Sete
Talvez fosse por isso que Wil conseguia fazer tanta
coisa num dia só. Nada clareia mais a mente que gozar gritando com um lindo
estranho que não esperava que eu fosse lavar e passar suas roupas depois. Na
segunda-feira de manhã, eu me senti energizada e completamente concentrada na
reunião de departamento das nove horas. Os outros executivos e suas assistentes
tinham finalmente chegado ao novo escritório e, graças ao trabalho de Nick, nós
fomos inundados com a perspectiva de vinte novos clientes. Fui soterrada com
trabalho. No lado positivo, agora eu teria pouco tempo para fantasiar com
bonequinhos de vodu do Wil e técnicas de castração. Mas, no meio da correria –
pulando de reunião em reunião, uma parada no banheiro e um momento de sossego
após um telefonema –, eu lembrei de minha noite com Joe, seu corpo malhado e nu
atrás de mim, minhas pernas pesadas com uma deliciosa exaustão e suas mãos
agarrando meus cabelos. “Não feche os olhos, não se atreva a fechar os olhos.
Estou quase lá.” Apesar da diversão daquela noite, eu me senti meio fora do ar
no sábado de manhã. Não exatamente arrependida, mas um pouco envergonhada por
ter realmente feito aquilo. Comecei a pensar que eu estava passando uma má
impressão para Joe, aparecendo num local desconhecido e disposta a deixá-lo
fazer o que quisesse comigo na frente de centenas de espelhos, onde
provavelmente ninguém poderia me ouvir se eu precisasse de ajuda. Acontece que,
mesmo debaixo daquela fina camada de mortificação, eu sabia que nunca havia me
sentido tão viva. Ele fez com que eu me sentisse segura, por mais estranho que
possa parecer, e como se eu pudesse pedir qualquer coisa. Como se ele tivesse
visto algo em mim que mais ninguém viu. Ele não pareceu nem um pouco surpreso
ou crítico quando exigi meus termos em seu escritório. E nem piscou quando eu
disse que não transaríamos em nenhuma cama. Recostei-me na cadeira em minha
sala, fechando os olhos à medida que a lembrança da última vez em que transei
com Wil, mais de quatro meses atrás, voltava. Nós tínhamos desistido de
discutir por causa dos seus horários ou dos meus. A falta de intimidade em
nossa relação parecia uma sombra negra que crescia para cobrir o quarto. Tentei
apimentar as coisas, aparecendo em seu escritório tarde da noite vestindo
apenas um sobretudo e saltos altos. Mas seria melhor se eu tivesse usado uma
fantasia de patinho, de tão constrangido que ele pareceu ao me ver. – Não posso
transar com você aqui – ele disse rispidamente, olhando por cima do meu ombro.
Talvez ele tenha dito aquilo porque só podia transar com outras mulheres no
escritório. Eu me senti humilhada. Sem dizer nada, virei e fui embora. Mais
tarde, naquela noite, ele voltou para casa e tentou compensar: me acordou, me
beijou, tentando ir devagar e fazer direito.
Mas não foi bom. Meus olhos se abriram quando a
realidade pareceu me acertar nesse momento totalmente aleatório. Joe fazia com
que eu me sentisse tão bem, e Wil apenas fazia com que eu me sentisse horrível.
Estava na hora de amadurecer e parar de pedir desculpas por fazer as coisas que
eu queria.
Embora eu ainda o desejasse desconfortavelmente
muito, saber que Joe iria me contatar em algum momento me fez não ficar a
semana inteira pensando em como e onde iria acontecer. Mas, quando chegou a
hora do almoço na sexta-feira e ele ainda não tinha entrado em contato, pensei
que, se ele quisesse acabar as coisas entre nós, só precisaria parar de enviar
as mensagens. Não combinamos nenhuma regra sobre isso. Na verdade, a maneira
como eu arranjei tudo significava que o jeito mais gracioso de se afastar seria
simplesmente desaparecer. Havia algo de reconfortante sobre um compromisso que
era tão tênue a ponto de poder evaporar. Mesmo assim, eu queria encontrá-lo de
novo. Deixei meu celular na gaveta da minha mesa, determinada a não levá-lo
comigo para a reunião da tarde. Mas, depois de dez minutos discutindo sobre uma
campanha de marketing para uma marca de lingerie, e com a lembrança de Joe
tirando minha calcinha ainda passando em minha mente, pedi licença e fui até
minha sala atrás do celular. Sem mensagem. Droga. De volta à reunião, encontrei
Nick mostrando slides rapidamente. Não foi um problema para mim, pois eu já
tinha visto a apresentação antes, mas pude perceber que os executivos juniores
recém-chegados estavam com cara de quem vai pôr o almoço para fora. – Vai mais
devagar, Nick – eu me aproximei e disse em voz baixa. Ele voltou sua atenção
para mim, claramente irritado: – O quê? Engoli em seco. Colegas ou não, ele
ainda era totalmente assustador. – Acho que você passou pela segmentação de
marketing rápido demais – expliquei. – Você terminou isso ontem, mas esses
caras acabaram de descer do avião. Deixe eles digerirem a informação. Ele
assentiu rapidamente e olhou de volta para a tela. Eu quase podia vê-lo
contando até dez em sua mente enquanto esperava os executivos lerem o slide.
Olhei para Miley do outro lado da mesa. Ela estava observando-o, mordendo a
caneta e tentando não cair na risada. Eu duvidava que Nick tivesse qualquer
simpatia pelos funcionários da Ryan Media que tinham acabado de ser
transplantados de suas vidas e precisavam memorizar dezessete tabelas com
números de marketing em apenas vinte e quatro horas. – Pronto? – ele perguntou,
clicando o próximo slide sem esperar uma resposta. Entre na onda ou faça as
malas. Foi isso que ouvi Nick falar para um novo sócio de marketing chamado
Cole. Meu celular vibrou alto em cima da mesa e eu o peguei, pedindo desculpas
pela interrupção. Graças a Deus, pelo Nick e por seu perfeccionismo impaciente,
eu tinha esquecido de pensar por dois minutos inteiros se o Joe ainda estaria
interessado em mim.
A Biblioteca Pública de Nova York possui alguns
volumes fascinantes. Edifício Schwartzman. 18h30. Use uma saia, seus saltos
mais altos e nada de calcinha.
Eu sorri olhando o celular, pensando que Joe era um
maldito sortudo, pois tudo que eu precisava fazer era tirar a calcinha antes de
encontrá-lo. Quando olhei para cima novamente, Miley ainda mordia a caneta, mas
desta vez estava olhando para mim, com as sobrancelhas erguidas. Voltei a encarar
Nick e me esforcei para ignorar o olhar de Miley. Mas eu não conseguia parar de
sorrir.
Nova York é cheia de prédios icônicos. Cada prédio
parece familiar ou carregado de história. Mas poucos são tão imediatamente
reconhecíveis quanto a Biblioteca Pública de Nova York, com suas estátuas de
leões e sua vasta escadaria. Eu o tinha visto quatro vezes desde a primeira vez
que transamos e, apesar de este encontro ter sido planejado, eu ainda sentia
como se minha respiração fosse sugada para fora quando olhava para meu estranho
irresistível. Ele era mais alto do que qualquer outra pessoa ao redor, e,
enquanto procurava por mim na multidão, tomei alguns segundos para apenas
aproveitar a visão daquele homem. Terno preto, camisa cinza, sem gravata. Seu
cabelo tinha crescido nas últimas semanas e, embora ele o mantivesse mais longo
no topo, eu gostava do jeito bagunçado de agora e o imaginava se movendo entre
minhas pernas. Ele criou uma verdadeira trilha na multidão ao andar pelos
degraus com seu grande corpo. Eu quero ver você pelado durante o dia, pensei.
Quero ver fotos de nós dois em plena luz do sol. Joe me viu, e me pegou em
flagrante olhando abobalhada para ele. Um sorriso safado se abriu em seu rosto
e ele fez um gesto com o dedo pedindo para eu me aproximar. Quando cheguei mais
perto, ele provocou: – Você estava me olhando vidrada. Eu ri, desviando os
olhos. – Não, não estava. – Para quem gosta de ser observada em seus momentos
mais íntimos, você fica tímida demais quando é flagrada bancando a voyeur. Senti
meu sorriso diminuir enquanto algo acontecia dentro de mim. Sem pensar, eu
disse: – Apenas estou feliz por te ver. Isso claramente o pegou desprevenido.
Recuperando-se, ele abriu um grande sorriso. – Pronta para jogar? Assenti,
estranhamente nervosa, apesar do calor que se espalhou por minha pele. Tivemos
uma plateia de centenas de espelhos na última semana, mas, fora isso, estávamos
sozinhos. Agora, mesmo às seis e meia de uma sexta-feira à noite, a biblioteca
estava lotada. – Isso parece interessante – murmurei, virando para nos conduzir
para dentro quando ele pressionou dois dedos sutis em minhas costas. – Confie
em mim – ele disse, inclinando-se para frente e sussurrando. – Isso aqui é a
sua praia.
Uma vez lá dentro, ele tomou a dianteira, andando na
minha frente como se fôssemos apenas dois estranhos passando pela entrada da
biblioteca e indo na mesma direção. Enquanto eu o seguia, notei algumas pessoas
olhando para ele; duas delas apontaram e assentiram uma para a outra. Apenas no
centro de Manhattan um gênio investidor seria tão imediatamente reconhecível.
Continuei seguindo seus passos, prestando mais atenção na maneira como seu
casaco envolvia seus ombros largos do que para onde estávamos indo. Diminuindo
a velocidade, Joe perguntou: – O quanto você sabe sobre a Biblioteca Pública de
Nova York, Demi? Sobre esta seção, especificamente? Busquei em minha memória
por detalhes que eu podia ter visto em algum filme. – Com exceção da primeira
cena de Os Caça-fantasmas? Não muito – admiti. Joe riu. – Esta biblioteca é
diferente das outras porque se mantém basicamente com filantropia. Os doadores,
como eu – ele acrescentou com um sorriso –, têm um interesse especial em certas
coleções e fazem doações generosas; muito generosas, em alguns casos; e, às
vezes, ganham alguns mimos em retribuição. Discretamente, é claro. – É claro –
eu repeti. Ele parou e se virou para sorrir na minha direção. – Esta é a sala
que a maioria das pessoas reconhece, a Rose Main Reading Room. Olhei ao redor.
O salão estava aconchegante e convidativo, cheio de vozes sussurrantes, passos
amortecidos e o som de páginas viradas. Meus olhos seguiram até o teto
ornamentado que imitava o céu, passando pelas janelas arqueadas e os lustres
brilhantes no alto, e, por um instante, eu me perguntei se Joe estava
planejando transar comigo numa das grandes mesas de leitura que preenchiam o
cavernoso e muito lotado salão. Acho que deixei escapar uma insegurança em
minha expressão, pois Joe riu suavemente ao meu lado. – Relaxa – ele disse,
pousando a mão em meu ombro. – Nem eu não sou tão ousado assim. Ele pediu para
que eu esperasse enquanto cruzava o salão para falar com um senhor do outro
lado, que parecia saber exatamente quem ele era. O homem olhou para mim por
cima do ombro de Joe e eu senti meu rosto corar, desviando rapidamente o olhar.
Alguns momentos depois, eu estava seguindo Joe por uma escada estreita até uma
pequena sala cheia de estantes e mais estantes de livros. Joe sabia exatamente
para onde ir, e eu não pude deixar de imaginar se ele vinha sempre ali ou se
teria encontrado o lugar durante a semana que passou. Na verdade, gostei das
duas ideias: o Joe que conhecia a biblioteca intimamente, e o Joe que ficou
pensando nisso tanto quanto eu. Ele parou num canto silencioso, no meio de duas
estantes cheias de livros. Parecia que as estantes nos apertavam dos dois
lados; o espaço pequeno dava a impressão de que as paredes se fechavam em cima
de nós. Ouvi alguém tossindo e percebi que havia ao menos mais uma pessoa na
sala. Uma ansiedade se acumulava em minha barriga. Joe tirou um livro da
estante sem nem olhar o que era. – Você gosta de ler pornografia, Demi?
Eu soube por sua risada diante da minha reação que
meus olhos provavelmente quase saltaram do meu rosto. Eu não era uma santinha e
não estava fechada para a ideia da literatura erótica; mas eu simplesmente
nunca fui atrás para ler. – Não leio muito. – Não lê muito? Ou não lê nada? –
Já li algumas histórias românticas… Nem terminei de falar e ele já estava
balançando a cabeça. – Não estou falando de livrinhos com homens sem camisa na
capa. Estou falando de livros que contam como uma mulher se sente quando é
penetrada pelo homem. O quanto ela se derrete quando ele desliza a língua
dentro dela. Como ele descreve seu sabor quando ela pede. Estou falando de
livros que descrevem um casal fodendo de verdade. Meu coração começou a
acelerar diante da maneira casual com a qual ele falava sobre coisas que faziam
eu querer fechar os olhos e estremecer. – Então, não. Nunca li nada assim. –
Bom, então – ele disse, entregando o livro para mim – ainda bem que estou aqui
para esta ocasião memorável. Olhei para a capa. Anaïs Nin. Delta de Vênus. Eu
conhecia o nome e, como todo mundo, conhecia também a reputação. – Ótimo, vamos
emprestar este aqui – virei o livro, procurando por algum tipo de código de
barras ou número de catálogo. Mas a capa era de couro, com páginas douradas.
Obviamente era uma edição rara. – Podemos levar embora…? – Oh, não, não, não.
Ninguém pode tirar estes livros da biblioteca. E, além disso, onde estaria a
diversão nisso? A acústica aqui dentro é tão agradável, com a madeira, o teto e
tudo mais… – O quê? Aqui? – meu coração quase parou. Por mais que eu adorasse a
ideia de ler algo picante com Joe ao lado, eu adorava ainda mais a ideia de ficar
completamente selvagem com ele à noite. Ele assentiu. – E você vai ler para
mim. – Vou ler coisas eróticas para você aqui? – Sim. E eu provavelmente vou
sentir a necessidade de comer você aqui também. Eu permiti a você fazer barulho
da última vez. Mas, nesta semana – ele arrumou uma mecha do meu cabelo que caía
em meu rosto – você vai precisar gozar quietinha. Engoli em seco, sem saber se
isso era algo que eu queria ouvir ou se era algo que me aterrorizava. Sua mão
acariciando minha nuca era reconfortante. A palma estava quente, os dedos eram
longos o bastante para quase chegar até minha garganta. – Afinal, foi você quem
me deu apenas as sextas-feiras, e nada de camas – ele disse. – Considerando as
circunstâncias, eu quero fazer algo com você que tenho absoluta certeza que
você nunca experimentou antes. – E você? – comecei a reconsiderar os motivos
para ele conhecer aquela sala tão bem. Ele balançou a cabeça. – A maioria das
pessoas não pode entrar aqui. E, posso garantir a você, eu nunca transei com
uma garota na biblioteca antes. Por mais que você pense que sou um especialista
nesse assunto, a maioria das minhas aventuras acontece em limusines no caminho
para deixar alguém
em casa. Sou mais um cretino do que um galinha, se
parar para pensar. Havia liberdade em sua solteirice proposital; eu não
precisava fingir que significava mais do que isso. Mas, embora fosse apenas
sexo, e embora ele fosse o primeiro homem com quem me envolvi e que não
precisava realmente conhecer, eu passei a semana inteira desejando seu toque.
Estiquei o braço e puxei seu rosto para mais perto. – Tudo bem. Eu não preciso
que você seja um cara legal. Ele riu e me beijou. – Serei muito legal com você,
prometo. Até aqui, você se recusou a transar na minha limusine e no meu
escritório. Você está me fazendo quebrar todos os meus hábitos. Graças às
estantes de livros ao redor, estávamos invisíveis para o resto da sala, mas, se
alguém andasse até nosso pequeno canto escuro, ficaríamos totalmente expostos.
Algo dentro de mim começou a arder daquela doce e pesada maneira que fazia
minhas costas se arquearem e meu coração bater mais forte. Joe deu um passo
para frente e se abaixou para me beijar, começando com o canto da minha boca,
gemendo com o contato e sorrindo. – Estou seguindo as suas regras, mas isso
significa que eu fico duro o tempo todo. Apaguei o vídeo, mas admito que me
arrependi. Você vai me deixar tirar umas fotos hoje? Era preciso pouca coisa
para ele me fazer sentir como se eu não fosse mais sólida, como se estivesse me
tornando uma geleia quente e molhada. – Sim. Ele sorriu para mim de um jeito
que me fez temer ter entregue minha alma para o diabo. Mas então ele beijou meu
queixo, sussurrando: – Você sabe que eu nunca mostraria para ninguém. Odeio a
ideia de qualquer outro homem te vendo assim. Quando você me deixar, o próximo
coitado vai ter que descobrir sozinho como excitar você. – Quando eu deixar
você? Ele deu de ombros, com os olhos arregalados e atentos. – Ou quando
terminar com isto. Você decide como descrever nossa situação. – Eu quase pensei
hoje que você simplesmente não iria mandar uma mensagem. Pensei que talvez
fosse acabar assim. – Acho que isso seria uma merda – ele disse, franzindo a
testa. – Se um de nós quiser terminar tudo, vamos ter a cortesia de dizer um
para o outro, certo? Concordei, surpresa com meu próprio alívio. Suspeito que,
mesmo tendo combinado comigo mesma que isso seria apenas sexo, se tudo acabasse
eu ainda sentiria falta disso – sentiria falta dele. Joe não era apenas um
ótimo amante, ele também era divertido. Mas ele era um jogador, e levava nossa
relação tão a sério quanto eu… ou seja, nem um pouco. – Agora que isso está
resolvido… Ele me virou para que eu ficasse de frente para as estantes.
Passando um braço ao redor de mim, ele abriu o livro, virando as páginas até
encontrar uma passagem específica, e então moveu minha mão para segurar o livro
aberto. Com ele me apertando por trás e a estante na minha frente, eu me senti
completamente escondida, como se tivesse sido enterrada por esse homem grandioso.
Ou melhor, como se estivesse sob sua proteção.
– Leia – ele sussurrou, sua respiração quente em
meu pescoço. – Comece aqui. Ele indicou com o dedo um parágrafo no meio de um
capítulo. Eu não sabia o que estava acontecendo, nem quem era o narrador. Mas
entendi que isso não importava. Molhando os lábios, comecei a ler. – “Quando
ele e Louise se encontraram, saíram juntos de imediato. Antonio estava
fortemente fascinado pela brancura de sua pele, a abundância dos seios, a
cintura esguia…” As mãos de Joe subiram por baixo do meu vestido, passando por
meus quadris, pela barriga, até chegar aos seios. – Você é tão macia. Uma de
suas mãos deslizou pela lateral e chegou ao meio das minhas pernas, provocando
naquele ponto molhado. Foi difícil me concentrar nas palavras diante de mim,
mas continuei lendo. Joe tirou as mãos e minha mente clareou por apenas um
momento, pois, atrás de mim, eu podia sentir seu corpo se mexendo, podia ouvir
o tilintar do cinto se abrindo. Eu mal processava as palavras enquanto as
pronunciava e, em vez disso, fiquei ouvindo os sons que ele fazia. Será que
conseguiria continuar com aquilo? Não era a mesma coisa que dançar loucamente
numa pista de dança, com luzes frenéticas e corpos contorcidos; não era um
restaurante e uma mão debaixo da mesa. Estávamos na mais famosa biblioteca
pública, cheia de volumes raros, chão de mármore… história literária. Desde que
entramos, não tínhamos nem falado em voz alta. E iríamos transar? Uma coisa era
imaginar, outra era estar ali, prestes a realizar uma fantasia. Eu estava
nervosa. Inferno, eu estava apavorada. Mas também estava elétrica, cada
neurônio disparando ao mesmo tempo, o sangue bombeando violentamente em minhas
veias. Minha voz foi sumindo enquanto eu lia. – Concentre-se, Demi. Pisquei
olhando para o livro, lutando para manter minha atenção nas palavras da página.
– “Tudo o fazia rir. Ele passava a impressão de que o resto do mundo havia
desaparecido e apenas aquele banquete sensual existia – não haveria mais amanhã
ou encontros com outras pessoas, havia apenas este quarto, esta tarde, esta
cama.” – Leia essa parte de novo – ele grunhiu e então levantou minha saia. –
“Este quarto, esta tarde, esta cama.” Quando eu estava prestes a ler, e sem
qualquer aviso, ele deslizou para dentro de mim – eu estava tão molhada que ele
nem precisou provocar ou acariciar. Foi apenas preciso um livro, os toques mais
breves e o som de sua calça abrindo. Eu gemi, querendo que ele encontrasse uma
maneira de entrar por inteiro em mim. Eu estava convencida de que ser rasgada
em duas por ele seria o maior prazer que eu poderia experimentar. – Silêncio –
ele me lembrou, saindo e entrando demoradamente em mim. Ele era tão duro, tão
longo. Lembrei da forte pontada quando ele me penetrou quase de quatro na
semana passada em frente aos espelhos. Lembrei do quanto eu temia e adorava
cada estocada brutal. Quando ele viu meu rosto durante o orgasmo em cem
diferentes espelhos, ficou completamente maluco. Mais do que qualquer outra
coisa, vê-lo daquele jeito foi o clíJoe da minha noite. Estávamos no final de
um corredor escuro, mas eu podia ouvir os sons abafados de outra pessoa na
sala. Mordi o lábio enquanto Joe baixava sua mão por minha cintura até chegar
no
meio das pernas, onde começou a brincar com meu
clitóris. – Continue lendo. Senti meus olhos se arregalarem. Estava falando
sério? Se eu permitisse que minha garganta fizesse sons, não me
responsabilizaria pelo resultado. – Não posso – eu disse ofegando. – É claro
que pode – ele disse, como se estivesse sugerindo para que eu simplesmente
respirasse fundo. Seus dedos pasDemim novamente por meu clitóris. – Ou podemos
parar por aqui. Joguei um olhar irritado sobre meu ombro e ignorei sua risada
silenciosa. Eu nem sabia mais onde tinha parado, ou o que estava acontecendo na
história, apenas sabia que Antonio estava rasgando o vestido de Louise, mas
deixou um cinto com uma grande fivela no lugar. Eu mal conseguia respirar, mas
comecei a ler de novo numa cadência lenta e gaguejante que parecia deixar Joe
louco. Seus dedos se enterraram na minha cintura e ele cresceu dentro de mim. –
Por favor… – implorei. – Deus – ele ofegou. – Continue. De algum jeito,
consegui pronunciar as palavras em sequência, e o texto ficava cada vez mais
quente e selvagem. Tão descritivo. Falava de sua parte molhada como cheia de
“mel”. O homem lambia e chupava cada pedaço do corpo daquela mulher, explorando
e provocando, até que eu comecei a sentir o peso do meu desejo e do dela. Para
meu horror, eu podia sentir minha própria umidade descer por minhas coxas, deslizando
entre nós com a força de seus movimentos. – Demi. Merda. Toque a si mesma. Eu
cuidadosamente mantive o livro aberto com um braço e levei uma mão para o meio
das minhas pernas. Eu estava tão quente, tão pressionada com o peso do meu
orgasmo que se anunciava que comecei a gozar em poucos segundos. Minhas últimas
palavras saíram entrecortadas. – “… pensou que… ficaria l-louca… com uma raiva
e um p-prazer…” Quando meus músculos pararam de tremer, ele enfiou com força em
mim mais algumas vezes e então parou, abafando um gemido com sua boca em meu
pescoço. A sala estava completamente silenciosa, e então percebi que não
tínhamos noção do barulho que na verdade estávamos fazendo. Eu sabia que tinha
sussurrado cada palavra que li. Mas, quando gozei, será que deixei escapar
outros sons? Eu me perdia completamente junto dele. Ele se retirou de mim,
soltando um grunhido silencioso. Então sussurrou: – Volto já. Fiquei ali
parada, ouvindo-o desaparecer atrás de mim enquanto eu arrumava minhas roupas.
Depois ele voltou, beijando meu pescoço. – Humm. Linda. Eu me virei para olhar
seu rosto. – E pelas suas regras – ele disse, olhando para mim enquanto
abotoava o casaco do terno –, acho que está na hora de cada um ir para o seu
lado. Arrumei meu vestido, que já estava arrumado. Esse era nosso acordo – fui
eu quem exigiu assim – mas parecia… estranho. Ele continuou olhando para mim
com um brilho nos olhos, quase como quem diz Acabei de te dar um orgasmo insano
e você parece um pouco fora do
ar, mas, enfim, foi você quem criou essas regras
tontas! E acho que ele estaria correto. – Certo. Perfeito. Ainda bem que
estamos na mesma página – eu disse, quase sem pensar. Ele riu enquanto guardava
o livro na estante. – E ainda bem que essa página não faz parte de nenhuma
coluna social, não é? Uma transa tão sensacional e ninguém nunca vai saber. Com
certeza estamos de acordo. – Você não se cansa disso, às vezes? – perguntei. –
Das pessoas olhando para você? – lembrei do quanto eu odiava os comentários do Wil
sobre meu cabelo ou as minhas roupas, a especulação sobre se eu tinha engordado
ou não, ou sobre com quem eu tinha me encontrado. Imaginei se Joe sentia a
mesma coisa. – Não é como se eu fosse uma celebridade de verdade. As pessoas
aqui apenas gostam de saber o que eu estou fazendo. Acho que a maioria das
pessoas que leem as fofocas apenas querem pensar que estou me divertindo.
Aquilo pareceu otimista demais. – Está falando sério? Eu acho que eles querem é
pegar você de calças curtas. – Espere um pouco, não é isso que você quer? – ele
riu quando eu revirei os olhos, e continuou: – A imagem de homem galinha é
conveniente para eles. Mas não saio por aí transando com uma garota diferente
por noite. Eu me inclinei para beijá-lo e acrescentei: – Bom, pelo menos não
ultimamente. Algo passou por seus olhos, como uma pequena expressão de confusão
que sumiu rapidamente. – É isso mesmo – ele se aproximou e me beijou docemente,
com as mãos segurando meu rosto. – Então, vamos embora? Assenti, um pouco
atordoada. Joe fez um gesto para eu ir na frente e então subimos as escadas,
voltando para o andar principal da biblioteca. Nada havia mudado: o som dos
sussurros e páginas viradas ainda preenchia o ar e ninguém olhou em nossa
direção. Senti uma excitação com o que fizemos e o fato de que ninguém percebeu.
Estávamos chegando na saída quando Joe agarrou meu braço e me puxou para um
canto escuro. – Só mais um – ele disse, colando os lábios nos meus. Foi um
beijo suave, doce e demorado, como se ele não quisesse ser quem pararia o
beijo. Engoli em seco quando olhei em seus olhos novamente. – Até a semana que
vem, flor. E então, ele se foi. Fiquei observando enquanto ele cruzava o salão
e ganhava a rua, e me perguntei o quanto eu me arrependeria disso quando tudo
terminasse.
to sentindo que alguem cof cof joe cof cof ta se apaixonando
ResponderExcluirOwnnnn que fofos,eu acho que os dois já estam apaixonados
ResponderExcluirto sentindo que alguem cof cof joe cof cof ta se apaixonando 2
ResponderExcluirta perfeito, posta logo pelo amor de deus