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Criminal Lover - Capítulo 1



Capitulo 1

O barulho daquela festa e as pessoas de um lado para o outro incomodavam a Joe. Ele era um homem que preferia o silêncio e a solidão na maioria das vezes, mas também era humano e em certas ocasiões tinha a companhia de uma bela mulher em seu quarto, interrompendo o silêncio que ele tanto gostava, afinal, gemidos era algo indispensável. Pegou seu maço de cigarros e acendeu um, demorando-se na primeira tragada desfrutando da sensação da nicotina enquanto percorria o salão com o olhar meticuloso. Um par de olhos amendoados tão profundos que eram capazes de seduzir muitas mulheres, mas que no momento, estavam ali com o único intuito de avaliar. Não a beleza feminina, mas algo brilhante, reluzente, que pertencia à todas as mulheres daquele lugar.
Joe vira esmeraldas, diamantes, rubis, e sabia quando as pedras eram ou não verdadeiras. Tinha um olhar treinado, experiente, sabia notar mínimos detalhes em réplicas praticamente perfeitas e quase nunca se enganava, o erro só acontecia se o ambiente não tivesse a iluminação ideal. Por enquanto, ele só conseguira notar duas jóias que não eram verdadeiras. O colar de brilhantes da esposa do embaixador e a pulseira de rubis da herdeira do sabão. Joe achava impressionante a quantidade de sorrisos falsos naquele lugar, pessoas que fingiam uma relação amizade e por trás desejavam a ruína da outra, para lucrar cada vez mais e tirar proveito de quinze por cento das ações da empresa Jonas Corporation, era a todo o momento bombardeado com propostas cada vez mais quentes dos outros sócios, e apesar de detestar o mundo dos negócios, ele fazia questão de manter sua parte, afinal, ele não poderia continuar o que fazia depois que alcançasse certa idade. Além do mais, preservaria aquele patrimônio em memória do pai. Outra atenuante era de que se vendesse sua parte, seria automaticamente banido do círculo da alta sociedade e aquilo prejudicaria em total seus negócios pessoais.
O cigarro já estava quase todo queimado quando ele decidiu ir até o jardim. É claro que lá a iluminação não era tão boa quando no salão, mas ele precisava de ar puro e um lugar mais tranquilo longe dos burburinhos e das pessoas que de minuto em minuto insistiam em lhe fazer companhia puxando assuntos aleatórios do qual não estava interessado. A brisa da noite era gelada, mas para ele estava bastante agradável. Após se livrar do resto do cigarro, colocou as mãos nos bolsos organizando os pensamentos sobre o que vira na festa. O barulho de saltos se aproximando não o fez distrair-se, somente a voz atrás de si fez com que se movesse.

- Jonas, te procurei por toda a parte. – disse seguido por um sorriso de canto projetado pelos lábios cobertos de um batom vermelho.veito da situação. Era o que faziam com ele.
 - Ciara, é sempre um prazer rever você. – devolveu o mesmo sorriso de canto.
- Faz tempo desde que nos vimos da última vez. – ela se aproximou trazendo consigo o perfume adocicado e dando um beijo demorado no canto dos lábios dele.
- Desde a festa na mansão dos Morgan. – levantou uma das sobrancelhas – Estou enganado?
- Não, você nunca se engana. – passou a mão pela lapela do smoking dele – Quem será que encontrou minha calcinha naquela noite?

Ele soltou uma gargalhada jogando a cabeça para trás. Lembrou-se de naquele dia ter transado com Ciara dentro de um dos banheiros da piscina e que ela não recolocou a calcinha quando arrumavam as roupas após o sexo maravilhoso que compartilharam. Ele adorava a maneira como ela encarava a vida, a loira sempre encontrava uma boa oportunidade para se divertir e também gostava de adrenalina.

- Seu marido não deu falta da peça íntima? – perguntou descontraído com as mãos nos bolsos e os olhos fixos nela.
- Oliver sempre chega exausto desses eventos, a última coisa que passa pela cabeça dele é uma noite de sexo. – explicou.
- E onde ele está agora? – desceu o olhar para o decote dela dando a entender o que pretendia.
- Conversando sobre negócios. – revirou os olhos – É o que ele faz em todas as festas. – olhou fixamente para ele – É por isso que procuro minha diversão.

Joe aproveitou o silêncio e a escuridão daquele lugar e puxou Ciara para um beijo, sem demorar em seus lábios, descendo rapidamente para seu pescoço. É claro que não transaria com ela ali, correndo o risco de serem pegos, mas um beijo rápido cessaria por hora a vontade de possuí-la de novo. Era uma loira bonita, esperta o bastante para não exibir jóias caras em eventos daquele tipo, afinal, ela sabia que ali estavam pessoas de diversos lugares e não podia confiar em todos. Ele a soltou, sentindo Ciara chupar seu lábio inferior e se afastar em seguida, sabendo que ficar mais um pouco ali com ele seria perigoso. Casada com um homem que tinha idade para ser seu pai, a loira exibia agora a posição na alta sociedade que tanto almejara. Joe estava sozinho, não lhe faria mal ceder aos desejos sexuais, mas antes que pudesse sugerir um lugar mais reservado, o silêncio do momento fora interrompido por uma voz doce e bastante irritada.

- Papai, eu já lhe disse que não quero ficar aqui!
- E como acha que vai conseguir encontrar um noivo de boa família se vive para cima e para baixo em baladas? – o homem alto de cabelos um pouco grisalhos reclamava exasperado.
- Não quero um noivo filhinho de papai, quantas vezes tenho que repetir? – ela virou-se de frente para o pai e Joe pode notar poucos traços já que a sombra de uma árvore escondia seu rosto.
- Não vou aceitar esses motoqueiros tatuados dentro de minha casa! – repetiu impaciente e Joe notava que aquela não era a primeira vez que tocavam no assunto.
- Sinto muito. – a garota se virou e voltou a caminhar até a entrada – Já estou indo porque Yasmim está me esperando.
- Demi Lovato, volte aqui! – o homem disse quase aos gritos – Eu sou seu pai, você tem que me respeitar!

A menina não deu ouvidos, continuou caminhando a passos largos e apesar da pressa e da distância em que estavam, Joe não deixou de notar no balanço dos quadris da ruiva. Com a iluminação prejudicada, ele não conseguira analisar aquela jovem em toda sua beleza, mas os contornos de seu corpo não mentiam, era muito atraente. Tão atraente quanto o bracelete de diamantes que enfeitava o pulso esquerdo. Joe sabia que Eddie Lovato era um dos empresários mais ricos dos Estados Unidos. Dono de uma marca de cosméticos mundialmente famosa e usada por diversas mulheres em todo o mundo, por conta dos preços mais acessíveis.
- Pobre Lovato. – Ciara comentou após ver o homem se afastar com uma expressão séria – Passa maus bocados com a filha rebelde.
- Pude perceber. – Joe respondeu ainda olhando para o grande portão pode onde vira Demi passar – Pelo visto ele tem planos diferentes para ela.
- Você sabe como é, ele é um homem viúvo, criou a filha sem uma referência feminina já que a mãe de Demi faleceu quando ela era ainda muito nova. – dizia enquanto tentava ajeitar os cachos modelados em seu cabelo através da sua sombra projetada no chão – É o grande dilema do pai solteiro, querer suprir a presença da mãe e acaba errando a dose.
- Tem toda razão. – olhou para ela - Acho que podemos ir até os fundos da mansão. – ele ajeitou a gravata borboleta – Seu marido parece bastante ocupado.

Ciara sorriu diante da proposta e sumiu na escuridão juntamente com Joe. Ele estava ali, pronto para saciar seu desejo sexual, mas sua mente pensava no belo bracelete que adornava o pulso daquela jovem com as curvas mais sensuais que vira naquela festa. Não conseguira ver muito bem o rosto dela, mas suspeitava que era tão belo como todo o resto da obra.
Uma hora depois, Joe estava no meio do salão conversando com Ciara e seu marido. A loira estava ainda mais sorridente após ter desfrutado mais uma vez do sexo com Joe e ele conversava bastante animado com o marido dela. Um burburinho atrás dele fazia com que ele ficasse com os ouvidos atentos, sabia que era Eddie Lovato e as jóias de sua filha havia lhe interessado bastante. Provavelmente havia algumas no cofre, para que a tal Demi pudesse usar em festas e outras em um cofre no banco. Claro que não poderia mexer nas que estavam no banco, mas com certeza as da mansão já seriam suficientes.
Ele aguçou a audição, mantendo-se atento ao ouvir o nome da filha de Eddie no meio da roda de amigos. Poderia encontrar um jeito de se aproximar dela, apesar de ter notado que a jovem tinha um gênio difícil, mas ele era um homem movido por desafios.

- Demi está me dando muitos problemas, Martha. – Eddie comentava com uma das mulheres que estava na roda – Está malcriada e o pior que já não sei mais o que fazer. Tem saído durante a noite, não diz para onde vai, fico preocupado porque não gosto dessas companhias com as quais ela está andando.
- Por quê? – a mulher perguntou.
- Esses motoqueiros tatuados, essas meninas que vivem em baladas. – disse em um tom de voz preocupado.
- Olha, Eddie , eu vou lhe dar um conselho se me permite. – a mulher disse e esperou um pouco para retomar a fala – Peter contratou um segurança para a filha, também estava muito rebelde e agora vive sendo monitorada. Me parece até que ela encontrou um noivo, um bom rapaz.
- Olha, Martha, eu não havia pensado nisso. Acho que um segurança é uma boa opção. Vou consultar algumas pessoas e ver se algumas delas tem indicações para me dar, afinal, não posso confiar em qualquer pessoa.

Joe ouvira o suficiente para lhe deixar ainda mais interessado. Realmente Eddie não poderia confiar em qualquer pessoa e ele sabia que se planejasse bem o que dizer, o empresário concordaria com sua ideia.

Sentado na sala de espera, Joe podia ver através dos óculos escuros a secretária de Eddie Lovato olhando-o de maneira atrevida. Até que era uma moça bonita, se não estivesse tão empenhado em seu objetivo, poderia até jogar o seu charme e convidar a bela mocinha para sair. Olhou para a grande sala enquanto repassava na mente tudo o que diria para o empresário a fim de convencê-lo de sua proposta.

- Sr. Jonas. – a secretária o chamou levantando-se com elegância – O Sr. Lovato o espera em sua sala.
Ou era impressão dele, ou a morena havia ajeitado a blusa para que o decote aumentasse. Por conta dos óculos, ele podia olhar sem que ela percebesse e julgou que era um belo par de seios, mas particularmente, ele preferia os mais fartos. É claro que jamais dispensaria uma mulher se esta tivesse seios menores, afinal, ele se interessava pelos mais variados tipos femininos, desde que fossem belas.

- Por aqui. – ela disse abrindo a porta da sala de Eddie Lovato.
- Obrigado.

Joe sorriu educadamente e entrou na grande sala rodeada com vidraças e películas que bloqueavam os raios solares, uma grande mesa de vidro e sofás de couro em um dos cantos. Era bastante espaçoso e elegante, digno de um homem milionário que gostava de esbanjar dinheiro. Eddie se levantou e deu a volta na mesa para cumprimentá-lo.

- Preciso dizer que estou surpreso com sua presença aqui, Jonas. – apertou-lhe a mão.
- Tenho motivos bons para estar aqui, Lovato. – retribuiu o cumprimento.
- Aceita um uísque? – perguntou indo até o bar ao lado do sofá de couro – Falaremos sobre negócios?
- Aceito, mas não é exatamente sobre negócios de que vim falar. – disse olhando para o empresário que estava de costas servindo as bebidas – É sobre sua filha. – disse diretamente.
- O que tem Demi ? – perguntou virando-se curioso com os dois copos nas mãos.
- Chegou aos meus ouvidos que você procura um segurança para ela. – pegou o copo que Eddie lhe estendia – Obrigado. – agradeceu e retomou o assunto – Acho que tenho uma proposta para você.
- Sou todo ouvidos. – Eddie bebericou o uísque dando a volta em sua mesa.
- Sei que está procurando um segurança para sua filha. – Joe se acomodou na cadeira em frente à mesa do empresário.
- Sim, tenho analisado alguns currículos, algumas indicações... – colocou o copo em cima da mesa – Onde quer chegar com isso, Jonas?
 Quero me candidatar para ser esse segurança. – disse retirando os óculos escuros.
- Você? – levantou uma sobrancelha – Até onde sei não está precisando de dinheiro, você tem parte da empresa que era do seu pai.
- Não é pelo dinheiro. – negou balançando a cabeça – É pela função.
- Explique. – semicerrou os olhos com curiosidade.
- Como deve saber, não sou o tipo de homem que gosta de estar trancado em um escritório cuidando de papéis todo o tempo e também não sou o tipo de homem que gosta de ficar trancado dentro de casa... – bebericou o uísque e sentiu-o molhando sua garganta – Gosto de adrenalina e ser segurança da sua filha vai me dar essa oportunidade.
- Então faz exclusivamente para ter uma aventura?
- Sim. – confirmou – Eu terei a aventura e sua filha um segurança. – endireitou-se na cadeira – E convenhamos, estou lhe poupando um trabalho a mais. De ter que entrevistar diversos candidatos e ter que confiar sua preciosa filha a algum deles. Você me conhece, sabe quem eu sou e sabe que sou confiável o suficiente para ficar de olho na sua filha.
- Diante desses argumentos tenho que concordar. – respondeu pensativo.
- Eu preciso disso e você precisa de um segurança para sua filha. É quase uma troca de favores. – terminou de beber o uísque e colocou o copo vazio em cima da mesa.
- Está certo! – disse se dando por vencido – Faremos o seguinte: Você fica um mês trabalhando e se eu gostar do seu trabalho, ele é seu em definitivo.
- Justo. – levantou-se.

Eddie combinou com Joe o quanto ele pagaria pelo serviço e quais funções lhe seriam atribuídas. O empresário perguntou se ele poderia começar o trabalho amanhã e Joe concordou de imediato. Quanto mais cedo estivesse dentro da mansão, mais tempo teria para descobrir tudo o que precisava.

2 comentários:

  1. Adoreiiiii, já vi que vão entrar em muitas confusões kkkkkk posta

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  2. ADOREI POSTA LOGOOO MINHA QUERIDA *--*

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