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Playboy Irresistivel - Capitulo 4 (1.5)



Quatro

Minhas pernas queimavam por ficar sentado na frente do computador o dia todo e, além disso, eu estava louco para ir logo até o Ding Dong Lounge – nunca pensei que diria isso –, sentar ao lado de Dem e apenas… relaxar. Fazia muito tempo desde a última vez que me diverti tanto com uma mulher sem que ela tirasse a roupa. Infelizmente para mim, quanto mais tempo eu passava com Dem, mais eu queria transformar nossa diversão em algo que envolvia nudez. Talvez fosse meu cérebro e meu corpo querendo cair na familiar rotina de sexo em vez de explorar um labirinto emocional. Dem estava me provocando, mesmo que não soubesse; ela me fazia questionar tudo em minha vida, desde meu trabalho até a maneira como eu continuava transando com mulheres que não amava. Fazia uma eternidade desde que eu desejei dominar e reescrever a história sexual de uma mulher com minhas mãos, pau e boca. Mas com Dem, eu não sabia se era porque o sexo seria algo mais fácil do que a maneira como ela bagunçava o meu cérebro, ou se era porque eu queria que ela me bagunçasse de outras maneiras. Então esperei até por volta das dez horas, pensando em deixá-la socializar e passar um tempo com os amigos do laboratório. Quando cheguei, o bar já estava meio vazio e não foi difícil achá-la. Sentei ao seu lado no balcão e bati meu ombro no dela. – Ei, garota, você vem sempre aqui? Ela olhou para mim e seus olhos se encheram de alegria. – Oi, Joe Jogador. Depois de uma pausa cheia de inspeção mútua, ela murmurou: – Obrigada por… se encontrar comigo. Segurando uma risada, eu perguntei: – Você já jantou? Ela confirmou com a cabeça. – Fomos a um restaurante de frutos do mar descendo a rua. Comi mexilhões pela primeira vez em anos. Quando fiz uma careta, ela me empurrou em tom de brincadeira. – Você não gosta de mexilhões? – Odeio mariscos. Ela se aproximou e sussurrou: – Bom, estavam deliciosos. – Tenho certeza que sim. Aquela carne molenga, escorregadia e com gosto de água do mar suja. – Estou feliz em te ver – ela disse, mudando de assunto abruptamente. E não recuou de sua proclamação quando eu a encarei. – Você sabe, fora das nossas corridas. – Bom, estou feliz por ser visto. Ela olhou em meus olhos, meu rosto, meus lábios por um longo tempo antes de voltar para meus olhos. – Esse seu olhar ardente vai acabar me matando, Joe. E o mais engraçado é que acho que
você nem sabe que olha para as mulheres desse jeito. Eu pisquei. – O meu o quê? – Posso trazer algo para vocês? – Jack, o garçom, perguntou, assustando-nos quando colocou dois descansos de copo na nossa frente. Todos os amigos de Dem já tinham ido embora, e o Ding Dong estava estranhamente silencioso; geralmente, Jack anotava meu pedido em alguma mesa longe do bar enquanto servia alguém ao lado. – Guinness – eu disse, depois acrescentei: – E uma dose de Johnny Gold. Jack olhou para Dem. – Algo para você? – Outro chá gelado, por favor. Suas sobrancelhas se ergueram, e ele sorriu para ela. – Só isso? Dem riu e deu de ombros. – Qualquer coisa mais forte vai me fazer dormir em quinze minutos. – Tenho certeza de que existe algo forte atrás do balcão que pode deixar você acordada por horas. O que ele disse me fez recuar para avaliar a reação de Dem. Se ela se mostrasse horrorizada eu teria que chutar o traseiro de Jack. Mas ela apenas riu, um pouco constrangida por sua “nerdice” ter sido flagrada num bar. – Você quer dizer um café com um toque de Bailey’s ou algo assim? – Não – Jack disse, apoiando-se nos ombros bem na frente dela e me bloqueando. – Eu tinha outra coisa em mente. – Só o chá gelado, Jack – eu interrompi, sentindo minha pressão sanguínea subir uns sete mil milímetros. Com um sorrisinho, Jack se endireitou e foi buscar nossas bebidas. Eu podia sentir Dem olhando para mim e tive que pegar um guardanapo para ter algo que pudesse meticulosamente destruir com as mãos. – O que foi esse tom de voz durão, Joeiam? Soltei um suspiro. – Ele não me viu sentado aqui com você? Que cara de pau. – É, que atrevimento! Perguntar o que eu queria para beber? Que babaca. – Foi uma insinuação – eu expliquei. – Tenho certeza de que você sabe o que é isso. – Com certeza você está brincando. – “Tenho certeza de que existe algo forte atrás do balcão que pode deixar você acordada por horas?” Sua boca se entortou enquanto ela parecia finalmente ter entendido. Então ela sorriu. – Mas não é esse o objetivo de nosso projeto? Eu ter um pouco mais de insinuação em minha vida? Jack voltou com nossos drinques e piscou para Dem antes de ir embora. – É, acho que sim – murmurei, tomando um gole da minha cerveja. Ao meu lado, eu a vi se endireitar e virar seu banco para poder me encarar de frente. – Não querendo mudar de assunto, mas eu assisti um pouco de pornografia ontem à noite. Quase cuspi a cerveja. – Deus, Dem, você não filtra nada que surge nessa sua cabeça?
Ergui meu copo de uísque e virei tudo de uma vez. – Você não assiste pornografia? Fiquei olhando para o copo vazio por um momento, antes de admitir: – É claro. – Então, por que é estranho se eu assistir? – Você assistir não é estranho. É estranho ser o começo de uma conversa. Eu ainda… estou me acostumando com isso. Antes do Projeto Garota Sexy, eu apenas conhecia você como a irmãzinha nerd. Agora você é essa… mulher que assiste pornografia e que fez redução de seios. Eu preciso me ajustar. E, além disso, eu acho você quase totalmente irresistível, pensei. Ela fez um gesto com a mão me desprezando. – Enfim, eu tenho uma pergunta. Olhei para ela com o canto do olho. – Acho que nem quero ouvir. – As mulheres fazem mesmo aqueles sons na cama? Fiquei parado e apenas sorri para ela. – Que sons, Dem? Ela pareceu não perceber que eu estava brincando, então fechou os olhos e sussurrou: – Tipo, oh, ah, Joooeee, eu preciso do seu pau, e mais forte, mais forte, oh, Deus, me fode seu gostosão… e esse tipo de coisa. Sua voz ficou macia e quase ofegante, e fiquei horrorizado ao sentir meu pau começar a endurecer. De novo. Isso tinha o potencial de se tornar um problema. – Algumas fazem. Ela explodiu numa risada. – Isso é ridículo. Tentei esconder um sorriso, adorando sua confiança natural mesmo num assunto sobre algo em que ela provavelmente não tinha muita experiência. – Talvez elas precisem de verdade do meu pau. Você não gostaria de desejar tanto uma pessoa até precisar do pau? Ela tomou um longo gole de seu chá gelado, considerando o que eu disse. – Na verdade, então, acho que eu nunca desejei tanto alguém até precisar implorar. Se fosse um biscoito? Pode ser. Mas um pau? Acho que não. – Teria que ser um biscoito e tanto. – Ah, mas era. Rindo, eu perguntei: – Qual filme você assistiu? – Humm – ela olhou para o teto. Sem corar o rosto, sem constrangimento. – Frisky Freshman? Algo desse tipo. Tinha um monte de universitárias transando com um monte de universitários. Era até um pouco fascinante, na verdade. Fiquei em silêncio, perdido numa trilha de pensamentos que começava em colegas de faculdade, passava por Dem trabalhando no laboratório, pela esperança de Jensen de que ela fosse fazer novos amigos, e chegava a Jack, jogando uma cantada para cima dela bem na minha frente. – O que você está pensando? – ela perguntou.
– Nada. Ela abaixou o chá gelado e se virou no banco para me olhar. – Como isso é possível? Como os homens podem dizer que não estão pensando em nada? O Niels também faz isso – ela disse, referindo-se ao mais tímido dos irmãos Lovato. – Às vezes ele fica parado me olhando depois de eu dizer alguma coisa, daí eu pergunto o que ele está pensando e ele responde: nada. – Talvez você o deixe sem palavras, acontece bastante comigo quando estou perto de você. – Muito engraçado. – Não estou pensando nada substancioso. Melhorou? – Estamos conversando sobre pornografia e você não está pensando nem um pouco em sexo? – Estranhamente, não – eu disse. – Estou pensando em como você é ingênua e fofa. Estou pesando no que concordei em fazer aqui quando disse que iria ajudar você a entender melhor o mundo do sexo sem compromisso. Estou com medo de transformar você na mais vulnerável gostosa na história do planeta. – Você pensou nisso tudo nos últimos dois minutos? Confirmei com a cabeça. – Uau. Isso é algo substancioso – sua voz se tornou praticamente um sussurro. Quase igual à sua voz pornográfica, mas com palavras reais, e emoções reais. Quando olhei para ela, Dem estava olhando para a janela. – Mas não sou ingênua nem fofa, Joe. Sei o que você quer dizer, mas eu sempre fui meio obcecada com sexo. Principalmente a mecânica da coisa. Tipo, por que diferentes coisas funcionam com diferentes pessoas? Por que algumas pessoas gostam de sexo de um jeito, e outras gostam de outro jeito? É uma questão de anatomia? É algo psicológico? Nossos corpos são realmente organizados de forma tão diferente? Coisas desse tipo. Eu literalmente não sabia como responder, então apenas bebi. Nunca pensei sobre essas coisas; em vez disso, sempre preferi apenas tentar de tudo e qualquer coisa que uma mulher quisesse, mas gostei de saber que Dem pensava assim. – Mas, ultimamente, estou meio que descobrindo do que eu gosto – ela admitiu. – Isso é divertido, mas fica difícil se você não tem um jeito de experimentar em primeira mão. E é aí que entra a pornografia. Ela tomou um longo gole e então abriu um estranho sorriso para mim. Duas semanas atrás, se Dem falasse algo desse tipo para mim, eu ficaria constrangido por ela ser tão aberta sobre sua inexperiência. Mas, agora, eu sentia que queria proteger essa inocência, mesmo que só um pouco. – Não acredito que estou encorajando essa conversa, mas… fico preocupado que a pornografia possa lhe dar uma falsa impressão do que o sexo deve ser de verdade. – Como assim? – Porque o sexo que você vê em filmes pornôs não é muito realista. Rindo, ela perguntou: – Você quer dizer que a maioria dos homens não tem uma lata de Pringles dentro da calça? Desta vez eu não engasguei. – Sim, essa é uma das diferenças. – Eu já fiz sexo antes, Joe. Apenas não fiz muitas variações. Pornografia é um bom jeito de
ver o que ainda acende aquela velha chama, se é que você me entende. – Você me surpreende, Dem Lovato. Ela não respondeu por um longo momento. Então disse: – Esse não é meu nome, sabe? – Eu sei. Mas é assim que eu chamo você. – Você sempre vai me chamar de Dem? – Provavelmente. Isso incomoda você? Ela deu de ombros, girando novamente no banco até me encarar. – Um pouco, sabe? Quer dizer, isso já não encaixa mais comigo. Apenas minha família ainda me chama assim. Mas não, tipo, meus amigos. – Eu não considero você uma criança, se é isso que você está pensando. – Não, não é isso que estou pensando. Todo mundo já foi criança e acaba aprendendo a se tornar adulto. Sinto que eu sempre soube como ser uma adulta, e só agora estou aprendendo a ser criança. Talvez Dem fosse meu nome de adulta. Talvez agora eu queira me liberar um pouco. Puxei de leve sua orelha e ela soltou um gritinho, afastando-se. – Então você começou a se liberar assistindo pornografia? – Exatamente – ela estudou a lateral do meu rosto. – Posso fazer umas perguntas pessoais? Rindo, eu perguntei: – Agora você precisa da minha permissão? Ela também riu e empurrou-me no ombro. – Estou falando sério. Tirei o copo de cerveja da frente e me virei para encontrar seus olhos. – Você pode me perguntar qualquer coisa que quiser se me pagar outra cerveja. Ela ergueu a mão e chamou a atenção de Jack imediatamente. Apontando, ela disse: – Outra Guinness – então se virou de novo para mim: – Você está pronto? Dei de ombros. Inclinando-se para frente, ela perguntou: – Homens realmente gostam de fazer o anal, não é? Com meu recém-adquirido conforto com Dem, eu nem pisquei. – É só anal. Não o anal. – Mas eles gostam, não é? – ela repetiu. Suspirando, esfreguei o rosto. Será que eu deveria mesmo discutir essas coisas com ela? – Bom, acho que, talvez. Quer dizer, sim. – Então você já fez? – Dem. – E você não fica pensando, tipo, que está entrando… Levantei minha mão. – Não. – Você nem sabe o que eu ia falar! – Sei, sim. Conheço você, Dem. Sei exatamente o que você ia dizer. Ela fez uma careta, virando-se para a televisão que mostrava o jogo do Knicks contra o Heat, e disse: – Homens conseguem simplesmente desligar certas partes do cérebro. Eu não entendo isso.
– Então você nunca fez sexo tão bom que até acaba desligando o cérebro. – Eu acho que você desliga o cérebro mesmo com sexo medíocre. Rindo, eu admiti: – Provavelmente. Quer dizer, você comeu mexilhões no jantar. Isso é tipo uma… gosma viscosa que sai do mar. Mas, mesmo assim, você pode me chupar e eu não vou ficar pensando que você acabou de engolir mexilhões. Detectei um leve rubor em seu rosto. – Você ficaria pensando em como eu sei chupar muito bem. Eu a encarei. – Eu… o quê? Ela começou a rir, balançando a cabeça. – Viu? Você já está sem palavras e eu nem fiz nada ainda. Homens são tão fáceis. – É verdade. Homens fodem qualquer orifício que eles encontram. – Qualquer orifício possível de foder. Agora fui eu quem se virou no banco para encará-la. – Como é? – Bom, não é qualquer orifício que pode ser fodido. Tipo um nariz. Ou uma orelha. – Você obviamente nunca ouviu falar do Homem de Nantucket. – Não. Ela franziu o nariz e eu vislumbrei suas sardas. Hoje seus lábios pareciam especialmente vermelhos, mas eu podia perceber que ela não estava usando maquiagem. Era apenas… um rubor natural. – Todo mundo conhece. É uma rima suja. – Comigo? – ela apontou para seu peito e eu fiz força para não olhar. – Isso não aumenta as chances. – É mais ou menos assim: era uma vez um homem em Nantucket. Cujo pinto ele podia chupar porque era muito grande. Ele disse sorrindo, com porra no queixo escorrendo, que se sua orelha fosse uma xota, ele foderia feliz. Ela continuou olhando para mim em silêncio. – Isso… foi meio nojento. Rindo, eu murmurei: – Concordo. – Você não chuparia seu próprio pau se pudesse, não é? Comecei a dizer de jeito nenhum, mas então reconsiderei. Mesmo se fosse possível, eu provavelmente faria pelo menos uma vez, só de curiosidade. – Claro, provavelmente sim. Você está certa. – Você engoliria? – Meu Deus, Dem, você realmente está me fazendo pensar aqui. – Você precisa pensar sobre isso? – Acho que eu soaria como um babaca se dissesse que de jeito nenhum eu engoliria, mas, de verdade, de jeito nenhum eu engoliria. Quer dizer, estamos falando de uma situação hipotética onde eu consigo chupar meu próprio pau, e eu gosto quando as garotas engolem. – Mas não é toda garota que engole. Meu coração começou a acelerar e bater mais forte, como se estivesse me socando por
dentro. Essa conversa parecia que estava rapidamente fugindo do controle. – E você gosta? Ela me ignorou e perguntou: – Mas os homens não gostam muito de chupar a mulher, não é? E pode ser honesto. – Eu gosto de chupar certas garotas. Mas não todas, e não pelos motivos que você está pensando. É algo íntimo, e nem todas as mulheres ficam relaxadas com isso, o que acaba deixando a diversão mais difícil. Não sei, para mim, quando elas chupam é igual quando tocam uma punheta para mim, só que muito melhor. Mas se eu chupo a garota? Sinto que isso acontece quando a relação já está mais amadurecida. É preciso confiança. – Eu nunca fiz nenhuma dessas duas coisas. As duas parecem bastante íntimas para mim. Fiquei quieto e sorri para Jack quando ele trouxe a cerveja, mas eu não sabia como impedir o sentimento de vitória que estava percorrendo meu sangue. Que diabos era isso? Não era como se eu fosse ser sua primeira chupada. Não era como se eu pudesse chegar a esse ponto com ela. Além disso, Dem era tão aberta sobre as coisas que desejava… meu estômago se apertou quando percebi que se ela me quisesse dessa maneira, provavelmente já teria falado. Ela teria se aproximado, colocado a mão em meu peito e então diria: “Você pode me foder, por favor?”. – Viu? – ela disse, chegando mais perto para chamar minha atenção. – O que você está pensando agora? Levando a garrafa até minha boca, eu murmurei: – Nada. – Se eu fosse uma mulher violenta, minha mão estaria dando um tapa no seu rosto agora mesmo. Isso me fez rir. – Certo. Eu estava pensando que parece um pouco… incomum você ter transado antes, mas nunca ter feito ou recebido sexo oral. – Quer dizer – ela começou, endireitando-se um pouco no banco –, acho que, tipo, eu chupei um cara uma vez, mas eu literalmente não sabia como fazer, então acabei simplesmente voltando para a área do rosto. – Homens funcionam de um jeito muito fácil: você sobe e desce e a gente goza. – Não, eu quero dizer… isso eu entendo. Mas, tipo, como respirar e não ficar preocupada em morder, entende? Você já entrou numa loja que vende porcelana chique e de repente sente um pânico momentâneo achando que vai tropeçar e quebrar tudo? Comecei a rir. Essa garota era totalmente irreal. – Então você fica preocupada que se tiver um pau na boca você vai… morder? Ela riu também e então, sem que eu percebesse, estávamos gargalhando juntos. Mas, quase ao mesmo tempo, nossa risada diminuiu e eu a flagrei olhando para minha boca. – Alguns homens gostam de dentes – eu disse quase em silêncio. – Alguns homens… tipo você? Engolindo em seco, eu admiti. – Sim, eu gosto quando as garotas se tornam um pouco selvagens. – Tipo, arranhar, morder e afins? – Sim. Um arrepio carregado de excitação percorreu meu corpo só de ouvi-la dizendo aquelas
palavras. Eu engoli em seco, pensando quanto tempo se passaria até que eu conseguisse tirar da minha cabeça a imagem dela fazendo essas coisas. – Com quantos caras você já transou? – eu perguntei. Ela tomou um gole do chá gelado antes de responder. – Cinco. – Você nunca fez sexo oral, mas já transou com cinco caras? Meu estômago caiu num abismo e, embora eu soubesse que minha irritação era totalmente hipócrita, eu não conseguia controlar. – Puta merda, Dem, quando? Ela revirou os olhos, rindo na minha cara. – Perdi minha virgindade quando eu tinha dezesseis anos. Na verdade, foi no verão que você trabalhou com meu pai. Cobrindo minha boca quando comecei a protestar, ela acrescentou: – Nem começa, Joe. Sei que você provavelmente perdeu a sua quando tinha uns treze anos. Fechei a boca e relaxei no banco. Ela acertou. Com um sorriso de cumplicidade, ela continuou: – E por favor. Cinco não é muito. Transei com mais alguns caras nos anos seguintes e então percebi que eu estava fazendo errado. Não era nada interessante. Tive um namorado na faculdade por um tempo, mas… sinto que deve ter algo de errado comigo. Sexo parece divertido até chegar a hora de transar de verdade. Daí meu cérebro entra em modo científico e eu fico pensando: “Humm, será que tenho células suficientes na placa para atingir a dosagem de resposta de que eu preciso para amanhã?”. – Isso é patético. – Eu sei. – Sexo não é entediante. Ela estudou meu rosto e depois deu de ombros. – Eu não acho que deve ser entediante. Acho entediante porque a maioria dos caras da minha idade não faz ideia do que fazer com o corpo feminino. Ela balançou a cabeça quando Jack perguntou se queria mais alguma coisa. – Mas não estou culpando eles. Nós mulheres somos bem complicadas lá embaixo – ela fez um gesto apontando para sua cintura. – É que faz tempo que não conheço ninguém que me faça querer saber realmente o que estou perdendo. Ela olhou para meus lábios antes de virar o rosto e começar a estudar a prateleira de bebidas do bar. Jack deslizou outra cerveja para mim, e eu fiquei virando o copo sem saber o que fazer. É claro que ela estava certa, e eu conhecia muitas mulheres que transavam por outros motivos que não tinham nada a ver com prazer. Kitty me disse uma vez que se sentia mais próxima de mim sempre que a gente transava. Ela disse isso no momento em que eu começava a mentalmente catalogar minha geladeira. Eu me sentia mais próximo da Demi agora do que já me senti com Kitty antes, durante ou depois do sexo. Algo sobre ela me fazia sentir faminto, como se quisesse ser tão honesto e calmo sobre tudo em minha vida do mesmo jeito que ela era. Eu queria conhecer Demi e ouvir seus pensamentos sobre tudo. Parei com a cerveja no meio do caminho até minha boca e percebi que pensei nela como
Demi. Senti como se tivesse soltado um longo suspiro. Dem era a irmã de Jensen. Dem era a menina que eu conhecia. Demi era essa mulher engraçada e bem resolvida na minha frente que agora eu tinha certeza de que iria provocar um terremoto em meu mundo.

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