Beautiful Bombshell - Capitulo 8
Por mais impossível que pareça, eu estava completamente
entediado naquela linda e enorme casa de campo francesa. O lugar não requeria
manutenção ou limpeza, minha conexão de internet era tão lenta que eu não
conseguia entrar no servidor da JMG para realizar qualquer trabalho e – talvez
o mais trágico – senti que não deveria fazer certas coisas até Demi chegar.
Parecia errado mergulhar na piscina infinita sabendo que ela estava presa em
Nova York. Eu não queria passear pelos vinhedos ao redor da casa, pois achava
que aquilo era algo para descobrirmos juntos. A governanta separara algumas
garrafas de vinho para nós, mas só um idiota completo beberia sozinho.
Descobrir o resto da casa também era um direito dela. Até então eu abrira
apenas a porta de um quarto, onde dormi, sem querer avaliar nossas opções até
que ela chegasse. Juntos, decidiríamos onde passar nossas noites. É claro, se
eu contasse algo sobre isso ela riria na minha cara e diria que eu estava sendo
dramático. Mas era por isso que eu a queria aqui. Algo monumental acontecera
comigo no outro dia, quando usei o bat-sinal, e a sensação de urgência não
diminuíra desde então – e provavelmente não diminuiria até ela chegar e ouvir o
que eu tinha para dizer. Andei pelos jardins, contemplei o mar e verifiquei meu
telefone novamente, lendo pela centésima vez a mensagem mais recente de Demi:
Parece que a Air France tem um lugar disponível. Ela enviara a mensagem três
horas atrás. Embora parecesse promissor, suas três mensagens anteriores haviam
sido semelhantes, e no fim ela ficara de fora desses voos. Mesmo se tivesse
decolado há três horas, ela não chegaria a Marselha até amanhã de manhã, na
melhor das hipóteses. Com o canto dos olhos, vi uma pessoa surgir de trás da
casa e colocar um prato de comida na mesa perto da piscina. Com outra olhada em
meu celular, vi que conseguira matar mais algumas horas e que era finalmente
hora do almoço. Na casa havia uma cozinheira, uma mulher de cinquenta e poucos
anos chamada Dominique, que assava pães todas as manhãs e, até agora, servira
algumas variações de peixe, salada fresca colhida do jardim e figos. A
sobremesa consistia de macarons feitos à mão ou bolachinhas com geleia. Se Demi
não chegasse logo, Dominique teria que me rolar até a porta para recebê-la. Ao
lado do meu prato havia uma taça de vinho e, quando olhei para Dominique, ela
parou na porta dos fundos, apontou para o vinho e disse: – Le boire. Vous vous
ennuyez, et solitaire. Bom, que merda. Eu estava entediado e solitário. Uma
taça de vinho não faria mal algum. Eu não estava celebrando, estava apenas
sobrevivendo, certo? Agradeci a Dominique pelo almoço e me sentei à mesa,
tentando ignorar a brisa na temperatura perfeita, o som do oceano tão perto, a
sensação do piso aquecido sob meus pés. Eu não aproveitaria nem um único
segundo até que Demi chegasse. Joe, você é um egocêntrico patético. Como de
costume, o peixe estava inacreditável e a salada com pequenas cebolas e cubos
de
queijo branco tinha tanto sabor que eu nem percebi quando
minha taça ficou vazia e Dominique estava ao meu lado, enchendo-a de novo.
Comecei a impedi-la, dizendo que não precisava de mais vinho. – Je vais bien,
je n’ai pas besoin de plus. Ela piscou para mim. – Puis l’ignorer. Então,
ignore. —
Uma garrafa de vinho depois e eu comecei a me perguntar por
que eu mesmo não comprara uma casa de campo na França. Afinal, já morara
naquele país antes e, embora eu tivesse memórias não muito agradáveis – estava
longe dos amigos e família, com uma agenda extenuante de trabalho – vivera ali
durante um tempo de minha vida que, em retrospecto, parecia tão curto. Eu ainda
era jovem. Ainda estava apenas começando, na verdade. Demi e eu nos encontramos
quando ainda tínhamos toda nossa vida pela frente. Inferno, se Max podia
encontrar um lugar lindo como aquele, eu poderia encontrar outro ainda mais
bonito e luxuoso. O vinho deixou meus membros aquecidos e pesados, e minha
cabeça cheia de pensamentos que pareciam não fazer sentido. Imaginei a loucura
que seria conhecer Demi aos meus vinte e poucos anos. Teríamos destruído aquela
casa, e provavelmente durado apenas uma semana. Não é incrível como encontramos
a pessoa certa no momento certo? Peguei meu celular e enviei uma mensagem para
ela: Estou tão feliz por ter conhecido você naquela época. Mesmo sendo uma
enorme cretina, você ainda é a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Fiquei
encarando o celular, esperando sua resposta, mas nada aconteceu. Será que seu
telefone estava sem bateria? Ou ela estava dormindo no hotel? Será que podia
enviar uma mensagem do avião? Calculei em minha mente e pensei que ela estava a
seis… sete horas de diferença? Não, complicado demais. Sorri para Dominique
enquanto ela me servia outra taça de vinho e enviei mais uma mensagem para Demi:
Não estou bebndo todoo vinhomas o que toei é delicioso! Prmeto guardar um pouco
para você. Eu levantei e tropecei… em algo. Franzi a testa ao olhar para o
gramado e imaginei se teria pisado em algum pequeno animal. Descartando esse
pensamento, andei até o jardim, me espreguiçando e soltando um longo e feliz
suspiro. Eu me sentia relaxado pela primeira vez desde a minha última transa
com Demi, zilhões de anos atrás. Com a barriga cheia e um pouco de vinho na cabeça,
lembrei que ainda não tinha planejado a chegada de Demi. Tínhamos algumas
coisas para cuidar antes. Tínhamos uma conversa para ter e planos para fazer.
Será que eu deveria trazê-la para o jardim, ajoelhar com ela no gramado e
fazê-la escutar? Ou esperar por um momento de silêncio durante o jantar e então
ir até ela, tirando-a da cadeira e trazendo-a para perto de mim? Eu sabia o que
queria dizer – ensaiara as palavras milhares de vezes em minha mente durante o
voo até ali –, mas ainda não sabia quando as diria. É melhor deixar ela se
acostumar alguns dias aqui antes de jogar a bomba. Fechei os olhos, recostei a
cabeça e olhei para o céu. Então me permiti aproveitar, só por um instante. O
clima estava espetacular. A última vez em que eu estivera ao ar livre com
Demi fora durante um churrasco na casa de Kevin, no fim de
semana anterior, e o clima estava apenas ameno. Após um dia sob o sol e o
vento, fomos para casa e fizemos o sexo mais preguiçoso e silencioso de que eu
me lembro. Abri os olhos e imediatamente bati em meu rosto com a palma da mão.
– Ah, merda. Dominique apareceu ao longe. – Allez – ela disse, apontando para o
portão principal e sugerindo que eu fosse até lá. – Se promener. Vous êtes
ivre. Eu ri. Era verdade, eu já estava bêbado. Ela me servira a garrafa de
vinho inteira. – Je suis ivre parce que vous me versa une bouteille entière de
vin – acho que foi isso que eu disse. Com um sorriso, ela ergueu o queixo. –
Allez chercher des fleurs dans la rue. Demandez Mathilde. —
Isso era bom. Eu tinha uma tarefa. Encontrar flores.
Perguntar pela Mathilde. Eu me abaixei para amarrar o sapato e saí pela porta
da frente, seguindo em direção ao centro da cidade. Dominique era uma
espertinha, me embebedara e depois me mandara para a cidade, para que eu não
ficasse o dia todo em casa sem ter o que fazer. Ela e Demi se dariam muito bem.
Pouco menos de um quilômetro rua abaixo, havia uma pequena loja cuja entrada
transbordava com flores em todo tipo de recipiente: vasos, cestas, caixas,
urnas. Sobre a porta havia uma placa na qual estava escrito MATHILDE em letras
ornamentais. Bingo. Um sino tocou quando entrei e uma jovem loira surgiu na
pequena sala principal da loja. Após me receber em francês, ela rapidamente me
olhou de cima a baixo e perguntou: – Você é o americano? – Oui, mais je parle
français. – Mas eu também falo inglês – ela disse, com seu forte sotaque
carregando cada palavra. – E essa é a minha loja, então quem vai praticar sou
eu. Ela ergueu as sobrancelhas como se estivesse flertando ou me desafiando.
Ela era linda, sem dúvida, mas seu contato visual demorado e o sorriso sexy me
deixaram um pouco desconfortável. Foi então que me ocorreu: Dominique sabia que
eu estava entediado e solitário, mas provavelmente não tinha ideia de que eu
esperava a chegada de Demi. Ela me encheu de vinho e depois me enviou para a
jovem solteira descendo a rua. Oh, meu Deus. Mathilde se aproximou um pouco,
ajustando algumas flores em um vaso grande e esguio. – Dominique disse que você
está hospedado na casa do sr. Stella. – Você conhece Max? Ela riu de um jeito
silencioso e discreto. – Sim, eu conheço Max. – Ah – eu disse, arregalando os
olhos. É claro. – Você quer dizer que conhece o Max. – Não sou a única que o
conhece assim – ela disse, rindo novamente. Tirando os olhos de
suas flores, perguntou: – Você veio aqui pelas flores? Ou
acha que a Dominique talvez tenha te enviado por outro motivo? – Minha namorada
vai chegar amanhã, ela estava presa em Nova York por causa de uma greve e agora
está a caminho – eu disse de uma vez só, constrangido. – Então você veio por
causa das flores – Mathilde fez uma pausa, olhando ao redor da loja. – Que
mulher de sorte. Você é muito bonito – seus olhos voltaram a me olhar. – Talvez
você fique sóbrio até lá? Franzi a testa. Então me endireitei e murmurei: – Não
estou tão bêbado. – Não? – ela ergueu as sobrancelhas e um sorriso divertido se
espalhou em seu rosto. Então andou pela loja, coletando uma variedade de
flores. – Você é muito charmoso, de qualquer maneira, Amigo do Max. O vinho só deixa
as pessoas menos inibidas. Aposto que normalmente você abotoa suas camisas e
não gosta de pessoas que andem devagar demais na sua frente. Franzi ainda mais
a testa. Ela até que estava certa. – Eu levo meu trabalho a sério, mas não sou
assim… o tempo todo. Mathilde sorriu, amarrando um laço nas flores. Então me
entregou o buquê e deu uma piscadela. – Aqui você não está trabalhando.
Mantenha sua camisa desabotoada. E não fique sóbrio para sua amante. Existem
nove camas naquela casa. —
A porta da frente estava aberta. Será que Dominique saíra e
não fechara? Senti um pânico me dominar. E se alguma coisa acontecera enquanto
eu estava fora? E se a casa tivesse sido assaltada? Apesar do conselho da
Mathilde, fiquei sóbrio instantaneamente. Mas não fora assaltada. Estava
exatamente do jeito que eu deixara, apenas com um pouco mais de vento entrando
pela porta aberta. Mesmo assim… eu não usei essa porta; passei do quintal para
o jardim da frente. Pelo corredor, ouvi água correndo e falei para Dominique: –
Merci pour l’idée, Dominique, mais ma copine arrive demain. Ela precisava saber
o mais cedo possível que eu era uma pessoa comprometida. Quem sabe se começaria
a convidar mulheres para vir até ali? Era isso que fazia para Max? Meu Deus,
aquele homem não mudou nem um pouco. Enquanto eu me aproximava do primeiro
quarto, percebi que a água que eu ouvia era um chuveiro. E que dentro do quarto
havia várias malas. As malas de Demi. —
Eu poderia invadir o banheiro e lhe dar um tremendo susto.
Ela fora, afinal, idiota o bastante para não fechar direito a porta da frente,
permitindo que o vento a abrisse de vez. Então fora tomar banho. Apertei meu
queixo e punhos ao imaginar o que poderia acontecer se outra pessoa decidisse
entrar na casa.
Merda. Fazia dias que não a via e eu já queria apertar seu
pescoço e depois cobri-la de beijos. Senti um sorriso crescer em minha boca.
Nós éramos exatamente isso. Uma batalha tão familiar entre amor e frustração,
desejo e exasperação. Ela me irritava em todos os sentidos, e então descobria
outras maneiras de me irritar, que nem mesmo eu sabia que existiam. Sua
cantoria vazou do banheiro até o quarto onde eu passara a primeira noite ali.
Enquanto me aproximava, espiando pela porta, fui saudado pela visão de seus
longos e molhados cabelos descendo por seu corpo nu. Então ela se abaixou,
deixando a bunda perfeita levantada no ar enquanto depilava as pernas e
continuava cantando para si mesma. Parte de mim queria entrar lá, tomar a
lâmina de suas mãos e terminar eu mesmo o trabalho, beijando cada parte macia
de sua pele. Outra parte de mim queria invadir e cumprir minha promessa de
tomá-la por trás, lenta e cuidadosamente. Mas uma parte ainda maior queria
apenas aproveitar a visão. Ela ainda não sabia que eu estava ali, e vê-la
daquele jeito – pensando estar sozinha, cantando baixinho, talvez até pensando
em mim – era como um copo de água fresca em um dia quente de verão. Eu nunca me
cansaria de observá-la, em qualquer cenário. E nua, molhada, debaixo do
chuveiro era um dos meus cenários favoritos. Ela enxaguou as pernas e se
levantou, virando-se para tirar o condicionador dos cabelos. Foi quando me viu.
Um sorriso explodiu em seu rosto e seus mamilos endureceram. Eu quase destruí o
vidro da porta para chegar até ela. – Desde quando você está aí? Dei de ombros,
olhando o contorno de seu corpo. – Você é tão pervertido. – Ainda sou
pervertido, você quer dizer – dei um passo para frente, cruzando os braços
sobre meu peito ao me encostar na parede. – Quando você chegou, sua sorrateira?
– Meia hora atrás. – Achei que você tinha acabado de pegar o avião em Nova
York. Você achou um tapete mágico, afinal de contas? Ela riu, inclinando a
cabeça para um enxágue final antes de desligar o chuveiro. – Peguei o primeiro
voo de que te falei. Mas achei que seria divertido fazer uma surpresa – tomando
seu longo cabelo nas duas mãos, ela o puxou dos ombros e torceu para tirar o
excesso de água, me encarando com olhos que pareciam cada vez mais famintos. –
Acho que eu já esperava que você chegasse e me encontrasse nua tomando banho.
Talvez seja por isso que eu vim pro chuveiro. – Admito que é muito conveniente,
pois estou pronto para ficar pelado também. Demi abriu a porta e veio direto
para mim. – Eu quis essa sua boquinha linda em mim no momento que fiquei
sabendo que você estava flertando com a garota das flores. Fiz uma cara feia. –
Ah, vamos lá – e então fiz uma pausa. – Como você sabia disso? Ela sorriu. – A
Dominique fala inglês muito bem. Disse que ficou cansada de ver você sem nada
para fazer e então te mandou até lá porque você fica muito bonito quando está
irritado. Eu concordei. – Ela… o quê? – Mas estou contente por você não ter
trazido Mathilde até aqui. Isso poderia ser
constrangedor. – Ou poderia ser incrível – provoquei,
puxando-a para mim e enrolando uma toalha em seus ombros. Senti a água de seu
peito molhar a minha roupa. Ela está aqui. Ela está aqui. Ela está aqui. Eu me
abaixei e passei os lábios sobre os dela. – Oi, meu amor. – Oi – ela sussurrou
enquanto me abraçava. – Você já ficou com duas mulheres de uma vez? – ela
perguntou, inclinando-se para trás e passando as mãos sob a minha camisa
enquanto eu a enxugava. – Não acredito que nunca perguntei isso antes. – Senti
sua falta. – Também senti sua falta. Responda minha pergunta. Eu estremeci. – Sim.
Suas mãos estavam frias e as unhas arranharam meu torso. – E mais de duas de
uma só vez? Balançando a cabeça, eu me abaixei para correr a ponta do nariz ao
longo de seu queixo. Ela tinha um cheiro familiar, tinha o cheiro da minha Demi:
seu próprio aroma, cítrico e suave. – Você não estava dizendo alguma coisa
sobre querer minha boca em você? – Especificamente entre as minhas pernas – ela
ordenou. – Foi o que pensei – eu me abaixei, peguei-a no colo e a carreguei até
a cama. Quando a coloquei no colchão, ela se sentou, se apoiou com as mãos para
trás, trazendo os pés até a beira da cama… e abriu as pernas. Então me olhou e
sussurrou: – Tire a roupa. Meu Deus, essa mulher me mataria com esse tipo de
visão. Chutei meus sapatos para longe, tirei as meias e levei minhas mãos até
as costas para arrancar a camisa. Após deixá-la admirar meu peitoral por alguns
segundos, cocei minha barriga e sorri para ela. – Gostou de alguma coisa que
viu? – Você está tentando me fazer um show particular? – sua mão subiu pela coxa
até o meio de suas pernas. – Também sei fazer isso. – Você está brincando
comigo? – respirei fundo, tentando tirar meu cinto e abrindo os botões da calça
com um único movimento. Quase caí tentando tirar a calça. Ela tirou a mão e
estendeu os dois braços para mim. – Por cima – ela disse, aparentemente
desistindo da minha boca. – Em cima de mim, quero sentir o seu peso. Sem
dúvida, isso era perfeito. Nós dois queríamos fazer amor antes de fazer
qualquer outra coisa: passear, comer, conversar. Sua pele estava muito fresca,
e a minha ainda estava quente por causa do sol, da caminhada de volta para casa
e da excitação de encontrá-la ali de forma tão inesperada. O contraste era
incrível. Em baixo de mim, ela não era nada além de pele macia e pequenos e
silenciosos gemidos. Suas unhas cravavam em minhas costas, seus dentes raspavam
meu queixo, meu pescoço, meu ombro. – Quero você dentro de mim – ela sussurrou
em um beijo. – Ainda não.
Apesar de soltar um grunhido de frustração, por um momento
ela me deixou apenas beijá-la. Eu adorava a sensação de seus lábios na minha
língua. Podia sentir com toda a intensidade cada ponto onde nossos corpos se
tocavam: seus seios contra meu peito, suas mãos em minhas costas, os tendões de
suas coxas pressionando minhas laterais. Quando ela me envolveu com as pernas,
suas panturrilhas pareciam uma manta de calor ao meu redor. Levei minha mão
para baixo e agarrei a parte de trás de seu joelho, puxando-o para cima em
minha cintura até sentir meu pau deslizar em sua pele macia. Em baixo de mim,
ela se arqueou e começou a rebolar, conseguindo o máximo de fricção entre nós
sem que eu empurrasse para dentro. Nossos beijos começaram lentos e
provocantes, e então aumentaram de intensidade para uma fome voraz antes de
voltar a uma cadência mais lenta e carinhosa. Demi me deixou prender seus
braços acima da cabeça, me deixou chupar e morder seus mamilos quase até doer.
Ela me perguntou o que eu queria, do que eu gostava, e se eu queria seu corpo
ou sua boca primeiro. Quando estávamos nus juntos, seu primeiro instinto era
sempre me dar prazer. Aquela mulher me surpreendia. Eu tinha perdido a
perspectiva de quem ela era fora de nossa relação. Comigo, ela podia ser
qualquer coisa. Coragem e medo não eram opostos. Ela podia ser maldosa e doce,
safada e inocente. Eu queria ser tudo para ela, da mesma maneira. – Eu adoro o
jeito como nós nos beijamos – ela sussurrou, com as palavras pressionadas em
meus lábios. – Como assim? – eu sabia do que ela estava falando. Sabia
exatamente o que ela queria dizer, mas queria ouvi-la falar o quanto tudo era
perfeito. – Só adoro o fato de que beijamos igual. Você sempre parece saber
exatamente como eu quero. – Eu quero ser casado – soltei de repente. – Eu quero
que você se case comigo. Meeeerrrda. E então, todo o meu discurso
cuidadosamente ensaiado foi jogado pela janela. O anel da minha avó estava em
uma caixinha dentro da gaveta – longe de mim – e meu plano de ajoelhar e fazer
tudo direito simplesmente evaporou. Dentro dos meus braços, Demi permaneceu
completamente imóvel. – O que você acabou de dizer?! Estraguei completamente o
plano, mas agora era tarde demais para voltar atrás. – Sei que estamos juntos
há pouco mais de um ano – expliquei rapidamente. – Talvez seja cedo demais. Eu
entendo se você achar que é cedo demais. É só que, sabe quando você disse que
adora o jeito como nos beijamos? Eu sinto o mesmo em relação a tudo o que
fazemos juntos. Eu amo tudo. Eu amo entrar em você, amo trabalhar com você, amo
ver você trabalhando, amo discutir com você e amo simplesmente sentar no sofá e
rir com você. Eu me sinto perdido quando não estou com você, Demi. Não consigo
pensar em nada, ou ninguém, que seja mais importante para mim. Então, na minha
mente, isso significa que de certa maneira já estamos casados. Acho que agora
eu quero tornar isso oficial de algum jeito. Talvez eu esteja falando bobagem –
olhei para ela, meu coração tentando sair pela boca. – Eu nunca pensei que
fosse sentir isso por alguém. Ela me encarou, com olhos arregalados e lábios
separados, como se não conseguisse acreditar no que ouvia. Fiquei de pé e fui
até o armário, tirando a caixinha da gaveta e levando até ela. Quando abri e
mostrei o antigo anel de diamante e safira da minha avó, ela bateu com
a mão sobre a boca. – Quero me casar – eu disse novamente.
Seu silêncio me deixava nervoso e, merda, com minhas palavras atropeladas, eu
estragara completamente o momento. – Casar com você, quer dizer. Seus olhos se
encheram de lágrimas e ela levou a mão até o rosto, tentando não piscar. –
Você. É. Tão. Idiota. Bom, isso foi inesperado. Eu sabia que talvez fosse cedo
demais, mas… um idiota? Sério? Cerrei meus olhos. – Um simples “é cedo demais”
seria suficiente, Demi. Deus. Eu abro meu coração desse jeito e você… Ela saiu
da cama e correu até uma de suas malas, vasculhando lá dentro e tirando uma
pequena sacola de tecido azul. Trouxe até mim, com o laço pendurado em seu
longo dedo indicador, e balançou a sacola na frente do meu rosto. Eu a peço em
casamento e ela me entrega um souvenir de Nova York? – Que droga é essa, Demi?
– O que você acha, gênio? – Não banque a espertinha comigo, Lovato. É uma
sacola. Até onde eu sei, tem uma barra de cereais aí dentro, ou um absorvente,
sei lá. – É um anel, seu tonto. Para você. Meu coração estava batendo tão forte
e rápido que quase pensei que fosse um ataque. – Um anel para mim? Ela tirou
uma pequena caixa da sacola e me mostrou. Era de platina polida, com uma faixa
de titânio no meio. – Você ia me pedir em casamento? – perguntei, ainda
completamente confuso. – As mulheres fazem isso? Ela me deu um soco forte no
braço. – Sim, seu machista. E você totalmente roubou o meu momento. – Então,
isso é um “sim”? – perguntei, minha perplexidade aumentando. – Você vai se
casar comigo? – Você é quem tem que responder! – ela gritou, porém estava
sorrindo. – Tecnicamente, você não pediu ainda. – Mas que droga, Joe! Você
também não! – Você quer casar comigo? – perguntei, rindo. – Você quer casar
comigo? Com um gemido, peguei a caixinha e a deixei cair no chão. Depois lancei
Demi de costas na cama. – Você sempre vai ser impossível assim? Ela assentiu,
com olhos arregalados e o lábio preso nos dentes. Merda. Poderíamos resolver
isso mais tarde. – Pegue o meu pau – eu me abaixei, beijei seu pescoço e grunhi
quando ela me agarrou. – Guie até você. Ela ajeitou os quadris debaixo de mim
até eu sentir que estava bem na sua entrada. Deslizei para dentro devagar,
mesmo que cada músculo e tendão em meu corpo quisesse entrar com força e
descontroladamente. Gemi, tremendo por cima dela, sentindo como se estivesse
afundando por dentro. Movendo meus quadris para frente e
para trás, senti seus braços me envolverem e seu rosto mergulhar em meu pescoço
enquanto ela se erguia para acompanhar meus movimentos. Levou apenas mais dois
movimentos para que nos tornássemos mais selvagens e frenéticos. – Goza pra mim
– sussurrei em sua boca, lambendo, implorando. Levantei sua perna, prendi em
sua lateral e entrei mais fundo. Meus olhos se fecharam por um momento e senti
como se fosse explodir a qualquer instante. Ela pressionou o rosto de volta no
travesseiro, abriu os lábios para tentar respirar e eu aproveitei a
oportunidade para deslizar minha língua em sua boca. – Assim está bom? –
sussurrei, apertando sua cintura com a ponta dos dedos. Ela adorava o limiar
entre dor e prazer, aquele ponto perfeito que descobrimos cedo em nossa
relação. Ela assentiu novamente e eu acelerei os movimentos, enchendo minha
cabeça com seu cheiro. Lambi sua garganta, seu pescoço, deixei uma marca de
mordida em seu ombro. – Aqui em cima – ela disse, puxando-me de volta para seu
rosto. – Me beija. Então eu beijei. De novo e de novo, até ela começar a arfar
e se contorcer debaixo de mim, implorando para eu acelerar. Senti sua barriga
ficar tensa e então suas pernas me apertaram ainda mais, a intensidade de seus
gritos aumentando em meu ouvido. Apertando o queixo, tentei não pensar no meu
próprio orgasmo, querendo mais intensidade, mais tempo, querendo sentir ela
gozar de novo antes mesmo que eu pensasse em chegar perto do clímax. Seus
gemidos ficaram mais altos. Demi gritou e então ofegou e tentou se afastar, mas
eu sabia que ela poderia gozar de novo. Sabia que ela estava sensível, mas
podia aguentar mais. – Não se afaste. Você ainda não terminou. Não está nem
perto de terminar. Goza de novo para mim. Seus quadris relaxaram em minhas mãos
enquanto ela agarrava meus cabelos com mais força. – Oh – foi apenas um
suspiro. Mas havia tanta coisa contida nesse único e silencioso suspiro… Eu a
apertei ainda mais, segurando seus quadris e os inclinando com meus movimentos.
– Isso, assim. – Vou gozar – ela disse, arfando. – Não posso… não posso… Seus
quadris tremeram e eu a agarrei o mais forte que conseguia. – Não se atreva a
parar. – Me toque… lá – ela disse, e eu sabia o que queria. Beijei seu pescoço
antes de lamber meus dedos e deslizar por suas costas, tocando, pressionado.
Com um grito agudo, ela gozou novamente, os músculos, debaixo de sua pele
macia, me apertando ainda mais. Respirei fundo e deixei meu orgasmo explodir
por minhas costas e percorrer todo o meu corpo. Pontos de luz piscavam atrás
dos meus olhos fechados. Eu mal podia ouvir seus gemidos roucos sob o som do
sangue latejando em meu ouvido. – Sim, sim, sim, sim… – ela disse, em delírio,
antes de desabar no travesseiro. Senti como se as paredes tremessem no silêncio
que se seguiu. Minha mente sacudia com a necessidade que eu sentia por ela; era
desorientador. – Sim – ela ofegou uma última vez. Permaneci totalmente imóvel
enquanto a consciência voltava lentamente aos meus
pensamentos. – Sim? Então, com os membros ainda trêmulos e a
respiração ofegante, ela me deu um enorme sorriso. – Sim… Eu também quero me
casar com você.
to sm palavras
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