Doze
Eu só deixava de correr se estivesse mortalmente doente ou
se tivesse um avião para pegar logo cedo. Então, na segunda-feira de manhã, eu
me odiei um pouco por desligar o alarme e continuar na cama. Eu simplesmente
não queria encontrar Demi. Mas assim que esse pensamento me veio, tive que
reconsiderar sua validade. Eu não queria encontrar Dem, com seus peitos pulando
e falando pelos cotovelos, como se não tivesse me destruído no sábado com seu
corpo e palavras e necessidades, tudo isso disfarçado de Demi. E eu sabia que
se Dem aparecesse agindo como se nada tivesse acontecido, isso iria me levar
ainda mais para o fundo do poço. Fui criado por mãe solteira, com duas irmãs
mais velhas que não me davam outra escolha a não ser entender as mulheres,
conhecer as mulheres, amar as mulheres. Em um dos meus dois relacionamentos
sérios que já tive, conversei com minha namorada sobre a possibilidade de esse
conforto com as mulheres ter funcionado muito bem para mim quando cheguei à
adolescência e por isso acabei querendo transar com todas as garotas que eu
encontrava. Acho que essa namorada tentou me dizer de um jeito não muito
discreto que eu manipulava as mulheres fingindo que ouvia os problemas delas.
Não pensei muito nisso desde então; nós terminamos o namoro pouco depois. Mas
esse conforto com o sexo oposto parecia que não ajudava muito em relação a Demi.
Ela parecia uma criatura diferente, de uma espécie diferente. Tornava toda a
minha experiência completamente inútil. Por algum motivo, quando voltei a
dormir, comecei a sonhar que estava transando com ela em cima de uma pilha
gigante de material esportivo. Um taco de lacrosse batia em minhas costas, mas
eu não me importava. Apenas fiquei observando ela me cavalgar, com olhos
colados aos meus, as mãos se movendo por todo meu peito. Meu celular tocou ao
meu lado e eu acordei de repente. Olhando para o relógio, percebi que dormi
demais; eram quase oito e meia. Atendi sem olhar, pensando que era Nick
perguntando onde diabos eu estava. – Calma, cara. Vou chegar dentro de uma
hora. – Joe? Merda. – Ah, oi. Meu coração se apertou tanto que eu soltei um
grunhido que precisei abafar com a mão. – Você ainda está dormindo? – Demi
perguntou. Ela parecia sem fôlego. – Eu estava. Ela fez uma pausa, onde pude
até ouvir o vento do outro lado da linha. Ela estava ao ar livre e sem fôlego.
Foi correr sem mim. – Desculpa te acordar. Fechei os olhos e pressionei meu
punho em minha testa. – Esquece. Ela permaneceu quieta por um longo e doloroso
tempo, e nesse intervalo imaginei várias
conversas entre nós. Uma em que ela me dizia que eu era um
idiota. Uma em que ela se desculpava por insinuar que eu fui insensível em
relação à nossa noite juntos. Uma em que ela tagarelava sem nenhum assunto em
particular, bem ao estilo Dem. E uma em que perguntava se podia vir até meu
apartamento. – Acabei de correr um pouco – ela disse. – Achei que você já tinha
começado e então pensei em encontrar você pela trilha. – Você achou que eu
começaria sem você? – eu perguntei, rindo. – Isso seria uma falta de educação.
Ela não respondeu, e então percebi que o que eu fiz – não aparecer e nem avisar
– era tão ruim quanto. – Merda, Dem, desculpa. Ela ofegou de um jeito
exagerado. – Ah, então eu sou a Dem hoje. Interessante. – Pois é – murmurei, e
então odiei a mim mesmo imediatamente. – Não. Merda, não sei quem você é hoje –
e chutei meus lençóis para longe, forçando meu cérebro a acordar de uma vez. –
Minha cabeça fica bagunçada quando chamo você de Demi. Me faz pensar que você é
minha, pensei, sem dizer em voz alta. Rindo alto, ela começou a andar
novamente, fazendo o vento bater ainda mais forte no telefone. – Supere logo
sua ansiedade masculina, Joe. Nós transamos. Você é o cara que sabe melhor do
que ninguém como lidar com nossa situação. Não estou pedindo uma chave do seu
apartamento. Ela fez uma pausa e meu coração quase parou quando percebi como
ela estava avaliando o meu distanciamento. Ela achava que eu estava esfriando
as coisas. Abri minha boca para esclarecer tudo, mas as palavras dela surgiram
antes. – Não estou nem pedindo para repetirmos a dose, seu idiota egocêntrico.
E com isso, ela desligou. —
Pedi para mudarmos nosso almoço de sempre das terças-feiras
para a segunda-feira dizendo que eu tinha perdido minha coragem e minha cabeça,
e ninguém reclamou. Cheguei num nível de coração partido que já não era mais
engraçado para meus amigos. Encontramo-nos no Le Bernardin, pedimos o de
sempre, e a vida parecia prosseguir normalmente. Nick beijava Miley até ela o
afastar. Kevin e Dani fingiam odiar um ao outro por causa da salada que ela
insistia em oferecer a ele, encenando aquela esquisita sessão de preliminares
que eles sempre faziam. A única coisa que parecia diferente era minha bebida
alcoólica, que terminava em menos de cinco minutos, e o garçom me olhava feio
quando eu pedia outra. – Acho que eu sou Kitty – eu disse, assim que o garçom
foi embora. Quando a conversa parou de repente, percebi que meus amigos estavam
conversando alegremente sobre qualquer coisa enquanto meu cérebro lentamente derretia
ao lado. – Com a Demi – esclareci, buscando algum tipo de compreensão em seus
rostos. – Eu sou Kitty. Eu sou a pessoa dizendo que não se importa em apenas
transar sem nada mais sério, só
que na verdade eu me importo sim. Eu sou a pessoa dizendo
que aceita transar só nas terçasfeiras, em dias ímpares, só para ter um tempo
com ela. Ela é a pessoa dizendo que não precisa de um relacionamento sério. De
repente, Dani colocou a palma da mão na frente do meu rosto. – Espera aí, Joseph.
Você está transando com ela? Eu me ajeitei na cadeira, arregalando os olhos num
tom defensivo. – Ela tem vinte e quatro anos, não é mais nenhuma adolescente, Dani.
Qual é o problema? – Eu não me importo que você esteja transando com ela, eu me
preocupo porque vocês transaram e ela não ligou para nós imediatamente. Quando
isso aconteceu? – Calma. Foi no sábado. Dois dias atrás – eu murmurei. Ela se
recostou e sua expressão se acalmou um pouco. Relaxando, estendi o braço para
pegar meu drinque assim que o garçom o colocou na mesa. Mas Nick foi mais
rápido, tirando-o do meu alcance. – Temos uma reunião hoje à tarde com Albert
Samuelson e preciso que você esteja sóbrio. Concordei, esfregando os olhos. –
Eu odeio todos vocês. – Por estarmos certos? – Kevin resumiu corretamente. Eu o
ignorei. – E você afinal terminou com Kitty e Kristy? – Miley perguntou
gentilmente. Merda. De novo isso? Balancei a cabeça. – Por que eu terminaria?
Não existe nada entre Demi e eu. – Não existe nada, exceto os seus sentimentos
por ela – Miley pressionou, juntando as sobrancelhas. Eu odiava sua reprovação.
De todos os meus amigos, Miley só me repreendia quando eu realmente merecia. –
Só acho que é melhor não criar mais drama – eu disse, mesmo sabendo que era uma
desculpa esfarrapada. – A Demi disse mesmo que não quer nada sério com você? – Dani
perguntou. – Isso ficou bem óbvio depois do jeito que ela se comportou no
domingo de manhã. Nick acrescentou: – Odeio dizer o óbvio, meu amigo, mas por
que você não fez aquilo que sempre faz e deixou as coisas claras antes de
transar? Não é isso que você sempre diz sobre seus encontros casuais? Que é
melhor discutir tudo antes para não sofrer depois? – Não fiz isso porque é
fácil ter essa conversa quando você sabe o que quer e o que não quer. – Bom,
então o que você sabe? – Nick perguntou, virando de lado para dar espaço para o
garçom colocar seu pedido na mesa. – Sei que não quero que Demi transe com mais
ninguém – eu disse entredentes. – Bom – Kevin interrompeu –, e se eu disser que
vi Kitty claramente saindo com outro cara? Senti um alívio me atingir. – Você
viu? Ele balançou a cabeça. – Não. Mas a sua reação diz muita coisa. Conserte
as coisas com Demi. Esclareça tudo
com Kitty – e apanhando seu garfo, ele terminou dizendo: – E
agora cale a boca e deixe a gente comer. —
No dia seguinte, eu já estava de pé às cinco e quinze da
manhã na frente do prédio de Demi. Eu sabia que agora que ela tomou gosto pela
corrida, ela não deixaria de sair para correr. Eu tinha que consertar as coisas
com ela… apenas não sabia direito como fazer isso. Ela parou de repente quando
me viu, arregalando os olhos antes de vestir uma expressão calma no rosto. –
Ah. Oi, Joe. – Bom dia. Ela começou a passar por mim, sem tirar os olhos da
calçada. Seu ombro raspou no meu, e eu percebi que não foi de propósito. –
Espera – eu disse. Ela parou, mas não se virou para mim. – Demi. Ela suspirou.
– E hoje sou a Demi de novo. Andei até onde ela parou, fiquei em sua frente e
pousei as mãos em seus ombros. Não deixei de notar a maneira como ela tremeu um
pouco com meu contato. Era raiva ou a mesma excitação que eu sentia? – Você
sempre foi a Demi. Os olhos dela ficaram sombrios. – Mas não ontem. – Ontem eu
estraguei tudo, certo? Quero me desculpar por não ter aparecido para nossa
corrida e por ter feito papel de idiota. Ela ficou me observando, com olhos
desconfiados. – Um idiota épico. – Sei que sou eu quem deveria saber como me
comportar nessa situação, mas eu preciso admitir que o sábado foi uma noite
diferente para mim – ela suavizou o olhar e os ombros relaxaram. Eu continuei,
com a voz num tom mais baixo: – Foi algo intenso, certo? E eu sei que parece
loucura, mas fui pego de surpresa quando você agiu toda casual na manhã
seguinte. Soltei seus ombros e dei um passo para trás. Ela me olhou como se um
chifre tivesse saído da minha cabeça. – E como é que eu deveria agir?
Esquisita? Raivosa? Apaixonada? – e balançando a cabeça, ela disse: – Não sei o
que fiz de errado. Achei que tinha lidado bem demais. Achei que tinha agido
exatamente como você me diria para agir se eu tivesse transado com qualquer
outra pessoa. Seu rosto ficou vermelho, e eu tive que me segurar para não
abraçá-la. Respirei fundo. Este era o momento em que eu poderia dizer: Eu estou
gostando de você de um jeito novo para mim. Estou lutando contra esses
sentimentos desde o primeiro dia que te vi. Não sei o que esses sentimentos
significam, mas quero descobrir. Mas eu não estava pronto para isso. Olhei para
o céu. Eu me sentia perdido, sem saber o que fazer. Até onde eu sabia, talvez isso
tudo viesse apenas do fato de que eu conhecia sua família há séculos: um
sentimento de proteção, um desejo de ser cuidadoso com nossos
sentimentos. Eu precisava de mais tempo para entender tudo
isso. – Conheço sua família há tanto tempo – eu disse, voltando a olhar em seus
olhos. – É diferente de quando eu fico com uma garota qualquer, não importa o
quanto quisermos que tudo seja casual. Você é mais para mim do que uma simples
mulher com quem eu quero transar e… – esfreguei o rosto. – Estou apenas tentando
ser cuidadoso, entende? Eu queria chutar meu próprio traseiro. Eu estava agindo
como um covarde. Tudo que eu disse era verdade, mas era apenas uma
meia-verdade. Não era apenas porque eu a conhecia fazia tanto tempo. Era porque
eu queria continuar a conhecê-la, desse jeito, por muitos anos. Ela fechou os
olhos por um instante e, quando os abriu de novo, estava olhando para o lado,
para um ponto qualquer no horizonte. – Certo – ela murmurou. – Certo?
Finalmente ela olhou para mim e sorriu. – Isso. Demi acenou com a cabeça para
começarmos a andar. Nossos passos logo encontraram o mesmo ritmo, mas eu não
fazia ideia de qual era a conclusão a que chegamos com essa conversa. Pela
primeira vez em meses, o dia estava lindo e, embora ainda estivesse muito frio,
a sensação de primavera já estava no ar. O céu estava limpo, sem nuvens, apenas
luz, sol e ar fresco. Após três quarteirões, comecei a ficar com calor e
diminuí o passo, tirando minha camisa de manga longa e amarrando-a na cintura.
Ouvi o som de um tropeço e, antes de entender o que aconteceu, Demi já estava
estatelada no chão e parecia não conseguir respirar. – Caramba, você está bem?
– perguntei, ajoelhando ao seu lado e ajudando-a a sentar. Levaram vários
segundos desesperadores para ela conseguir respirar direito. Odiei a sensação
mais do que qualquer coisa. Ela tropeçou num grande buraco na calçada e caiu
feio, com os braços pressionados contra as costelas. A calça se rasgou no
joelho e sua mão segurava o tornozelo. Ela começou a gemer sem parar. – Merda –
eu murmurei, passando o braço debaixo dos joelhos e ao redor da cintura para
erguê-la do chão. – Vou levar você para casa e colocar gelo nesse machucado. –
Estou bem – ela conseguiu dizer, tentando impedir que eu a carregasse. – Demi.
Agarrando minha mão, ela implorou: – Não me carregue, Joe, você vai quebrar os
braços. Eu tive que rir. – Duvido. Você não é pesada, e o seu prédio fica logo
ali. Ela cedeu e envolveu os braços ao redor do meu pescoço. – O que aconteceu,
como você caiu? Demi ficou em silêncio, e quando abaixei a cabeça para olhar em
seu rosto, ela riu. – Você tirou a camisa. Confuso, eu murmurei: – Eu estava
usando outra camiseta por baixo, sua boba. – Não, estou falando das tatuagens –
ela deu de ombros. – Fez frio nas últimas semanas. Eu
apenas vi suas tatuagens algumas vezes, mas no sábado pude
olhar bastante e fiquei pensando… e agora fui olhar de novo… – E por isso você
caiu? – eu perguntei, rindo, apesar da situação. Gemendo, ela sussurrou: – Sim.
E cale a boca. – Bom, você pode olhar as tatuagens enquanto eu te carrego – eu
disse. – E sinta-se livre para mordiscar minha orelha enquanto isso – eu
sussurrei, sorrindo. – Você sabe que eu gosto dos seus dentes. Ela riu, mas não
por muito tempo, e assim que eu percebi o que acabei de dizer, a tensão entre
nós se tornou algo pesado. Carreguei Demi pela calçada, e a cada passo, em
silêncio, a tensão monstruosa crescia. Eu tinha citado tão casualmente o fato
de que ela sabia do que eu gostava na cama, e agora nós dois sabíamos
exatamente que estávamos indo até seu apartamento, onde transamos loucamente
apenas três dias atrás. Tentei pensar em alguma coisa para dizer, mas as únicas
palavras que surgiam tinham a ver com nós, e aquela noite, e ela. Eu a coloquei
no chão quando chegamos ao elevador e apertei o botão. As portas se abriram, e
ajudei Demi a mancar para dentro. As portas se fecharam, apertei o botão do
vigésimo terceiro andar e o elevador começou a subir. Demi se encostou no mesmo
canto da última vez em que estivemos nesta mesma situação. – Você está bem? –
eu perguntei num tom de voz baixo. Ela assentiu, e tudo aquilo que dissemos
neste mesmo elevador parecia preencher o silêncio como fumaça subindo do chão.
Quero ver você me chupando. Quero gozar na sua boca. – Você consegue mexer o
tornozelo? – perguntei de repente, sentindo meu peito se apertar de tanto
desejo de agarrá-la. Ela assentiu novamente, com os olhos colados em mim. –
Está doendo, mas acho que está tudo bem. – Mesmo assim – eu sussurrei. – É
melhor colocar gelo. – Certo. As engrenagens do elevador chiavam; algo acima de
nós se encaixou com um grande ruído. Quero que você suba em cima de mim,
masturbando-se, e então quero que goze no meu peito. Lambi os lábios,
finalmente deixando meus olhos se moverem até sua boca, com minha mente
divagando com a lembrança de seus beijos. O eco de suas palavras era tão alto
que parecia que eu as ouvia de verdade: Sexo em todos os lugares do meu corpo.
Quero morder você e sentir o quanto isso é bom. Eu me aproximei, imaginando se
ela se lembrava de dizer: Vamos transar e eu vou fazer tudo que você quiser, e
não quero que seja bom apenas para mim, quero que seja bom para você também. E
se lembrava, fiquei pensando se ela podia ver em meus olhos que foi, sim, bom
demais para mim; e isso me fazia querer ajoelhar na sua frente agora mesmo.
Chegamos ao seu andar e acabei deixando-a mancar sozinha pelo corredor, depois
de muita insistência sua; foi uma maneira de tentar quebrar a tensão entre nós.
Dentro do apartamento, peguei um saco de ervilha congelada e levei até seu
quarto, fazendo-a se sentar no banheiro enquanto eu procurava debaixo da pia
por algum antisséptico. Acabei achando apenas água oxigenada.
Sua calça estava rasgada apenas em um joelho, mas o outro
joelho estava sujo o bastante para eu ter certeza de que os dois estavam
machucados. Subi cada perna da calça, ignorando quando ela deu tapas na minha
mão porque ainda não tinha se depilado. – Eu não sabia que você iria tocar
minhas pernas hoje – ela disse, rindo um pouco. – Ah, para com isso. Cuidando
dos machucados com algodão, fiquei aliviado ao ver que não era tão grave.
Estava sangrando, mas nada que não cicatrizasse em alguns dias sem deixar
marcas. Finalmente, ela olhou para baixo, esticando uma perna enquanto eu
cuidava da outra. – Parece que eu estava andando por aí de joelhos. Que
desastre. Peguei mais algumas bolas de algodão e passei a água oxigenada,
tentando – mas falhando – esconder um sorriso. Ela se abaixou um pouco para ter
uma vista melhor do meu rosto. – Você é tão pervertido, sorrindo para os meus
joelhos machucados. – Você que é pervertida, pensando por que estou sorrindo. –
Você gosta da ideia de deixar meus joelhos machucados? – ela perguntou,
aumentando seu próprio sorriso safado. – Desculpa – eu disse, balançando a cabeça
com absoluta insinceridade. – Mas eu gosto, sim. Seu sorriso se dissolveu
lentamente, e ela correu um dedo em meu queixo, estudando a pequena cicatriz
que eu tenho. – O que aconteceu aqui? – Foi na faculdade. Uma garota estava me
chupando e de repente ela ficou maluca e mordeu meu pau. Daí eu bati a cabeça
na cabeceira da cama. Os olhos dela se arregalaram, horrorizados: era seu pior
pesadelo sexual. – Sério? Comecei a rir, sem conseguir levar a história mais
longe. – Não, sua boba. Um cara me acertou com um taco de lacrosse no colegial.
Ela fechou os olhos, fingindo que não tinha achado graça, mas eu podia perceber
que ela estava segurando uma risada. Então, ela olhou para mim. – Joe? – Sim?
Joguei o último algodão fora e fechei o frasco de água oxigenada antes de
soprar gentilmente seus joelhos. Depois da minha limpeza, achei que nem iria
precisar de Band-Aid. – Entendo o que você quis dizer sobre ser cuidadoso por
causa da nossa história. E peço desculpas por ter agido de um jeito casual
demais. Eu sorri para ela, acariciando sua perna distraidamente, antes de
perceber o quanto isso parecia familiar. Ela mordeu o lábio inferior por um
momento antes de sussurrar: – Não consigo parar de pensar sobre sábado desde
então. Na rua, alguém buzinou, os carros andavam com pressa e as pessoas
corriam para o trabalho. Mas no apartamento de Demi, o mundo parecia feito
apenas de silêncio. Nós dois apenas encarávamos um ao outro. Seus olhos
pareciam cada vez mais ansiosos, e percebi que ela estava constrangida por eu
demorar tanto para responder. Eu não conseguia passar nenhum ar por minha
garganta. Só depois de muito tentar, consegui
apenas dizer: – Eu também. – Nunca pensei que poderia ser
daquele jeito. Eu hesitei, preocupado que ela não fosse acreditar quando repeti:
– Eu também. Demi ergueu a mão, fez uma pausa no ar e então estendeu o braço.
Deslizando os dedos em meus cabelos, ela se aproximou e, com olhos abertos,
pressionou a boca sobre a minha. Meu coração batia com toda a força, minha pele
esquentava e meu pau endurecia; meu corpo inteiro ficou tenso instantaneamente.
– Tudo bem? – ela perguntou, afastando-se com um olhar ansioso. Eu a desejava
com tanta força que até fiquei com medo de não conseguir ser gentil com ela. –
Merda, sim, está tudo bem. Eu estava preocupado que nunca mais teria você para
mim. Ela se levantou com as pernas trêmulas e tirou a camiseta. Sua pele
brilhava com uma fina camada de suor, seus cabelos estavam desarrumados, mas eu
não queria mais nada neste mundo além de me enterrar nela e senti-la se
entregando para mim por horas. – Você vai se atrasar para o trabalho – eu
sussurrei, olhando vidrado enquanto ela tirava o sutiã. – Você também. –
Dane-se. Em seguida, ela tirou a calça. Rebolando para mim, ela se virou e
mancou até o quarto. Eu tirei minhas roupas enquanto andava atrás dela,
chutando a calça para o lado e deixando tudo em pilhas pelo corredor. Demi
deitou na cama por cima das cobertas. – Você precisa de mais primeiros
socorros? – perguntei, sorrindo enquanto subia por cima dela, beijando o
caminho entre a barriga e os seios. – Sente dor em mais algum lugar? – Sim. E
dou uma chance para você adivinhar onde. Sem precisar pedir, estiquei o braço
até o criado-mudo onde ficavam as camisinhas. Em silêncio, abri uma embalagem e
entreguei a ela. Sua mão já estava aberta esperando. – A gente devia fazer umas
preliminares antes – eu disse em seu pescoço, mesmo sentindo ela começar a
desenrolar a camisinha em mim. – Na minha mente, estamos nas preliminares desde
o domingo de manhã – ela sussurrou. – Acho que não preciso criar mais nenhuma
expectativa. Ela estava certa. Depois de me posicionar, Demi voltou a me beijar
e me puxou para dentro num único e demorado movimento dos quadris, agarrando
minha bunda e me conduzindo cada vez mais rápido e forte. – Gosto quando você
está faminta assim – murmurei em sua pele. – Sinto que minha dose de você nunca
é suficiente. Quero você sempre assim, por baixo, por cima, de todo jeito. – Joe…
Ela continuou me conduzindo, agora com as mãos em meus ombros. Eu ouvia o
farfalhar dos lençóis e os sons dos nossos corpos. Nada mais. O resto do mundo
parecia não existir. Demi também estava quieta, olhando fascinada para onde eu
entrava e saía dentro dela. Deslizei a mão entre nós e acariciei onde ela era
mais sensível, amando a maneira como arqueou as costas para fora da cama e
agarrou a cabeceira procurando por algum apoio. Com minha mão livre, agarrei
seus pulsos e senti meu corpo se dissolver dentro dela, nós
dois trabalhando no mesmo ritmo, totalmente molhados de
suor. Chupei e mordi um seio, apertando seus pulsos e sentindo a familiar
pressão do meu orgasmo surgindo de um jeito incontrolável. Comecei a estocar
ainda mais forte e mais rápido, adorando o som dos meus quadris batendo contra
suas coxas. – Ah, minha Ameixa. Seus olhos se abriram, cheios de excitação ao
saber que meu orgasmo estava próximo. – Quase – ela sussurrou. – Estou quase
lá. Massageei seu clitóris mais rápido, esfregando com três dedos, ouvindo seus
pequenos gritos roucos cada vez mais altos e presos, o pescoço cada vez mais
vermelho. Demi livrou os pulsos para então gozar com um grito agudo, movendo os
quadris loucamente junto comigo. Eu me segurei por um fio, entrando fundo e
forte até ela amolecer e relaxar, e só então eu me soltei, pronto para gozar.
Saí de dentro dela, tirei rapidamente a camisinha e a joguei para o lado antes
de agarrar meu pau e começar a me masturbar. Os olhos de Demi ardiam com
antecipação; ela se apoiou nos cotovelos, olhando diretamente para onde minhas
mãos trabalhavam. Sua atenção e o óbvio prazer que sentia ao me observar… tudo
isso foi demais para mim. Um calor queimou subindo por minhas pernas, e eu
dobrei minhas costas num movimento repentino. Meu orgasmo pulsou através de mim
com uma força incrível, causando um grunhido em minha garganta enquanto eu
gozava. Em minha mente, eu enxergava imagens de Demi, com as coxas separadas
debaixo de mim, a pele molhada, os olhos abertos dizendo sem palavras o quanto
isso era bom. O quanto ela me queria. Pulsando sem parar… até meu corpo não ter
mais nada a oferecer. Minhas mãos pararam e abri os olhos, sentindo tontura e
perdendo o fôlego. Seus olhos pareciam perdidos, cinzentos e sombrios. Demi
estava fascinada enquanto passava os dedos pela barriga e estudava meu orgasmo
em sua pele. – Joe. Meu nome surgiu em sua boca como uma súplica. Com certeza
não iríamos parar agora de jeito nenhum. Apoiei a mão no travesseiro ao lado de
sua cabeça e a olhei de cima. – Você gostou? Ela assentiu, com o lábio inferior
preso maliciosamente entre os dentes. – Mostre. Toque a si mesma para mim. Ela
hesitou inicialmente, mas então sua incerteza se transformou em determinação.
Fiquei olhando sua mão descer por seu corpo, encostando brevemente em meu pau
ainda duro antes de deslizar dois dedos em seu clitóris, gemendo com o contato.
Passei minha mão lentamente pela lateral de seu corpo até chegar aos seios,
onde chupei com vontade antes de dizer em seu ouvido para gozar para mim. – Me
ajuda – ela disse, com o olhar pesado. – Eu não ajudo quando você está sozinha.
Quero ver como você faz. Acontece que eu também gosto de observar. – Quero que
você observe enquanto ajuda. Ela ainda estava tão quente por causa da fricção
de nosso sexo; a pele macia e tão molhada. Com meus dedos dentro e os dela
fora, nós encontramos um ritmo – ela esfregava enquanto eu
entrava –, e aquilo foi a coisa mais incrível que já vi. Demi
se liberou intensamente, alternando seu olhar entre meu orgasmo em seu corpo e
meu pau crescendo novamente. Não demorou muito para ela chegar lá; logo estava
pressionando contra minha mão, as pernas apertadas ao lado e lábios separados,
quando explodiu num grito. Ela ficava linda quando gozava, com a pele brilhando
e os mamilos duros. Eu não resistia a tudo isso e precisava sentir o sabor de
sua pele, mordiscando a parte de baixo dos seios e diminuindo a velocidade da
minha mão enquanto ela relaxava. Depois de tudo isso, ela tomou consciência de
nossa aparência: cobertos de suor e meu orgasmo todo em cima dela. – Acho que
precisamos de um banho. Eu ri. – Acho que você está certa. —
Mas não chegamos nem perto disso. Começamos a levantar, mas
então eu beijei seu ombro, ela mordeu meu pescoço, e cada vez que tentávamos
sair da cama, nós voltávamos imediatamente. E nessa brincadeira, a manhã se foi
e o relógio já marcava onze horas. A essa altura, nós dois já tínhamos
desistido de ir trabalhar. Depois dos beijos pegarem fogo novamente, e depois
de gozarmos juntos de novo, eu desabei ao seu lado, e ela ficou olhando para
mim enquanto brincava com meu cabelo molhado. – Você está com fome? – Um pouco.
Ela começou a se levantar, mas eu a puxei de volta, beijando sua barriga. – Mas
não o suficiente para deixar você sair daqui. Quando vi uma caneta no
criado-mudo, não pensei duas vezes e a peguei, murmurando para ela não se mexer
enquanto eu tirava a tampa com a boca e pressionava a ponta em sua pele. Ela
havia deixado uma fresta da janela aberta, e ficamos ouvindo os sons da rua
enquanto eu desenhava em sua pele macia abaixo dos quadris. Ela não perguntou o
que eu estava fazendo e nem parecia se importar. Suas mãos ainda acariciavam
meus cabelos, depois desceram pelos ombros e percorreram meu queixo. Ela
cuidadosamente tracejou meus lábios, minhas sobrancelhas, meu nariz. Seria
assim que ela me tocaria se fosse cega, explorando minhas feições para entender
como tudo se encaixava. Quando terminei, eu me afastei para admirar meu
trabalho. Escrevi um fragmento da minha frase preferida, descendo pela cintura
até quase as coxas. Raridades para os raros. Adorei a tinta negra em sua pele
branca. Adorei ver minha caligrafia em seu corpo. – Quero tatuar isto na sua
pele. – Nietzsche – ela sussurrou. – É uma boa citação, até. – Até? – eu
repeti, acariciando a pele abaixo, considerando tudo que eu podia fazer ali. –
Ele era um pouco misógino, mas até que escreveu alguns bons aforismos. Caramba,
o cérebro dessa mulher era demais. – Por exemplo? – perguntei, soprando a tinta
ainda molhada.
– A sensualidade ultrapassa muitas vezes o crescimento do
amor, de forma que a raiz permanece fraca e arranca-se facilmente. Uau. Olhei a
tempo de ver seus dentes soltando o lábio e os olhos brilhando com satisfação.
Isso foi interessante. – Cite outra. Ela correu a ponta do dedo na cicatriz em
meu queixo e estudou meu rosto cuidadosamente. – Nem tudo que brilha é ouro. Um
brilho suave caracteriza o metal mais precioso. Senti meu sorriso diminuir um
pouco. – No fim, você ama o desejo, não o desejado – ela inclinou a cabeça
enquanto continuava a acariciar meus cabelos. – Você acha que isso é verdade?
Engoli em seco, sentindo-me encurralado. Eu estava perdido demais em meus
próprios pensamentos para descobrir se ela estava selecionando frases que
descreviam meu passado ou se estava apenas citando um pouco de filosofia
clássica. – Acho que às vezes é verdade. – Mas “raridades para os raros”… – ela
disse quase sussurrando, olhando para a própria cintura. – Gostei. – Ainda bem.
Eu me debrucei sobre ela novamente para reforçar uma ou outra letra,
cantarolando baixinho. – Você ficou cantando essa música enquanto escrevia em
mim – ela sussurrou. – Fiquei? Eu nem percebi o que estava fazendo. Depois de
pensar um pouco, lembrei que a música se chamava “She talks to angels”. – Humm,
é velha, mas é legal – eu disse, soprando sua barriga para secar a tinta. – Eu
me lembro da sua banda tocando essa mesma música. Olhei para ela, tentando
entender como isso podia ser possível. – Uma gravação? Acho que nem eu tenho
isso. – Não – ela continuou sussurrando. – Ao vivo. Eu estava visitando o
Jensen em Baltimore no fim de semana em que sua banda tocou. Ele disse que
vocês sempre faziam cover de uma música diferente em cada show, daí nunca mais
tocavam ela de novo. Fui lá só para ouvir essa música. Havia uma hesitação em
seus olhos quando ela disse isso. – Eu nem sabia que você estava lá. – Você me
cumprimentou antes do show. Você já estava no palco, ajustando os instrumentos
– ela sorriu, lambendo os lábios. – Eu tinha dezessete anos, e isso foi logo
depois de você trabalhar com meu pai, durante o feriado de outono. – Ah. Fiquei
imaginando o que a Demi de dezessete anos pensou sobre aquele show. Até hoje eu
me lembro desse dia. Nós tocamos muito bem, e a plateia foi incrível.
Provavelmente foi um dos melhores shows que fizemos. – Você estava tocando
baixo – ela disse, traçando pequenos círculos em meu ombro. – Mas foi você quem
cantou essa música. Jensen disse que raramente você cantava. – É verdade. Nunca
fui um bom cantor, mas com essa música eu não me importava. A emoção era tudo.
– Vi você paquerando uma menina gótica na frente do palco.
Foi engraçado. Nunca fiquei com tanto ciúme antes na vida. Acho que era porque
você morou na nossa casa, e eu sentia que você era só nosso, ou algo assim –
ela sorriu. – Deus, naquele dia, eu quis tanto ser aquela garota. Observei seu
rosto enquanto ela revivia aquela memória, esperando ouvir como a noite
terminou para ela. E para mim. Não me lembro de encontrar Demi em Baltimore.
Passei milhares de noites como aquela, em algum bar com a banda, com alguma
garota gótica, ou uma universitária, ou uma hippie, em baixo ou em cima de mim.
Demi lambeu os lábios novamente. – Perguntei se iríamos encontrar você mais
tarde, e o Jensen apenas riu. Balancei a cabeça e subi minha mão por sua coxa.
– Não me lembro do que aconteceu depois daquele show. Percebi tarde demais o
quanto isso soou idiota, mas a verdade era que Demi iria eventualmente
descobrir todo o meu passado selvagem se fôssemos mesmo ficar juntos. – Aquele
era mesmo o tipo de garota de que você gosta? Que pinta os olhos tão pretos
como a noite? Suspirei, subindo em seu corpo para ficarmos cara a cara. – Eu
gostava de todos os tipos de garota. Acho que você sabe disso. Tentei enfatizar
o verbo no passado, mas percebi que falhei quando ela sussurrou: – Você é um
jogador e tanto. Demi disse isso com um sorriso, mas eu odiei ouvir. Odiei o
tom cínico em sua voz, pois sabia que era assim mesmo que ela me enxergava: um
cara que transa com quem aparecer pela frente, e que agora estava transando com
ela. No fim, você ama o desejo, não o desejado. E eu não tinha como me
defender. Isso foi verdade durante muito tempo. Ela esticou o braço e agarrou
meu pau semiereto, mexendo e apertando. – E qual é o seu tipo hoje? Ela estava
me dando uma saída. Demi também não queria que essa verdade continuasse. Beijei
seu rosto e seu queixo. – Meu tipo hoje tem mais a ver com loiras gostosas que
gostam de batida de ameixa. – Por que você ficou incomodado quando eu te chamei
de jogador? Soltei um gemido, rolando para longe de seu toque. – Estou falando
sério. Cobri meus olhos com o braço, tentando organizar meus pensamentos.
Finalmente, eu disse: – E se eu não for mais esse cara? Faz mais de doze anos
que não sou assim. Eu deixo claro para as minhas amantes o que eu quero. Eu não
jogo com ninguém. Ela se afastou um pouco e olhou para mim, com um sorriso
divertido no rosto. – Isso não faz você parecer receptivo e profundo, Joe.
Ninguém disse que um jogador é necessariamente um idiota. Esfreguei meu rosto.
– Acontece que eu acho que a palavra “jogador” não se encaixa em mim. Eu sempre
tento ser bom com as mulheres e sempre converso sobre nosso relacionamento. –
Bom – ela disse. – Você ainda não conversou comigo sobre o que você quer.
Hesitei por um momento, sentindo meu coração bater como louco. Eu ainda não
tinha
conversado com ela porque tudo parecia tão diferente entre
nós. Ficar com Demi não tinha a ver apenas com um intenso prazer físico; também
me deixava mais calmo, animado, e como se alguém me entendesse de verdade. Eu
não queria conversar com ela porque não queria que nenhum de nós tivesse a
chance de limitar isso. Respirando fundo, eu murmurei: – Não conversei porque,
com você, não sei se o que eu quero é sexo. Ela se afastou e sentou-se
lentamente. O lençol descobriu seu corpo, e ela pegou uma camiseta na beira da
cama. – Certo. Isso é… embaraçoso. Ah, merda. O que eu disse não soou correto.
– Não, não – eu disse, sentando atrás dela e beijando seu ombro. Tirei a
camiseta de suas mãos e a joguei no chão. Lambi suas costas, envolvendo sua
cintura com meu braço e pousando minha mão em seu coração. – Estou tentando
encontrar um jeito de dizer que quero mais do que sexo. Tenho sentimentos por
você que vão muito além de sexo. Ela ficou completamente congelada. – Não, isso
não é verdade. – Não é verdade? – perguntei. Fiquei olhando para suas costas
rígidas, sentindo meu coração acelerar de raiva em vez de ansiedade. – O que
você quer dizer com isso? Demi se levantou, enrolando o corpo com o lençol.
Gelo preencheu minhas veias, esfriando meu corpo inteiro. Eu me endireitei,
olhando fixamente para ela. – Você… o que você está fazendo? – Desculpe. Eu
tenho… tenho umas coisas para fazer – ela foi até o armário e começou a tirar
roupas de uma gaveta. – Preciso ir trabalhar. – Agora? – Sim – ela disse. – Então
eu abro meu coração para você, e você me chuta para fora? Ela girou para olhar
em meu rosto. – Preciso ir agora mesmo, certo? – Estou vendo – eu disse, e ela
mancou até o banheiro. Eu me senti humilhado e furioso. E morrendo de medo que
terminasse aqui. Quem diria que eu estragaria tudo com uma garota me
apaixonando por ela? Eu queria sumir logo, queria pular da cama, queria tirá-la
do banheiro. Talvez precisássemos mesmo de um tempo para pensar.
Posta mais hj pf, coitado do joe
ResponderExcluirAmando essa história!!! Não é possível que a Demi vai fugir dele... tadinhoo.... continua logoo por favor!!!
ResponderExcluirPosta logo por favor! Não desista Joe!
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