Beautiful Bastard - Capitulo 9
Diversas expressões passaram pelo rosto da Srta. Lovato: constrangimento, irritação e... curiosidade? Eu podia escutar vagamente uma voz masculina do outro lado da linha, e comecei a sentir o homem das cavernas dentro de mim acordar. Quem diabos estava ligando para ela? De repente, os olhos dela se estreitaram, e uma pequena voz na minha cabeça me disse que eu deveria ficar nervoso. – Bom, obrigada por me contar sobre isso. Sim. Sim, pode deixar. Certo. Sim, eu te ligo quando decidir. Obrigada por ligar, Joel. Joel? O maldito Cignoli? Ela desligou e guardou vagarosamente o celular na bolsa. Olhando para baixo, ela balançou a cabeça e soltou uma leve risada antes de um pequeno sorriso diabólico surgir no canto de sua boca. – Você tem alguma coisa para me contar, Sr. Jonas? – ela perguntou docemente, e, por alguma razão, isso me deixou ainda mais ansioso. Quebrei a cabeça, mas não consegui pensar em nada. Do que ela estava falando? – Acabei de ter uma conversa muito estranha. Parece que o Joel recebeu um e-mail confirmando a entrega das minhas flores. Você nem imagina o que tinha nessa confirmação. Ela deu um passo em minha direção, e eu instintivamente dei um passo para trás. Não estava gostando de onde isso estava indo. – Acontece que alguém assinou a entrega. Ah, merda. – O nome no recibo era Joe Jonas. Meeerda. Por que diabos fui assinar com meu nome? Tentei pensar em algo para dizer, mas minha mente estava em branco. Obviamente, meu silêncio disse tudo que ela precisava saber. – Seu filho da puta! Você assinou o recibo e depois mentiu para mim? – ela empurrou meu peito com força, e senti um instinto repentino de proteger minhas bolas. – Por que você fez isso? – minhas costas estavam agora encostadas na parede e eu procurava freneticamente uma saída. – Eu... o quê? – gaguejei. Parecia que meu coração ia sair pela boca. – É sério! Você está maluco? Eu precisava de uma resposta e precisava rapidamente. Passando as mãos pelos cabelos pela centésima vez nos últimos cinco minutos, decidi que era melhor simplesmente dizer a verdade. Mas era difícil. – Eu não sei, tá? – gritei de volta. – Eu só... merda! Ela pegou o celular e começou a digitar uma mensagem para alguém. – O que você está fazendo? – perguntei. – Não que seja da sua conta, mas estou dizendo para a Julia continuar sem mim. Eu não vou sair daqui até que você me diga a verdade – ela me encarou e eu podia sentir sua raiva emanando em ondas. Brevemente considerei ir me explicar com a Emily, mas ela me viu seguindo a Demi: com certeza já tinha percebido o que estava acontecendo. – Então? Encontrei seu olhar e soltei um longo suspiro. Não havia absolutamente nenhum jeito para explicar aquilo sem parecer um maluco. – Certo, sim, eu assinei o recibo. Ela me encarou. Seu peito subia e descia rapidamente e os punhos estavam tão apertados que a pele estava ficando branca.– E? – E... joguei as flores fora – enquanto a olhava, percebi que eu merecia cada gota de raiva que ela sentia. Eu estava sendo injusto. Não ofereci nada a ela, mas estava me colocando no caminho de alguém que possivelmente poderia fazê-la feliz. – Você é inacreditável – ela disse, através dos dentes cerrados. Eu sabia que ela estava se esforçando para não pular em cima de mim e me esganar. – Explique por que você faria uma coisa dessas. Essa era a parte que eu não sabia responder. – Porque... – cocei atrás da cabeça. Odiava estar naquela situação. – Porque eu não quero que você saia com o Joel. – Mas que idiotice. Quem você pensa que é? Só porque transamos não significa que você pode tomar decisões sobre a minha vida. Nós não somos um casal, não estamos namorando. Inferno, nós nem gostamos um do outro! – ela gritou. – Você acha que eu não sei disso? Sei que não faz sentido. Mas, quando vi aquelas flores... vamos lá, eram rosas, caramba! Ela me encarou como se estivesse pronta para me internar em um sanatório. – Por acaso você esqueceu de tomar seu remédio? O que tem a ver o fato de serem rosas? – Você odeia rosas! – quando eu disse isso, seu rosto perdeu a expressão indignada. Continuei: – Eu só vi as flores e reagi. Não parei para pensar. Só de pensar nele tocando você... – apertei meus punhos e minha voz sumiu enquanto eu tentava me recompor. A cada segundo eu ficava com mais raiva: comigo mesmo, por ser fraco e deixar minhas emoções se descontrolarem de novo, e com ela, por ter essa inexplicável força sobre mim. – Certo, olha – ela disse, respirando fundo –, não estou dizendo que concordo com o que você fez. Mas eu até entendo... de certa maneira. Meus olhos disparam na direção de seu rosto. – Eu estaria mentindo se dissesse que não tenho me sentido possessiva ultimamente – ela disse com relutância. Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Ela estava realmente admitindo que também se sentia assim? – Mas isso não muda o fato de que você mentiu para mim. Você mentiu na minha cara. Eu posso até achar que você é um cretino na maior parte do tempo, mas sempre considerei que seria honesto comigo. Eu estremeci. Ela estava certa. – Sinto muito – meu pedido de desculpas pairou no ar, e não sei qual de nós dois ficou mais surpreso. – Prove – ela me olhou tão calmamente, não havia um pingo de emoção em seu rosto. O que queria dizer com aquilo? Mas então eu entendi. Prove. Nós não conseguíamos conversar com palavras, pois as palavras apenas levavam a mais problemas. Mas isso? Isso é o que nós éramos, e se ela me desse uma chance para consertar as coisas, eu com certeza faria. Eu a odiei tanto naquele momento. Odiei saber que ela estava certa e que eu estava errado, e odiei ela estar me forçando a tomar uma decisão. Mas, acima de tudo, odiei o quanto eu a queria. Diminuí a distância entre nós, pousando minha mão na parte de trás de seu pescoço. Eu a puxei para mais perto, olhando-a nos olhos enquanto nossas bocas se aproximavam. Havia um desafio implícito ali. Nenhum de nós iria recuar ou admitir que isso – seja lá o que isso fosse – estava fora de nosso controle. Ou talvez tivéssemos acabado de admitir. No momento em que nossos lábios se tocaram, uma eletricidade familiar percorreu meu corpo. Minhas mãos mergulharam fundo em seus cabelos, forçando sua cabeça para trás para que ela recebesse tudo que eu tinha para dar. Isto seria para ela, mas eu com certeza iria tomar o controle. Pressionando meu corpo no seu, grunhi ao sentir a maneira como cada curva dela se encaixava em mim. Eu queria acabar com essa necessidade, ficar satisfeito e seguir em frente, mas cada vez que a sentia, ela parecia melhor do que eu lembrava. Eu me ajoelhei, agarrei seus quadris e a puxei para mais perto, enquanto movia os lábios por sua calça. Levantei a camisa regata e beijei cada centímetro da pele nua, sentindo seus músculos flexionarem enquanto eu explorava. Olhei para seu rosto, agarrando com os dedos a cintura da calça. Seus olhos estavam fechados e ela mordia os lábios. Senti meu pau endurecer em antecipação ao que eu pretendia fazer.
Abaixei sua calça até as coxas, sentindo ela se arrepiar com o toque dos meus dedos. Suas mãos me agarraram pelos cabelos e puxaram forte, provocando um grunhido em minha garganta enquanto eu a olhava de volta. Percorri a borda do cetim delicado de sua calcinha até chegar na fina alça em seus quadris. – Essa é quase bonita demais para rasgar – eu disse, agarrando cada alça com uma das mãos. – Quase – com um rápido puxão, o tecido se rasgou facilmente, permitindo que eu arrancasse a calcinha rosa e a guardasse no bolso. Uma sensação de urgência tomou conta de mim e eu rapidamente libertei uma de suas pernas, colocando-a sobre meu ombro e beijando a pele macia no interior das coxas. – Oh, merda – ela disse suspirando, passando as mãos em meus cabelos. – Oh, merda, por favor. Quando eu primeiro raspei a ponta do nariz e depois lambi lentamente seu clitóris, ela puxou meus cabelos e moveu os quadris contra minha boca. Palavras ininteligíveis saíram de seus lábios em uma voz rouca. Observá-la se perder daquela maneira me fez entender que ela estava tão indefesa contra isso quanto eu. Ela estava com raiva de mim, tão brava que parte dela provavelmente queria enganchar a perna no meu pescoço e me estrangular, mas pelo menos estava me deixando lhe dar algo que era, de muitas maneiras, muito mais íntimo do que uma simples transa. Eu estava de joelhos, mas era ela quem estava vulnerável e desprotegida. Estava também quente e molhada, e seu sabor era tão doce quanto sua beleza. – Eu poderia te comer inteira – sussurrei, e me afastei apenas o suficiente para observar sua expressão. Beijando sua cintura, murmurei: – Isso seria muito melhor se eu pudesse deitar você em algum lugar. Uma mesa de sala de conferência, por exemplo. Ela puxou meus cabelos novamente, apertando meu rosto contra sua pele enquanto sorria. – Para mim está bom demais. Não se atreva a parar. Eu quase admiti em voz alta que não conseguiria, e estava começando a abominar o pensamento de apenas tentar, mas logo eu me perdi em sua pele novamente. Eu queria memorizar cada palavrão e súplica que escapava de sua boca e queria saber que eu era a causa. Gemi contra suas coxas, fazendo-a gritar enquanto torcia o corpo para chegar ainda mais perto. Deslizei dois dedos dentro dela e puxei seus quadris com a outra mão, incentivando-a a se mover no mesmo ritmo. Ela começou a circular os quadris, devagar a princípio, pressionando contra minha boca, e depois mais rápido. Pude sentir sua tensão: as pernas, a barriga, as mãos. – Tão perto... – ela arfou, os movimentos começando a falhar, quebrando o ritmo e tornando-se selvagens, e isso também me fez sentir descontrolado. Eu queria morder e chupar, enterrar os dedos fundo e consumi-la completamente. Fiquei preocupado por talvez estar sendo duro demais, mas sua respiração se transformou em suspiros curtos e depois em repetidas súplicas. Torci meu pulso, enterrando ainda mais fundo. Ela gritou novamente e suas pernas tremeram quando o clímax tomava conta de seu corpo. Acariciando sua cintura, eu lentamente abaixei sua perna e fiquei prestando atenção em seu pé, só para o caso de ela decidir que queria me chutar. Corri um dedo sobre meus lábios e observei seus olhos retomando o foco. Ela me afastou e rapidamente ajeitou as roupas, me olhando ajoelhado à sua frente. A realidade ressurgiu com o som das pessoas almoçando do outro lado da porta, misturado à nossa respiração pesada. – Você não está perdoado – ela disse. Então pegou sua bolsa, destrancou a porta e saiu do banheiro sem dizer mais nenhuma palavra. Levantei devagar e observei a porta se fechando atrás dela, tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Eu deveria estar furioso. Mas senti o canto da minha boca se levantar num sorriso, e quase ri ante o absurdo da situação. A maldita Srta. Lovato conseguira novamente. Ela estava me derrotando no meu próprio jogo.
Minha noite foi um inferno. Eu mal dormi ou comi, e sofri com uma ereção praticamente constante desde que saíra daquele restaurante. Em meu caminho para o trabalho, eu já sabia o que teria de aguentar. Ela faria tudo o que pudesse para me torturar e punir por ter mentido – mas acontece que... eu até queria que ela fizesse isso. Fui surpreendido com sua mesa vazia quando cheguei. Estranho, pensei, ela quase nunca se atrasava. Entrei em minha sala e comecei a arrumar as coisas para o dia. Quinze minutos depois, eu estava distraído com um telefonema quando ouvi a porta da frente bater. Bom, com certeza ela não iria me desapontar: eu podia ouvir as gavetas sendo fechadas com raiva e sabia que o resto do dia seria interessante.
Às dez e quinze, fui interrompido pelo interfone. – Sr. Jonas – sua voz calma preencheu minha sala e, apesar de sua óbvia irritação, soltei um sorriso ao apertar o botão para responder. – Sim, Srta. Lovato? – respondi, ouvindo a presunção refletida no meu tom de voz. – Precisamos estar na sala de conferência em quinze minutos. Você vai precisar sair ao meio-dia para sua reunião com o presidente da Kelly Industries. O Stuart estará esperando na garagem. – Você não vai me acompanhar? – imaginei se ela estaria evitando ficar sozinha comigo. E não sabia como me sentiria se isso acontecesse. – Não, senhor. Apenas pessoal da diretoria – ouvi o farfalhar de papéis enquanto ela continuava a falar. – Além disso, eu tenho de cuidar dos preparativos para San Diego. – Vou sair num minuto – deixei meu dedo deslizar do botão, fiquei de pé e ajeitei a gravata e o terno. Quando saí da minha sala, meus olhos imediatamente pousaram nela. Qualquer dúvida que eu ainda tivesse sobre ela querer me torturar desapareceu. Ela estava inclinada sobre a mesa usando um vestido de seda azul que exibia perfeitamente suas longas pernas. O cabelo estava preso para cima e, quando ela se virou em minha direção, vi que estava usando óculos. Como eu poderia falar coerentemente, com ela sentada ao meu lado? – Você está pronto, Sr. Jonas? – sem esperar por uma resposta, ela juntou suas coisas e começou a andar pelo corredor. Parecia haver um balanço extra em seus quadris. A safada estava mesmo querendo me provocar. No elevador lotado, nossos corpos ficaram espremidos um no outro e eu precisei sufocar um murmúrio. Podia ser minha imaginação, mas pensei ter visto a insinuação de um sorriso quando ela “acidentalmente” se esfregou em meu pau semiereto. Duas vezes. Nas duas horas seguintes, eu vivi um inferno pessoal. Sempre que eu a olhava, ela estava fazendo algo para me deixar louco: olhares insinuantes, mordidas nos lábios, cruzar e descruzar de pernas, mechas de cabelo enroladas nos dedos. Em certo momento, ela deixou cair a caneta e casualmente pousou a mão na minha coxa quando se abaixou para pegá-la debaixo da mesa. Na reunião do almoço que se seguiu, fiquei ao mesmo tempo aliviado por escapar de seu tormento e desesperado para voltar. Assenti e falei nos momentos apropriados, mas eu estava muito longe dali. É claro que meu pai percebeu cada segundo do meu péssimo e quieto humor. Na viagem de volta para o escritório, ele começou a falar. – Você e a Demi vão ficar juntos em San Diego por três dias, sem as paredes do escritório, e não vai ter ninguém para interferir. Eu espero que você a trate com o máximo respeito. E, antes que você fique todo defensivo – ele acrescentou, levantando a mão como se sentisse minha resposta iminente –, eu já conversei com a Demi sobre isso. Meus olhos se arregalaram e dispararam na direção de seu rosto. Ele tinha conversado com a Srta. Lovato sobre a minha conduta profissional?! – Sim, estou ciente de que a culpa não é só sua – ele disse, enquanto entrávamos no elevador vazio. – Ela me assegurou que revida sempre à altura. Por que acha que eu sugeri você como mentor dela no programa de estágio? Na minha mente, não havia nenhuma dúvida de que ela conseguiria lidar com você. Kevin estava de pé em silêncio ao meu lado, com um sorriso de satisfação escancarado em seu rosto. Maldito. Franzi a testa ligeiramente quando percebi uma coisa: ela tinha me defendido. A Srta. Lovato poderia facilmente me fazer soar como um tirano, mas em vez disso ela aceitou um pouco da culpa. – Pai, eu admito que minha relação com ela não é convencional – comecei a falar, rezando para ninguém entender o real significado daquela afirmação. – Mas, eu te asseguro, isso não interfere de maneira nenhuma em nossa habilidade de conduzir os negócios. Não há nada para se preocupar. – Ótimo! – disse ele quando chegamos em meu andar. Entramos no escritório e encontramos a Srta. Lovato ao telefone, falando num tom quase inaudível. – Bom, preciso desligar, papai. Tenho de cuidar de umas coisas e eu te respondo assim que puder. Você precisa dormir um pouco, certo? – ela disse suavemente. Após uma breve pausa, ela riu, mas então passou mais um momento sem dizer nada. Eu e os dois homens ao meu lado não nos atrevemos a dizer qualquer coisa. – Eu também te amo, papai.
Meu estômago se embrulhou com aquelas palavras e com a maneira como a voz dela falhou ao pronunciar aquela frase. Quando se virou na cadeira, ela teve um sobressalto ao nos encontrar de pé à porta. Começou então a rapidamente juntar os papéis em sua mesa. – Como foi a reunião? – Foi tudo bem, como sempre – meu pai disse. – Você e a Sara realmente fazem um ótimo trabalho cuidando de tudo. Não sei o que meus filhos fariam sem vocês duas. A sobrancelha dela se ergueu levemente e eu pude ver o quanto se controlou para não mostrar a satisfação que sentia em ouvir aquilo. Mas então seu rosto se transformou em uma expressão enigmática, e percebi que o tempo todo eu estava sorrindo maliciosamente para ela, esperando ver um pouco de sua ousadia costumeira. Vesti a melhor carranca que eu tinha e entrei na minha sala. Foi só quando fechei a porta que percebi que, desde que voltamos e a ouvimos no telefone, eu não tinha visto ela sorrir nenhuma vez.
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