Beautiful Bombshell
Minha mãe sempre me disse para encontrar uma mulher que
fosse equivalente a mim, em todos os sentidos. “Nunca se apaixone por alguém
que coloque você em primeiro lugar. Encontre alguém que seja tão destemida e
energética quanto você. Encontre uma mulher que faça você querer ser uma pessoa
melhor.” Eu definitivamente encontrei minha cara-metade, a mulher que
transformou minha vida em um inferno e que vivia apenas para discutir comigo. A
mulher cuja boca eu queria tapar com fita adesiva… ou com um beijo. Minha
namorada, minha ex-estagiária, a Srta. Demi Lovato. Uma cretina irresistível.
Pelo menos, era assim que eu a enxergava na época em que eu era um cego idiota,
perdidamente apaixonado por ela. Eu certamente encontrara a mulher que me fazia
querer ser uma pessoa melhor, e estava encantado com aquela garota destemida.
Acontece que, na maioria dos dias, eu mal conseguia ficar mais de dois minutos
a sós com ela. Minha vida resumida: finalmente conquistar a garota; nunca
conseguir ficar com ela de verdade. —
Eu passara a maior parte dos últimos dois meses viajando em
busca de um bom espaço para a filial que a Jonas Media Group está abrindo em
Nova York. Demi tinha ficado em Chicago, e embora nosso recente – e raro – fim
de semana juntos na cidade tivesse sido cheio de amigos, tardes ensolaradas e
lazer, o tempo que passamos sozinhos simplesmente não fora o bastante.
Encontramos vários amigos o tempo inteiro, desde a manhã até depois da
meia-noite, e voltamos exaustos para meu apartamento, mal conseguindo tirar nossas
roupas antes de transar em um clima silencioso e sonolento. A verdade era que o
sexo – que com o passar do tempo se tornara mais íntimo e selvagem, nos
permitindo só o mínimo de sono – nunca parecia ser suficiente. Eu esperava
sentir, em algum momento, que tínhamos estabilizado nossa vida sexual,
encontrado uma rotina sólida. Mas isso nunca aconteceu. Eu permanecia em um
constante estado de saudade e desejo. E as segundas-feiras eram os piores dias.
Nas segundas havia reuniões o dia inteiro e todo o trabalho da semana pela
frente: um trabalho melancólico e desprovido de Demi. Ouvi a familiar cadência
do salto alto batendo no chão de ladrilhos e ergui a cabeça enquanto esperava a
impressora terminar de imprimir alguns documentos. Como se tivesse ouvido minha
súplica interna, Demi Lovato se aproximou de mim, vestindo uma saia curta de lã
vermelha, uma blusa azul-escuro justa e saltos que, francamente, não pareciam
seguros para serem usados fora do quarto. De manhã, quando saí para preparar a
reunião das oito horas, a única coisa que ela estava vestindo era um pálido
raio de sol que entrava pela janela do quarto.
Segurei um sorriso e tentei não parecer desesperado demais,
mas eu nem deveria ter me dado ao trabalho. Ela conseguia ler todas as minhas
expressões. – Então você encontrou a máquina mágica que pega o que você faz no
computador e coloca num pedaço de papel, usando tinta – ela disse. Coloquei a
mão no bolso da calça, mexi em algumas moedas e senti uma pontada de adrenalina
ao ouvir o tom provocador em sua voz. – Na verdade, descobri essa maravilhosa
invenção no meu primeiro dia aqui. Acontece que eu gostava dos momentos felizes
de silêncio quando eu mandava você sair da minha sala para buscar documentos em
outro lugar. Ela avançou sobre mim, com um sorriso largo e olhos maliciosos. –
Filho da puta. Sim, porra. Venha para mim, garota. Dez minutos na sala de
xerox? Eu posso facilmente alegrar o seu dia em dez minutos. – Você vai ter que
suar muito hoje à noite – ela sussurrou ao dar um tapinha em minhas costas e
continuar andando até o corredor. Fiquei olhando sua bunda enquanto dava uma
reboladinha e esperei que ela voltasse para me torturar mais um pouco. Mas não
voltou. Só isso? É só isso que eu recebo? Um tapinha nas costas, uma
conversinha assanhada e uma rebolada? Pelo menos hoje vamos ter nossa primeira
noite inteira juntos em semanas. Fazia mais de um ano que tínhamos nos
apaixonado, e ainda não tivemos mais do que um fim de semana sozinhos desde a
viagem para San Diego. Suspirei e puxei meus papéis da impressora. Nós
precisávamos de umas férias. —
De volta à minha sala, deixei os papéis na minha mesa e
olhei a tela do computador, que, para minha surpresa, mostrava uma agenda quase
vazia. Eu trabalhara até altas horas nos últimos dias apenas para chegar em
casa mais cedo hoje e ficar com Demi, então, com exceção da reunião da manhã
com o RH, minha agenda estava livre. Porém, Demi estava claramente ocupada em
sua nova posição. Eu sentia falta de tê-la como minha estagiária. Sentia falta
de mandar nela o dia inteiro. E realmente sentia falta dela retrucando minhas
ordens. Pela primeira vez em meses, eu tinha tempo de sentar em minha sala e
literalmente não fazer nada. Fechei os olhos e centenas de pensamentos passaram
pela minha mente em questão de segundos: a vista dos escritórios vazios em Nova
York pouco antes de eu sair para o aeroporto. A perspectiva de empacotar tudo
em meu apartamento. A perspectiva muito mais favorável de arrumar tudo em um
novo lar com Demi. E, então, meu cérebro seguiu seu caminho favorito: a visão
de Demi nua em todas as posições possíveis. O que me fez pensar em uma de
minhas lembranças favoritas de nós dois: a manhã seguinte à sua apresentação.
Depois que admitimos não estar mais apenas transando casualmente, mas interessados
em algo mais, surgiu uma tensão e tivemos uma de nossas maiores discussões. Eu
não a via há meses, então apareci de surpresa em sua apresentação final do MBA,
para vê-la arrasar. E ela arrasou. Mas depois disso, apesar de tudo que
dissemos na sala de reuniões, ainda havia tanta coisa
para conversar. A realidade de nossa união ainda parecia
algo muito novo, e eu não sabia direito em que página estávamos. —
Assim que chegamos na calçada, eu olhei em seu rosto: olhei
para os olhos, os lábios, o pescoço, que ainda estava um pouco vermelho dos
beijos que eu dera alguns minutos atrás. A maneira como ela passou a ponta do
dedo em uma marca que eu havia deixado enviou um impulso elétrico do meu
cérebro direto para o meu pau: a conversa está ótima, mas está na hora de
levá-la para casa e fodê-la de jeito no colchão. Mas eu não sabia se estávamos
na mesma página quanto a isso. À luz do dia, ela parecia estar prestes a
desmaiar. É claro que estava. Conhecendo Demi, ela provavelmente se preparara e
aperfeiçoara a apresentação pelas últimas setenta e duas horas direto, sem
dormir. Mas eu não a via fazia tanto tempo… será que eu poderia me controlar e
esperar que ela fosse para casa descansar? Se ela só precisasse tirar uma
soneca, eu poderia ficar por perto e esperar, não é? Eu poderia me deitar ao
seu lado e me tranquilizar sabendo que ela realmente estava ali e que nós
estávamos acertando os ponteiros e então… Faria o quê? Acariciaria seus
cabelos? Que merda. Será que eu sempre fui um esquisitão assim? Demi jogou no
ombro a bolsa do computador, e o movimento me tirou dos meus pensamentos. Mas,
quando foquei os olhos novamente, vi que ela estava olhando o horizonte, na
direção do rio. – Você está bem? – perguntei, abaixando o olhar para encará-la.
Ela assentiu com um pequeno sobressalto, como se tivesse sido flagrada. – Estou
bem… só me sentindo sobrecarregada. – Um pouco atordoada? Seu sorriso exausto
despertou um sentimento amoroso em meu peito, mas a maneira como lambeu os
lábios soltou uma faísca mais abaixo no meu corpo. – Eu estava tão triste
pensando que não te veria hoje. E de manhã andei o caminho inteiro entre o
escritório e aqui pensando como seria estranho fazer isso sem você, ou o Paul,
ou qualquer pessoa da Jonas Media. E então, você apareceu, e claro que acabou
me irritando, mas também me fez rir – ela inclinou a cabeça e estudou meu
rosto. – A apresentação aconteceu exatamente do jeito que eu queria, e depois
vieram as ofertas de trabalho… e você. Você disse que me amava. Você veio. Ela
estendeu o braço e pousou a palma da mão em meu peito. Sei que podia sentir meu
coração batendo com toda a força. – Minha adrenalina está baixando e agora eu
só… – Demi afastou a mão e fez um aceno antes de deixá-la cair como se
estivesse totalmente sem energia. – Não sei como a noite de hoje vai funcionar.
Como a noite iria funcionar? Eu sabia exatamente como iria funcionar. Nós
conversaríamos até anoitecer, depois transaríamos até o sol nascer. Estendi o
braço e envolvi seu ombro. Deus, era tão bom abraçá-la. – Deixa que eu me
preocupo com isso. Agora vou levar você para casa. Dessa vez, ela balançou a
cabeça, voltando a se concentrar no momento.
– Tudo bem se você tiver que voltar para o trabalho, nós
podemos… Franzi a testa e grunhi: – Não seja ridícula. São quase quatro horas.
Não vou voltar para o trabalho. Meu carro está aqui e você vai entrar nele. Seu
sorriso se acentuou nos cantos. – E eis que surge o Joe Mandão. Agora eu
definitivamente não vou com você. – Demi, eu não estou brincando. Não vou
deixar você sair da minha vista até o Natal. Ela apertou os olhos debaixo do
forte sol de junho. – Até o Natal? Isso parece tempo demais para você me deixar
amarrada no porão. – Se você não gosta desse tipo de coisa, nossa relação pode
não ser a coisa certa para você, afinal de contas… – eu provoquei. Ela riu, mas
não respondeu. Em vez disso, aqueles profundos olhos castanhos me encararam,
sem piscar e difíceis de interpretar. Eu me senti desacostumado a nossos
joguinhos, e mal conseguia esconder minha frustração. Coloquei as mãos em seu
quadril e me inclinei para dar um pequeno beijo em sua boca. Merda, eu
precisava de mais! – Vamos agora. Nada de porão. Apenas nós dois. – Joe… Eu a
interrompi com outro beijo, paradoxalmente relaxado por essa pequena discussão.
– Meu carro. Agora. – Tem certeza que não quer ouvir o que eu tenho a dizer? –
Certeza absoluta. Você pode falar o quanto quiser quando eu tiver meu rosto
firmemente plantado no meio das suas pernas. Demi concordou e me acompanhou
quando eu tomei sua mão e gentilmente a puxei em direção ao estacionamento.
Porém, sorriu misteriosamente durante todo o caminho. —
Durante toda a viagem até seu apartamento, ela passou a
ponta dos dedos pela minha coxa, lambeu meu pescoço, passou a mão por cima do
meu pau e descreveu a pequena calcinha vermelha que tinha vestido pela manhã,
quando pensou que seria bom um impulso na autoconfiança. – Sua confiança vai se
abalar se eu rasgar essa calcinha? – perguntei, me inclinando para beijá-la
quando paramos em um semáforo vermelho. O carro atrás de mim buzinou justo
quando estava ficando bom: quando seus lábios davam lugar a mordidinhas e seus
gemidos preenchiam minha boca, minha cabeça – merda –, meu peito inteiro. Eu
precisava tirar sua roupa e montar nela. A subida no elevador foi selvagem. Ela
estava aqui, puta merda, ela estava aqui, e eu tinha sentido tanta saudade
dela! Se dependesse de mim, aquela noite duraria três dias. Ela subiu a saia
até a cintura e eu a ergui, encaixando suas pernas ao meu redor e pressionando
meu pau duro nela. – Vou fazer você gozar muito – eu disse. – Humm, promete?
– Prometo. Impulsionei meu quadril contra ela e Demi quase
perdeu o folego ao sussurrar: – Certo, mas antes… As portas do elevador se
abriram e ela se livrou de mim, colocando os pés de volta ao chão. Com um olhar
hesitante, arrumou a saia e seguiu na minha frente até seu apartamento. Senti
um frio na barriga. Não estivera aqui desde o dia em que enganei o porteiro
para ele me deixar subir e falar com ela, na época em que estávamos separados.
Eu acabara tendo essa a conversa toda do lado de fora do apartamento. Agora, me
sentia estranhamente ansioso. Em nossa noite de reconciliação, eu queria sentir
apenas alívio, e não ficar pensando em tudo que perdemos nos meses longe um do
outro. Para me distrair, abaixei a cabeça, chupei a pele debaixo de sua orelha
e comecei a abrir o zíper da saia enquanto ela procurava as chaves. Ela abriu a
porta com força e se virou para mim. – Joe… – ela começou a falar, mas eu a
empurrei para dentro até pressioná-la contra a parede mais próxima, silenciando
sua voz com minha boca. Merda, ela tinha um gosto incrível, uma mistura da
limonada que estivera tomando com o familiar sabor de menta suave e lábios
famintos e macios. Meus dedos começaram apenas provocando na parte de trás da
saia, mas eu logo perdi a delicadeza e quase arranquei o zíper ao puxar o
tecido inteiro para o chão, imediatamente subindo minhas mãos até seu blazer.
Por que diabos ela ainda está vestindo essa coisa? Por que não está completamente
nua? Debaixo de sua camisa lilás, os mamilos endureceram sob meu olhar vidrado,
e aproximei um dedo para circular aquela perfeição. Ela ofegou profundamente,
chamando atenção dos meus olhos. – Senti falta disso. Senti falta de você. Sua
língua molhou rapidamente os lábios. – Eu também. – Merda, eu te amo. Quando
beijei sua garganta, seu peito subiu e desceu rapidamente, e eu não sabia como
prosseguir, não sabia como ir mais devagar. Será que eu deveria tomá-la aqui
mesmo, rápida e furiosamente, ou deveria carregá-la até o sofá, ajoelhar e
apenas saboreá-la? Pensara sobre isso por tanto tempo – imaginando cada cenário
possível – e neste momento me sentia paralisado diante da realidade: ela
finalmente estava aqui, em carne e osso. Eu precisava de tudo. Precisava sentir
seus gemidos e sua pele, precisava me perder no conforto de sua mão me
envolvendo, precisava observar a gota de suor que descia em sua sobrancelha
enquanto ela me cavalgava, mostrando o quanto também sentira minha falta. Eu
perceberia a maneira como quebraria seu ritmo quando estivesse perto do clímax,
ou como me apertaria quando eu dissesse seu nome com aquele sussurro que ela
tanto gostava. Minhas mãos tremeram quando abri cuidadosamente um botão da
camisa. Uma pequena parte do meu cérebro racional ainda funcionava e me alertou
para não destruir a roupa que ela usara na apresentação. Além disso, eu também
queria saborear o momento. Queria saboreá-la. – Joe? – Humm? – abri outro botão
e corri a ponta do dedo por sua garganta.
– Eu te amo – ela disse, com olhos arregalados e as mãos
tocando meus braços. Meus dedos perderam a força e eu quase parei de respirar.
– Mas… você vai odiar o que tenho para dizer. Eu ainda estava paralisado pelo
“Eu te amo”. Meu sorriso parecia um pouco fora de controle. – O quê…? O que
quer que você tenha a dizer, eu tenho certeza de que não vou odiar. Ela
estremeceu, virando para olhar o relógio na parede. Foi a primeira vez que me
ocorreu dar uma olhada no apartamento. Dei um passo para trás, surpreso – o
lugar não se parecia com nada que eu podia esperar. Tudo que dizia respeito à Demi
sempre era impecável, elegante, moderno. Mas seu apartamento não poderia estar
mais longe disso. A sala de estar estava arrumada, mas cheia de móveis velhos e
coisas que não se pareciam com nada que ela pudesse ter. Tudo era marrom e
bege; os sofás pareciam confortáveis, mas feitos com o enchimento usado em
ursos de pelúcia. Uma pequena coleção de corujas de madeira ficava ao lado de
uma televisão minúscula e, na cozinha, o relógio que ela olhou tinha uma grande
abelha sorridente que dizia, em letras garrafais, “Seja Feliz!”. – Isso… não é
o que eu esperava. Demi seguiu minha atenção ao redor do apartamento e então
soltou uma risada alta. Era a mesma risada que costumava soltar antes de me
destruir verbalmente. – O que você esperava, sr. Jonas? Dei de ombros, sem
querer insultá-la, mas curioso sobre essa discrepância. – Apenas esperava que
seu apartamento se parecesse um pouco mais com você. – O que foi, você não
gosta das minhas corujas? – ela perguntou, sorrindo. – Eu gosto sim, é só que…
– comecei a falar, passando a mão no cabelo. – E os sofás? – ela interrompeu. –
Você não acha que poderíamos nos divertir neles? – Linda, nós poderíamos nos
divertir em qualquer superfície deste lugar, estou apenas tentando dizer que eu
esperava que seu apartamento fosse menos… Merda. Por que eu ainda estava
falando? Olhei para ela e vi sua mão na frente da boca, tentando disfarçar uma
risada. – Calma – ela disse. – Aqui era o apartamento da minha mãe. Eu amo este
lugar do jeito que é, mas você está certo. Nada disso é meu. Quando eu estava
na faculdade, não achei que fazia sentido vender essas coisas ou comprar tudo
novo. Dei outra olhada ao redor, curioso. – Você gasta com calcinhas de cem
dólares, mas não com um sofá novo? – Não seja tão arrogante. Eu não precisava
de um sofá novo. Mas frequentemente precisava de calcinhas novas – ela disse
baixinho, cheia de insinuação. – Sim, precisava mesmo. Com esse perfeito
lembrete, dei um passo em sua direção, retomando o gentil ataque aos botões de
sua camisa. Empurrei a camisa por seus ombros e braços e olhei para ela na
minha frente, agora vestindo apenas um sutiã de renda vermelha e uma calcinha
combinando. As duas peças eram minúsculas. – Diga o que você quer – implorei,
sentindo um pouco de desespero ao tirar seu cabelo do caminho para poder chupar
seu pescoço, queixo, orelha. – Meu pau? Minha boca? Minhas mãos? Deus, vou
fazer tudo isso com você hoje, mas por onde começar? Faz meses
que não te vejo e sinto que estou perdendo a cabeça. Tomei
seu braço, trazendo-a para mais perto. – Linda, coloque as mãos em mim. Ela
correu os dedos em meu pescoço e segurou meu rosto. Eu podia sentir sua
tremedeira. – Joe. Apenas quando ela disse meu nome dessa maneira – como se
estivesse tímida ou talvez até ansiosa – eu lembrei que ela queria me dizer
algo além de eu te amo. Algo de que eu não iria gostar. – O que foi? Seus olhos
estavam enormes, buscando os meus e cheios de desculpas. – Acabei de terminar
minha apresentação e… – Ah, merda, eu sou um idiota. Eu deveria te levar para
jantar… – … prometi para Julia e Sara que nós iríamos sair… – … talvez a gente
possa sair para jantar depois que eu fizer você gozar… – eu disse,
atropelando-a. – … para beber depois que eu terminasse. – … só preciso ouvir
você gozar uma vez, daí podemos ir. Só me dê… – fiz uma pausa enquanto digeria
as palavras dela. – Espera, o quê? Você vai sair com Julia e Sara? Hoje? Ela
assentiu, apertando os olhos. – Eu não sabia que você iria aparecer. E realmente
quero ligar e cancelar. Mas acontece que não posso fazer isso. Não depois de
elas terem sido tão boas comigo nos últimos meses… quando eu e você estávamos…
Soltei um grunhido, apertando meus olhos com as mãos. – Por que você não me
disse isso antes que eu tirasse sua roupa? Merda, como posso ir embora agora?
Vou ficar duro por horas. – Eu tentei falar – justiça seja feita, ela parecia
tão frustrada quanto eu. – Será que nós temos tempo para… – balancei a cabeça,
olhando ao redor, como se a resposta estivesse enterrada naquela mobília
antiga. – Eu poderia dar conta de nós dois provavelmente em, tipo, menos de
dois minutos. Ela riu. – Não sei se isso é uma coisa da qual você deveria se
orgulhar. Claro que era. Sua pequena exclamação de surpresa foi roubada por
meus lábios quando eu a beijei, com língua e dentes, sem me importar se
tínhamos apenas poucos minutos. Poucos minutos seriam suficientes. Deslizei
minha mão sobre a pulsação em seu pescoço, segui para o meio dos seios e desci
até a barriga. Baixei ainda mais, encontrando aquele familiar e favorito ponto,
onde ela estava quente e escorregadia. Então o céu podia desabar sobre mim e eu
não notaria porque, meu Deus, nada existia além dela e de seus gemidos e
sussurros que me pediam para continuar, continuar… – Joe – ela gemia –, por
favor. Comecei a abrir minha própria calça e tinha acabado de começar a falar
quando… Fui interrompido por uma batida na porta.
Uma voz familiar soou no corredor. – Já chegamos, Srta.
Formada em Administração, e estamos prontas para beber uns drinques! – Isso é
uma piada. Diga que isso é uma piada! – eu disse, olhando-a no rosto. Ela negou
com a cabeça, tentando esconder um sorriso. – Não estou com humor para dividir
você agora. Você tem que estar brincando comigo. – Quase me esqueci do quanto
eu adoro quando você fica bravo assim. Ela andou até a porta usando apenas a
lingerie e abriu uma fresta antes de se virar e correr para o quarto, me
deixando sozinho para receber as intrusas. Mas que grande merda! – Volto daqui
a pouco! – Demi gritou por cima do ombro, sua bunda quase nua desaparecendo
dentro do quarto. Julia assoviou alto, entrou pela porta e parou por um segundo
antes de me ver e cair na risada. – Uau, eu não esperava que você nos recebesse
só de calcinha e sutiã, Demi – Sara entrou, com uma mão cobrindo os olhos e a
outra estendida tateando cegamente. Ela agarrou minha camisa aberta e soltou um
grito quando abriu os olhos e viu quem estava segurando. – Sr. Jonas! – Olá,
garotas – eu disse, sem expressão na voz. Arrumei minha camisa e ajeitei a
gravata. – Ops, nós interrompemos alguma coisa? – Julia perguntou, com olhos
arregalados e provocadores. – Na verdade, sim. Nós estávamos… voltando a nos
conhecer melhor. Demi gritou do quarto dizendo para nos servimos com o
champanhe da geladeira, e eu tentei ignorar a maneira como o olhar de Julia
desceu até meu zíper. Fiquei parado, deixando que ela desse uma boa olhada.
Minha ereção já tinha acabado, de qualquer maneira. Ou quase. – Eu não sabia
que seria uma noite só das garotas – eu disse, quando o silêncio pareceu se
arrastar eternamente. Sara deu um passo para trás, lutando para manter o olhar
acima dos meus ombros, e explicou: – Acho que ninguém esperava que você
estivesse aqui e… fosse passar a noite. Eu definitivamente queria passar a
noite. Dentro de Demi, de todas as maneiras. Julia me estudou por um minuto e
então sorriu. – Admito que eu tinha quase certeza de que Joe estaria aqui. Não
pude evitar um sorriso igual ao dela. Afinal, fora ela quem me convencera a
aparecer na apresentação de Demi. Ela estava obviamente do meu lado. Mesmo
tendo interrompido minha tentativa de transar com Demi pela primeira vez em um
século. Eu me virei e fui para a cozinha lavar as mãos. Julia me seguiu, e
atrás de mim eu a ouvi abrir o champanhe. O som da rolha e do borbulhar que
veio em seguida me lembrou o quanto eu queria abrir aquela garrafa sobre o
corpo nu de Demi e lamber a espuma se derramando em sua pele.
Julia continuou: – Acho que nós todos deveríamos sair para
celebrar, e ele pode ficar com ela o quanto quiser – ela serviu quatro taças de
champanhe e me entregou uma. – Você vai ter que esperar até mais tarde para…
voltar a conhecê-la. Demi surgiu de seu quarto usando um jeans preto bem justo,
salto alto e uma regata azul cheia de brilho, que fazia sua pele parecer
dourada. Se ela saísse vestindo isso, eu não conseguiria manter minhas mãos
longe dela, de jeito nenhum. – Demi… – comecei a falar, andando até ela e
deixando meu champanhe no balcão da cozinha, com a mão trêmula. Estremeci ao
ver seu cabelo preso para trás em um rabo de cavalo. Seus olhos brilhavam, se
divertindo, e ela ficou na ponta dos pés para falar ao meu ouvido. – Você pode
soltar meu cabelo mais tarde. – Pode contar com isso. – Você quer agarrar? Puxar?
– ela perguntou, beijando a ponta da minha orelha. Confirmei balançando a
cabeça, com os olhos fechados. – Ou prefere sentir meu cabelo solto e
esparramado na sua barriga enquanto minha boca trabalha no seu pau? Pequei
minha taça de champanhe novamente e tomei um gole. – Digamos que sim. Senti uma
necessidade se acumular em meu estômago e fiquei dividido entre querer quebrar
algo e querer arrastá-la até o quarto e arrancar aquele jeans de suas pernas.
Absolutamente nenhuma parte de mim queria passar a noite bebendo vinho, comendo
queijos e ouvindo conversa de garotas. Não sabia se conseguiria aguentar. Como
se tivesse ouvido meus pensamentos, ela sussurrou: – Essa espera só vai fazer
nossa noite melhor quando voltarmos. – Duvido que isso seja possível. Seus
dedos arranharam de leve o meu peito. – Senti falta dessa carinha ranzinza.
Ignorando-a, eu perguntei: – Que tal se você for até meu apartamento depois?
Saia com suas amigas e se divirta bastante. Estarei lá esperando, quando você
estiver pronta. Ela se esticou e deslizou um longo e macio beijo pela minha
boca. – O que aconteceu com a ideia de não me deixar sair da sua vista até o
Natal? —
Achei que íamos a uma boate, talvez algum lugar chique com
drinques a vinte dólares, cheio de estudantes em vestidinhos pretos. O que eu
não esperava era um bar discreto nos subúrbios, com dardos e o que Julia
descreveu como “a melhor carta de cervejas em Illinois”. Desde que me fizessem
um gimlet com vodca e eu pudesse ficar em contato físico constante com Demi, a
noite talvez não fosse um desastre total. Segui as garotas até o interior do
bar, lançando olhares intimidadores para todos os outros babacas pelos quais
passamos no caminho. Julia sentou em um banco de couro,
gritando algo para a barwoman sobre trazer “o de sempre” para elas e “algo
rosa” para o “bonitinho aqui”. Pensando bem, esta seria uma longa noite. Sara –
que claramente ainda estava um pouco nervosa com a minha presença – sentou do
outro lado de Demi e a fez contar todos os detalhes da apresentação. Demi
contou sobre o diretor Clarence Cheng, sobre como eu apareci de surpresa e agi
como um idiota, sobre ter apresentado os dois projetos e sobre a oferta de
emprego. – Foram duas ofertas de emprego – eu corrigi, encarando-a para deixar
claro que eu esperava que ela aceitasse o maldito emprego na JMG. Ela revirou
os olhos, mas ninguém deixou de notar seu sorriso orgulhoso. Elas ergueram suas
cervejas e eu ergui meu drinque rosa, e brindamos o sucesso de Demi. Ao meu
lado, ela tomou a cerveja e então saltou para fora do banco. – Quem está a fim
de jogar uns dardos? Sara levantou a mão dando um pulinho. Após uma única
cerveja, ela já parecia meio alta e relaxada o bastante para não agir mais como
se estivéssemos no escritório. Deslizei meu olhar pelo corpo de Demi. Eu gostei
da ideia de assistir ela se esticando naquelas roupas apertadas para jogar os
dardos. – Você vem junto? – ela perguntou, virando para mim e pressionando os
seios contra o meu braço. Safada maldita. – Daqui a pouco, talvez – deixei meus
olhos se demorarem em seus lábios antes de abaixá-los até os seios. Debaixo do
tecido leve da regata, os mamilos já se insinuavam. Sua risada fez minha
atenção voltar para seus lábios vermelhos – ela percebeu e fez um beicinho. – Joe
está se sentindo meio ansioso? – Joe está se sentindo muito ansioso – eu disse,
puxando-a entre minhas pernas e beijando a curva de sua orelha. Eu queria ser
paciente e deixá-la aproveitar a noite, mas a paciência nunca foi meu forte. – Joe
quer Demi nua e tocando seu pau. Com uma risadinha, ela rebolou até os fundos
do bar, com o braço enlaçado ao de Sara. Julia deu um leve soco em meu ombro,
olhando rapidamente atrás de nós para ter certeza de que Demi não podia ouvir.
– Você fez a coisa certa. Eu me sentia desconfortável discutindo assuntos
pessoais com a maioria das pessoas, e essa conversa mais do que pessoal era a
última coisa que eu queria ter com uma quase estranha. Ainda assim, Julia se
dera ao trabalho de me procurar para ajudar Demi. Definitivamente, fora preciso
coragem para isso. – Obrigado por me ligar – eu disse. – Mas quero que saiba
que eu iria atrás dela de qualquer maneira. Não conseguia mais ficar longe
daquele jeito. Julia tomou um gole da cerveja. – Imaginei que, se você fosse
mesmo igual a ela, estaria prestes a tentar de novo. Eu liguei apenas porque
queria te dar a confiança necessária para chegar lá e bancar o cretino do jeito
que só você sabe. – Eu não era tão cretino assim – franzi a testa, pensando
naquilo. – Pelo menos, acho que não.
– Claro que não – Julia disse pausadamente. – Você é o
respeito em pessoa. Ignorando a provocação, peguei meu drinque de mulherzinha e
tomei de um gole só. – Ela está tão feliz hoje! – Julia murmurou, quase que
para si mesma. – Ela está magra – olhei para onde Demi estava, de pé, preparada
para lançar um dardo. Ela parecia mesmo feliz, e isso me alegrava, mas a
diferença em seu corpo era difícil de ignorar. – Magra demais. Concordando,
Julia disse: – Ela malhou demais e trabalhou demais – seus olhos buscaram os
meus por um instante antes de acrescentar: – A situação não estava boa, Joe.
Ela estava acabada. – Eu também. Ela reconheceu isso com um pequeno sorriso.
Afinal, a tristeza já era passado agora. – Então, se você vai mantê-la na cama
pelos próximos dias, apenas lembre-se de fazer pit stops para a comida.
Concordei, movendo os olhos para o fundo do bar, onde minha garota se preparou,
mirou e jogou um dardo, que mal acertou na placa de madeira atrás do alvo. Ela
e Sara caíram na risada, parando apenas para dizer algo que as fez rir ainda
mais. E, enquanto ela jogava e dançava ao som dos Rolling Stones, eu senti o
peso do meu amor por ela se transformar em um calor no estômago. Dois meses
separados não era nada comparado com o que teríamos pela frente, mas, no
contexto de nossa história, parecia uma eternidade. Eu queria compensar
passando o máximo de tempo juntos. Eu precisava voltar a ficar próximo. Acenei
para a barwoman e fiz um gesto pedindo a conta. Julia me impediu, levantando a
mão na frente do meu rosto. – Não estrague tudo. Ela é independente, e está
sozinha há tanto tempo que nunca te dirá o quanto precisa de você. Mas ela vai
te mostrar o quanto quer isso. Demi é uma pessoa de ações, não de palavras. Eu
a conheço desde que tínhamos doze anos, e você é o cara certo para ela. Dois
braços suaves me envolveram pela cintura, e senti um beijo de Demi nas minhas
costas. – Sobre o que vocês estão conversando? Julia e eu respondemos ao mesmo
tempo: – Futebol. – Política. Senti sua risada e ela deslizou para debaixo do
meu braço. – Então vocês estavam falando de mim. – Sim – respondemos juntos. –
Sobre como eu estava acabada antes e agora como pareço feliz, e como é melhor o
Joe não estragar tudo desta vez. Julia olhou para mim, ergueu sua cerveja em um
brinde silencioso e depois nos deixou sozinhos. Demi virou seus olhos castanhos
na minha direção. – Ela te contou todos os meus segredos? – Não mesmo – deixei
meu drinque no balcão e passei meu braço em torno dela. – Podemos ir agora?
Estive longe de você por tempo demais e estou atingindo o limite do
quanto posso te compartilhar. Quero ficar sozinho com você.
Senti sua risada como um pequeno tremor em seu corpo, depois o suave som chegou
aos meus ouvidos. – Você é tão exigente. – Estou apenas dizendo o que quero. –
Certo. Seja específico. O que você realmente quer? – Quero você de joelhos na
minha cama. Quero você toda suada e implorando. Quero ver você ficar molhada
até eu poder beber em você. – Merda – ela sussurrou, com a voz quase sumindo. –
Já cheguei nesse ponto. – Então, droga, Srta. Lovato. Entra logo na porra do
carro.
quero maaaiiisssss
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