Beautiful Bombshell - Capitulo7
– Como assim cancelado?! – eu disse, encarando a mulher do
outro lado do balcão. Ela parecia ter minha idade, com o rosto cheio de sardas
e cabelos ruivos presos em um rabo de cavalo. E também parecia que estava
prestes a estrangular não só eu, mas todos os outros passageiros no aeroporto
LaGuardia. – Infelizmente fomos informados de uma greve do sindicato dos
mecânicos – ela disse secamente. – Todas as linhas para Provença foram
canceladas. Pedimos desculpas pelo transtorno. Bom, essas desculpas não
pareciam muito sinceras. Eu continuei sem saber o que fazer enquanto digeria
suas palavras. – Desculpa, o quê?! Ela arrumou sua expressão para um sorriso
totalmente ensaiado. – Todos os voos foram cancelados por causa da greve –
olhei por cima de seu ombro para a tela com as saídas e chegadas da Provence
Airlines. E lá estava a palavra CANCELADO ao lado de cada linha. – Você está me
dizendo que estou presa aqui? Por que ninguém me disse isso em Chicago? –
Faremos o possível para arranjar sua acomodação para esta noite… – Não, não,
não, não, isso é impossível. Por favor, verifique novamente. – Senhora, como eu
já disse, nenhum voo da Provence Airlines vai decolar ou aterrissar. A senhora
pode verificar com outras empresas se elas possuem algum voo que possa te
acomodar. Não há mais nada que eu possa fazer. Soltei um grunhido, frustrada,
deixando minha testa cair no balcão. Joe estava esperando por mim,
provavelmente sentado em algum lugar tomando sol, com o laptop aberto e
trabalhando como o maldito viciado em trabalho que é. Deus, ele me excita. –
Isto não pode estar acontecendo – eu disse, me endireitando e implorando com o
olhar mais humilde que eu conseguia. – O cretino mais fofo do mundo está me
esperando na França e eu não posso estragar essa viagem! – Ceeerto – ela disse,
limpando a garganta e arrumando uma pilha de papel. Eu estava perdida. – Quanto
tempo? – perguntei. – Não temos como saber. É claro que eles vão tentar
resolver a questão o mais rápido possível. Pode demorar um dia, ou até mais.
Bom, que grande ajuda. Com um suspiro dramático e alguns palavrões abafados, eu
me arrastei para longe do balcão em busca de um canto silencioso de onde pudesse
ligar para minha assistente. Ah, e enviar uma mensagem para Joe. Isso
definitivamente não daria certo.
O celular tocou em questão de segundos. Andei pela multidão,
através da manada de passageiros sem voo que tomavam quase todo o terminal da
Provence Airlines, e parei em um canto ao lado dos banheiros. – Oi. – Que
diabos você quer dizer com “presa em Nova York”? – ele gritou. Eu estremeci,
afastando o celular da orelha antes de respirar fundo para me acalmar. – Quero
dizer exatamente isso. Todos os voos foram cancelados, ninguém sai e ninguém
chega. Pedi para minha assistente verificar com a Delta e outras empresas, mas
tenho certeza de que todo mundo já fez isso também. – Isso é inaceitável! – ele
rugiu. – Eles sabem quem você é? Deixe eu falar com alguém. Eu ri. – Ninguém
aqui sabe ou se importa com quem eu sou. Ou com quem você é. Ele ficou quieto
por um momento, longo o bastante para eu ter de verificar se a linha tinha
caído. Não tinha. O som de pássaros em revoada preencheu a ligação, com uma
chaminé à distância. Quando ele finalmente voltou a falar, usou aquela voz
grave e firme que eu conhecia tão bem. Aquela que ainda fazia minha pele se
arrepiar. Aquela que usava quando falava muito sério. – Diga para eles
colocarem o seu traseiro num avião agora mesmo – ele disse, pronunciando cada
palavra lentamente. – Todos os voos estão lotados, Joe. O que você quer que eu
faça? Pegue carona num barco? Use um tapete voador? Relaxa, vou chegar aí
quando eu puder. Joe gemeu e eu percebi que ele aceitou o fato de que não
poderia sair dessa discutindo ou usando seu charme. – Mas quando? – Não sei,
meu amor. Amanhã, talvez? No dia seguinte? Em breve, eu prometo! Com um suspiro
resignado, ele perguntou: – E agora? Ouvi o som de uma porta se abrindo e fechando,
com uma música suave tocando ao fundo. – Temos que esperar – suspirei. – Vou
para um hotel, talvez trabalhar um pouco. Talvez eu possa dar uma olhada nos
apartamentos enquanto estou aqui. E depois prometo que entro no primeiro voo
disponível. Mesmo que eu tenha que chutar alguns empresários para fora… – É bom
mesmo que faça isso – ele disse. Balancei a cabeça para expulsar o som daquela
voz imponente. – Então, me conte sobre a casa. É tão bonita quanto imagino? –
Mais ainda. Quer dizer, a sua presença obviamente vai deixar ainda melhor, mas
caramba… Max realmente se superou com isso aqui! – Bom, tente aproveitar. Tome
bastante sol, nade, leia alguma bobagem. Ande por aí descalço. – Andar por aí
descalço? Esse é um conselho incomum, mesmo para você. – Não enche. – Sim,
senhora. Eu sorri. – Sabe, acho que gosto desse seu lado. Você fica muito sexy
quando recebe ordens, Jonas. Ele riu suavemente.
– Ah, e… Demi… – Humm? – Espero que não tenha colocado
nenhuma calcinha na mala. Você não vai precisar.
Passei o resto do dia no aeroporto, rezando por um milagre
ou um voo para a França. Não consegui nenhum dos dois. Levei horas para
localizar minha bagagem, então já estava exausta quando cheguei ao quarto do
hotel. Por causa da diferença do fuso horário, já era muito tarde, ou muito
cedo, para ligar para Joe, então enviei uma mensagem enquanto preparava um
banho e pedia ao serviço de quarto uma garrafa de vinho e qualquer coisa que
tivesse chocolate. Eu tinha acabado de entrar na banheira – com uma taça de vinho
e um cheesecake de chocolate precariamente equilibrados no canto – quando meu
celular tocou. Procurei pelo chão até encontrá-lo e dei um grande sorriso
quando vi o rosto do Joe acendendo a tela. – Pensei que você estava dormindo –
eu disse. – A cama é grande demais. Sorri ao ouvir sua voz sonolenta. Esse era
o Joe que rolaria para o meu lado durante a noite, com os braços quentes e
pesados, sussurrando palavras doces em minha pele. Ele sempre foi melhor nisso
tudo do que eu, mesmo no começo. – O que você está fazendo? – ele perguntou,
puxando minha atenção de volta para o celular. – Banho de espuma – eu disse,
sorrindo com o som de seu gemido do outro lado da linha. – Não é justo. – E
você? – Revendo alguns documentos. – Você encontrou meu bilhete? – Bilhete? –
Eu deixei uma coisa para você. – É mesmo? – Sim. Olhe na bolsa do seu laptop.
Ouvi um ranger de couro quando ele se levantou, depois o som de seus passos no
chão de azulejos, seguido de uma risada. – Demi – ele disse, rindo ainda mais
forte –, parece que alguém deixou um pedido de resgate aqui. – Engraçadinho. –
“Três observações sobre hoje: eu não fiz tudo que estava em minha lista de
afazeres, a salada que você me preparou no almoço estava deliciosa e, mais
importante, eu te amo” – ele leu, e então ficou em silêncio enquanto lia o
resto do bilhete. Quando terminou, murmurou: – Eu… merda. Estou ficando maluco
sem você aqui. Fechei os olhos. – O universo está conspirando contra nós. –
Sabe, parte de mim quer dizer que nada disso aconteceria se você não fosse tão
teimosa e tivesse vindo comigo – comecei a protestar. – Mas – ele disse,
continuando – sua determinação é uma das coisas de que mais gosto em você. Você
nunca desiste. Você nunca
espera de alguém um trabalho que você mesma não faria. E, se
mudasse isso, você não seria a mulher por quem me apaixonei. Você fez
exatamente o que eu teria feito. Como sempre. E é também um pouco estranho
perceber o quanto somos parecidos. Eu me sentei em meio à água morna, levando
os joelhos até o peito. – Obrigada, Joe. Isso significa muito para mim. – Bom,
estou falando a verdade. E você pode me mostrar sua gratidão quando trouxer
essa sua bunda gostosa aqui para a França. Combinado? Revirei os olhos. –
Combinado.
Não fui para a França no dia seguinte. Nem no próximo. E no
terceiro dia eu me questionei se pegar uma carona em um barco seria mesmo uma
ideia ruim. É possível que eu tenha ligado mais para Joe nesses três dias do
que durante todo o resto do nosso namoro. Mesmo isso não era suficiente e não
ajudou em nada a aliviar a ansiedade que agora vivia constantemente em meu
peito. Eu me mantive ocupada, mas não podia negar que estava com saudades de
casa. Eu não sabia exatamente quando acontecera, mas, em algum ponto, Joe se
transformara no meu lar. Ele se transformara no meu escolhido. E isso era
aterrorizante. Cheguei a essa conclusão quando saí para andar um pouco. Minha
assistente tinha me ligado, dizendo que conseguira um lugar em um voo noturno
da Air France. Meu primeiro pensamento foi contar imediatamente para Joe. Quase
saí correndo para o quarto do hotel. Mas então eu parei, com o coração
acelerado e os pulmões queimando. Quando foi que ele se tornou a coisa mais
importante em minha vida? E fiquei imaginando: seria possível que ele estivesse
tentando me dizer que sentia a mesma coisa? Arrumei minhas malas, atordoada,
jogando as roupas de qualquer jeito e juntando as coisas que estavam espalhadas
pelo quarto. Pensei no quanto ele mudara no último ano. Os momentos de silêncio
à noite, a maneira como às vezes olhava para mim como se eu fosse a única
mulher no planeta. Eu queria estar junto dele… sempre. E não apenas vivendo no
mesmo apartamento, mas de um jeito definitivo. Nesse momento fui atingida por
uma ideia tão maluca, tão insana, que eu explodi em uma risada, quase
literalmente. Nunca fui do tipo de mulher que espera as coisas acontecerem, por
que isso seria diferente? Então, eu me decidi. Joe Jonas não tinha ideia do que
estava prestes a atingi-lo.
Demi vai o pedir em casamento? *-*♥
ResponderExcluirEla vai pedir ele em casamento?vai ser To lindo se isso acontecer! ��
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