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Criminal Lover - Capítulo 11

Capítulo 11

Eddie viajara e Demi estava pronta pra por a primeira parte de todo o plano em ação. Joe disse que não iria se meter naquilo, portanto estava em sua casa nos fundos da mansão enquanto ela estava sozinha no escritório, após trancar a porta e se sentir preparada para tentar descobrir a senha do cofre de seu pai. O silêncio a deixava ainda mais tensa e nervosa, aquilo não era fácil, não conseguia acreditar que o pai fosse colocar números fáceis ou datas especiais que pudessem ser facilmente descobertas, mas não custaria nada tentar. Demi se aproximou do quadro e retirou-o devagar colocando-o encostado na parede enquanto tirava do bolso da saia o papel onde escrevera os números prováveis para a senha. Tinha apenas quatro dígitos, portanto ela começou a digitar os anos que para ela ou o pai tinham algum motivo especial.
Testou o ano de seu nascimento, seguido pela da mãe e do pai. A luz vermelha e as letras "ERR" indicavam que ela havia errado a combinação. Definitivamente aquela era uma situação difícil e ficaria imaginando como Joe abriria o cofre sem digitar a senha. Que tipo de mecanismo usaria? Respirou fundo decidindo voltar a tentar os próximos números da lista, mas a cada possibilidade a menos, mais as suas esperanças iam diminuindo. Eddie devia ter colocado uma combinação de números aleatórios, aquilo era óbvio, mas sua lista ainda não havia terminado e não custava nada tentar até o final.
Quando digitou o dia e o mês em que seus pais haviam se casado, de maneira surpreendente a luz verde do cofre se acendeu e ela pode ouvir um clique que avisava que a porta se abrira. Não conseguia nem acreditar no que estava acontecendo, afinal, tivera muita sorte por conta da facilidade que tivera com os números já que seu pai colocara uma combinação que tinha algum significado. Talvez, porque Eddie nunca tivesse boa memória e poderia achar que assim seria mais fácil para decorar a senha. Demi sorriu e abriu a porta devagar, vendo caixas de veludo pretas que provavelmente guardavam lindas jóias. Para ter certeza de que estavam ali, abriu pelo menos três caixas e viu um colar e um bracelete de diamantes, e um colar de safiras que ela mesmo já tinha usado, só não se recordava em qual ocasião.
Precisava falar com Joe, estavam agora cada vez mais perto de finalmente executarem o que ele tanto planejava. Fechou o cofre com cuidado e pendurou o quadro, saindo devagar do escritório e correndo para a casa dele. Olhou em volta para ver se não havia ninguém e entrou na casa, vendo Joe sentado no sofá assistindo a um jogo de beisebol usando apenas uma cueca samba-canção. Sorriu e se aproximou dele que já a olhava curioso para saber o que ela fazia ali àquela hora da manhã.

- Tenho uma novidade incrível! - exclamou e se sentou no colo dele de frente, com as pernas uma de cada lado.
- O que aconteceu que parece tão fabuloso para interromper meu jogo? - olhou para ela curioso.
- Descobri a senha do cofre... - disse baixo sorrindo de canto e se aproximando dos lábios dele lhe dando um selinho.
- Como assim? - arregalou os olhos ficando em alerta - Descobriu como? Você realmente conferiu para saber se está certa?
- Sim, eu acabei de vir do escritório. - colocou as mãos nos ombros dele e deslizou até seu peitoral - Eu escrevi senhas que pudessem ter algum sentido e fiquei lá tentando uma por uma, até finalmente conseguir a que era a data em que meus pais se casaram.
- Brilhante! - sorriu de canto e colocou uma das mãos em sua nuca, puxando-a para um beijo.
- Passei no seu teste? - perguntou assim que encerraram o beijo.
- Claro que sim. - colocou uma das mãos nas coxas dela.
- E agora o que faremos? - colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha - Vamos lá pegar as jóias?
- Não, nada disso. - disse rapidamente - Vamos organizar uma estratégia, esperar para quando seu pau viajar e pensarmos direitinho em como entrar sem sermos notados, já que iremos para a rua fingindo que vamos sair para que ninguém suspeite de mim, afinal, eu não estarei em casa quando o roubo acontecer e tenho você como álibi para dizer que estávamos juntos.
- Entendi. - sorriu - Perfeito. - arranhou o peitoral dele - Que tal uma comemoração?
- Acho ideal. - puxou-a novamente pela nuca lhe dando um beijo com intensidade.

Ambos aproveitaram a manhã desse jeito, imersos em um prazer que só sentiam nos braços um do outro. Demi logo precisou ir embora para poder almoçar em casa e Joe decidiu ir depois, já que não era bom para os empregados almoçarem no mesmo horário que os patrões.

Com Eddie fora por quase uma semana, aquele era o momento ideal para Joe e Demi. Já era quase dez da noite e ela se usava um vestido preto colado ao corpo com um sapato de salto da mesma cor, tinha que parecer como quem ia para uma festa e Joe usava o mesmo terno do trabalho. Deixara as luvas dentro do carro e saía da mansão com Demi ao seu lado, dirigindo o carro devagar para estacioná-lo em alguma rua próxima, na qual ele já investigara e não vira nenhum tipo de câmera de segurança. Estava tenso, mas tinha que manter a calma e Demi ficaria dentro do carro, já que não tinha experiência e caso fosse vista dentro de casa todos achariam estranho e na verdade, Joe estava acostumado a fazer aquilo sozinho. A calma e a paciência o acompanhavam e naquele momento era apenas com ele que precisava se preocupar, se Demi entrasse, ficaria preocupado com ela também. O melhor era ela ali, dentro do carro esperando por ele, afinal, nao pretendia fazer aquilo o mais rápido possível.
- Demi, por favor... - ele disse antes de sair do carro - Se qualquer pessoa suspeita aparecer, você liga o carro e some daqui. É perigoso ficar aqui sozinha, portanto qualquer coisa você sai. - disse antes que ela protestasse - Não se preocupe comigo. - segurou o rosto dela - Se eu demorar mais do que quarenta minutos, não volte para a mansão, vá para outro lugar e depois pegue um táxi para que pensem que nos perdemos e você precisou voltar sem mim.
- Tenha cuidado, por favor, Joe. - colocou a mão no rosto dele - Tudo vai dar certo.
- Eu sei que sim, mas não se esqueça de nada do que eu disse. - alisou o rosto dela - Entendeu?
- Entendi. - aproximou-se dele e lhe deu um beijo demorado - Se cuida, Joe.
- Você também.

Devagar e sentindo suor começar a se formar em sua testa, Joe saiu do carro e colocou as luvas, a rua estava completamente deserta a não ser pela presença de Demi dentro do carro e por mais que estivesse caminhando sozinho para a mansão, ela ainda o preocupava um pouco por estar sozinha dentro do carro àquela hora, mas naquele momento tinha que confiar em si mesmo e acreditar que Demi seguiria tudo o que ele dissera. Apertou o passo sentindo o suor se formar ainda mais na testa apesar da brisa fresca da noite. Colocou a mão no bolso e sentindo o coração bater mais acelerado, ele foi até a parte de trás da mansão, próximo à sua casa. Há uma semana atrás, Joe descobrira por trás das plantas do jardim aos fundos, que havia ali um portão desativado, que fora usado pelo caseiro da mansão há anos atrás. Demi já nem se lembrava daquilo, era muito mais nova e por sorte Joe podia escalar pelos portões de ferro até que pudesse sair do outro lado.
Por conta das luvas, ele não podia sentir a frieza do portão, mas escalou o mais rápido possível tendo o cuidado de ver se ninguém o olhava. Quando pôs os dois pés sobre a grama do jardim, começando a caminhar sorrateiramente em volta da sua casa. Estava escuro, mas as luzes do jardim davam a claridade ideal para que pudesse ver alguém ou ser visto. Por sorte, àquela hora os empregados estavam dormindo e a parte mais difícil seria entrar em casa. Demi havia deixado a janela entreaberta ele com todo o cuidado e paciência abriu-a devagar até conseguir passar o corpo pela abertura e entrar na sala de jantar. Por sorte estava vazia, nenhum empregado estava ali de madrugada para aliviar a insônia com um lanche, então com todo o cuidado ele passou pela cozinha e foi até as escadas subindo devagar e indo exatamente até o escritório.
Abriu a porta e com cuidado foi até o quadro tirando este do lugar e apoiando no chão. Fechou os olhos e respirou fundo antes de digitar a senha que Demi lhe dera e abrir o cofre com toda a facilidade. Sorriu, estava ali, finalmente estava próximo de conseguir o que tanto queria. Suas mãos suavam dentro da luva, mas ele apenas abriu a porta do cofre e viu as diversas caixas de veludo ali. Abriu uma delas e se deparou com dois brincos de rubi que ele jamais vira Demi usando, mas que sabia que aquelas pedras foram incrivelmente lapidadas com perfeição e ficariam maravilhosas naquela ruiva.
Não tinha tempo para apreciar tudo aquilo no momento, o que fez foi, tirar o saco preto do bolso de trás da calça e começar a colocar as jóias uma a uma e deixar apenas as caixas no cofre. Com habilidade, ele fez aquilo em pouco tempo e voltou a fechar o cofre colocando o quadro no lugar. Saiu com o mesmo cuidado com o qual entrou e voltou para a mesma janela onde na hora de sair, com uma das ferramentas que carregava nesse caso, deixou algumas marcas nas janelas de madeira para que parecessem que foram forçadas por alguém pelo lado de fora. O procedimento na volta fora o mesmo, com a diferença de que suas mãos suavam mais e sua testa estava ainda mais molhada. Quando colocou o pé na rua, respirou fundo sentindo o sangue correr em suas veias. Podia sentir a adrenalina, afrouxou a gravata e abriu os primeiros botões da camisa social para aliviar o calor que estava sentindo. Sua testa estava úmida, o coração batia acelerado e ele segurava com força desnecessária o saco preto de veludo que carregava mais de um milhão em jóias.
Por sorte, o carro ainda estava onde ele estacionara, o que significava que estava dentro do tempo e que Demi não tivera nenhum tipo de problema. Sem calma, ele abriu a porta do veículo e entrou fazendo com que ela desse um pulo de susto no banco do carona.

- Oh, céus! - colocou a mão no peito - Ainda bem que você já está de volta.
- Vamos sair daqui agora. - colocou o saco de jóias no colo dela e ligou o motor saindo em disparada até o próprio apartamento - Vamos precisar conversar quando chegarmos em casa.

O carro deslizava apressado pelas ruas praticamente desertas enquanto Demi sentia o peso das jóias em suas coxas. Não quis abrir o saco, queria deixar aquilo para Joe, talvez lhe dar o prazer de poder ver sua mais nova conquista, além do mais, era estranho para ela ver que as jóias de família estavam ali dentro, deixando de pertencer aos Lovato. Tinha um pedido para fazer a Joe, mas achou melhor deixar para quando estivessem dentro do apartamento e mais relaxados.
Assim que chegaram na garagem, pegou o saco com jóias e colocou dentro de uma bolsa de Demi que havia sido deixada no carro para ser usada naquele momento. Guardaram as coisas e ela mesma colocou a bolsa nos ombros e ambos subiram pelo elevador abraçados. Joe só conseguiu respirar aliviado quando fechou a porta do apartamento atrás de si. Demi colocou a bolsa no sofá e o olhou apreensiva.

- Isso foi só mais uma etapa, Demi. - ele girou a chave para trancar a porta - Quando seu pai descobrir que foi roubado, virá a polícia.
- E o que vai acontecer? - perguntou sentindo o nervosismo dominar seu corpo - Ele pode desconfiar do que você fez? - se aproximou - Eu não quero te perder, Joe.
- Eu também não estou disposto a perder minha liberdade. - olhou-a nos olhos em seguida - E nem você. - passou um dos braços em torno de sua cintura - Mas qualquer pessoa será suspeita.
- E o que fará com que não pensem que foi você? - colocou as mãos no peitoral dele.
- O fato de que estávamos juntos longe da mansão e deixei a janela parecendo que foi aberta com uma ferramenta profissional. - levou-a até o sofá e fez com que ela se sentasse - Mas o principal, Demi. É que o ladrão descobriu o cofre pelo simples fato de que Dark Shadow está mais do que acostumado com cofres escondidos por trás de quadros.
- Dark Shadow? - levantou uma das sobrancelhas confusa.
- É o apelido carinho que recebi nas páginas policiais. - deu de ombros - Apenas porque não sabem a verdadeira identidade do maior ladrão de jóias dos Estados Unidos. - aproximou-se do sofá e abriu a bolsa - Vamos guardar isso logo porque precisamos voltar para a mansão.
- Joe... - chamou-o assim que o viu retirar a sacola preta - Eu queria te pedir um favor.
- Diga. - ele olhou-a ainda segurando a sacola.
- Provavelmente aí dentro está o colar que minha mãe ganhou de presente quando meu pai soube que ela estava grávida. - levantou-se do sofá - Eu gostaria que não se livrasse, quero ficar com ele. - olhou-o em súplica - Por favor.
- É claro que poderá ficar com ele. - aproximou-se dela e lhe deu um selinho demorado - Eu também tenho um bracelete que foi de minha mãe e que para mim aquilo é especial, portanto você tem todo o direito de ficar com algo que também seja importante para você.
- Mesmo sendo muito caro?
- Mesmo que seja a jóia mais valiosa do mundo. - foi até o cofre e retirou o quadro do lugar - O que busco não é o dinheiro, Demi. É retirar das pessoas que tem muito e são gananciosas querendo sempre mais. - abriu o cofre e colocou a sacola dentro dele - Mas assim que voltarmos aqui para vermos as jóias com mais cuidado, lhe conto qual o destino delas e do dinheiro que consigo. - fechou o cofre e voltou a colar o quadro no lugar virando-se para ela em seguida - E vamos separar o colar que você me pediu.
- Obrigada. - se aproximou dele e envolveu-lhe o pescoço com os braços - Acho que enlouqueci, mas eu estou adorando esse perigo. A adrenalina que senti dentro do carro foi tão prazerosa. - suspirou - Fico imaginando o que sente quando está dentro de uma mansão prestes a roubar o que pretende.
- É uma sensação única, impossível de descrever. - colocou as mãos em sua cintura - Mas é deliciosa.

Joe colou seus lábios com os dela e Demi deslizou uma das mãos mantendo os dedos entre os cabelos dele. Foi um beijo de satisfação por terem concluído aquela etapa e afastaram-se com alguns selinhos, já que precisavam voltar para a mansão. Ele pegou as chaves novamente e levou-a pela cintura até a porta, descendo pelo elevador em seguida e saindo para a garagem enquanto Joe pensava no que falaria com Demi para combinarem o que fazer dali em diante.
- Demi, quero que preste atenção no que vou dizer... - ele começou enquanto dirigia - Os empregados vão notar a janela aberta, logo seu pai vai ver que as jóias não estarão lá. Você apenas vai ficar surpresa e ficar se perguntando o que aconteceria caso você estivesse em casa. - colocou uma das mãos na coxa dela - Deixe o resto comigo.
- Pode deixar. - colocou a mão em cima alisando a dele - Tenho medo por você.
- Eu já sei o que fazer, Demi. - apertou a coxa dela - Quando essa tensão passar, após falarmos com seu pai, quero comemorar mais uma vitória.

A mão possessiva subiu pela coxa dela, deslizando para a parte interna até parar junto à sua virilha por baixo do vestido. Demi se arrepiou sentindo o corpo se aquecer e por instinto abriu as pernas. Joe sorriu malicioso e precisou se controlar para não parar o carro e puxá-la para seu colo. Não podiam demorar, portanto ele retirou a mão e colocou-a sobre o volante na tentativa de mantê-la afastada de Demi.

- Que maldade. - ela o olhou ainda com as pernas um pouco abertas.
- Acredite, foi difícil para mim também.
Logo estavam na mansão, o silêncio ainda permanecia e estavam no meio da madrugada. Joe estacionou na garagem e saiu do carro seguido por Demi que sorriu e correu até ele lhe arrancando um beijo. Ambos se separaram e saíram da garagem, cada um rumo às suas casas. Joe afrouxou a gravata e entrou em casa, pronto para tomar um banho e descansar antes de encarar mais uma etapa difícil. Não via a hora de sair dali e terminar aquilo tudo. Ao se deitar na cama pensou em Demi e no que faria quando encerrasse seu trabalho naquela mansão. A verdade é que seu corpo já não conseguia ficar longe do dela e também tinha consciência de que Demi não era apenas mais uma.
Não muito longe dali, Demi também estava na cama após um banho relaxante sem conseguir dormir. A adrenalina ainda corria em suas veias deixando-a elétrica. Aquela noite fora a melhor de sua vida, a tensão o tempo todo, a agitação que podia sentir no corpo, a satisfação nos olhos de Joe que brilhavam diante do saco com jóias, tudo a encantava. Fora diferente de tudo que já vivera e como ele mesmo havia dito, a sensação era maravilhosa. Respirou fundo e pensou em sua relação com Joe. Sabia que estava próximo dele finalmente sair daquela mansão e tudo o que queria era estar perto daquele homem. Iria com Joe aonde ele fosse e sabia que depois de da conquista de hoje, estava provado que ela poderia lhe ajudar de alguma forma.
O dia seguinte fora um caos já previsto por Joe. Lucy foi quem acordara primeiro e se dirigira para a cozinha, onde viu a janela aberta e entrou em desespero. Gritou para todos os empregados que parecia que alguém havia entrado na mansão e Joe foi um dos que correu para ver o que estava acontecendo. Vicent, o jardineiro, foi quem deu a opinião sobre a janela ter sido arrombada por conta das marcas que deviam ter sido feitas por algum tipo de ferramenta. Parado com olhar de falsa surpresa com o que estava acontecendo, Joe agradecia mentalmente pela sugestão do empregado, lhe poupando o trabalho de explicar e tornar tudo ainda mais teatral.

- Precisamos avisar ao Sr. Lovato. - Lucy dissera bastante amedrontada - Ele pode pensar que não tomamos conta da casa. - suspirou colocando a mão sobre o peito.
- Acalme-se, Lucy. - Joe colocou a mão em seu ombro - Ninguém aqui teve culpa, avise ao Sr. Lovato enquanto eu mesmo falo com a filha dele. Acho que a Srta. Lovato também precisa saber o que aconteceu aqui para ter mais cuidado, assim como eu mesmo passarei a ter mais cuidado com sua segurança.
- Está certo. - ela assentiu - Eu espero que o Sr. Lovato fique calmo.
Assim que Eddie tomou ciência do que acontecera na mansão no dia anterior, cancelou todas as reuniões que ainda teria e pegou o primeiro voo de volta à mansão. Enquanto ele cruzava o país, Joe havia ido até o quarto de Demi para falsamente dar a notícia do roubo, mas na verdade, deixaria ela ciente de que o pai estava voltando e a etapa mais complicada iria se iniciar. Sentados na cama, um estava de frente para o outro, Demi segurava a mão dele procurando segurança e Joe mantinha-se sério e concentrado.

- Seu pai logo vai chegar, não esqueceu o que combinamos né? - ele perguntava quase aos sussurros.
- Eu sei o que dizer. - ela respondia no mesmo tom - Eu tenho medo por você.
- Não se preocupe, siga a minha deixa. - aproximou-se e lhe deu um beijo no pescoço - Agora fique aqui, não posso demorar senão vão desconfiar já que estamos juntos no seu quarto.
- Ok, mas tome cuidado com o que vai fazer. - pediu olhando-o apreensiva enquanto o via se levantar.
- Fique tranquila. - piscou para ela e sorriu malicioso - Vamos comemorar em breve.

Joe saiu do quarto e desceu as escadas em busca de Lucy. Dissera que havia avisado à Demi e apesar do susto do momento, ela agora estava mais aliviada.
- Você está bem, Lucy? - perguntou à governanta que estava na cozinha verificando o almoço.
- Sim, agora que falei com o Sr. Lovato me sinto mais tranquila.
- Fico feliz que esteja melhor. - sentou-se em uma das cadeiras do balcão - A verdade é que já vi muitos casos desses, nos jornais está sempre aparecendo alguma notícia de roubo de jóias.
- Você e Demi não estavam aqui, mas senti medo imaginando o que teria acontecido se não tivessem saído. - colocou a mão sobre o peito.
- Eu entendo seu medo, mas pelo que leio nos jornais, ladrões assim só estão em busca de jóias, não pretendem machucar as pessoas.
- Mas e se ela tivesse notado alguma coisa? Poderia gritar... - suspirou - A gente nunca sabe.
- Sim, compreendo. - levantou-se - Mas logo a polícia vai achar o cara que está por trás disso. - aproximou-se dela e tocou-lhe o ombro - Eu como segurança da Srta. Lovato ficarei ainda mais atento à movimentação dela.

Eddie entrou na mansão a passos largos e foi logo recebido por Lucy. O empresário mandou chamar Joe que veio logo em seguida, cruzado os jardins da mansão com pressa e apertando o nó da gravata pronto para encarar uma das situações mais difíceis de sua vida. Entrou pela porta da cozinha e foi direto para o escritório, onde Eddie já estava de frente para o cofre totalmente em silêncio. De onde estava Joe não podia ver sua expressão, mas com certeza deveria estar incrédulo. Demi estava do outro lado do escritório e olhou apreensiva, mas Joe preferiu não sustentar o olhar.
- Com licença, Sr. Lovato. - disse assim que entrou - Mandou me chamar?
- Demi me disse que vocês dois não estavam em casa no momento em que aconteceu esse roubo. - ele se virou e Joe viu os olhos castanhos de Eddie demonstrando surpresa pelo que acontecera.
- Não, não estávamos. - disse firme - Demi queria ir à um barzinho encontrar os amigos, mas no meio do caminho decidiu ir à praia e eu a acompanhei. - explicou - Sua filha ficou tomando alguns drinques em um bar de frente para a praia e quando voltamos para casa, não percebemos nada estranho.
- A pessoa que fez isso sabia muito bem onde procurar. - Eddie disse voltando-se novamente para o cofre - Ele não arrombou o cofre e sabia muito bem onde estava.
- Posso dar uma opinião, Sr. Lovato? - Joe se adiantou dando um passo e olhando rapidamente para Demi - Posso até estar errado, mas já ouviu falar sobre o Dark Shadow?
- Esse nome não me parece estranho. - disse alguns segundos depois - Devo ter ouvido alguém comentar.
- Eu costumo ler jornal todas as manhãs e às vezes vem alguma notícia sobre esse tal Dark Shadow. Um cara famoso por roubar jóias e ainda mais famoso por nunca ser capturado. - parou ao lado de Eddie - Dizem que ele sempre tira joias de cofres sem danificar absolutamente nada.
- Como nunca me dei conta disso? - ele perguntou olhando para Joe - Acha que pode ter sido esse cara?
- Eu não estou afirmando, é só uma sugestão. - deu de ombros - Temos que esperar a polícia investigar.
- Ela já está chegando. - Eddie virou-se para olhar a filha - Pelo menos Demi está bem.
- Foi uma sorte muito grande eu não estar em casa na hora. - ela se aproximou do pai e o abraçou pela cintura - Nunca se sabe o que esses homens podem fazer.
- A Srta. Lovato tem razão, se ela acordasse por algum motivo, talvez a pessoa que fez isso pudesse lhe fazer alguma maldade. - Joe confirmou olhando para ela.
- Você está certo. - Eddie disse abraçado à filha - Eu espero poder recuperar minhas jóias.
- Fique calmo, papai. - Demi disse de maneira calma soltando-o - Eu posso ir para meu quarto? O senhor ficará bem?
- Claro que sim, querida. - beijou-lhe a testa - É bom mesmo que não esteja aqui quando a polícia chegar.

Demi assentiu e saiu do escritório sem olhar para Joe. Ele ficou ali parado com as mãos nos bolsos esperando o que Eddie falaria, tentava manter a calma para não começar a suar e seu nervosismo poder ser notado. Preferiu não dizer nada, deixaria Eddie dar o próximo passo e levar o rumo da conversa.
- Preciso de você aqui quando a polícia chegar, Joe.
- Claro, Sr. Lovato. - assentiu sem hesitar - Ficarei aqui para o que precisar nesse momento.
- Muito obrigado. - olhou para ele - Por sorte você estava com, Demi.
- Sou pago para protegê-la, eu faria o que fosse possível para manter sua filha segura.
- Eu sei, eu confio em você.

A polícia chegou e Joe engoliu em seco, tentando controlar o seu sangue quente e o suor que começava a brotar em sua testa. Era a primeira vez que tinha que encarar as investigações de frente, mas ele sabia que no final, a polícia iria atribuir o assalto à sua identidade anônima. Colocou as mãos nos bolsos novamente para que pudesse disfarçar o quanto estavam suadas e ficava atento à movimentação de policiais. Joe não tinha ideia do que se passava na cabeça daqueles homens, mas ficaria ali até finalmente descobrir qual seria a conclusão dos fatos. Seu coração batia tão acelerado que se alguém chegasse perto ele duvidava de que pudesse ser ouvido.

- Sr. Lovato, não há marcas de impressões digitais. - o policial alto e magro analisava o cofre - A pessoa que roubou as jóias usava luva. - virou para Eddie - Não há sinal de arrombamento e segundo os empregados a mansão não estava revirada.
- O que quer dizer com isso, policial? - Eddie perguntou confuso.
- Isso é um trabalho do Dark Shadow. - disse seguro - Somente ele abre cofres sem sinal de arrombamento.
- Foi o que meu segurança também disse. - olhou para Joe - Somente eu que não sabia sobre esse tal Dark Shadow.
- O senhor é muito ocupado. - disse Joe - Eu leio jornal todas as manhãs, sempre falam sobre esse cara.
- Não conseguirei recuperar minhas jóias?
- Eu receio que não, há dois anos procuramos este homem e até hoje não temos nenhuma pista. É um profissional, o mais procurado do ramo e nenhuma das jóias roubadas jamais foram encontradas. - disse o policial mais baixo um pouco careca.
- Eu só tenho o seguro de algumas. - Eddie disse derrotado sentando em uma poltrona de couro marrom.
- Sinto muito, Sr. Lovato, mas a polícia está fazendo de tudo para encontrar este homem. - olhou em volta - Nós vamos fazer o registro da ocorrência.

Eddie dispensou Joe que rapidamente saiu do escritório e foi para sua casa aos fundos da mansão. Assim que entrou, passou a mão no rosto e respirou fundo. Seu coração batia acelerado e as mãos suavam frio. Era a primeira vez que estava lado a lado com os policiais acompanhando a investigação e aparentar calma era uma missão bastante complicada. Por sorte tudo ocorreu como o esperado e a polícia atribuíra o assalto a mais um trabalho do Dark Shadow, fazendo com que Joe sorrisse no mesmo momento. Mas uma vez executara um trabalho impecável e em breve voltaria para seu apartamento onde avaliaria todas as jóias.
Seu corpo estava sob tensão, sentia os músculos rígidos, precisava urgentemente de um banho quente para relaxar e tinha de falar com Demi o mais rápido possível. Após sair do banheiro, Joe pegou seu celular e ligou para ela, já que achou mais seguro se falarem assim do que ele ter que ir até seu quarto.

- Oi, Joe. - ela atendeu após o segundo toque.
- Demi, precisamos nos ver. - ele disse imediatamente - Temos que conversar. Invente para o seu pai que hoje à noite você quer sair porque precisa distrair sua mente de toda essa confusão.
- Claro. Eu preciso estar contigo, tive tanto medo de que algo pudesse dar errado. - suspirou.
- Está tudo bem. - tentou acalmá-la - Diga ao seu pai que vai sair às oito. Nos encontramos na garagem.
- Tudo bem. Beijo. - ela despediu-se.
- Outro.

Na hora marcada, estava Joe parado em frente à garagem com as mãos nos bolsos impaciente enquanto esperava por Demi. Verificava o relógio de dois em dois minutos estressado pela demora, até que ouviu o barulho de saltos contra as pedras do caminho do jardim e levantou o olhar. A ruiva se aproximava usando uma saia jeans curta, uma blusa branca e botas da cor marfim. Os cabelos se movimentavam com a leve brisa e ele não pode evitar sentir-se excitado já que fazia algum tempo que não transava com ela.
- Vamos sair logo daqui, por favor. - ela disse indo diretamente em direção ao carro.

Joe logo estava posicionado atrás do volante e saía em direção ao portão para em poucos minutos já estar dirigindo em direção ao seu apartamento. As ruas estavam movimentadas, mas ele somente conseguia pensar nas jóias e no corpo quente de Demi. Sentiu a mão delicada em sua coxa e colocou uma de suas mãos em cima.

- Fiquei tão nervosa. - ela finalmente dissera após um longo suspiro.
- Eu sei. - acariciou-lhe a mão - Mas deu tudo certo, hoje vamos comemorar.

Demi sorriu e em poucos minutos já estavam entrando no apartamento dele. Joe jogou as chaves no aparador e só teve tempo de se livrar do paletó antes de sentir os braços dela envolverem seu pescoço. De imediato, colocou as mãos em sua cintura e a olhou nos olhos.

- Me conte tudo o que houve no escritório depois que saí. - deu um beijo em seu queixo.
- Vamos nos sentar. - levou-a para o sofá e ambos se acomodaram ali, com Demi sentada no colo dele - A polícia investigou tudo e chegou a conclusão de que foi mais um trabalho do Dark Shadow, já que não havia nenhum sinal de arrombamento do cofre.
- Mas espere... - ela o interrompeu - Se você é capaz de abrir um cofre sem arrombá-lo, por que quis minha ajuda para descobrir a senha?
- Para que você se sentisse útil e como a prova de que você conseguiria aquilo. - lhe deu um beijo no pescoço - Não me leve a mal, mas fiquei satisfeito em saber que você realmente estava determinada a trabalhar comigo nisso.
- Não me arrependi em nenhum momento. - colocou as mãos na nuca dele.
- Nem quando viu seu pai naquele estado desolado?
- Nem assim.

Ambos se beijaram de maneira intensa, Demi segurou os cabelos dele enquanto Joe tratava de imediatamente subir sua blusa descobrindo a barriga lisa e o sutiã também branco que ela usava. Separam-se rapidamente apenas para que ele pudesse terminar de tirar-lhe a blusa e jogou-a longe. Demi se sentou de frente para ele, posicionando-se justamente sobre o volume que começava a se formar em sua calça preta. O beijo que trocavam era intenso, enquanto as mãos ágeis de Joe deslizavam por suas costas e descendo até sua bunda, apertando-a com força fazendo com que fosse pressionada contra seu membro rígido. Demi gemeu entre o beijo e ele aproveitou para afastar a boca e sugar um de seus seios.
Ela arqueou as costas se oferecendo mais para ele, o que fez com que Joe abrisse mais a boca e sugasse seu seio com ainda mais intensidade fazendo com que Demi gemesse e se agarrasse em seus cabelos. Ele adorava o sabor da pele macia, o calor que ela transmitia e a entrega que tinha quando era estimulada. Precisava novamente sentir aquela conexão dos corpos, Demi o enlouquecia, fazia alguns dias que não tinham um tempo para aproveitarem e toda a tensão precisava ser aliviada.
Tirou a boca do seio dela que já estava avermelhado e com pressa se livrou da própria camisa juntamente com a gravata. Demi se levantou com um sorriso malicioso e abriu a saia deixando que esta deslizasse por suas pernas mostrando a pequena calcinha preta que ela usava. Joe ia abrir a própria calça, mas Demi não deixou que ele fizesse aquilo. Ela foi quem colocou a mão sobre o cós e abriu o botão, abaixou o zíper rápido e livrou-o da calça e da cueca, vendo o quanto ele estava excitado. De imediato, colocou a boca sobre o membro e sugou-o com força arrancando um gemido rouco de Joe que lhe agarrou os cabelos com força desfrutando do prazer que a boca quente de Demi poderia lhe proporcionar. A cada movimento que ela fazia, ele ficava mais atordoado e o tesão aumentava de uma maneira acelerada. O corpo começava a esquentar e a respiração ia ficando descompassada. Podia sentir o membro molhado pela saliva dela e Demi não dava sinais de que somente iria parar se ele finalmente chegasse ao clímax, mas Joe não queria deixar aquilo acontecer, não naquele momento.
Reunindo todas as suas forças, ele a puxou para cima, também ficando de pé e olhando-a nos olhos, colocou a mão em sua calcinha e puxou-a com força até que rasgasse.

- Não sei para que usa isso, só para me dar o trabalho de rasgá-la. - disse com a voz rouca.
Demi deixou escapar um gritinho e uma risada satisfeita quando Joe a pegou no colo e com precisão surpreendente, a encaixou em seu lembro que pulsava desesperado. Ela envolveu a cintura dele com as pernas e, com firmeza, ele segurou-lhe a cintura flexionando um pouco as pernas e começou a movimentar Demi com rapidez. Os gemidos que saíam da garganta dela eram descontrolados e Joe continuava trazendo-a para cima e para baixo com força, enterrando todo o seu membro naquela cavidade que ele conhecia tão bem. Sentia Demi molhada, sua virilidade pulsava e os corpos suavam enquanto sentiam prazer na mesma sintonia.
Depois de mais algumas estocadas, Demi se agarrou mais a ele cravando as unhas em suas costas e se deixou dominar pelo delicioso orgasmo, sendo seguida por ele, que se liberou mais uma vez dentro dela, mantendo-a colada ao seu corpo suado. Demi respirava ofegante próxima ao seu ouvido e ele abraçou-a deixando uma das mãos sobre suas costas e alisando-a devagar.

- Isso foi uma comemoração? - ela perguntou sorrindo enquanto deslizava as mãos na nuca dele.
- O começo dela... - sorriu e foi levando-a para o quarto em seu colo - Tenho champagne na cozinha. - entrou no quarto e deitou-a na cama - Vou buscar.
- Não demore. - sorriu de canto.
- Não mesmo. - saiu do quarto - Vou pegar as jóias.
Joe foi até a cozinha e trouxe o balde com a garrafa e duas taças, deixou tudo sobre o criado-mudo e voltou para a sala onde abriu seu cofre e pegou o saco de jóias. Estava bastante satisfeito pelo roubo que conseguira, mas sabia que aquela missão tinha sido mais fácil por conta da ajuda de Demi. Com certeza iria demorar mais se precisasse fazer tudo sozinho sem que ela desconfiasse de algo. Entrou no quarto e a viu sentada em sua cama, completamente nua e sem nenhum pudor. Aquilo era uma das coisas que mais gostava em Demi, ela não tinha vergonha em se mostrar e fazer o que lhe dava prazer.

- Agora vamos ver todas as jóias que temos aqui. - colocou o saco preto em cima da cama - Mas antes, servirei a bebida.

Foi ate o criado-mudo e abriu a garrafa servindo as duas taças. Pegou-as e entregou uma à Demi, fazendo um brinde silencioso e bebendo alguns goles antes de voltar a colocar a taça no mesmo lugar e se sentar na cama. Com cuidado e bastante calma, ele foi tirando as jóias e colocando-as sobre a cama uma a uma. Demi podia ver os olhos dele brilharem de satisfação e até ela sentiu um arrepio e uma excitação após se dar conta do imenso valor que estava ali sobre aquele colchão. Finalmente Demi vira o colar que tanto queria. Tinha um valor monetário bastante significativo, mas sentimentalmente ele valia muito mais.
- É este, Joe! - apontou - O colar da minha mãe.
- É todo seu. - entregou para ela - Mas sabe que não poderá sair com ele por aí e muito menos deixar que seu pai o veja.
- Eu sei. - suspirou - Já pensei nisso, não sei o que fazer. - disse desanimada olhando para as pedras que brilhavam diante dos seus olhos.
- Pode deixar no meu cofre. - sugeriu - É seguro, é onde também guardo um bracelete de diamantes que também foi da minha mãe. Meu pai lhe deu de presente de aniversário.
- Depois eu posso ver?
- Claro.
- Joe, tenho outra curiosidade. - disse olhando para ele um pouco mais séria - O que faz com as jóias que rouba?
- Vendo. - respondeu sem hesitar - Conheço um cara que as compra. Claro que ele não sabe que sou eu, tenho um disfarce. Seria bom que você também tivesse um. De preferência que fosse loira.
- Mmmm... - olhou-o pensativa - Você tem razão. Vou começar a pensar nisso.
- E tem outra coisa, Demi. - olhou-a - E acho que é a mais importante no momento.
- O quê? - perguntou apreensiva - Me deixou preocupada.
- Eu não vou mais trabalhar na mansão. - disse diretamente.
- Mas... - olhou-o sem conseguir pensar direito - Isso significa que não vamos mais... - suspirou - Você sabe...
- Isso significa que falaremos de uma vez por todas para o seu pai que estamos juntos. - colocou uma das mãos em sua nuca e segurou-lhe os cabelos - Sem nos escondermos.
- Está falando sério?
- Muito. - confirmou - Falarei com seu pai que não há mais motivos para que eu seja seu segurança já que você agora está comigo. E você dirá que não quer mais ficar na mansão porque não se sente muito segura depois do que houve, até porque seu pai está sempre viajando.
- E onde ficarei? - meneou a cabeça.
- Aqui. - aproximou-se devagar - Morará comigo, Demi. - mordeu-lhe os lábios - Está disposta a aceitar?
- Ainda estou surpresa com toda essa mudança, mas é claro que eu aceito! Mas Benjamim tem que vir também.
- Ah, é mesmo. - negou com a cabeça - Esqueci da bolinha de pulgas.
- É seu filho, Joe. Não fale assim! - riu achando engraçado o jeito dele antes de sentir os lábios dele contra os seus.

O sol brilhava no céu completamente azul e livre de nuvens. Demi sentia certo frio na barriga, mas sempre que olhava para Joe sentado ao seu lado com aqueles óculos escuros, os cabelos molhados e a expressão séria, seus medos iam embora e só conseguia pensar no quanto seria maravilhoso estar com ele sem precisar mais se esconder pelos cantos da mansão. Ainda não conseguia acreditar que morariam juntos, apenas os dois, vivendo uma vida de casados.
- Está nervosa. - ele disse sem desviar o olhar do trânsito - Posso sentir isso.
- Um pouco. - suspirou - Eu não tenho certeza de qual será a reação do meu pai. - recostou a cabeça no encosto do banco - E se ele não aprovar?
- Sinto muito por ele. - deu de ombros - Isso não fará com que eu mude de ideia. A não ser que você mude.
- Nunca. - olhou para ele - Tenho certeza de que quero ficar com você.
- Então deixe comigo. - colocou a mão na coxa dela e apertou-a devagar.

Quando Joe estacionou na garagem, saiu do carro e esperou por Demi. Pela primeira vez entrava naquela mansão sem o típico terno que usava para o serviço. Estava vestido com uma calça jeans, tênis brancos e uma camisa pólo verde clara que lhe definia ainda mais os músculos dos braços. Joe lhe deu a mão e caminharam um ao lado do outro pelo caminho de pedras até a entrada da mansão. Aquele gesto lhe dava segurança e ele podia sentir que Demi lhe apertava a mão com força exagerada.
Lucy foi a primeira a estranhar o comportamento de ambos, mas não dissera nada, apenas informou que Eddie estava no escritório e ambos seguram para lá. Antes que Joe batesse na porta, Demi se colocou em sua frente e lhe deu um beijo calmo. Ele retribuiu da mesma forma sabendo que aquele gesto a deixaria mais tranquila quanto à sua decisão. Após respirarem fundo, Joe bateu na porta e Demi abriu-a devagar entrando na frente com ele logo atrás de si. Eddie achou estranha a presença dois dois e principalmente porque Joe estava vestido casualmente.
- Papai, precisamos falar com o senhor. - Demi foi direto ao ponto sem querer mais rodeios.
- O que aconteceu? - Eddie continuava sentado em sua cadeira, mas os olhava bastante confuso.
- Eu e Demi estamos juntos. - Joe disse antes que ela pudesse abrir a boca - Estou aqui para lhe dizer que sua filha vai morar comigo e mesmo que não aprove isso, eu não mudo minha decisão.

Eddie olhou-os com uma expressão séria, mas que também denotava surpresa. Demi apertou a mão de Joe com força começando a temer a reação do pai. Lovato levantou-se devagar e contornou a mesa de madeira de maneira lenta, deixando a filha ainda mais nervosa, chegando mesmo a fazer com que pensasse que ele iria agredir Joe.

- Então quer dizer que vocês me enganaram durante todo esse tempo? - Eddie perguntou cruzando os braços enquanto olhava de um para o outro.
- Foi exatamente o que aconteceu. - Joe confirmou - Porém em momento nenhum deixei de cuidar da sua filha, fiz o serviço para o qual fui contratado, mas entre nós dois aconteceu algo mais e por ter ficado tão sério resolvemos tomar essa decisão de morarmos juntos.
- Eu não esperava que isso pudesse acontecer, mas olhando por um lado, posso entender porque aconteceu, e apesar de ter sido enganado durante esse tempo todo, considerando o tipo de pessoas que minha filha costumava se envolver, fico satisfeito que pelo menos tenha decidido ficar com você, Jonas.
As palavras foram arrebatadoras, Demi ficou boquiaberta já que não esperava uma aprovação tão rápida do pai. Joe assentiu e soltou sua mão para que pudesse apertar a do mais novo sogro e ex-chefe.

- Papai, o senhor realmente aprova que eu vá morar com Joe? - ela perguntou surpresa.
- Você acredita que é o melhor para você? - Eddie perguntou olhando diretamente para ela.
- Na verdade, sim. - respondeu com sinceridade - Primeiro porque depois do que houve com o assalto e com o fato de que você quase não ficar em casa, não me sinto segura.
- Sua filha já não precisa de um segurança, Eddie. - Joe interrompeu-a - Demi me contou que se sente um pouco amedrontada depois do que houve e eu sugeri que viesse morar comigo, já que estamos juntos há algum tempo.
- Bem, sei que minha filha já não é mais nenhuma criança e que você é um bom rapaz porque te conheço há algum tempo. Portanto não vou ser contra, até porque sei que estão determinados.
- Obrigada, papai. - Demi abraçou-o.

Ela arrumou uma mala para que pudesse levar para casa de Joe naquele dia e deixou para buscar o resto de suas coisas em um outro dia com mais calma. Enquanto arrumavam tudo, ela sentia-se uma nova pessoa e ainda não conseguia compreender a facilidade que tivera de contar para o pai que estava tendo um relacionamento com seu segurança.
- Papai aceitou isso de maneira tão aberta. - ela comentou pendurando algumas roupas nos cabides.
- Seu pai é um homem esperto, Demi. - Joe comentou enquanto separava mais espaço para ela no closet.
- Como assim? - olhou para ele espantada.
- O fato de o seu pai ter aceitado tão bem que a princesinha dele estivesse dormindo com o segurança que foi contratado é justamente pelo fato de que ele pretende tirar vantagem da situação. - explicou - Eddie acha que você estando comigo, será mais fácil me convencer de vender minha parte da empresa, que por mais que não esteja interessado em comprá-la por interesse próprio no ramo, ele pretende fazer com que Thomas não consiga os meus 15%, e para garantir isso quer ter posse deles.
- Faz sentido. - disse pensativa - Mas o que importa é que não tivemos problemas. - aproximou-se dele.
- Eu encararia mesmo com problemas. - abraçou-a pela cintura - Não desistiria fácil de você.
- Não? - passou os braços em torno do pescoço dele - Por quê?
- Espero que guarde o que vou falar porque não sou o tipo de homem que costuma dizer esse tipo de coisas. - olhou-a nos olhos - Eu te amo, Demi. Não estava nos meus planos me apaixonar por ninguém pelo menos por enquanto, ainda tenho muito trabalho pela frente e sempre achei que amar alguém nesse período fosse me atrapalhar. Mas não pude evitar, o que temos juntos é completamente diferente do que já tive com outra mulher.
- Joe... - deslizou as mãos até o rosto dele e segurou-o - Eu te amo, eu amo muito... - suspirou - Eu achei que nunca fosse ouvir isso de você.

Aquele momento foi totalmente inesperado para Demi, mas ver Joe lhe olhar nos olhos e dizer que a amava era a melhor coisa que podia acontecer. Há tempos escondia o que sentia com medo de que ele pudesse fugir já que nunca havia demonstrado nenhum tipo de afeto e ela acreditava que para Joe eles apenas se entendiam sexualmente. Agora tudo estava claro, o fato dele a chamar para morar ali com ele, de aceitar que lhe ajudasse com o roubo das jóias eram mais do que motivos para lhe dizer à sua maneira que estava apaixonado.

- É tão difícil acreditar... - fechou os olhos sorridente - Eu escondi tanto o que sentia achando que você não iria me corresponder. - abriu os olhos devagar - Eu te amo, Joe!

Ele apenas sorriu e beijou-a devagar para em pouco tempo carregá-la até a cama e debruçar-se por cima para intensificar o beijo. Sabia que Demi era a mulher certa, mesmo que aparecesse em um momento em que ele acreditava que ainda não era o certo para ter uma relação estável, mas ela o conquistou de uma maneira que já não conseguia mais ficar longe. Seguiriam suas vidas juntos, fariam o mesmo trabalho e talvez pudessem se casar oficialmente algum tempo depois. Quando decidiu trabalhar na mansão dos Lovato para roubar as jóias da família, não sabia que lá encontraria a jóia mais preciosa de todas.

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