Beautiful Beginning - Capitulo 7
Inspire. Respire. São apenas trezentas e cinquenta pessoas
olhando para você. É apenas um rio de lama no caminho até o altar. É apenas uma
marca de pneu no vestido da minha madrinha. É apenas uma cerimônia, é apenas um
dia. É apenas o amor da sua vida esperando no altar. Meu pai me deu o braço e
pousou seus dedos sobre os meus. – Está pronta, minha querida? Eu engoli em
seco, assentindo, e disse: – Não. – Por acaso você está pensando melhor sobre
casar com esse tal de Joseph? Olhei para ele e ri diante da provocação. – Não,
não estou pensando melhor sobre esse Joseph. É só que… do jeito que foram os
dois últimos dias, estou preocupada que um furacão passe por cima de nós antes
de chegarmos até o altar, ou um tsunami, ou um… – Bom, talvez aconteça um
terremoto, talvez aconteça um tsunami. Mas você não pode controlar a natureza
mais do que pode controlar quem você ama. Então, vamos fazer esse casamento ou
vamos fugir para tomar uns drinques em algum abrigo? Apertei sua mão e dei um
passo à frente, saindo do chão de concreto do pátio para a lama do jardim. Meu
sapato afundou na grama e fez um barulho de esponja quando levantei o pé. Ao
meu lado, meu pai quase perdeu o equilíbrio. – Pense que você é uma pena – meu
pai sussurrou, e nós dois rimos. – Mais leve do que o ar. Mas então nós viramos
a esquina e eu tive uma visão geral do que vinha pela frente. Os convidados. A
cerimônia. O homem que se tornaria meu marido em questão de minutos. Seus olhos
se encontraram com os meus e ele exibiu o maior sorriso que já vi em seu rosto.
Por vários segundos, eu não consegui andar. Mal conseguia respirar. A única
coisa que eu podia fazer era olhar para o Joe de pé no altar. Ele vestia um
smoking perfeitamente cortado, e um sorriso perfeitamente devastador. Ele
parecia estar se sentindo como eu me sentia: extasiado, sobrecarregado, à beira
de um colapso. Vi sua boca sussurrar: – Venha até aqui. De repente, senti uma
urgência para alcançá-lo. Puxei meu pai, ignorando sua risadinha por causa da
minha pressa, ignorando a sucção da lama em meus sapatos, ignorando que eu
estava indo mais rápido do que nós ensaiamos e a música não estaria no ponto
certo quando eu chegasse ao altar. Nada importava. Eu queria me juntar ao Joe,
apanhar sua mão, apressar
os votos e chegar à parte do “Sim” o mais rápido possível.
Eu me abaixei e tirei os sapatos cheios de lama dos meus pés. Jogando-os para o
lado, ignorei o barulho que fizeram quando acertaram uma poça, depois levantei
a saia do meu vestido acima dos tornozelos. Sorri quando as pessoas começaram a
rir e a aplaudir, e puxei meu pai ainda mais rápido, praticamente correndo. Ele
me parou no meio do caminho, na fronteira entre o gramado e a areia da praia. –
Isto é a metáfora perfeita – meu pai sussurrou, beijando minha testa. – Eu
levei você até a metade do caminho, minha querida; agora, o resto é com você –
ele beijou meu rosto e depois me soltou para que eu pudesse correr pelo resto
do caminho e me jogar nos braços de Joe. Vários flashes disparavam loucamente
ao nosso redor, e os convidados gritaram de aprovação quando Joe me girou no
ar, com meu rosto enfiado em seu pescoço e sua boca encostada em meu ombro. Eu
imaginava nossa aparência: nem casados ainda, nos agarrando como se nossas
vidas dependessem disso, meus pés descalços enquanto Joe me girava, as manchas
de lama na barra contrastando com o perfeito branco do resto do vestido. Ele me
colocou no chão cuidadosamente e me encarou. – Oi. Eu engoli um som que
provavelmente era o cruzamento entre um gemido e um choro. Só depois consegui
responder: – Oi também. Nós não nos víamos desde que fui sequestrada quando
estávamos prestes a nos atacar, e eu podia ver em seus olhos: ele queria me
beijar. Queria me beijar com tanta vontade que nós dois parecíamos vibrar,
olhando para a boca um do outro, lambendo os lábios ao mesmo tempo. – Quase lá
– eu sussurrei. Ele assentiu levemente e nos viramos para o ministro, o
ilustríssimo Adam Marsters, que parecia estar perplexo. Ele se inclinou e
murmurou: – Nós já terminamos a cerimônia? – seus olhos úmidos pareciam
confusos enquanto olhava para suas anotações. Com a doçura de sua expressão e a
perfeita sincronia de sua pergunta, eu mordi meus lábios para não explodir em
risos. Joe me olhava como quem também queria rir, depois se virou para o
ministro. – Não. Desculpe… minha noiva e eu nos empolgamos um pouco – ele
aproximou o rosto e completou num sussurro: – E não foi a primeira vez, nem
será a última. – Pelo menos sabemos onde estamos nos metendo – eu disse, e ao
meu lado Sara riu. Eu entreguei meu buquê para ela e voltei a encarar Joe
quando ele segurou minhas mãos. E uma vez que eu estava no altar com ele, eu
quis aproveitar cada segundo. O ministro leu seu discurso sobre o amor e o
casamento, e eu absorvi cada palavra enquanto ao mesmo tempo me perdia na
intensidade da expressão de Joe. Enquanto eu recitava meus votos, eu o senti
chegar mais perto, com seu calor se espalhando por minha pele. Quando chegou a
vez dele, fiquei observando seus lábios: Prometo ser seu amante e amigo…
Seu aliado nos conflitos e seu cúmplice nas travessuras… Seu
maior fã e seu maior adversário… Quando ele disse isso, seus olhos ficaram
ainda mais brilhantes e ele passou o polegar pela palma da minha mão; depois,
lentamente, Joe olhou para minha boca e lambeu os lábios. Cretino. Então seus
olhos se tornaram sombrios e sua voz ainda mais grave quando ele repetiu:
Prometo ser fiel e colocar suas necessidades acima de tudo… Estes são meus
votos para você, Demi, minha única amante e a única pessoa à minha altura em
todas as coisas. De repente, senti meu vestido apertado demais. A brisa do
oceano parecia fraca demais. O ministro se virou para mim e perguntou: – Demi,
você aceita este homem como seu legítimo esposo? Para sempre amá-lo e
respeitálo, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na
doença? Na primeira tentativa de soltar as palavras, minha garganta se fechou
com a emoção. Finalmente, depois de segundos de contemplação, eu disse: – Sim.
O ministro se virou e repetiu a pergunta, e sem hesitar, a voz grave de Joe
pronunciou facilmente a palavra que mudaria nossas vidas: – Sim. Nós dois nos
viramos, eu para Sara, ele para Kevin, para apanhar nossas alianças. E enquanto
o ministro falava sobre o significado dos anéis e eu deslizava a aliança do Joe
em seu dedo, a única coisa que eu enxergava era o brilho de seu sorriso. Aquele
anel ficava muito bem em seu dedo. Agora, ele era oficialmente meu. Se meu
rosto não estava tatuado em seu braço, pelo menos a aliança seria um ótimo
prêmio de consolação. Passei a ponta do dedo para sentir o frio do metal, mas
ele afastou a mão, resistindo ao meu toque e arregalando os olhos bem quando
toquei um enorme arranhão na platina. Puxei a mão para olhar mais de perto. O
que era aquilo? Sua aliança estava amassada? Quando olhei para seu rosto
novamente, ele estava sacudindo a cabeça. – Está tudo bem – ele sussurrou. –
Que diabos é isso? – murmurei. – Mais tarde eu explico. Senti o fogo em meus
olhos e ele mal conseguiu segurar sua risada quando o ministro disse: – Se
existe alguém aqui presente que se opõe a este casamento, por favor, fale agora
ou se cale para sempre. Os convidados ficaram quietos e Joe e eu olhávamos um
para o outro quando a buzina ensurdecedora de um navio quebrou o silêncio.
Tapei meus ouvidos e todos se assustaram. Algumas pessoas gritaram. O som era
longo, reverberando pela praia até se chocar com o hotel. – Bom – Joe disse,
sorrindo –, acho que o universo não deixaria de enviar um último alerta para
nós. Com isso, todos começaram a rir e a aplaudir, e com um sorriso enorme, o
ministro finalmente declarou: – Muito bem. Pelo poder investido a mim pelo
estado da Califórnia, eu vos declaro marido e mulher. Demi, você pode beijar o
noivo. Fiz uma dancinha com essa pequena vitória. Joe soltou um grunhido de
derrota, mas
depois aproximou o rosto e eu fiquei na ponta dos pés,
descalça e muito menor do que meu marido – marido – e então eu o puxei para
mim. Eu não me importava que houvesse pessoas olhando. Eu não me importava que
a expectativa fosse que nos beijássemos rapidamente para mais tarde aproveitar
muitos outros beijos longos. Agora, este homem era meu maldito marido, e eu
precisava ter certeza de que tudo ainda estava normal entre nós. Adorei a
maneira como seus braços me envolveram tão intensamente que eu quase perdi a
respiração. Adorei a pressão firme de sua boca sobre a minha, os lábios
abertos, a língua deslizando gentilmente sobre a minha… uma, duas, três vezes,
e a última vez foi mais profunda até eu sentir a vibração de seus gemidos e o
sabor de sua urgência. Sua respiração saía entrecortada, e seus sussurros – ah,
Demi, precisamos ficar sozinhos – finalmente fizeram eu me afastar antes que
arrancasse suas roupas ali mesmo no altar. Sem ar e sorrindo como dois idiotas,
nós viramos para os convidados, que estavam com as mãos paradas no ar, prontos
para aplaudir, mas com uma expressão de choque no rosto. Aparentemente nós
fomos um pouco selvagens demais em nosso primeiro beijo como marido e mulher. –
É isso aí, garota, toma aquilo que é seu! – George gritou, enquanto ao mesmo
tempo tia Judith gritava: – É assim que se beija uma mulher! – com isso, os
convidados acordaram e começaram a aplaudir. – Senhoras e senhores – o ministro
gritou sobre a balbúrdia dos aplausos. – É com muito prazer que eu vos
apresento Joe e Demi Jonas! Demi Jonas? Eu me virei com o olhar mais puro de
ódio para Joe e seu sorriso gigante quando um caos tomou conta de tudo ao nosso
redor. Os braços da Sara me envolveram, depois vieram a Julia, o George e a
Dani. Senti as mãos do meu pai em meu rosto e seu beijo na minha bochecha. Fui
abraçada pelo Paul e a Denise ao mesmo tempo, erguida pelo Kevin e pelo Max,
beijada no rosto pelo Will e depois senti a mão macia do Joe apanhando meu
braço e me conduzindo para longe do altar e dos convidados. Nós começamos a
correr, tropeçando pela lama, deixando pegadas por todo o pátio. Lá dentro, Joe
me puxou para a cozinha, onde os funcionários congelaram em seus lugares; os
sons da cozinha pararam de repente quando o Joe me jogou contra uma parede,
beijando meu pescoço, queixo, orelha, lábios. Ele correu a mão pelo meu corpo,
agarrando um seio sobre o vestido, e eu senti sua ereção se formando contra meu
estômago. – Hoje à noite – ele rosnou, voltando para meu pescoço. – Hoje à
noite eu vou consumar este casamento tão forte que você vai andar pelas praias
de Fiji mancando. Eu explodi numa risada, abraçando-o enquanto ele beijava do
meu ombro até meu rosto. – Promete? – eu perguntei. Ele suspirou e deu um beijo
rápido em meus lábios. – Prometo. Agora, quantas horas eu vou precisar passar
bancando o educadinho com nossa família maluca antes que eu possa levar você
para o quarto e arrancar o seu vestido? Olhei sobre seus ombros, procurando por
um relógio na cozinha, mas tudo que achei foram vinte pares de olhos
arregalados e bocas abertas. Um dos garçons parecia tão surpreso que
uma pilha de pratos lentamente deslizou de suas mãos e se
espatifou no chão. Após o som ensurdecer dos pratos se quebrando, a cozinha
finalmente voltou ao normal, com pessoas correndo com vassouras e o chefe
gritando com todo mundo. Joe e eu pedimos desculpas, saímos da lá e entramos na
varanda, onde podíamos ver os convidados se juntando para os aperitivos no
jardim cheio de lama. Cheguei perto do ouvido do Joe e disse: – Nós acabamos de
nos casar. Isso significa que você é legalmente meu escravo agora. Seus longos
dedos tocaram meu corpo dos dois lados, fazendo cócegas enquanto subiam para
apanhar uma taça de champanhe de uma bandeja e me oferecer. Joe apanhou uma
taça para si mesmo e brindamos. – A nós, minha esposa. – A nós. Ficamos olhando
os convidados começando a se posicionar para as fotos e Max acenou para nos
juntarmos a eles. Sara se virou, rindo de alguma coisa que o George tinha dito,
e então eu pude ver o tamanho do estrago em seu vestido. Joe deve ter visto
aquilo ao mesmo tempo, pois ouvi quando ele quase engasgou. Ele tomou minha mão
e me conduziu até a área onde o fotógrafo havia montado seu equipamento. –
Sobre aquilo… – comecei. – Pois é – ele disse, com um pouco de tristeza em sua
voz. – Sobre aquilo. – Que diabos aconteceu, Sr. Lovato? Ele deslizou os olhos
sobre mim ao me ouvir usar meu sobrenome daquela forma e disse: –
Aparentemente, a porta da van estava aberta quando saímos da lavanderia – ele
sorriu para os convidados perdidos que passaram ao nosso lado e me conduziu por
um caminho mais vazio até o fotógrafo. – E antes que você pergunte, Will
tropeçou e derrubou meu anel no estacionamento. Estou prestes a jogar você num
banheiro e forçar sua boquinha no meu pau, então se ficar irritada comigo por
causa dos vestidos, do anel ou do jardim encharcado, você vai apenas me
convencer de que precisa de um pau na boca, e também vai estragar toda a agenda
do resto do casamento: fotos, dança, comida, bolo, sexo. Então, tome cuidado
com o que fala, Sra. Jonas.
Quando voltamos para a festa, a música pulsava nos grandes
altofalantes na varanda e eu me sentia animada, bêbada, completamente feliz por
causa deste dia e do homem ao meu lado. Ele não soltava minha mão para nada,
mas mesmo se tentasse, eu não deixaria. Eu estava adorando a pressão de sua
aliança (amassada) entre os meus dedos, e a maneira como ele ficava levantando
minha mão para beijá-la, mas na verdade queria apenas ter certeza de que o anel
estava mesmo lá. Andamos ao redor e passamos as próximas duas horas
cumprimentando a todos e nos perdendo em conversas banais. Os convidados comiam
os aperitivos, e todos estavam começando a se embebedar e a se divertir um
pouco demais. Para falar a verdade, não era fácil lidar com toda aquela gente.
Quando o jantar foi servido, a multidão se agitou ainda mais e a cada dez
minutos alguém batia com a faca numa taça de champanhe tentando propor um
brinde apenas para que Joe me beijasse. A cada vez, o beijo se tornava um pouco
mais safado até eu achar que ele iria me jogar na
mesa e me comer ali mesmo. Mas quando a Kristin nos disse
que a banda logo chamaria a primeira dança, e uma sinfonia de facas em taças de
champanhe continuou tocando, Joe simplesmente chegou perto do meu ouvido e
sussurrou: – Se você enfiar sua língua na minha boca de novo, vou sequestrar
você e usar a primeira cama que eu encontrar, Sra. Jonas. – Bom, então vou só
beija-lo inocentemente, Sr. Lovato. Pois quero provar o bolo. Seus olhos se
fecharam e ele chegou ainda mais perto, gentilmente beijando meus lábios. Como
ele conseguia ser doce e dominador ao mesmo tempo? Andamos até o centro da
pista de dança em meio ao silêncio de expectativa de todos. As primeiras notas
da música soaram e Joe exibiu um sorriso diabólico antes de me puxar com as
duas mãos e agarrar minha bunda. O salão explodiu em aplausos e eu olhei para
ele, sacudindo minha cabeça como se aquilo tivesse me irritado. Mas é claro que
não era verdade. Eu tinha adorado. Descalça, eu era muito mais baixa do que ele
e odiava não poder encará-lo no mesmo nível, mesmo dançando em nosso casamento.
Fiquei na ponta dos pés e me entreguei aos seus braços, e após pouco mais de
meio minuto, eu o senti agarrar minha cintura e me erguer para que ficássemos
cara a cara, com meus pés pendurados acima do chão. – Melhor assim? – ele
perguntou, com a voz áspera. – Muito – agarrei seus cabelos e beijei sua boca.
Os flashes dispararam ao nosso redor e eu podia imaginar centenas de fotos do Joe
me abraçando, girando meu corpo lentamente e meus pés sujos contando para todos
no futuro o tipo de casamento que tivemos: o casamento perfeito. A música
acabou, mas Joe demorou vários segundos antes de me colocar no chão. – Eu te
amo – ele disse, vasculhando meu rosto até chegar aos meus lábios. – Eu também
te amo. – Nossa. Você é minha esposa. Rindo, eu disse: – Estamos casados. Isso
é insano. Quem deixou isso acontecer? Ele não sorriu nem um pouco. Ao invés
disso, seu olhar se tornou denso e sua voz ficou ainda mais grave. – Não vejo a
hora de violar você até dizer chega. Toda a superfície do meu corpo se
esquentou e se arrepiou. Ele me soltou, deixando meu corpo deslizar até o chão,
gemendo baixinho quando minha cintura raspou a extensão de seu pau que já
estava semiereto. – Eu pretendia violar você agora – ele disse. – Mas minha
esposa quer provar o bolo. Nós nos separamos quando outra música começou e eu
senti a mão do meu pai tocar minhas costas. Joe se virou, tomando sua mãe nos
braços. Enquanto dançávamos com nossos pais, nossos olhos se cruzavam e
sorríamos um para o outro. Eu quis fechar meus olhos e soltar o grito mais
feliz da minha vida. – Sua mãe teria adorado o dia de hoje – meu pai disse,
beijando meu rosto. Eu concordei, sorrindo. Eu ainda sentia muita saudade de
minha mãe. Ela nunca foi o tipo de mãe divertida, ou a mãe que sempre andava na
moda; ela era a mãe doce, aquela que sempre abraçava, aquela que sempre
protegia. Ela teria odiado o Joe no começo, e essa ideia me fez rir um pouco.
Minha mãe teria pensado que ele era um idiota e que eu poderia
encontrar alguém muito mais agradável, bondoso, mais
acessível emocionalmente. Mas depois ela o veria olhando para mim num momento
de distração, passando a ponta do dedo da minha testa até meu queixo, ou
beijando minha mão quando achava que ninguém estava olhando, e então ela
perceberia que eu tinha encontrado o único homem, com exceção do meu pai, que
me ama mais do que qualquer coisa neste planeta. Flagrar o Joe nesses momentos
íntimos foi o que fez meu pai mudar de ideia em relação a ele. Após nossa
desastrosa visita no natal, na qual meu pai pegou pesado com ele e acabou nos
flagrando enquanto eu o cavalgava como uma vaqueira, meu pai foi nos visitar em
Nova York por uma semana. Joe, claro, passou os primeiros dias trabalhando como
um maluco, e meu pai resmungava sem parar sobre como um homem deveria servir
sua família não apenas com trabalho, mas também com sua presença. Mas então,
numa certa noite, quando Joe havia chegado muito depois da meia-noite e meu pai
se levantou para tomar um copo d’água, ele nos encontrou no sofá, com minha
cabeça sobre o colo de Joe enquanto ele gentilmente acariciava meus cabelos e
me ouvia descrever todos os detalhes do meu dia. Joe estava exausto, mas, como
sempre, insistiu que eu passasse um tempo com ele, fosse a hora que fosse. Meu
pai admitiu no dia seguinte que ficou nos olhando, admirado, por mais de cinco
minutos antes de lembrar que queria tomar água. Percebi no meio da dança que
meu pai olhava para Joe sobre meu ombro, depois ouvi a risada grave do meu
marido – aquela risada que surgia do fundo de sua barriga e terminava com o som
mais feliz e silencioso que ele conseguia fazer. – O que vocês dois estão
aprontando? – perguntei, afastando meu rosto para encarar seus olhos. – Estou
apenas dando um conselho não verbal para meu novo filho. Dei um olhar de alerta
para meu pai e depois olhei para Joe. Meu pai parecia estar se divertindo. –
Pergunte ao seu marido depois o que foi isso. Depois de um último beijo e um
abraço do meu pai, Joe ficou ao meu lado e sussurrou: – Seu pai acabou de
indicar que deseja cinco netos. Meu gemido de horror foi sufocado pelo som dos
alto-falantes, indicando aos convidados que a verdadeira festa estava
começando. As pessoas correram para a pista de dança e nós aproveitamos a
oportunidade para beber um pouco de água. Will passou por nós, com minhas duas tias
ao seu lado. Elas agarravam seus braços e nós o ouvimos gritar: – Hanna, pelo
amor de Deus, onde você está? Do outro lado do salão ela baixou seu drinque,
levantou a mão mostrando a linda aliança de noivado e disse: – Então é isso o
que este anel significa? Que eu preciso te resgatar sempre que você chamar? Ele
assentiu fervorosamente, gritando: – Sim! Finalmente, após olhar por vários
momentos para o pobre rapaz, Hanna andou até ele e o soltou dos braços das
minhas tias, que por sua vez riram sem parar. Eu sorri e me virei para Joe.
– Podemos ir embora agora? – ele perguntou, com os olhos
vidrados na minha boca. Eu sabia que a festa provavelmente continuaria por pelo
menos duas horas, mas agora tudo o que eu queria era subir para nosso quarto e
tirar esse smoking do meu marido. – Mais uma hora – eu disse, puxando a manga
de seu casaco para olhar em seu relógio. Eram apenas oito e meia da noite. –
Apenas mais uma hora, e então eu serei toda sua.
Após o que acabou sendo três horas – três horas de dança e
brindes bêbados, três horas do Max e Will carregando Joe até o bar para uma
“última saideira”, três horas de pura celebração – Joe chegou por trás de mim
no bar onde eu estava conversando com Kevin e Dani, e deslizou os braços ao
redor da minha cintura. – Agora – ele sussurrou, beijando minha orelha. Eu me
recostei nele, sorrindo para meus cunhados. – Acho que chegou a minha hora.
Nada de pétalas de rosas, nem grãos de arroz em nossa partida. Will e Kevin
pegaram guardanapos e jogaram sobre nós enquanto nos despedíamos de todos. –
Boa noite! Obrigada por terem vindo! – eu disse por cima da onda de gritinhos e
assovios. Joe me puxou, acenando sobre seu ombro. – Vamos logo. – Foi muito bom
ver todos vocês – eu gritei, ainda acenando para nossas famílias e amigos. Ele
praticamente me arrastou antes de me levantar do chão e me colocar sobre o
ombro. A aprovação de nossos convidados veio com uma onda de aplausos e mais
guardanapos voando sobre nós. Ele me carregou até o saguão e depois me desceu por
seu corpo, beijando meu pescoço, queixo, lábios. – Está pronta? Eu assenti. –
Pronta demais. Mas quando eu me virei para os elevadores, ele me parou,
agarrando meu braço com sua grande mão. E então, sua outra mão puxou uma venda
de seu bolso. – O que…? – eu perguntei, com um sorriso desconfiado se
espalhando em meu rosto. – O que você está fazendo com isso aqui no saguão? –
Agora sou eu quem vai te sequestrar. – Mas nós temos um quarto lá em cima –
reclamei com a voz baixa. – Com uma cama enorme e várias gravatas que você pode
usar para me amarrar – baixei ainda mais o tom de voz – e o frasco de
lubrificante na gaveta. Ele riu, aproximando o rosto e beijando meu queixo. –
Também temos uma mala na limusine cheia com minhas gravatas, lubrificante e
outras coisinhas. – Que outras coisinhas? – Confie em mim. – Para onde vamos? –
eu perguntei, quase tropeçando quando ele puxou minha mão para me fazer andar.
– Confie em mim. – Por acaso vamos entrar em um avião? Ele
deu um tapa em minha bunda e rosnou: – Já falei para confiar em mim. – Eu vou
ter orgasmos ainda hoje? Ele me puxou para junto de seu corpo e disse, olhando
em meus olhos: – Esse é o objetivo. Agora, cale a boca.
esse casamento é o mais maluco que ja li kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, posta mais POR FAVOOORRR
ResponderExcluirMeu Deus esses dois estão cada vez mais fogosos kkkkkk, e esse casamento mais doido que eu já vi kkkkk, um vestido com marca de pneu,gramado encharcado e aliança amassada,mas a coisa mais linda é o amor desses dois. Tão cute *-*
ResponderExcluirAhhh posta
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