Treze
Fechei a porta atrás de mim e comecei a respirar fundo. Eu
precisava de espaço. Precisava de um minuto para recompor meus pensamentos e
entender o que diabos estava acontecendo. Hoje de manhã achei que fui
descartada como uma das muitas conquistas de Joe, e agora ele estava dizendo
que queria algo mais? Que merda foi essa? Por que ele estava complicando tudo?
Uma das coisas de que eu gostava em Joe era que todo mundo sabe quais são as
regras que ele segue. Para o bem ou para o mal, você sempre sabia qual era o
jogo. Nada sobre ele era complicado: sexo sem compromisso. Fim da história. Era
mais fácil quando eu não tinha a opção de considerar algo mais. Ele era o bad
boy, o cara gostosão que ficou com a minha irmã no quintal de casa. Ele era o
objeto das minhas primeiras fantasias. E a questão não era que eu passei minha
juventude sofrendo por ele – na verdade, foi o contrário –, pois saber que eu
podia desejá-lo, mas nunca ter uma chance de verdade, facilitava tudo. Mas
agora? Podendo tocá-lo e ser tocada por ele, e depois ouvi-lo dizendo que
queria algo mais sem que houvesse qualquer possibilidade de isso ser verdade…
apenas complicava tudo. Joe Jonas não conhece o significado de algo mais. Não
foi ele mesmo quem admitiu que nunca teve um relacionamento monogâmico sério?
Não foi ele quem nunca encontrou alguém que o interessasse por tempo
suficiente? Não foi ele quem recebeu uma mensagem de uma de suas não namoradas
na manhã seguinte de nossa primeira noite de sexo? Não, obrigada. Pois por mais
que eu gostasse de passar um tempo com ele, e por mais divertido que fosse
fingir que eu poderia aprender com ele, eu sabia que nunca me tornaria uma
jogadora. Se eu o deixasse entrar em minha vida de verdade – se eu entregasse
meu coração e me apaixonasse –, eu com certeza iria afundar. Percebi que
realmente precisava ir trabalhar, então abri o chuveiro e fiquei olhando o
vapor preencher o banheiro. Soltei um gemido quando entrei debaixo da água,
deixando meu queixo cair em meu peito e o som do banho afogar o caos em meus
pensamentos. Abri os olhos e olhei para meu corpo e a mancha de tinta que
escorria pelas minhas pernas. “Raridades para os raros.” As palavras que ele
escreveu com tanto cuidado em minha cintura estavam agora escorrendo umas nas
outras. Havia outras marcas de tinta que borraram em sua mão em todo meu
pescoço, entre os seios, nas costelas, e até mais embaixo. Por um momento, eu
me permiti admirar o gentil desenho de sua caligrafia, lembrando-me da
expressão determinada em seu rosto enquanto ele escrevia. Suas sobrancelhas se
juntaram, o cabelo caiu em cima de um olho. Fiquei surpresa por ele não arrumar
a mecha rebelde – um hábito que eu achava encantador –, mas ele estava
determinado, concentrado naquilo que fazia, meticulosamente escrevendo cada letra
em minha pele. E então ele arruinou tudo perdendo a cabeça. E eu me apavorei.
Peguei minha esponja e a cobri com sabonete demais. Comecei a esfregar as
marcas; metade delas já tinha desaparecido com a água do chuveiro, o resto se
dissolvia junto ao
sabonete e descia por meu corpo até o ralo. Com os traços de
Joe e sua tinta fora da minha pele e a água esfriando, eu saí do chuveiro e me
arrumei rapidamente em meio ao ar frio. Abri a porta e o encontrei andando de
um lado para o outro em meu quarto, já vestido com as roupas de corrida e o
gorro na cabeça. Parecia que estava considerando ir embora ou não. Joe tirou o
gorro e ficou de frente para mim. – Até que enfim – ele murmurou. – Como é? –
eu disse, começando a ficar nervosa de novo. – Você não é a única que tem
direito a ficar brava aqui – ele disse. Meu queixo caiu. – Eu… você… como é? –
Você sumiu – ele disse num tom ríspido. – No banheiro – esclareci. – Mas não
acertamos as coisas, Demi. – Eu precisava de espaço, Joe. E para ilustrar meu
argumento, saí do quarto e entrei no corredor. Ele me seguiu. – Você está
fazendo de novo – ele disse. – Regra importante: não se apavore e deixe alguém
falando sozinho na sua própria casa. Você sabe o quanto isso foi difícil para
mim? Parei na cozinha. – Para você? Você tem ideia do tamanho da bomba que você
soltou de repente? Eu precisava pensar! – Não dava para pensar no quarto? –
Você estava pelado. Ele balançou a cabeça. – O quê? – Não consigo pensar quando
você está pelado! – eu gritei. – Aquilo era demais – fiz um gesto para seu
corpo, mas rapidamente percebi que foi uma péssima ideia. – Eu estava… eu me
apavorei, certo? – E como você acha que eu me senti? Ele encarou meu rosto,
apertando os músculos do queixo. Quando eu não respondi, ele balançou a cabeça e
olhou para baixo, enfiando as mãos nos bolsos. Isso foi uma péssima ideia. A
cintura da calça se abaixou, e a barra da camiseta subiu. E aquele pedaço de
barriga sarada definitivamente não ajudou. Forcei a mim mesma a me concentrar
na conversa. – Você acabou de me dizer que não sabe o que quer. E depois falou
que tem sentimentos por mim que vão além do sexo. Tenho que ser honesta, acho
que você não está entendendo nada do que se passa entre nós. Na primeira vez
que transamos você logo me afastou, e agora você diz que quer algo mais? – Ei!
– ele gritou. – Eu não afastei você. Eu já disse, fiquei abalado quando você
agiu toda casual… – Joe – eu disse, com a voz firme. – Por doze anos eu vivi
ouvindo as histórias sobre você e meu irmão. Eu vi como a Liv ficou depois que
você foi embora. Ela sofreu por meses e aposto que você nem sabia disso. Vi
você escapar com damas de honra e desaparecer de reuniões de família. Nada
mudou. Você passou a maior parte da sua vida adulta agindo como
um cara de dezenove anos, e agora você acha que quer algo
mais? Você nem sabe o que isso significa! – E você sabe? De repente, você sabe
de tudo? Por que você está tão certa de que eu sabia que essa coisa com a Liv
tinha sido tão monumental assim? Não é todo mundo que discute seus sentimentos
e sexualidade e sei lá mais o quê igual você. Nunca conheci uma mulher como
você. – Bom, estatisticamente falando, isso que você acabou de dizer é
realmente alguma coisa. Eu nem sabia de onde isso surgiu, e no instante em que
as palavras saíram da minha boca eu sabia que fui longe demais. De uma só vez,
sua vontade de discutir desapareceu: seus ombros caíram e o ar sumiu de seus
pulmões. Ele me encarou por um longo momento, com os olhos perdendo o fogo até
ficarem totalmente… sem vida. E então, ele foi embora.
Andei de um lado para o outro no velho tapete da sala de
jantar por tantas vezes que praticamente deixei um rastro no caminho. Minha
mente estava uma bagunça, meu coração acelerava a cada minuto. Eu não entendia
direito o que acabou de acontecer, mas meu corpo inteiro estava tenso, com medo
de ter arruinado a melhor amizade e o melhor sexo que já tive. Eu precisava de
algo familiar. Precisava da minha família. O telefone chamou quatro vezes antes
de Liv atender. – Dem! – minha irmã disse. – Como é que vai minha rata de
laboratório preferida? Fechei os olhos, recostando no batente da porta entre a
sala e a cozinha. – Bem, bem. Como vai a fábrica de bebês? – perguntei,
acrescentando rapidamente: – E eu definitivamente não estou me referindo à sua
vagina. Ela explodiu em risadas do outro lado da linha. – Então você ainda não
aprendeu a filtrar as palavras. Algum dia você ainda vai deixar algum homem por
aí superconfuso. Ah, se ela soubesse. – Como você está? – perguntei, levando a
conversa para águas mais calmas. Liv estava casada e muito grávida do primeiro
e muito esperado neto da família Lovato. Eu até estava surpresa por minha mãe
sair do lado dela por mais de dez minutos. Liv suspirou, e eu pude imaginá-la
sentada à mesa de jantar em sua cozinha amarela junto de seu labrador gigante
deitado a seus pés. – Estou bem – ela disse. – Cansada, mas bem. – A criança
está te tratando bem? – Sempre – ela respondeu. Pude praticamente ouvir o
sorriso em sua voz. – O bebê vai ser perfeito. Espera só. – Claro que vai. Quer
dizer, veja só a tia dele. Ela riu. – Exatamente o que eu estava pensando. –
Vocês já escolheram o nome? Liv estava decidida a não saber o sexo do bebê até
o nascimento. Assim ficava mais difícil paparicar meu novo sobrinho ou sobrinha.
– Acho que chegamos a algumas alternativas. – E? Eu estava
intrigada. A lista de nomes unissex da minha irmã e seu marido era totalmente
cômica. – Nem vem, não vou contar. – O quê? Por quê? – Porque você sempre
encontra algo de errado com os nomes. – Isso é ridículo. Embora… ela até que
estava certa. Suas escolhas eram péssimas. Por algum motivo eles tiveram a
brilhante ideia de que nomes de pássaros e árvores eram unissex e, portanto,
cabíveis. Alguém precisava defender essa criança, e esse alguém sou eu. – Mas e
você? O que conta de novo? – ela perguntou. – Como sua vida melhorou desde seu
confronto épico com o chefão no mês passado? Eu ri, sabendo que ela estava
falando de Jensen e não do meu pai, nem mesmo de Liemacki. – Comecei a praticar
corrida de manhã e estou saindo mais de casa. Quer dizer, nós chegamos a um…
acordo? Liv não perdeu tempo: – Um acordo. Com o Jensen? Conversei com Liv
algumas vezes nas últimas semanas, mas não citei minha crescente amizade,
relacionamento ou sei lá o quê, entre eu e Joe. Por razões óbvias. Mas agora eu
precisava da opinião da minha irmã sobre tudo isso, e meu estômago se apertava
numa grande bola de ansiedade. – Bom, você sabe que Jens sugeriu que eu
precisava sair mais – fiz uma pausa, correndo os dedos na madeira entalhada da
cristaleira antiga na sala de jantar. Então fechei os olhos, tomei coragem e
disse: – Ele sugeriu que eu deveria ligar para o Joe. – Joe? Um instante de
silêncio se passou em que fiquei imaginando se ela estava se lembrando do mesmo
universitário lindo de que eu me lembrava. – Espera… Joe Jonas? – Esse mesmo.
Só de falar nele meu estômago dava nó. – Uau. Por essa eu não esperava. – Nem
eu – murmurei. – Então, e aí? – E aí o quê? – perguntei, imediatamente me
arrependendo do jeito que soou. – Você ligou para ele? – ela disse, rindo. –
Liguei. E é meio por causa disso que estou ligando para você agora. – Humm,
isso parece deliciosamente perigoso – ela disse. Eu não sabia como fazer isso,
então comecei com o detalhe mais simples e inócuo. – Bom, ele mora aqui em Nova
York. – Acho que me lembro disso. E então? Faz séculos que eu não o vejo, tipo,
adoraria saber como ele está hoje. Ele continua bonito? – Ah, ele continua…
bonito – eu disse, tentando soar o mais neutra possível. – A gente tem se encontrado
de vez em quando.
Houve uma pausa do outro lado da linha, um momento em que eu
praticamente podia ver Liv franzindo a testa e cerrando os olhos enquanto
tentava encontrar o significado oculto do que acabei de dizer. – Se encontrado?
– ela repetiu. Eu gemi, esfregando o rosto. – Oh, meu Deus, Dem! Você está
transando com o Joe? Gemi de novo, e Liv começou a rir. Afastei o telefone do
ouvido e olhei para o chão. – Isso não é engraçado, Liv. – Sim, é engraçado,
sim. – Ele era… seu namorado. – Ah, não, não era. Nem mesmo um pouquinho. Acho
que no máximo ficamos por uns dez minutos. – Mas… você sabe, existe um código
de honra entre as garotas. – É verdade, mas também existe um limite de tempo.
Ou um limite de bases. Tipo, acho que a gente mal passou da primeira base.
Apesar de que, na época, eu estava completamente preparada para deixar ele ir
até o montinho do rebatedor, se é que você me entende. – Eu achava que você
tinha ficado devastada depois daquele feriado. Ela começou a rir muito. – Calma
lá. Em primeiro lugar, nós nunca fomos um casal. Apenas demos uns beijos
safados escondidos no quintal de casa. Deus, eu mal me lembro daquilo. – Mas eu
lembro que você ficou tão abalada que nem apareceu em casa no verão em que ele
trabalhou com o papai. – Eu não apareci em casa porque passei o ano inteiro
empurrando minhas notas com a barriga e precisei correr atrás de créditos no
verão – ela disse. – E eu não contei para você porque a mãe e o pai iriam
descobrir e iriam me matar. Pressionei a mão em meu rosto. – Estou tão confusa.
– Não fique – ela disse, mostrando preocupação na voz. – Apenas me diga o que
está acontecendo entre vocês. – Estamos passando muito tempo juntos. Eu
realmente gosto dele, Liv. Quer dizer, ele provavelmente é meu melhor amigo
aqui. Daí nós transamos, e ele ficou todo esquisito no dia seguinte. Depois
começou a falar sobre sentimentos, e parecia que ele estava me usando como
cobaia de algum experimento emocional. Tipo, eu achava que ele não tinha um bom
histórico com as garotas Lovato. – Então você chutou o traseiro dele porque na
sua mente ele era o homem dos meus sonhos e despedaçou meu coraçãozinho e nunca
mais olhou para mim, a coitadinha. Suspirei. – É, isso fez parte dos meus
motivos. – E o que mais? – Bom, o fato de que ele é um galinha. O fato de que
não se lembra de nem uma fração das mulheres que já comeu. O fato de que vinte
e quatro horas depois de me dar um gelo ele veio falando de sentimentos e que
queria algo mais do que sexo. – Certo – ela disse, considerando meus argumentos.
– Mas ele quer mesmo algo mais? E você quer?
Suspirei. – Não sei, Liv. Mas mesmo que ele queira… e mesmo
se eu quisesse… como eu poderia confiar nele? – Não quero que você seja uma
idiota, então vou compartilhar um pouco de sabedoria aqui. Está pronta? – Nem
um pouco. Ela continuou mesmo assim: – Antes de eu conhecer o Rob, ele era um
tremendo galinha. Juro por Deus que o pau dele esteve em todos os lugares
possíveis. Mas hoje? Ele simplesmente é outro homem. Ele venera o chão onde eu
piso. – Sim, mas ele queria casar – eu disse. – Você não estava apenas
transando com ele. – Quando ficamos pela primeira vez era, sim, só uma transa
qualquer. Olha, Dem, um monte de coisas acontecem com uma pessoa entre os
dezenove e os trinta e um anos. Tudo muda. – Nisso eu acredito – murmurei,
imaginando a voz mais grave de Joe, seus dedos se tornando especialistas, seu
peito mais largo e másculo. – Não estou falando apenas do corpo dele, sua tonta
– ela fez uma pausa e depois acrescentou: – Embora isso também mude, é verdade.
E agora que pensei nisso, você precisa me enviar uma foto do Joe Jonas de
trinta e um anos o mais rápido possível. – Liv! – Brincadeira! – ela riu por um
tempo. – Mas então, estou falando sério. Mande uma foto. Mas eu realmente
odiaria ver você perder a oportunidade de passar um tempo com ele só porque
espera que ele aja como um garoto de dezenove anos. E fale a verdade. Você não
acha que também mudou bastante desde que passou dos dezenove? Eu não disse
nada, apenas mordi os lábios e continuei tracejando a madeira da cristaleira da
minha mãe. – E isso foi apenas há cinco anos para você. Pense em como ele se
sente. Joe já tem trinta e um anos. Você ganha muita experiência em doze anos, Dem.
– Humm. Odeio quando você está certa. Ela riu. – Pelo jeito você está usando
seu cérebro como um escudo protetor contra o charme do Joe. – Mas aparentemente
não estou sendo bem-sucedida. Fechei os olhos e me recostei na cadeira. – Ai,
Deus, isso é incrível. Estou tão feliz por você ter me ligado. Minha barriga
está gigante, e estou morrendo de tédio. E você me dá uma história sensacional
dessa? – Você não acha estranho conversar sobre ele? – Bom… acho que até
poderia ser estranho, mas honestamente? Joe e eu… ele foi o primeiro garoto que
me deixou excitada de verdade, mas ficou só nisso. Superei ele dois segundos
após o Brandon Henley colocar um piercing na língua. Apertei meus olhos com a
mão. – Ah, credo. – Pois é, não contei sobre esse caso porque não queria
arruinar sua vida, e não queria que você arruinasse meu caso pesquisando como o
piercing pode inflamar e tal…
– Bom, essa conversa está fazendo um estrago emocional no
meu cérebro. Posso ir agora? – Ah, para com isso. – Eu realmente estraguei tudo
– eu disse gemendo e esfregando os olhos. – Liv, eu fui uma idiota com ele. –
Parece que você vai ter que puxar um pouco de saco. Ele gosta desse tipo de
coisa hoje em dia? – Ai, meu Deus! Vou desligar! – Certo, certo. Olha, Zig. Não
olhe para o mundo com os olhos de uma garota de doze anos. Ouça o que ele tem
para dizer. Tente lembrar que Joe tem um pinto, e isso faz dele um idiota por
definição. Mas um idiota fofo. Até mesmo você não pode negar isso. – Pare de
fazer tanto sentido. – Impossível. E agora vá vestir sua calcinha de gente
grande e corra para consertar as coisas.
Passei a caminhada inteira até o prédio de Joe tentando
dissecar cada lembrança que eu tinha daquele Natal e tentando juntá-las com as
coisas que Liv disse. Eu tinha doze anos e era fascinada por ele, fascinada
pela ideia dos dois juntos. Mas agora que ouvi a versão de Liv dos eventos
daquela semana e do que veio depois, fiquei imaginando o que era real e o
quanto meu cérebro melodramático aumentou os acontecimentos. E ela tinha razão.
Essas memórias facilitaram muito eu classificar Joe como um garanhão cafajeste
e deixaram quase impossível eu enxergá-lo de outro jeito. Então será mesmo que
ele queria algo mais? Será que era capaz disso? Será que eu era? Eu tinha
muitas desculpas para pedir. Joe não atendeu a porta quando eu bati. Também não
respondeu nenhuma das mensagens que enviei enquanto estava de pé ali. Então fiz
a única coisa que consegui pensar e comecei a enviar mensagens com piadinhas
sujas e sem graça. Qual é a diferença em um pênis e um cartão de crédito?
Quando ele não respondeu, eu continuei. Uma mulher sempre vai querer o seu
cartão de crédito. Nada. O que um seio disse para o outro? De novo, nada de
resposta. Somos amigas do peito. Deus, o que eu estava fazendo? Decidi tentar
mais uma. O que vem depois de um 69? Usei seu número favorito, torcendo para
ele morder a isca. Quase derrubei o celular quando
a pergunta “O quê?” apareceu na tela. Cepacol. Caramba, Demi.
Essa piada foi horrível. Entre logo e para de deixar a gente constrangido.
Eu praticamente corri até o elevador. A porta estava
destrancada, e quando entrei, vi que ele estava preparando o jantar, com
panelas fumegando e o balcão da cozinha cheio de ingredientes. Joe vestia uma
velha camiseta da banda Primus e um jeans velho e rasgado – mais sexy
impossível. Ele não tirou os olhos do que estava fazendo quando eu entrei,
apenas continuou usando a faca na tábua de carnes. Meus pés hesitantes me
levaram da sala até a cozinha, onde parei atrás dele e encostei meu queixo em
seu ombro. – Não sei como você me aguenta – eu disse. Respirando fundo, eu
queria memorizar seu cheiro. E se eu realmente tivesse estragado tudo? E se ele
já não aguentasse mais a tonta da Dem e suas perguntas idiotas e seu sexo
desastrado e suas conclusões precipitadas? Eu mesma teria dado um pé na minha
bunda há tempos. Mas ele me surpreendeu baixando a faca e se virando para me
encarar. Joe parecia acabado. Senti uma culpa me consumindo por dentro. – Você
pode ter interpretado mal as coisas com a Liv – ele disse –, mas isso não
significa que não houve outras. Algumas eu nem lembro direito – sua voz era
sincera, até mesmo com um tom de desculpa. – Fiz algumas coisas de que não me
orgulho. Acho que tudo está voltando agora. – Acho que foi por causa disso que
fiquei tão aterrorizada com a ideia de você querer algo mais – eu disse. – Você
teve tantas mulheres no passado que tenho certeza de que nem sabe quantos
corações você partiu. Talvez não tenha nem ideia de como não partir corações.
Quero pensar que eu sou esperta demais para cair nessa armadilha. – Eu sei –
ele disse. – E tenho certeza de que isso faz parte do seu charme. Você não está
aqui para me transformar. Você está aqui apenas para ser minha amiga. Você me
faz pensar mais sobre minhas decisões, e isso é uma coisa boa – ele hesitou. –
E admito que me animei um pouco demais em nosso momento pós-coito… Eu me
empolguei. – Tudo bem. Eu me estiquei para beijar seu queixo. – Apenas amigos
está bom para mim – ele disse. – Amigos que transam de vez em quando fica ainda
melhor – seus olhos encontraram os meus. – Mas acho que esse é um bom lugar
para ficarmos por enquanto, certo? Tentei decifrar sua expressão e entender por
que ele estava considerando tão cuidadosamente cada palavra que usava. –
Desculpe pelas coisas que falei – eu disse. – Entrei em pânico e falei uma
coisa maldosa. Eu sou uma idiota. Ele estendeu a mão e enganchou um dedo no meu
cinto, puxando-me para mais perto. Soltei meu corpo e senti o peso de seu peito
contra o meu.
– Nós dois somos idiotas – ele disse, baixando os olhos para
minha boca. – E só para você saber, estou prestes a te beijar. Fiquei na ponta
dos pés. Não foi exatamente um beijo, mas não sei que outra palavra usar para
descrever. Seus lábios rasparam nos meus, a cada passada com mais pressão do
que a anterior. Sua língua lambeu de leve, mal tocando antes de me puxar para
mais perto. Senti seus dedos entrarem debaixo do tecido da minha camiseta e
pousarem na minha cintura. Minha mente começou a girar de repente com ideias
sobre o que eu queria fazer com ele, o quanto eu queria estar mais perto dele.
Eu queria sentir seu sabor por inteiro. Queria memorizar cada linha e cada
músculo. – Quero chupar você – eu disse. Ele afastou o rosto, apenas o
suficiente para analisar minha expressão. – De verdade, desta vez. Tipo,
fazendo você gozar e tudo mais. – Quer mesmo? Confirmei, passando a ponta dos
dedos na linha de seu queixo. – Me ensina como fazer de um jeito incrível?
Rindo, ele disse num tom baixo entre os beijos: – Meu Deus, Demi. Eu podia
sentir sua ereção contra minha cintura e então deslizei a mão por seu corpo até
chegar ao seu pau. – Pode ser? Com olhos arregalados e confiantes, ele tomou
minha mão e me conduziu até o sofá. Joe hesitou um momento antes de se sentar.
– Vou acabar desmaiando se você continuar me olhando desse jeito. – Mas não é
esse o objetivo? Não esperei sua deixa e me ajoelhei no chão entre suas pernas.
– Diga como você quer que eu faça. Seus olhos ficaram pesados olhando para mim.
Ele me ajudou com seu cinto, ajudou-me a puxar e tirar a sua calça, e depois
ficou olhando enquanto eu me abaixava e beijava a ponta de seu pau. Ele fez uma
pausa quando eu me ajeitei esperando suas ordens. Joe estudou meu rosto e então
agarrou a base do pau. – Quero ver você lambendo da base até a ponta. Comece
devagar. Provoque um pouco. Eu me debrucei, subindo minha língua por toda sua
extensão, passando pela grossa veia e vagarosamente lambendo a ponta
endurecida. Ele vazava um pouco no topo e sua doçura me surpreendeu. Beijei a
ponta, chupando por mais. Ele gemia. – De novo. Comece na base. E chupe um
pouco na ponta de novo. Beijei seu pau e sussurrei com um sorriso no rosto: –
Que ordens específicas. Mas ele parecia incapaz de sorrir de volta; seus olhos
azuis começaram a arder de intensidade. – Foi você quem pediu – ele grunhiu. –
Estou descrevendo passo a passo aquilo que imaginei centenas de vezes. Comecei
de novo, amando cada segundo, amando vê-lo desse jeito. Ele parecia um pouco
perigoso. Ao seu lado, sua mão livre se fechou num punho. Eu queria que ele se
liberasse,
agarrando meus cabelos e enfiando com força em minha boca. –
Vai, continue chupando. Ele assentiu quando eu o envolvi com meus lábios,
depois com toda minha boca, usando também a língua. – Chupa mais. Com força.
Fiz o que ele pediu, fechando os olhos por um momento e tentando não entrar em
pânico, com medo de engasgar e perder o controle. Mas, aparentemente, eu estava
fazendo certo. – Ah, merda, sim, desse jeito – ele gemeu quando apertei os
lábios. – Bem molhado… use um pouco dos dentes. Olhei em seu rosto para
confirmar antes de raspar meus dentes em sua pele. Joe praticamente soltou um
rugido e jogou os quadris para frente, acertando a parte de trás da minha
garganta. – Isso. Tudo que você faz é bom demais. Era o elogio que eu precisava
ouvir para me dedicar ainda mais e liberar a mim mesma. – Sim, ah… Seus quadris
se moviam com rapidez e intensidade. Os olhos estavam grudados em meu rosto, e
as mãos agarravam meus cabelos exatamente do jeito que eu queria. – Mostre o
quanto você está gostando disso. Fechei os olhos, soltando sons de prazer
enquanto chupava com toda a vontade. Eu sentia meus próprios gemidos escaparem
da minha garganta, e tudo que eu podia pensar era sim, mais, goze para mim.
Seus gemidos graves e sua respiração entrecortada eram como uma droga para mim,
e senti meu próprio desejo se intensificando enquanto seu prazer crescia e
crescia. Entramos num único ritmo, minha boca e minha mão trabalhando com os
movimentos de seus quadris. Percebi que ele estava se segurando, tentando durar
o máximo que podia. – Dentes – ele me lembrou num tom áspero, e então gemeu de
alívio quando obedeci. Com uma mão, ele usou a ponta do dedo para traçar meus
lábios. A outra mão permaneceu enterrada em meus cabelos, guiando minha cabeça
e eventualmente me segurando no lugar enquanto ele cuidadosamente estocava em
minha boca. Contra minha língua, ele inchou, e sua mão puxou meus cabelos com
força. – Vou gozar, Demi. Vou gozar. Eu podia sentir os músculos de sua barriga
e das coxas se tencionarem. Chupei uma última e longa vez antes de tirar a
boca, tomando-o em minhas mãos e subindo e descendo rapidamente, agarrando e
apertando do jeito que ele gostava. – Ah, merda. Ele soltou o ar numa
respiração pesada e gozou em minhas mãos. Eu o conduzi por todo o processo,
continuando a apertar lentamente até ele não aguentar mais e tirar minhas mãos,
sorrindo enquanto me puxava para cima. – Caramba, você aprende rápido – ele
disse, beijando minha testa, meu rosto, os cantos da minha boca. – É claro.
Tenho um excelente professor. Ele riu, pressionando seu sorriso ao meu. – Posso
assegurar que não aprendi isso por experiência própria – Joe afastou o rosto e
seus olhos vagaram por todo o meu rosto. – Fique e jante comigo, por favor?
Eu me aninhei em seus braços e concordei. Não havia outro
lugar no mundo em que eu preferia estar.
Graças a Deus ela foi atrás dele.... continua logo por favor!!!
ResponderExcluirElez são perfeitos juntos, posta mais
ResponderExcluirOmg! Li essa FIC em dois dias e assim querida QUE MARAVILHOSA! To apaixonada de verdade e você já pode postar ganhou uma nova leitora
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