novidade picante e vai analisar tudo até eu implorar por misericórdia. – Pois é. Todas as manhãs. – Joe treina com você todas as manhas? – Dani perguntou. E mais uma troca de olhares. Eu confirmei e comecei a recolher algumas coisas pelo chão. – Nós nos encontramos no parque. Você sabia que ele faz triatlo? Ele está muito em forma. Parei de falar imediatamente, gemendo por dentro. Aparentemente, minha falta de filtro vocal não acontecia exclusivamente com Joe. Dani ergueu uma sobrancelha e ajeitou uma grossa mecha de seu cabelo escuro. – Então, sobre o Joeiam. – O que tem ele? – eu disse, dobrando um par de meias. – Você se encontra com ele fora dessa rotina de exercícios? Eu podia sentir a atenção delas como se fosse um raio laser no meu rosto, então eu apenas assenti sem olhar ninguém. – Ele é muito bonito – Dani acrescentou. Perigo, perigo, meu cérebro alertava. – É, sim. – Vocês já se viram pelados? Meus olhos disparam em direção a Dani. – O quê? – Dani – Miley disse com uma voz séria. – Não – eu insisti. – Somos apenas amigos. Dani riu, andando até o closet com algumas roupas penduradas no braço. – Sei. – Nós corremos pela manhã e às vezes nos encontramos para tomar café. Às vezes é café da manhã – eu disse, dando de ombros e ignorando a maneira como meu medidor de honestidade parecia apontar o vermelho. Ultimamente, estávamos tomando café da manhã quase todos os dias, e conversávamos pelo menos mais uma vez durante o dia. – Apenas amigos. Olhei para Miley. Seus olhos estavam colados nos papéis, mas ela estava sorrindo e balançando a cabeça. – Mentirosa – Dani disse quase cantarolando. – Joe Jonas não possui nenhuma mulher em sua vida que é apenas amiga, com exceção da família e de nós duas.
Ela apontou para si mesma e para Miley. – Isso é verdade – Miley concordou com relutância. Eu não falei mais nada, apenas me virei e comecei a procurar uma blusa em minhas gavetas. Mas eu podia sentir Dani me olhando, podia sentir a pressão de seu olhar contra minha nuca. Nunca tive muitas amigas mulheres – e definitivamente nunca tive uma amiga como Dani Deleasa –, mas até mesmo eu era esperta o bastante para ter um pouco de medo dela. E tinha a forte impressão de que até o Kevin tinha um pouco de medo dela. Encontrei meu suéter de lã favorito e o vesti, fazendo o melhor para manter minha expressão neutra e a mente livre de qualquer coisa relacionada a Joe que escapasse da zona de amizade. Algo me dizia que essas duas iriam perceber o quanto eu estava transparente. – Desde quando vocês dois se conhecem? – Miley perguntou. – Ele e Nick são amigos faz muito tempo, mas eu só o conheço desde que me mudei para Nova York. – Eu também – Dani acrescentou. – Abre o jogo, Lovato. Ele é convencido demais e nós precisamos de um pouco de munição. Comecei a rir, aliviada pela mudança de assunto. – O que vocês querem saber? – Bom, você o conhecia quando ele estava na faculdade. Ele era nerd? Por favor, diga que ele frequentava o clube de xadrez ou algo assim – Dani disse com um tom esperançoso. – Há! Não mesmo. Ele era o tipo de cara que faz dezoito anos e de repente todas as mães dos amigos querem pegar – franzi a testa, considerando. – Na verdade, acho que foi o Jensen quem me contou essa história… – Nick me contou que ele ficou com a sua irmã, é verdade? – Miley perguntou. Mordi meu lábio e balancei a cabeça. – Eles ficaram uma vez no Natal, mas acho que só se beijaram. Ele conheceu meu irmão mais velho, o Jensen, no primeiro dia da faculdade, e depois de formado trabalhou com o meu pai. Eu era a irmã mais nova, então não ficava muito com eles. – Pare de fugir do assunto – Dani disse, cerrando dos olhos. – Você deve saber muito mais. Eu ri. – Vejamos, ele também é o irmão mais novo. Ele tem duas irmãs que são bem mais velhas que ele, mas eu nunca as encontrei. Tenho a impressão de que ele sempre foi muito mimado. Eu me lembro quando ele contou que seus pais são médicos e se divorciaram bem antes de ele nascer. Anos mais tarde, eles se encontraram numa conferência médica, beberam muito e tiveram uma última noite juntos… – E pronto. Joe veio ao mundo – Miley acrescentou. Confirmei lentamente. – Isso. Então, suas irmãs são doze e quatorze anos mais velhas. Ele foi o bebezinho delas. – Bom, isso explica por que ele acha que as mulheres existem apenas para satisfazê-lo – Dani disse, sentando na cama ao lado de Miley. Isso não me pareceu correto, então eu também sentei, balançando a cabeça e olhando para o nada. – Não sei se isso é verdade. Acho que ele simplesmente gosta, tipo, muito de mulheres. E elas parecem gostar dele também. Ele cresceu cercado de mulheres, então sabe como elas pensam, o que gostam de ouvir.
– Ele definitivamente sabe como jogar o jogo – Miley disse. – Nossa, o Nick me contou cada história dele. Eu me lembrei do casamento de Jensen, quando vi Joe escapar sem ser notado com duas mulheres ao mesmo tempo. Eu tive certeza de que aquela não foi a primeira nem a última vez que algo desse tipo aconteceu. – As mulheres sempre o adoraram – eu disse. – Eu me lembro de ouvir algumas amigas da minha mãe conversarem sobre ele quando ele trabalhava com meu pai. Deus, as coisas que elas fariam com ele… – Tigresas! – Dani gritou, divertindo-se. – Adoro! Rindo, eu disse: – É, todas as garotas eram apaixonadas por ele. Tive algumas amigas na escola – eu tinha doze anos quando ele ficou em casa com o Jensen –, e elas ficavam arranjando os motivos mais malucos para me visitar. Umas delas fingiu que precisava devolver uma blusa na noite de Natal, só que a blusa era dela. Quer dizer, imagine o Joe agora, mas como um cara de dezenove anos, cheio de charme, falsa inocência e aquele maldito sorriso presunçoso. Ele tocava numa banda, tinha tatuagens… ele era puro sexo ambulante. Acordei de minhas lembranças e percebi que Miley e Dani estavam me olhando com um sorriso de orelha a orelha. – O que foi? – Sua descrição foi bem lasciva, Demi – Miley disse. Sorrindo maliciosamente para ela, eu perguntei: – Por acaso você acabou de usar a palavra “lasciva”? – Ela com certeza usou – Dani disse. – E eu concordo. Parece que acabei de assistir a um filme pornô. Eu gemi, levantando da cama. – Então, claramente, a Demi adolescente tinha uma quedinha pelo Joe – Miley disse. – Porém, mais importante, o que a Demi de vinte e quatro anos pensa do Joe hoje? Tive que pensar nisso por um momento, pois, sendo sincera, eu pensava bastante sobre o Joe, de todo jeito possível. Pensava sobre seu corpo e sua boca suja e, é claro, todas as coisas que poderia fazer com ela, mas também pensava sobre seu cérebro e seu coração. – Eu acho que ele é surpreendentemente doce. Ele é, sim, um jogador, mas, debaixo disso tudo, ele é genuinamente um cara legal. – E você nunca pensou em transar com ele? Olhei para Dani. – Como é? Ela me encarou de volta. – Como é o quê? Vocês dois são jovens, bonitos e têm uma história em comum. Aposto que seria uma transa incrível. Centenas de imagens surgiram em minha mente em apenas alguns segundos. Tive que me esforçar para responder. – Eu absolutamente não vou transar com Joe. Miley deu de ombros. – Ainda. Eu me virei para ela.
– Achei que você era a pessoa decente entre nós. Uma risada explodiu na boca de Dani, e ela balançou a cabeça, lançando um olhar brincalhão para Miley. – Decente? Acredite em mim, as mais depravadas são aquelas que parecem as mais santinhas. – Bom, de qualquer maneira – eu disse –, Joe me considera apenas como uma irmãzinha. Dani se endireitou e lançou um olhar sério para mim. – Posso dizer por experiência própria que, quando um homem encontra uma mulher, ele a coloca em duas categorias: amiga inequívoca ou possível candidata para o sexo. – Mas ele tem suas parceiras regulares, não é? – eu perguntei, franzindo meu nariz. Eu gostava da ideia de encontros casuais, mas não estava certa quanto à estrutura e os limites de algo tão fluido e sem forma como o sexo. Era a única área da minha amizade com Joe onde meu filtro na verdade funcionava… ou quase. Miley confirmou. – Nas terças-feiras é a vez da Kitty. Nos sábados é a vez da Alexis. E tenho certeza de que outras aparecem aqui e ali. Dani lançou um olhar para Miley, que a encarou de volta. – Não estou sugerindo que ela se apaixone – Dani disse. – Apenas que transe loucamente com ele de vem em quando. – Apenas estou me certificando de que todo mundo sabe qual é situação por aqui – Miley respondeu, com um desafio nos olhos. – Bom – eu comecei –, isso não importa, na verdade. Por ele ser o melhor amigo do meu irmão, acho que podemos concordar que estou presa definitivamente no território da amizade. – Ele já conversou com você sobre os seus peitos? – Dani perguntou. Senti um rubor subir pelo pescoço. Joe conversava, olhava e parecia idolatrar meus seios. – Humm… sim. Dani sorriu, toda convencida. – Eu encerro meu caso.
Na manhã seguinte, eu tive certeza de que Joe pensava que eu estava tomando algum remédio que altera o humor… ou que eu precisava tomar. Eu estava distraída em nossa corrida, pensando sobre minha conversa com Miley e Dani. Não apenas eu estava pensando sobre o quanto Joe olhava os meus peitos, gesticulava para os meus peitos, falava com meus peitos, eu também estava, infelizmente, pensando nele com as outras mulheres em sua vida: o que ele fazia com elas, como se sentiam quando estavam juntos, e se elas se divertiam com ele tanto quanto eu. Além disso, eu pensava no fato de que ele provavelmente passava muito tempo… pelado com elas. Isso, é claro, me fez pensar sobre Joe nu, o que não ajudou em nada na minha concentração, ou minha habilidade de correr numa linha reta. Joe provavelmente pensou que eu estava bêbada. Forcei meus pensamentos para longe do homem correndo num silêncio fácil ao meu lado, e comecei a pensar no trabalho que me esperava no laboratório, o relatório que eu precisava terminar, os exames que eu precisava fazer para Liemacki.
Mais tarde, quando Joe pairou sobre mim para me ajudar a alongar minha perna, depois de eu basicamente ter sentado na trilha sentindo cãibras, ele me encarou de um jeito tão intenso, com os olhos se movendo lentamente sobre meu rosto, que fez os pensamentos que eu tentava banir voltarem todos de uma só vez. Meu estômago se apertou, e um calor delicioso se espalhou do meu peito até a ardência que eu negligenciava entre minhas pernas. Senti como se estivesse derretendo no chão gelado. – Você está bem? – ele perguntou em voz baixa. Só consegui assentir. Suas sobrancelhas se juntaram. – Você está tão quieta hoje. – Estou apenas pensando – murmurei. Seu pequeno sorriso sexy apareceu, e eu senti meu coração acelerar em meu peito. – Bom, espero que você não esteja pensando em pornografia, ou chupadas, ou como você quer experimentar com sexo, porque se acha que vai conseguir esconder isso de mim, você está encrencada. Agora nós estamos em sincronia, Dem. Tomei um banho particularmente longo depois daquela corrida.
Nunca fui de enviar mensagem de texto – na verdade, antes de Joe, minhas únicas mensagens consistiam de palavras únicas para a família e colegas de trabalho. Você já está chegando? Sim. Você pode pegar um vinho no mercado? Claro. Você vai trazer um convidado? Ignore. Até a semana passada – quando eu finalmente abri o iPhone que Niels me deu no Natal –, eu ainda usava um celular velho que Jensen dizia que era o primeiro celular do mundo. Quem tem tempo de ficar digitando centenas de mensagens quando eu podia ligar e encerrar o assunto em menos de um minuto? Definitivamente, não parece muito eficiente. Mas com Joe era divertido, e eu tinha que admitir, o novo celular facilitava as coisas. Ele me enviava pensamentos aleatórios durante o dia, enviava fotos de seu rosto quando eu fazia alguma piada sem graça ou uma foto de seu almoço quando o peito de frango em seu prato parecia um pênis. Então, depois do meu… banho relaxante, quando meu celular vibrou no outro quarto, não fiquei surpresa ao ver que era Joe. Mas o que me surpreendeu foi a pergunta. O que você está vestindo?> Senti minhas sobrancelhas se juntarem, confusas. Era algo aleatório, mas nem de longe a coisa mais estranha que ele já me perguntou. Nós iríamos nos encontrar para o café da manhã em meia hora, e talvez ele estivesse preocupado que eu fosse aparecer como uma universitária desleixada, como ele costumava dizer. Olhei para a toalha ao redor do meu corpo e digitei: Jeans preto, top amarelo, suéter azul. Não, Dem. Estou dizendo [insinuação aqui] O QUE VOCÊ ESTÁ VESTINDO? Agora eu realmente estava confusa.
Heim??? Não entendi. Estou tentando começar uma seção de sexting, sua tonta. Parei e fiquei olhando para o celular por alguns segundos antes de responder. Como é? Ele digitava muito mais rápido do que eu, e sua resposta apareceu quase imediatamente. Isso não é nem um pouco sexy se eu tenho que explicar, mas lá vai. Nova regra: você precisa pelo menos ter alguma competência na arte do sexting. De repente uma luz se acendeu no meu cérebro e eu entendi o que ele estava fazendo. Ah! Saquei. “Sexting.” Faz sentido, Joe.
Embora eu agradeça seu entusiasmo e o fato de pensar que eu sou esperto o bastante para criar esse termo, eu não inventei essa palavra. Ela faz parte da cultura popular faz um tempo, sabe? Agora, responda a pergunta corretamente. Andei de um lado para o outro, pensando. Certo. Era uma tarefa. Eu consigo fazer isso. Tentei pensar em todas as insinuações que já ouvi nos filmes, mas, é claro, não consegui criar nada. Tentei me lembrar de todas as cantadas que meu irmão Eric usava… e então franzi a testa. Tive um branco total. Bom, na verdade eu ainda não estou vestida. Eu estava aqui tentando decidir se ficar sem roupa de baixo vai contra as regras, pois acho que minha saia fica toda marcada, mas eu odeio usar fio dental. Fiquei encarando o celular enquanto os pontinhos indicavam que ele estava respondendo. Isso até que não foi nada mal, garota. Mas não diga roupa de baixo. Isso não é sexy. Não tire sarro de mim. Eu não sei o que dizer. Eu me sinto uma tonta aqui pelada trocando mensagens com você. Fiquei esperando a resposta. Alguns momentos se pasMileym até meu celular se acender novamente. Ok. Então você obviamente já pegou o jeito. Agora diga algo safado. Safado? Estou esperando. Oh, Deus. Será que dava tempo de usar o Google? Não. Vasculhei minha mente e digitei a primeira coisa meio safada que pensei: Às vezes, quando estamos correndo e você fica controlando a respiração todo concentrado, eu fico pensando que tipo de som você faz quando está transando. Certo, talvez isso tenha sido um pouco mais do que “meio safado”. Ele ficou uma eternidade sem responder. Oh, Deus. Baixei meu celular, convencida de que Joe se afastaria e nunca mais falaria comigo. Ele provavelmente queria algo que fosse de brincadeira e não algo tão… honesto. Entrei no banheiro, escovei meus cabelos e os prendi acima da cabeça. No quarto, ouvi o celular vibrar em cima da escrivaninha.
A primeira mensagem: UAU. A segunda mensagem: Dessa vez você… acertou em cheio. Ok, vou precisar de um minuto por aqui. Talvez cinco. MEDUSDESSCUPA, comecei a digitar, com meus dedos idiotas tremendo, pronta para me enterrar num buraco e morrer. QUERDIZER DESCULPA NAOACREDITOQUEESCREVIISSO. Você está brincando? Isso foi melhor que um presente de Natal. Claramente eu preciso ficar à sua altura. Espera um pouco, acho que preciso me alongar primeiro. Girei meus olhos. Estou esperando. Seus seios estavam demais hoje. Só isso? Honestamente, ele já tinha dito coisas bem mais depravadas para mim. E para os meus seios. Sério? Você não gostou? Zzzzzzzzzzzzzzzzz Então posso pelo menos ver os seios na próxima vez? Certo. Senti um calor em meu rosto, mas de jeito nenhum eu admitiria. Você está me dando sono, digitei. Eu sorria como uma idiota olhando para o celular. A bolha de texto apareceu na janela mostrando que ele começou a digitar. Eu esperei. E esperei. Finalmente, ele postou: Posso tocar? Posso morder? Ajeitei a toalha em meu peito e engoli em seco, tremendo. Meu rosto já não era mais a única coisa que estava se aquecendo. Eu respondi: Isso foi um pouco melhor. Posso lamber e depois foder? Deixei o celular cair e me atrapalhei toda para pegar de volta. Agora sim, eu digitei, com as mãos trêmulas. Fechei os olhos, tentando não imaginar os quadris de Joe se movendo em meu peito, seu pau deslizando entre os seios. Eu quase podia sentir sua determinação através do celular quando ele disse: Me avise quando precisar de um minuto SOZINHA. Já está pronta? Não. Absolutamente não. Sim.
 Você usou uma camiseta no outro dia. Uma camiseta rosa. Os seios estavam fantásticos naquele dia. Cheios e macios. Eu podia ver os mamilos quando o vento soprava mais forte. Tudo que eu podia pensar era como seria tomar você em minhas mãos e sentir os mamilos na minha língua. Como seria o meu pau raspando na sua pele e como seria gozar por todo o seu pescoço. Puta meeerda. Joe? Posso te ligar? Por quê? Porque é difícil digitar com uma mão. Ele não respondeu por um minuto inteiro, e eu me permiti imaginar que desta vez foi ele quem deixou cair o celular. Mas então ele enviou: SIM! Você está se tocando? Eu ri e digitei: Te peguei!, e então joguei o celular para o lado e fechei os olhos. Porque, sim. Eu absolutamente estava.
Quando terminamos de brincar, concordei em encontrá-lo para o café da manhã na Mileybeth’s. Apesar da temperatura e da neve que começava a cair, senti meu rubor durante todo o caminho até a Rua 93, e fiquei imaginando se era possível eu me sentar na frente dele e fingir que não tinha me masturbado lendo suas mensagens. As coisas pareciam estar saindo do rumo e tentei pensar quando isso aconteceu. Será que foi na corrida de hoje de manhã, quando ele me alongou, como se estivesse pronto para montar em cima de mim? Ou tinha sido algumas semanas atrás, naquele bar, quando começamos a conversar sobre pornografia e sexo? Talvez tenha sido até antes disso, no primeiro dia que saímos para correr e ele colocou um gorro na minha cabeça, mostrando um sorriso que me fez sentir como se tivesse sido bem comida contra uma parede. Isso não estava indo bem. Amigos, eu me lembrei. Missão de agente secreto. Aprenda as estratégias do ninja e depois escape ilesa. Mantive minha cabeça abaixada enquanto pisava nas camadas brancas de gelo que cobriam o chão, praguejando contra o frio de março, sentindo flocos de neve se agarrarem nas pontas dos meus cabelos. Um jovem casal estava saindo do restaurante, e eu entrei pela porta que eles abriram. – Zig. Ouvi meu nome e olhei para Joe, que estava sorrindo para mim sentado na área de descanso. Acenei antes de andar até as escadas, tirando meu gorro e cachecol no caminho. – Que bom ver você de novo – ele disse, levantando-se quando me aproximei da mesa. Comecei a ficar cada vez mais irracionalmente irritada com suas boas maneiras, e ainda mais com seu cabelo ainda úmido e a maneira como sua blusa dobrava no meio de seu torso gigantesco. Ele usava uma camiseta branca por baixo, e com as mangas enroladas até o cotovelo, as linhas das tatuagens apareciam debaixo do tecido. Um filho da mãe lindo. – Bom dia – eu disse. – Parece um pouco mal-humorada? Talvez um pouco tensa? Fiz uma careta e respondi: – Não.
Ele riu enquanto nós sentávamos. – Já pedi sua comida. – O quê? – Seu café da manhã. Panquecas de limão com amoras, não é? E aquele suco de flores? – Certo – respondi, olhando para ele do outro lado da mesa. Peguei meu guardanapo e o desdobrei antes de deitá-lo no colo. Ele se abaixou para encontrar meus olhos, parecendo um pouco ansioso. – Você queria outra coisa? Posso chamar a garçonete. – Não… Respirei fundo, abri a boca e fechei de novo. Eram coisas tão pequenas – a comida que eu sempre pedia, o tipo de suco de que eu gostava, a maneira como ele soube exatamente como alongar minha perna hoje de manhã –, mas tudo isso parecia gigante, importante. Eu me senti um pouco mal por ele ser tão doce comigo e eu não conseguir parar de pensar em sexo com ele. – Não acredito que você se lembrou disso tudo. Ele deu de ombros. – Não é grande coisa. É só o café da manhã, Dem. Não estou doando um rim. Tentei não me concentrar na atitude cretina em sua voz. – Bom, foi realmente legal. Às vezes você me surpreende. Ele pareceu um pouco surpreso. – Como assim? Suspirei, murchando um pouco em minha cadeira. – Apenas pensei que você me trataria mais como uma criança. Quando eu disse isso, percebi que ele não gostou. Ele se recostou na cadeira e soltou um longo suspiro, então eu continuei tagarelando: – Sei que você está sacrificando sua paz ao me deixar correr com você. Sei que cancelou planos com suas não namoradas e precisou rearranjar as coisas para ter tempo para mim, e eu apenas… quero que saiba que estou agradecida. Você é um ótimo amigo, Joe. Suas sobrancelhas se juntaram, e ele começou a olhar para a sua água gelada em vez de olhar para mim. – Obrigado. Você sabe, só quero ajudar a… irmãzinha do Jensen. – Certo – eu disse, sentindo minha irritação se acender novamente. Eu queria pegar a água e derramá-la inteira na minha cabeça. O que era essa irritação? – Certo – ele repetiu, lançando os olhos para mim e mostrando um sorrisinho brincalhão que imediatamente dissolveu minha loucura e fez minhas partes femininas acordarem de novo. – Pelo menos essa é a história que vamos contar para todo mundo.

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