Beautiful Bitch - Capitulo 4
Vi pela janela traseira enquanto os passos longos e
propositais de Joe o levaram para baixo da calçada. Ele olhou para trás por
cima do ombro e chamou um táxi assim que achou que estava fora de vista.
Porra. Para alguém conhecido por ser tão absolutamente tranquilo,
ele estava uma bagunça. Não manteve nem mesmo a frágil ilusão de uma doença por
tempo suficiente para nos ver descer a rua até o final e virar a esquina.
Virei-me no meu assento, observando as luzes e turistas
perambulando pelas calçadas, passando em um borrão e deixei que os meus
pensamentos se deslocassem para Sara. Ela disse que se sentia oca com o quanto
ela me queria, e Senhor, apenas a lembrança daquelas palavras foram o
suficiente para me destruir completamente de novo. Ela era tão pouco exigente e
até mesmo durante as nossas semanas mais ocupadas, quando raramente nos víamos,
ela foi a mais paciente de nós dois, sempre insistindo que compensaríamos o
tempo perdido durante o fim de semana, ou em uma quarta-feira. Ela falar que
precisava de mais esta noite fez com que fosse quase impossível negar-lhe. Mas
podia ver, em seus olhos, a forma como ela imediatamente se arrependeu, como se
ao me falar isso soubesse que seria rasgada.
Com seu estranho senso de tempo, meu telefone tocou com uma
mensagem de texto dela: 'Estou bem, é sério. Sinto muito ter te distraído.'
Sorri quando digitei a minha resposta: 'Ai de mim, você é
minha distração favorita.'
'Divirta-se com os rapazes hoje à noite.' Ela escreveu de
volta.
Um som de 'POP' chamou a minha atenção e olhei para onde Kevin
e Will abriram uma garrafa de champanhe. "Levantem as mãos aqueles que
acham que o Joe só precisava bater uma no banheiro." Disse Will,
oferecendo-me uma taça de champanhe. Acenei de volta, esperando um drink de
verdade no restaurante.
"Acabamos de sair de uma casa de strip." Disse Kevin
com o modo de irmão protetor em pleno vigor. "Dê uma folga ao cara."
Trabalhei para manter minha expressão neutra. Will e Kevin
não sabiam que as meninas estavam aqui, mas eles estavam assustadoramente perto
da dica.
"Kevin está certo." Interrompi, surpreso por me
pegar defendendo Joe por nos abandonar para ir transar com sua noiva na
primeira noite de seu fim de semana de veado. "Talvez ele só esteja
precisado de um momento. O cara é notoriamente governado por seu pau."
"Ha!" Will latiu. "Amo a implicação de que
você é diferente."
Não me importava que ele estivesse certo e desde que conheci
Sara, não tinha pensado em praticamente nada além do que ela estivesse fazendo,
o que estava vestindo, e, claro, onde poderia transar com ela. Meu lado que
gostava de discutir com Will não pôde resistir a responder. "Admito que
Sara tem uma grande quantidade dos meus pensamentos..." comecei.
"Compreensível." Will interrompeu, dando-me um
olhar de cumplicidade.
"Mas." Continuei, ignorando-o. "Sou
perfeitamente capaz de manter minha cabeça no jogo, quando necessário."
Imperturbável, ele cantarolava e completou sua bebida,
recostando-se no assento de couro flexível. “Sim. Empresário lúcido como você,
nunca sonhou em se esquivar da responsabilidade ou, digamos... da amizade, por
uma mulher."
Concordei com cuidado, prevendo uma armadilha.
"E quando você deixou de me buscar depois do meu voo da
China, porque teve uma 'emergência'", ele disse fazendo sinal de aspas com
as mãos "o que significa, naturalmente, sendo chupado por Sara na parte de
trás de seu carro no estacionamento do aeroporto, isso foi manter a cabeça no
jogo."
Senti o peso do tapa de parabéns de Kevin nas minhas costas.
"Seu filho da puta esperto." Disse ele.
Pisquei para Kevin, sabendo que Will estava longe de
terminar.
"E quando me abandonou com três dos clientes mais
chatos do planeta por duas horas porque estava fodendo Sara na biblioteca da
casa de James – isso também foi você mantendo sua cabeça no jogo. Sim, Jonas
realmente poderia tirar uma lição e parar de pensar com seu pinto."
"Acho que você entendeu perfeitamente." Respondi
rindo.
"Estava só confirmando." Disse ele com um sorriso
encantador, levantando a taça de champanhe na altura da testa em saudação.
Paramos em um farol um pouco além do Palazzo e embora
estivesse ansioso para comer, desejei ter tido a ideia de correr para a
"farmácia" antes de Joe ter feito.
"Viu, se você mantivesse um cronograma melhor."
Will continuou, "não estaria tão desesperado para transar sempre que tem
um segundo livre."
"Cronograma?" Kevin perguntou.
Sentei-me para frente, sorrindo. "Ele quer dizer seu
calendário de mulheres. Nosso Will aqui pode não estar conectado ou fodendo
tudo em uma saia, mas ele certamente nunca é uma perda para a empresa. Ele
mantém seus 'relacionamentos' limpos e arrumados e em rotação regular em seu
calendário."
Will franziu a testa enquanto Kevin olhou entre nós,
obviamente confuso e perguntou: "Espere. Você está me falando que programa
suas relações de sexo casual?"
"Não." Respondeu Will, olhando na minha direção.
"Isso significa que a mulher com quem estou envolvido sabe sobre a outra.
Elas também sabem que não estou interessado em nada mais por enquanto, o que
funciona perfeitamente bem porque elas também não estão. Todo mundo tem o que
quer." Ele jogou as mãos para cima e encolheu os ombros. "Você não
vai me encontrar correndo para a farmácia, ou fodendo com uma garota no meio de
uma reunião de trabalho porque não posso encontrar qualquer outro tempo na minha
agenda."
"Certo..." Kevin e eu dissemos em uníssono.
O carro sacudiu com a parada e todos nós olhamos pela
janela. "Parece que finalmente chegamos." Disse Will.
"Jesus, por que demorou tanto?"
A porta se abriu e subimos na frente do Wynn, entendendo a
cena que nos rodeava. Era o caos. Filas
de carros alinhados pelo meio-fio, muitos deles ainda ligados e com as portas
abertas. Vários atendentes confusos, permanecendo em torno de pequenos grupos,
obviamente, sem saber o que fazer.
"Parece que há um hidrante quebrado no imóvel."
Disse o motorista, apontando por cima do ombro. "Posso deixá-los, mas vai
levar pelo menos uma hora antes de ficar disponível para buscá-los."
Os outros dois deram a volta no carro para se juntar a nós e
suspirei, olhando para o meu relógio. "Não deve ter problema." Disse.
"Vamos jantar e algo me diz que não vai ser rápido." Estava dividido
entre querer sair à noite com os meus melhores amigos e querendo ter certeza de
que Sara estava segura.
Estava cada vez mais tenso, sentindo-me inquieto e nervoso,
apesar do tempo que passei com ela há apenas uma hora.
O motorista assentiu com a cabeça e o deixamos na calçada,
entrando no cassino, seguindo as placas até chegar ao restaurante. Havia um
clube nas proximidades e o baque persistente da música podia ser sentido
através das paredes, pelo chão, enquanto atravessávamos o restaurante elegante
e cada um tomou um assento na nossa mesa. A música pulsante refletiu o aumento
da tensão em meus membros, a batida rítmica de Sara Sara Sara cantarolando
debaixo da minha pele.
Chequei meu celular pela centésima vez e franzi o cenho
quando vi que não havia mais nenhuma mensagem. Onde ela estava? Será que Joe
encontrou Demi? Se encontrou mesmo, por que Sara não mandou uma mensagem ainda?
Passei algumas das mais recentes fotos no meu celular: nós
dois enrolados na minha cama; uma foto da parte de trás dela embaixo de mim,
membros pesados com satisfação depois de uma boa, forte metida, um close dos
seus seios nus; minha mão na bunda dela quando a peguei por trás tarde da noite
no meu escritório .
Percebi que tinha perdido o fio da conversa, quando a voz de
Will invadiu a minha neblina, estava estudando uma foto dos lábios, os lábios
vermelhos de Sara ao redor do meu pau.
"Max". Will bateu com os nós dos dedos sobre a
mesa.
Olhei para cima, surpreso ao encontrar o garçom de pé na
nossa mesa, e rapidamente desliguei minha tela.
"Quer beber alguma coisa senhor?"
"Desculpe." Murmurei. "Macallan, puro."
"12, 18 ou 21 anos senhor?"
Meus olhos se arregalaram. "21. Brilliant."
Depois de anotar, ele se afastou e tentei voltar para o meu
celular, apenas para ser interrompido por Will novamente. "Compartilhe com
a gente ou coloque essa coisa de lado. Eu sei o que você tem aí, seu doente.
Sem garotas, lembra?"
Kevin balançou a cabeça enquanto jogava um pedaço de pão em
mim do outro lado da mesa. "Só caras." Ele concordou.
Will inclinou-se para frente, lembrando-me: "A promessa
de não fazer papel de vela com você foi a única razão pela qual o deixei me convencer
a isso, em primeiro lugar."
Suspirei e larguei meu telefone, sabendo que ele estava
certo. Quando olhei para cima, meus olhos se arregalaram, vendo Joe enquanto
andava pelo restaurante para se juntar a nós.
"Muito bem. Olha quem chegou." Falei.
Kevin puxou a cadeira para seu irmão. "Está se sentindo
melhor?"
Joe desabotoou o paletó e sentou-se. "Muito."
Disse ele, sorrindo.
Joe Jonas estava sorridente.
Nossas bebidas chegaram e peguei a minha, olhando-o por cima
da borda do meu copo. "Não levou muito tempo também, não é?"
Perguntei, sentindo um tremor de satisfação quando sua expressão ficou apenas o
tempo suficiente de me encarar. "Algumas coisas são melhores quando são
rápidas. Como uma farmácia."
"Nada como a eficiência para fazer um homem
feliz." Ele concordou com um sorriso de autossatisfação.
"E você é o rei entre os homens." Respondi, rindo
e segurando o copo para ele brindar com a sua água. "Peça um coquetel em
comemoração às farmácias eficientes em todos os lugares."
"Por que sinto como se só estivesse entendendo metade
desta conversa?" Will perguntou, olhando em silêncio entre nós. Seus olhos
se estreitaram. "Está acontecendo alguma coisa que não sabemos?"
Soltei uma gargalhada. "Não sei o que você está
falando, cara. Estou apenas tomando minha bebida."
Kevin começou a estudar o menu, mas Will parecia menos
convencido, desviando o olhar apenas quando Kevin chamou sua atenção para um
carrinho de carne em chamas passando pela nossa mesa.
Satisfeito que todos foram suficientemente distraídos, me
inclinei em direção a Joe. "Onde está Sara?"
"Você adoraria saber não?"
Estreitei os olhos para ele, franzindo o cenho.
"Babaca."
"Ei, você começou isso!" Joe disse, estendendo a
mão para a minha bebida.
Afastei a mão dele com um tapa. "Eu? O que está
falando?"
"Você sabe: Demi? Aqui? Tão grato como sou, não tente
fingir que não foi você quem sugeriu a coisa toda do lap dance."
"Para você."
"Para mim." Disse ele, sorrindo. "Certo. Então
eu ficaria distraído e você poderia estar com Sara naquele clube." Talvez
ele tivesse razão. "Você não pode me dizer que se Sara provocasse você por
45 minutos em um clube de strip, não iria imediatamente encontrá-la
e...consertar as coisas. Mesmo que
estivesse determinado a sair com os caras."
Ri. "Muito bem." Eu me inclinei para mais perto, a
voz baixa. A ideia de ser capaz de fugir daqui e ter Sara mais uma vez era
muito deliciosa para deixar passar. "Este jantar vai demorar pelo menos
duas horas. Poderia voltar em vinte minutos."
Desta vez, quando ele estendeu a mão para a minha bebida,
deixei levá-la. "Ela está visitando um amigo." Ele sussurrou.
Fiz uma pausa. “Visitando...o quê?"
"Oh, isso te incomoda? Deixa você se sentindo mal
resolvido? Não tenho tanta certeza de que deveria lhe contar." Disse ele,
me estudando. "Está bem, claro que o início desta noite foi muito melhor
para você do que para mim. Talvez o foco deva ser na minha despedida de
solteiro em vez do que está em suas calças."
"Ou." Comecei, "poderia contar a Kevin sobre
o tempo que você transou com duas garotas na cama dele enquanto ele estava
preso trabalhando na escola durante as férias."
Isso o acalmou. "Ela tem uma amiga que dança em algum
show no Planet Hollywood. Demi mencionou algo sobre Sara ir para lá para a
passagem de som ou algo entre as performances."
Sara, sentada em um teatro escuro sozinha? Isso era tudo que
precisava ouvir. Afastando-me da mesa, me levantei. Will e Kevin olharam para
mim por cima de seus menus. "Onde você vai?" Kevin perguntou.
"Eles têm uma costela de 1,2 Kg!"
"Banheiro." Respondi colocando a mão sobre minha
barriga. "Eu, ah...não estou me sentindo bem."
"Você também?" Will perguntou.
Balancei a cabeça, hesitando por um momento antes de dizer:
"Volto daqui a pouco."
E fugi de lá, correndo do restaurante, o sangue quente
bombeando em minhas pernas e aquela necessidade louca de estar com seu zumbido
constante sob a minha pele.
O cheiro do asfalto me bateu no rosto enquanto corri
meio-fio, olhando a distância até o Planet Hollywood no meu celular enquanto
caminhava. Isso era uma merda. Estava a vários quarteirões de distância e neste
ponto, no meio da noite, as ruas estavam repletas de turistas andando devagar,
olhando e apontando para todos os lugares possíveis entre aqui e onde iria
encontrar Sara.
Embora o tráfego de automóveis em Las Vegas Boulevard
tivesse melhorado significativamente, a área de manobristas ainda estava uma confusão:
alguns dos mesmos carros estavam estacionados na calçada e não havia um táxi à
vista. Merda, como ia chegar lá? Olhei para dentro do carro ao meu lado: porta
ainda aberta, chaveiro da Torre Eiffel pendurado na ignição.
As chaves estavam balançando, como se estivessem realmente
tentando chamar minha atenção.
Levei ao todo cinco segundos para decidir que tinha vivido
toda a minha vida sem roubar um carro e como poderia ter deixado isso
acontecer?
Empréstimo, pensei. Eu estava pedindo emprestado.
Com uma rápida olhada em volta, escorreguei pela porta
aberta e girei a chave. Um chapéu escuro estava no assento de couro ao meu lado
e o peguei, virando-o uma vez antes de colocá-lo na minha cabeça. Bem, se está
na chuva é para se molhar.
Não tinha ideia do que diabos realmente estava fazendo
enquanto corria para longe na rua, mas raciocinei que neste ponto, nada mais
poderia dar errado.
Descobri que dirigir uma limusine roubada – emprestada – era
tão difícil quanto se poderia imaginar. Foi estranho e uma merda, e não era
exatamente a coisa mais discreta na rua. Mas o tráfego era quase inexistente e
logo estava chegando ao cassino neon gritante.
Com meus dedos cruzados parei no estacionamento subterrâneo,
jogando o meu chapéu e as chaves para o primeiro manobrista que vi. Tomar
emprestado o carro de um estranho durante uma despedida de solteiro em Las
Vegas... outro item cumprido da lista de pendências.
Fui recebido por um monte de escadas rolantes assim que
entrei, declinando a oportunidade de ficar parado e tomar um fôlego, optando
por subir dois degraus de cada vez. Fileiras de neon púrpura foram incorporados
no teto em cima de mim, bem como um lustre gigante. Segui as indicações para o
extremo oposto do cassino, parando apenas na frente do teatro Peepshow.
Fui parado por uma senhora no balcão, que se levantou para
me impedir de entrar, insistindo que o acesso ao pré-show era limitado a
artistas e membros da equipe apenas.
Tomando alguns segundos para estudá-la – cabelo loiro com
grossas raízes cinzas, maquiagem pesada e um top vermelho brilhante de
lantejoulas - decidi que “Marilyn",
como seu crachá sugeriu que a chamasse, provavelmente já tinha visto sua cota
de homens fracassados perseguindo as showgirls daqui.
"Uma menina aqui, uma das artistas, me ligou essa noite
para me dizer que está grávida do meu filho. Ela me contou que estaria
aqui."
Os olhos de Marilyn se arregalaram. "Não tenho o seu
nome em nenhuma
lista."
"Porque é pessoal, entende?"
Ela assentiu, obviamente vacilando.
Decidi acrescentar. "Estou aqui apenas para me
certificar de que ela está bem." Tive uma pontada momentânea de culpa pela
mentira, mas depois me lembrei de Sara, no teatro escuro, sozinha.
"Preciso saber se ela precisa de dinheiro."
Uma vez dentro do auditório escuro, olhei em volta. As luzes
do palco acima iluminava tudo de roxo – o tapete de pelúcia, os assentos, até
mesmo algumas pessoas que se deslocavam sobre o palco. Estava tranquilo e,
obviamente, entre os shows, e só havia luz suficiente para encontrar Sara no
segundo nível e fui à sua direção. Desci lentamente, levando o tempo de
observá-la enquanto se sentava, sem saber. Ela estava olhando para alguém e
sorrindo. Ainda me tirava o fôlego e aqui, pintada em luz violeta, queria
memorizar tudo sobre ela: o brilho do seu cabelo, a suavidade de sua pele.
Queria uma foto dela exatamente assim.
Assim que o ensaio começou, a música começou a tocar, as
luzes foram escurecendo ainda mais enquanto descia as fileiras finais para
pegar um assento ao lado dela. Mal podia ver minha própria mão na frente do meu
rosto, mas como se ela soubesse que eu estava lá o tempo todo, ou talvez
esperasse que fosse encontrá-la, ela quase não reagiu. Um simples olhar, um
pequeno sorriso e o minúsculo pingente de ouro que tinha dado a ela no Natal
torcendo lentamente entre as pontas dos dedos delicados. Coloquei a mão na coxa
dela, senti a pele quente, macia debaixo da minha palma, e acenei em silêncio
para o palco.
Um homem fez uma contagem decrescente enquanto garotas em
trajes minúsculos enfeitados com joias equilibravam-se na ponta dos dedos
apontados e giravam ao redor de si mesmas. Estava tonto só de observá-las. Elas
dançavam, circulando um ao outro e, finalmente, pararam debaixo de um
feixe concentrado de luz, para se beijar.
Apertei minha mão em sua coxa, passei meu polegar sob a
bainha de sua saia, e ouvi o ligeiro engate em sua respiração. Não havia
ninguém além de nós na escuridão fora do palco e me perguntava, se o amor de
Sara em ser observada se traduziria em ver alguém?
Minha mão viajou mais acima de sua coxa e me inclinei para
beijar seu ouvido. Ela suspirou, inclinando a cabeça enquanto afastava seu
cabelo e guiei minha língua para baixo da curva de seu pescoço.
Ela se afastou apenas o suficiente para me encarar, olhando
rapidamente para os artistas e gesticulando com os lábios. Aqui? Ela estava
perguntando. Enquanto eles dançam e se tocam no palco?
Outra mulher girou em torno de um mastro dourado, o único
foco de luz acentuando cada movimento acrobático de seus braços e pernas
graciosas, a maneira como seu corpo se curvou ao pulsar da música que tocava em
segundo plano. Era erótico e senti ficar ainda mais duro tanto pelo show na
nossa frente como pela reação de Sara.
Sorri, mexi no meu assento para sussurrar contra sua
bochecha. "O que está pensando?" Perguntei.
"Precisa responder?"
"Talvez queira ouvir você dizer isso." Disse.
Ela engoliu em seco. "Vamos?" Havia necessidade em
sua voz. À beira daquela pequena dor oca que tinha ouvido anteriormente no
Black Heart.
"Talvez nem tudo Petal." Disse, deixando meus
dedos trilharem para cima, empurrando a renda de sua calcinha para o lado para
que pudesse passar um dedo ao longo das dobras suaves da sua boceta. "Você
ainda está molhada para mim?”
Ela engoliu em seco, passou sua língua para lamber os
lábios. "Sim."
Mergulhei o meu dedo. "Sente como se estivesse fodido
antes? Você ainda pode me sentir?" Pressionei mais e ela soltou um pequeno
soluço, sua boca ficando macia e redonda, brilhando na escuridão.
"Alguém pode nos ver." Ela murmurou, abaixando sua
cabeça contra o assento fechando os olhos. Ela lutou para encontrar palavras
quando adicionei um segundo dedo, empurrando os dois de uma vez. Sorri com a
forma como ela estava sem fôlego, imediatamente incoerente.
"Não é esse o objetivo?"
"Câmeras..."
Olhei para cima e dei de ombros. "E o que você faria
doce Sara? Se alguém te visse desse jeito? Ficaria melhor? Poderia gozar na
minha mão assim que ouvir seus passos na escada?"
Ela gemeu baixinho e não conseguia desviar o olhar da
sugestão de movimento entre as coxas onde tocava, o jeito que ela abriu mais as
pernas, arqueando-se para ele. Gostava dela dócil para mim, relaxada, onde
poderia organizar o jeito que queria e apenas tomar. Mas gostava dela assim
também: desesperada e desatenta.
Gemi, apertando-me através da minha calça, porque Cristo
seria sempre assim? Será que sempre ficaria completamente louco desse jeito?
Queria colocá-la no meu colo e meter nela, ouvir seus gritos
e o jeito que chamava meu nome mais e mais, ouvir isso ecoar pelos tetos altos,
ecoar mais alto que a música. Isso tocaria ao nosso redor, seu grito voltando
para mim e até as pessoas dançando no palco saberiam que ela era minha.
É claro que não podia, e quando um pequeno gemido saiu de
seus lábios me inclinei, sussurrando docemente "Shhh" contra sua
pele. Seus olhos estavam
fixos no palco, onde uma mulher dançava de topless, e na
escuridão completa do auditório me esforcei para ver o rosto de Sara. O
farfalhar de tecido chamou minha atenção, para onde ela brincava com seus
seios, puxando o mamilo onde sua camisa havia caído abrindo um pouquinho. E o
fato de que ela estava aceitando o que estávamos fazendo e onde, assistida, mas
também assistindo em troca, bem, o pensamento era suficiente para me
enlouquecer, ter-me quase gozando nas minhas calças.
Meu coração martelou sob minhas costelas e apalpei meu pau,
vendo, ouvindo como Sara ficou cada vez mais perto. No brilho das luzes do
palco podia ver um brilho fino de suor na testa, podia senti-la começando a se
apertar em torno de meus dedos. Seus sons alterados, crescendo mais a cada
círculo do meu polegar sobre o clitóris, cada rebolada dos quadris.
Podia sentir meu próprio orgasmo em minha espinha.
"Sara." Disse, mas ela se inclinou para frente, pegando a minha boca
em um beijo duro. Gostaria de ter meu celular ou uma câmera ajustada para
gravar o modo como seus dentes puxaram os meus lábios, a forma como ela me
olhava enquanto sua língua me provava.
Sua respiração acelerou e senti seu corpo tenso, senti a
corrida do orgasmo através dela, quente e selvagem, seus sons abafados pela
música. Ela estendeu a mão para procurar o meu zíper e estava bem atrás dela.
"Ah, porra, sim." Disse, praticamente derretendo
em meu lugar. Minha cabeça caiu para trás com a sensação. "Porra, Petal,
empurre com força. Rápido."
Três golpes fortes e senti o prazer subir minhas costas,
provocando um clarão em meus olhos e gozei, pulsando na mão de Sara.
A música de repente estava ensurdecedora e abri meus olhos,
sentindo o calor do deslizamento do meu pau para finalmente sentir o resto do
meu corpo. Pisquei várias vezes e fui recebido com um sorriso largo de Sara, o
prazer em sua expressão que sempre usava quando tinha provado mais uma vez o
quão
completamente me pertencia.
"Mais um item para adicionar à lista." Disse,
concentrando-se novamente sobre os performers ainda dançando no palco. A vi
remexendo para alcançar algo em sua bolsa, tirando um lenço de papel para
limpar as mãos antes de limpar minha calça. "Acho que estamos de volta aos
velhos tempos? Onde você me diz que terminamos aqui e eu fecho o zíper e vou
embora."
Sara riu. "Como você conseguiu fugir deles
afinal?"
"Falei que estava indo ao banheiro e saí."
Suas sobrancelhas desapareceram sob seu cabelo e ela caiu
para trás contra o assento em gargalhadas. "E você ficou longe esse tempo
todo?"
Balancei a cabeça. "Até parece que eles vão tentar
descobrir a verdade de onde fui. Aqueles idiotas." Terminei de arrumar
minha roupa e me inclinei sobre a cadeira, tendo seu rosto em minhas mãos e
arrastando um dedo pelo seu nariz. "Tenho que ir."
"Sim, tem."
"Eu te amo, Petal."
"Também te amo estranho."
nao sei que casal é mais safado que isso
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