Criminal Lover - Capítulo 2

 Capitulo 2

A mansão era enorme, Joe sabia que teria bastante trabalho ali, mas tinha todo o tempo do mundo para se dedicar a isso. Ele costumava encarar aquele serviço com calma, afinal, a pressa era inimiga da perfeição. Chegara acompanhado por Eddie e bastante curioso por finalmente conhecer a filha rebelde. Não esquecera o balanço dos quadris desde o que os vira na festa da mansão de Joseph Burton.
O empresário pedira para que a governanta chamasse Demi e Joe esperava pacientemente para finalmente vê-la frente a frente. Quando ela desceu, imediatamente ele pôs os olhos nela. Não se enganara sobre imaginá-la como uma linda obra de arte. Demi tinha uma beleza única, os cabelos avermelhados caindo como cascatas movimentando-se de um lado para o outro e o corpo repleto de curvas sensuais. Ele precisou de muito sangue frio e autocontrole para não deixar-se hipnotizar pelos seios fartos marcados pelo decote da blusa preta e nem pelas coxas esguias à mostra por conta do short jeans que ela usava.

- Demi , quero que conheça seu novo segurança. – Eddie se pronunciou assim que a filha se aproximou – Este é Joe Jonas.
- O quê? – perguntou perplexa arregalando os brilhantes olhos cor de avelã – Papai, acha que sou uma criança?
- Não, mas tem se comportado como uma. – disse tentando ser firme – A partir de agora você só sai de casa na companhia de Joe.
- Pera aí, eu não vou andar com esse homem atrás de mim feito uma sombra! – ela protestou sem prestar atenção nele, seus olhos não desgrudavam da figura do pai, mostrando sua indignação com o olhar.
- Se você me obedecesse não precisaria de um segurança.
- Escute aqui, senhor... – Demi se virou para Joe – Eu não preciso de um guarda-costas, então por favor, você está dispensado.
- Só quem dá ordens aqui sou eu, Demi . – Eddie disse com tom de voz bastante sério – Está decidido e não voltarei atrás. A partir de agora Joe é seu segurança e vai levá-la para cima e para baixo.

Ela emitiu um som que pareceu um rosnado e virou-se indignada, subindo as escadas batendo os pés com força nos degraus e apesar da violência com que se movimentava, Joe ainda podia ver os balanços sensuais dos quadris arredondados. Sem dúvida ele teria mais de um desafio com aquele trabalho, afinal, não podia negar que sua protegida seria capaz de mexer com os seus instintos mais primitivos, era somente uma questão de tempo.
Joe fora levado até a casa aos fundos da mansão, era toda de madeira nas paredes e bastante aconchegante. Tinha o tamanho ideal, bem equipada e ele poderia passar os dias ali sem problema, indo até seu apartamento apenas para pegar algo que precisasse e ver se tudo estava bem. Não era o tipo de homem que se apegava ao seu lar, como o tipo de pessoa que só conseguia dormir com seu travesseiro ou sentar no mesmo canto do sofá. Não precisava ter nenhum trabalho com Demi no momento, Eddie lhe dissera que ela fazia um curso de moda pela manhã, e como Joe só fora chamado para chegar na parte da tarde, teria o resto do tempo livre a não ser que Demi precisasse sair.
A escuridão da noite era ideal para que pudesse sair sem que ninguém percebesse. Carregava os sapatos nas mãos para que os saltos não fizessem barulho de encontro com as pedras que montavam o caminho do jardim. Não conseguia aceitar que seu pai a tratasse como uma garotinha de dez anos que precisava ser acompanhada caso quisesse sair. Tinha praticamente vinte e um anos e não queria ser seguida para cima e para baixo como se tivesse uma sombra humana. Estava com tanta raiva que nem ao menos notara com precisão os traços de seu mais novo segurança, mas recordava que ele era alto, tinha os ombros largos e os olhos amadeirados. Não conseguia projetar uma imagem dele na cabeça, mas o que podia lembrar-se do corpo dele, era que aquele homem exalava virilidade.
Olhou em volta e não viu sinal de ninguém, estava livre para poder fazer o que pretendia. Tinha as chaves nas mãos e se a encaixasse no portão, o alarme não dispararia. Poderia sair e curtir uma festa na casa de Jessica durante toda a madrugada e finalmente encontrar Philip. Olhou mais uma vez para a janela do quarto do pai até ter certeza de que a luz realmente permanecia apagada e saiu em direção ao portão.

- Onde pensa que está indo?

A voz rouca ecoara sem seus ouvidos sem saber se o arrepio que causara fora de excitação diante daquele timbre ou se pelo medo de ser apanhada prestes a fugir de casa. Virou-se lentamente até encontrar com a figura masculina de ombros largos parada no início do caminho de pedras. Ele tinha realmente os ombros largos, usava uma camisa simples branca e uma calça de abrigo escura, que por conta da pouca iluminação ela não sabia dizer exatamente a cor. Mas de onde ele havia saído? Ela olhara várias vezes até ter certeza de que estava realmente sozinha naquele jardim. Então como ele havia aparecido tão de repente?
- Sua festinha acabou, senhorita. – ele disse sério – Volte para seu quarto.
- Isso não está certo! – aproximou-se dele e calou-se por alguns segundos ao sentir a colônia masculina – Eu quero sair! Tenho uma festa para ir.
- Sinto muito, estou cumprindo ordens. – disse sem abalar-se com os protestos daquela ruiva e cada vez tinha mais certeza do quanto era incrivelmente sexy.
- Se eu não for o que fará comigo? – colocou uma das mãos na cintura – Me prenderá na torre mais alta do castelo?
- Se for necessário... – virou-se de lado e estendeu a mão indicando que lhe dava passagem – Agora volte e me poupe o trabalho de trancá-la.
- Não estou acreditando que agora tenho uma babá. – bufou e voltou para dentro de casa caminhando a passos largos.

Joe ficou ali onde estava, costumava dormir tarde e como não estava com sono, decidira sair para pegar um ar e pensar em seu novo trabalho. Ver Demi fugindo fora um golpe de sorte, mas servira de lição para que ficasse sempre atento. Aquela jovem era bastante escorregadia, precisava ter atenção, além do mais, não poderia quebrar a confiança de Eddie e ser Demi tido daquele trabalho antes de concluir seu objetivo.
Lembrou-se de quando Demi se aproximou para protestar e sentiu o perfume adocicado dela. Por mais que soubesse que estava ali com o intuito de zelar pela segurança da filha de Lovato, seu corpo estava mais interessado em provar todas as curvas daquela ruiva geniosa, sentir a textura da pele e a sensação de tê-la debaixo do seu corpo gemendo completamente excitada.

- Controle-se, Joe. – murmurou para si mesmo – Você tem algo importante no qual se concentrar.
Ficou mais um tempo ali até ter certeza de que Demi não tentaria fugir novamente e em seguida foi para sua casa nos fundos da mansão. Descansaria bastante, afinal, no dia seguinte começaria de fato seu trabalho de segurança e motorista e teria que levar Demi até o curso de moda.

Estava entediado ao volante enquanto Demi não parara de falar no celular. Joe estava evitando a todo o momento olhar as coxas dela à mostra por conta da saia jeans que estava usando. Apoiou um braço na janela e deixou apenas uma mão no volante. Queria ignorar a ruiva ao seu lado, mas a voz dela não lhe permitia aquilo o deixando consciente de sua presença todo o tempo. Joe podia ouvi-la falar de um cara, provavelmente era seu namorado ou algum caso que ela tinha. Eddie provavelmente não tinha conhecimento disso e Joe ficaria bastante atento aos movimentos dela, afinal, não podia deixar que Demi aprontasse com ninguém, senão seu trabalho ali teria fim antes mesmo de ter começado.

- Ficarei aqui esperando até que você saia. – ele disse assim que parou o carro na beirada da calçada.
- Vai ficar aqui todas essas horas? – ela perguntou espantada.
- Claro. – olhou para ela – Não permitirei que aproveite minha ausência e saia por aí. Não dê uma de espertinha, senhorita.
- Você é insuportável! – exclamou irritada saindo do carro.
- É bom que pense assim.
Demi bateu a porta do carro e Joe deu um sorriso malicioso. Teria que ficar ali esperando, mas já havia treinado sua paciência e, para seu trabalho mais prazeroso, saber esperar era fundamental. Colocou seus óculos escuros e ligou o som, afrouxando a gravata e recostando no banco.

Durante a noite, ele estava em casa comendo um sanduíche quando ouviu o barulho de alguém batendo na porta. Deu de cara com Demi devidamente arrumada com uma saia de cintura alta, uma blusa branca e um sapato de salto azul. Estava tão sexy daquele jeito que precisou cerrar os punhos antes que a puxasse para dentro de casa e a possuísse ali mesmo encostando-a na porta de madeira.

- O que quer, senhorita? – perguntou – Vejo que vai sair e espero que tenha vindo aqui para me chamar.
- Sim, eu vim realmente fazer isso. Eu preciso muito sair e sei que se você não for junto, eu não poderei ir. Então eu tenho que ceder. – disse desanimada – Será que dá pra me levar o mais rápido possível?
- Sim, só vou pegar o paletó.

Joe estranhou ela ter cedido tão fácil sem tentar mais algumas fugas, mas por hora levaria ela até seu destino, afinal, esse era um dos motivos de estar ali. Demi tinha planos importantes para aquela noite, mas não poderia executá-los se não cedesse para que Joe a levasse até o bar para que pudesse encontrar Philip. A verdade era que apesar do loiro ser bastante bonito, seu segurança chamava a atenção por ser másculo e ter traços incrivelmente masculinos.
Ele dirigiu até o bar que Demi indicara e ficou bastante atento para saber o que ela faria ali. Estava bastante movimentado e ele se afastou um pouco para ficar olhando de longe para ela. A ruiva se encontrou com um cara loiro e praticamente da altura de Joe, talvez fosse o mesmo que a ouvira falar com a amiga no telefone pela manhã, mas aquilo não era da sua conta desde que Demi se comportasse. Já estava dando uma vantagem de não contar para Eddie, se ela agisse certo, Joe também poderia lhe dar mais uma brecha.
Demi não pretendia ficar sob os olhares do segurança toda a noite, ele estava o tempo todo atrás vigiando, mas ela saberia ser mais esperta. Ele iria se distrair, e era nesse momento em que se meteria no banheiro enquanto Philip iria direto para o estacionamento esperar por ela. E foi isso que aconteceu. Joe era homem e não resistiu quando viu uma loira passar à sua frente, desviando o olhar por breves segundos, tempo suficiente para que Demi se metesse no meio das pessoas e o loiro que estava com ela saísse em disparada para o estacionamento.
Quando Demi conseguiu chegar lá, correu os olhos até encontrar Philip mais ao fundo, sorriu vitoriosa. Olhou para trás e Joe não estava lá, com certeza estava dentro do bar desesperado procurando por ela. Correu do jeito que os saltos lhe permitiam, não poderia dar chance para o azar, tinha pouco tempo até conseguir sair do estacionamento sem que o segurança a visse
- Tentando fugir de novo, senhorita?

Oh, não. Pensou ela enquanto suas pernas paralisavam fazendo com que estocasse no mesmo lugar e não desse mais um único passo. Aquele homem era uma espécie de fantasma que aparecia de repente se espreitando sem fazer nenhum barulho. Virou-se devagar encontrando com os olhos castanhos de Joe fixos nela.

- Você vai sempre aparecer assim do nada? – perguntou encarando-o.
- Se a senhorita não andasse se esgueirando, eu não precisaria fazer o mesmo indo atrás.
- Quem é esse? – o loiro se aproximou curioso.
- É meu segurança, Philip. Eu comentei com você sobre ele. – disse em um tom de voz derrotado.
- Achei que era sacanagem. – ele comentou olhando para Joe.
- Sacanagem era o que vocês dois iam fazer, mas a senhorita esqueceu que ninguém me faz de idiota tão facilmente. – Joe disse ríspido – Agora vamos para casa, Demi Lovato.
- Você não manda em mim, eu vou com Philip. – deu um passo para trás já na tentativa de se afastar.
- Eu disse que você vai comigo... – levantou uma sobrancelha – Agora! – tirou as chaves do carro do bolso – E eu espero que me agradeça por ficar por isso mesmo porque eu poderia contar ao seu pai com quem você anda se encontrando.
- Você não faria isso! – desafiou-o.
- Por que não? – abriu os braços – Eu só tenho a ganhar com essa informação exclusiva.

Irritada e se sentindo incapaz de lutar contra ele diante do argumento, o que lhe restava era ceder às ordens de Joe. Ela olhou para Philip e meneou a cabeça se dando por vencida e deu um selinho rápido nele antes de caminhar apressada para o carro enquanto Joe destravava o alarme. Ele saiu apressado do estacionamento, louco para chegar em casa e finalmente se livrar daquela ruiva que estava lhe dando trabalho. Não só no sentido profissional, mas no sentido pessoal, já que ao mesmo tempo em que a desejava, não queria que isso acontecesse.

- Que saco! – ela exclamou exasperada – Será que não terei um minuto de paz?
- Se você se comportasse não precisaria de uma sombra. – deu ênfase à ultima palavra.
- O que está querendo dizer? – olhou para ele confusa.
- Que você não conquistou a confiança do seu pai e por isso ele precisou contratar um segurança para você. Se tivesse se comportado e parado de bancar a rebelde sem causa, seu pai confiaria mais e você não precisaria de ninguém para lhe vigiar. – disse sem tirar os olhos do trânsito.
- Isso é um tipo de conselho?
- Entenda como quiser. – deu de ombros.