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Playboy Irresistivel - Capitulo 7 (4.5)

Sete
Bem debaixo da minha janela, havia um maldito gato no cio. Os sons – os miados, a choradeira, os gemidos – começaram há uma hora e apenas pioraram desde então, até que o gato sexualmente frustrado chegasse a praticamente arranhar a janela do meu quarto. E eu sabia exatamente como ele se sentia. Com um lamento, eu me revirei na cama, procurando um travesseiro para abafar o som. Ou usar para me sufocar e acabar com essa miséria. Já fazia três horas que tinha voltado do meu encontro com Dylan, e não consegui dormir nem um minuto. Eu estava acabada, revirando na cama desde que cheguei, encarando o teto como se o segredo para todos os meus problemas estivesse escondido em algum lugar no meio do reboco. Por que tudo tinha que ser tão complicado? Não era isso que eu queria? Encontros? Uma vida social? Ter orgasmos na companhia de outra pessoa? Então, qual era o problema? A maneira como Dylan acionava a vibração apenas-amigos era o problema. O fato de que fomos a um dos meus restaurantes favoritos e eu fiquei com a cabeça completamente em outro lugar, pensando sobre Joe quando deveria estar suspirando por Dylan, era outro grande problema. Eu não estava pensando no sorriso de Dylan quando ele foi me buscar, ou na maneira como ele abriu a porta para mim ou em seu adorável olhar durante todo o jantar. Em vez disso, eu estava obcecada com o sorriso provocador de Joe, a expressão em seu rosto quando ele me viu tocar seu pau, os sons que fez quando gozou, e como eu fiquei toda coberta depois. Irritada, deitei de costas e chutei o cobertor. Estávamos em março, choveu o dia todo e eu estava suando. Eram duas horas da madrugada, e eu estava completamente acordada e frustrada. Realmente frustrada. A parte mais difícil de digerir era o jeito como Joe foi doce comigo na festa, o quanto foi gentil e carinhoso, e como eu tinha certeza de que aquilo tudo acabaria facilmente em sexo. Ele era encorajador, dizendo tudo que eu precisava ouvir, mas nunca pressionando, nunca pedindo mais do que eu estava disposta a dar. E, nossa, ele era gostoso… aquelas mãos. Aquela boca. A maneira como chupava minha pele, beijando como se estivesse há muito tempo sem transar. Eu queria que ele me comesse, provavelmente mais do que qualquer coisa que já desejei, e era o mais lógico próximo passo do mundo: estávamos os dois juntos, estava escuro, ele estava excitado e Deus sabe que eu estava prestes a explodir, havia uma cama… mas não parecia correto. Eu não me sentia pronta. E ele não fez pressão. Na verdade, quando eu esperava que fosse ficar estranho, não ficou. Ele era a única pessoa com quem eu queria falar sobre Dylan: e ele me encorajou. Dentro do táxi, na viagem de volta para casa, ele me disse que eu precisava sair e me divertir. Disse que não iria a lugar algum, e o que fizemos foi perfeito. Disse para eu explorar e ser feliz. Deus, isso me fez gostar ainda mais dele. Admitindo que meu sono era uma batalha perdida, eu me levantei e fui até a cozinha. Olhei dentro da geladeira, fechando os olhos quando o ar frio atingiu minha pele aquecida. Eu estava
molhada entre as pernas, e apesar de terem se passado seis dias desde que Joe me tocou, eu ainda sentia o desejo. Ainda podia sentir o eco de cada movimento de seus dedos. Andei até a sala de estar e olhei pela janela. O céu estava escuro, mas com um tom acinzentado, e os telhados cintilavam com a geada que caía. Contei as luzes dos postes da rua e calculei quantos havia entre a minha casa e a dele. Fiquei imaginando se havia alguma chance de ele também estar acordado, sentindo ao menos uma fração daquilo que eu sentia agora. Meus dedos encontraram a pulsação em meu pescoço, e eu fechei os olhos, sentindo a batida constante debaixo da minha pele. Eu disse a mim mesma que deveria voltar para a cama. Talvez agora fosse uma boa oportunidade para experimentar o conhaque que o meu pai sempre guardava na sala. Eu disse a mim mesma que ligar para Joe era uma péssima ideia e que nada de bom poderia sair disso. Sempre fui uma pessoa racional e lógica que nunca agia por impulso. Eu estava tão cansada de pensar. Ignorando os alarmes em minha mente, peguei minhas coisas, saí lá fora e comecei a andar. A neve que caiu durante o dia formava uma grossa camada por cima da calçada. Minhas botas faziam barulho a cada passo, misturando-se com a bagunça que povoava minha cabeça. Quando percebi, eu já estava em frente ao prédio de Joe. Nem me lembro de andar tanto. Minhas mãos tremiam quando peguei meu celular e digitei a única coisa que consegui pensar: Você está acordado? Quase deixei o celular cair quando uma resposta apareceu apenas alguns segundos depois: Infelizmente. Me deixa entrar? Honestamente, será que eu queria que ele dissesse sim? Ou será que era melhor ele me mandar de volta para casa? A essa altura, eu nem sabia direito. Onde você está? Eu hesitei. Em frente ao seu prédio. O QUÊ? Estou descendo. Mal tive tempo de considerar o que estava fazendo – olhei para o caminho que eu havia percorrido até aqui e fiquei sem saber o que pensar. De repente, a porta se abriu e Joe apareceu. – Caramba, está muito frio! – ele gritou, e então olhou para a calçada vazia atrás de mim. – Meu Deus, Demi, pelo menos você veio de táxi? Tremendo, eu admiti. – Vim andando. – Às três da manhã? Você está maluca? – Eu sei, eu sei. É que… Ele balançou a cabeça e me puxou para dentro. – Entre aqui. Você é maluca, sabia? Quero estrangular você agora. Você não pode andar
por essa parte de Manhattan sozinha às três da manhã, Demi. Meu estômago se aqueceu quando o ouvi dizer meu nome, e fiquei pensando em maneiras de fazê-lo dizer novamente, talvez de um jeito mais desesperado. Mas Joe me lançou um olhar de aviso, e eu assenti enquanto ele me guiava até o elevador. As portas se fecharam, e ele ficou me encarando na parede oposta. – Então, você chegou agora do seu encontro? – ele perguntou, com um visual todo sonolento e sexy que era demais para meu estado de espírito. – Na sua última mensagem, você estava entrando no táxi para ir encontrá-lo no restaurante. Balancei minha cabeça e pisquei olhando para o tapete, tentando entender o que exatamente eu estava pensando quando decidi vir até aqui. Acontece que eu não estava pensando, esse era o problema. – Cheguei lá pelas nove horas. – Nove? – ele perguntou, parecendo não estar nem um pouco impressionado. – Pois é. – E? Seu tom de voz era neutro, seu rosto estava impassível, mas a velocidade de suas perguntas me disse que ele estava irritado com alguma coisa. Passei o peso do meu corpo de pé em pé, sem saber exatamente o que dizer. O encontro não foi um completo desastre – longe disso, na verdade. Dylan foi amável e interessante, mas eu estava totalmente com a cabeça na lua. Fui salva de precisar responder quando o elevador chegou ao seu andar. Eu o segui pelo corredor, observando suas costas e ombros se flexionarem a cada passo. Ele vestia uma calça de pijama azul, e era possível ver o desenho de algumas de suas tatuagens debaixo do tecido fino de sua camiseta branca. Tive que me controlar para não tracejar aquelas linhas com meu dedo e arrancar sua camiseta para vê-las por inteiro. Obviamente havia mais tatuagens do que naqueles anos atrás, mas o que significavam? Que histórias se escondiam debaixo da tinta em sua pele? – Então, você vai me contar? – ele perguntou. Paramos em frente à sua porta, e meus olhos encontraram os dele. – Contar o quê? – eu perguntei, confusa. – Sobre o encontro, Demi. – Ah – desviei os olhos tentando organizar o caos em minha mente. – Saímos para jantar e bla, bla, bla, peguei um táxi e voltei para casa. Você tem certeza de que eu não te acordei? Ele soltou um longo e profundo suspiro, gesticulando para eu entrar. – Infelizmente, não – depois de me seguir para dentro, ele me jogou um cobertor que estava no sofá. – Ainda não consegui dormir. Eu queria prestar atenção, mas de repente me vi cercada por várias peças da vida de Joe. Seu apartamento ficava num dos prédios mais recentes da vizinhança – era moderno, mas modesto. Ele apertou um interruptor e uma pequena lareira se acendeu, jogando uma iluminação alaranjada pelas paredes da sala. – Se esquente um pouco enquanto eu preparo algo para você beber – ele disse, mostrando o tapete em frente à lareira. – E conte mais sobre esse encontro que terminou às nove horas. Era possível ver a cozinha da sala de estar, e fiquei observando-o abrir e fechar armários, encher uma chaleira antiga e acender o fogo. Seu apartamento era menor do que eu imaginava,
com chão de madeira e estantes lotadas de livros. Dois sofás de couro dominavam a sala de estar e quadros de molduras simples preenchiam as paredes. Havia revistas numa cesta no chão, uma pilha de correspondências em cima da lareira e um jarro de vidro cheio de tampinhas de garrafa sobre uma prateleira. Tentei me concentrar apenas em uma coisa, mas tudo parecia tão interessante, como se fossem pequenas peças do quebra-cabeça de seu passado. – Não tenho muito para contar – eu disse, distraída. – Demi. Soltei um gemido, tirei meu casaco e o dobrei em cima do encosto de uma cadeira. – Minha cabeça estava fora do ar, sabe? – eu disse, parando ao ver a expressão em seu rosto. Seus olhos estavam arregalados, a boca aberta e seu olhar se movia lentamente sobre meu corpo. – O que foi? – O que você está ves… – Joe limpou a garganta. – Você andou até aqui vestindo isso? Olhei para mim mesma e, se é que isso era possível, fiquei ainda mais horrorizada do que já estava. Antes de ir para a cama eu usava apenas shorts e camiseta regata e, quando saí, só coloquei uma calça de pijama, minhas botas peludas e o casaco gigante de Jensen. Minha camiseta não deixava nada para a imaginação e meus mamilos estavam eretos, completamente visíveis debaixo do tecido fino. – Ah. Ops – e cruzei os braços sobre meu peito, tentando esconder o fato de que estava muito, muito frio lá fora. – Eu provavelmente deveria ter prestado mais atenção, mas acontece que… eu só queria ver você. Isso é estranho? É estranho, não é? Provavelmente estou quebrando umas doze regras agora. Ele piscou. – Eu… humm… acho que temos uma cláusula em algum lugar que aceita uma roupa dessas como justificativa para qualquer coisa – ele disse, conseguindo tirar os olhos dos meus seios tempo suficiente para terminar o que estava fazendo na cozinha. Senti uma estranha sensação de poder quando percebi o quanto ele ficou desconcertado, e tentei não parecer muito convencida quando ele voltou para a sala carregando duas canecas fumegantes. – Quer conversar sobre isso? Sentei no chão em frente à lareira, com as pernas esticadas à minha frente. – Eu tinha outras coisas em mente. – Tipo? – Tiiiiiipo… – eu disse, arrastando a palavra tempo suficiente para decidir se realmente queria entrar no assunto. – Decidi que sim. Tipo a festa. Um momento de longo e pesado silêncio se estendeu entre nós. – Sei. – Pois é. – Bom, caso você não tenha notado – ele disse, olhando para mim –, eu não estava exatamente dormindo aqui. Assenti e me virei para o fogo, sem saber como proceder. – Sempre fui capaz de controlar meus pensamentos, sabe? Se é hora de estudar, então eu estudo. Se é hora de trabalhar, então me concentro no trabalho. Mas, ultimamente – eu disse, balançando a cabeça –, minha concentração está uma porcaria. Ele riu baixinho ao meu lado.
– Sei exatamente como você se sente. – Não consigo me concentrar. – U-humm. Ele coçou a nuca, olhando para mim por trás daqueles grossos cílios negros. – Não estou dormindo bem. – Idem. – Estou tão ansiosa que não consigo parar quieta – admiti. Ouvi o som de seu longo e comedido suspiro, e apenas então percebi o quanto tínhamos nos tornado próximos. Levantei o rosto e o flagrei olhando para mim. Seus olhos percorriam cada centímetro do meu rosto, e fiquei imaginando o que ele enxergava, o que se passava em sua mente. – Não sei… se já fiquei tão distraído assim por causa de uma mulher – ele disse. Eu estava tão perto, perto o bastante para enxergar cada um de seus cílios debaixo da luz da lareira, perto o bastante para enxergar as pintinhas espalhadas acima do seu nariz. Sem pensar, eu me inclinei, raspando meus lábios nos dele. Seus olhos se arregalaram, e ele ficou tenso, congelado por um instante antes de relaxar os ombros. – Eu não deveria querer isso – ele disse. – Não tenho ideia do que estamos fazendo. Não estávamos nos beijando, não de verdade, estávamos apenas provocando e respirando o mesmo ar. Eu podia sentir o cheiro de seu sabonete e o aroma da pasta de dente. Podia ver meu próprio reflexo em sua pupila. E então, ele intensificou as carícias, mais forte, mais longo, e eu tive que agarrar sua camiseta para não perder o equilíbrio. Ele inclinou a cabeça e fechou os olhos, aproximando-se o suficiente para me beijar uma vez, com os lábios separados. – Diga para eu parar, Demi. Eu não podia. Em vez disso, envolvi seu pescoço com meus braços e o trouxe para mais perto. Ele abriu a boca, chupando meu lábio inferior, minha língua. Um calor surgiu em minha barriga e senti como se fosse dissolver, derreter, até eu não ser mais nada além de um coração acelerado e membros que se retorciam junto aos membros dele, puxando nós dois para o lado até cairmos de vez no chão. Senti o formato de sua ereção raspar contra minha cintura e imaginei por quanto tempo ele estava assim, se estava pensando nisso tanto quanto eu. Eu queria tocá-lo e observá-lo gozar como na festa, como ele fazia em minhas fantasias sempre que eu fechava os olhos. Passei minha mão debaixo de sua camiseta e senti os músculos fortes de suas costas e de seus braços enquanto ele nos virava e ficava por cima de mim. Eu disse seu nome, odiando a maneira como minha voz parecia fraca e diferente, mas havia algo diferente agora, algo selvagem e desesperado, e eu queria mais. – Eu sempre ficava imaginando isto – admiti, sem saber de onde vinham as palavras. Ele deitou seu corpo sobre mim, acomodando os quadris entre minhas pernas abertas. – Quando você ficava conversando com meu irmão na sala de estar. Quando tirava a camiseta lá fora para lavar o carro. Ele gemeu, passando a mão em meus cabelos, usando o polegar para acariciar meu rosto. – Não me fale essas coisas. Mas era só isso que eu conseguia pensar no momento: as lembranças que eu tinha dele naquela época, comparadas com a realidade dele agora. Perdi a conta do número de vezes
que imaginei como ele seria sem roupa, os sons que faria quando estivesse dentro de mim. E aqui estava ele, pesado sobre mim, ereto entre minhas pernas. Eu queria catalogar cada tatuagem, cada linha de seus músculos, cada centímetro de seu queixo quadrado. – Eu costumava ficar observando você da janela do meu quarto – eu disse, ofegando quando ele se ajeitou e sua ereção pressionou exatamente contra meu clitóris. – Deus, quando eu tinha dezesseis anos, você era a estrela de todos os meus sonhos eróticos. Ele se afastou apenas o suficiente para me olhar nos olhos, claramente surpreso. Engoli em seco. – Eu não deveria ter contado isso? – Eu… – ele começou a falar e lambeu os lábios. – Não sei – Joe parecia confuso e atordoado. Eu não conseguia tirar os olhos de seus lábios. – Sei que não deveria achar isso sexy, mas, caramba, Demi. Se eu gozar na minha calça você será a única culpada. Eu conseguia fazer isso? Suas palavras agiram como uma centelha em meu peito, e eu quis contar tudo a ele. – Eu me tocava debaixo do cobertor – admiti num sussurro. – Às vezes eu podia ouvir você conversando… e então eu ficava fantasiando… e imaginando como seria se você estivesse comigo. Eu gozava e fingia que era você. Ele praguejou, abaixando-se novamente para me beijar, mais forte e mais intenso, arrastando os dentes em meu lábio inferior. – O que eu dizia? – Como eu era gostosa e o quanto você me queria – murmurei. – Eu não era muito criativa na época, e tenho quase certeza de que você tem uma boca bem mais suja do que aquilo. Ele riu, o som saindo tão grave e repentino que era como uma pressão física sobre meu pescoço onde ele respirava. – Então, vamos fingir que você tem dezesseis anos – ele disse, movendo a boca por cima da minha, com a voz saindo um pouco hesitante. – Mostre como seria. Eu não sabia direito o que responder, pois queria tanto isso, imaginei por tanto tempo como seria tê-lo nu em cima de mim, dentro de mim. Passei minha mão em seus cabelos e puxei-os com força, ouvindo sua respiração enquanto ele embalava contra mim, cada vez mais rápido. – Droga, Demi – ele disse, puxando minha camiseta acima do meu peito. Ele agarrou um seio, apertou e tomou o mamilo em sua boca. O ar escapou dos meus pulmões, e meus quadris se arquearam, buscando, desejando. Arranhei sua pele, ouvindo-o praguejar contra minha pele a cada deslizar das minhas unhas. – Isso – ele disse. – Não para. Sua boca seguia suas mãos por toda parte e eu fechei os olhos, sentindo o calor de sua língua que se movia sobre mim. Ele beijou meus lábios, minha garganta. O desejo entre minhas pernas aumentou, e eu podia sentir o quanto eu estava molhada, o quanto eu me sentia vazia, querendo muito sua boca em mim, seus dedos lá dentro. Seu pau. – Muito perto – eu ofeguei, surpresa ao vê-lo olhando para mim, com a boca aberta e o cabelo caindo sobre sua testa. Seus olhos se arregalaram, ardendo de excitação. – Está? Então, gosta assim? Confirmei, sentindo o resto do mundo desaparecer enquanto a sensação entre minhas pernas crescia, tornando-se mais quente, mais urgente. Eu queria cravar minhas unhas em minha pele
e implorar para ele tirar minhas roupas, para me foder e me fazer continuar implorando. – Não acredito que estamos nos beijando no chão da minha sala. Isso deve ser a coisa mais sexy que já fiz na vida – ele disse, mexendo os quadris contra mim, fazendo a perfeita combinação de pressão e calor exatamente onde eu precisava. – Parece ser um tema recorrente quando estou com você. Soltei um gemido e agarrei sua camiseta quando senti um orgasmo iminente que subia por minhas costas até explodir em meu peito. Dei um grito, dizendo seu nome e sentindo-o acelerar os movimentos. Seus dedos pressionavam com força minha cintura enquanto ele estocava uma, duas vezes, gemendo em meu pescoço até finalmente gozar também. Meus membros foram acordando de sua dormência um a um. Eu me sentia pesada e acabada, tão exausta que mal conseguia manter os olhos abertos. Joe desabou ao meu lado, soltando sua respiração quente em meu pescoço, com sua pele úmida de suor aquecida pelo fogo da lareira. Ele se apoiou nos cotovelos e olhou para mim, com o rosto sonolento e uma expressão doce e um pouco tímida. – Oi – ele disse, mostrando seu sorriso característico. Soprei as mechas de cabelo em minha testa e sorri de volta. – Oi. – Eu… humm – ele começou, e depois riu. – Não quero apressar nada, mas, tipo… preciso ir me limpar. O absurdo de toda a situação surgiu do nada, e eu comecei a rir. Estávamos deitados em seu chão, acho que um dos meus sapatos estava debaixo das minhas costas e ele tinha gozado na calça. – Ei – ele disse. – Não ria. Eu disse que a culpa seria toda sua. Senti uma repentina sede e então lambi meus lábios. – Então vai logo – eu disse, dando um tapinha em suas costas. Ele me beijou suavemente, duas vezes nos lábios, antes de se levantar e ir até o banheiro. Fiquei no chão por um momento, sentindo o suor secar em minha pele e meu coração voltar a bater normalmente. Eu me sentia ao mesmo tempo bem e mal. Joe voltou para a sala vestindo um pijama diferente, cheirando a sabonete e pasta de dente. – Chamei um táxi – eu disse, jogando um olhar do tipo não se preocupe. Seu rosto de repente mostrou uma decepção imensa – mas aconteceu tão rápido que eu não sabia se podia acreditar em meus olhos. – Bom – ele murmurou, andando até mim e me entregando minha blusa –, acho que agora vou conseguir dormir. – Precisava apenas do orgasmo – eu disse, sorrindo. – Na verdade – ele disse, com a voz grave –, isso não estava funcionando até você chegar… Puta merda. Essa imagem de Joe se tocando iria ficar grudada na minha cabeça para o resto da noite. Acho que nunca mais vou conseguir dormir. Ele me acompanhou até o saguão, beijou minha testa e ficou olhando enquanto eu saía na rua e entrava no táxi. Meu celular se acendeu com uma mensagem dele. Me avise quando você chegar em casa.
Eu morava a apenas alguns quarteirões de distância do seu prédio; cheguei em casa em questão de minutos. Subi na cama e abracei meu travesseiro. Já cheguei, sã e salva.


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