Oito
Na tarde de segunda-feira, meu humor estava péssimo. Fazia
um calor de matar lá fora e minha irmã mais velha estava me enchendo a
paciência para que eu tentasse convencer nossa mãe a se mudar de volta para
Leeds e a sala de Mike tinha uma vista melhor. – Você é um cretino – eu
murmurei, espetando o frango no meu prato. Mike soltou uma risada e abocanhou
um enorme pedaço de seu almoço. – Você está falando da minha vista de novo? –
Que porcaria – apontei os pauzinhos na cara dele, mal conseguindo entender o que
ele dizia enquanto mastigava. – Como foi mesmo que você acabou ficando com
aquela sala? – Você se atrasou no dia da mudança. Eu coloquei a placa com meu
nome na porta. Simples assim. Certo. Foi a primeira vez que eu tinha transado
com uma mulher na casa dela desde que havia me mudado para Nova York. E, como
eu já esperava, acabei ficando preso com ela e me atrasei. Normalmente, eu
prefiro transar no meu apartamento, onde sempre posso dar uma desculpa para que
ela não fique a noite inteira. Mas, na casa dela, a mulher acaba oferecendo
chá, ou algo assim, e, no fim, pede para eu dormir lá. Eu não era um completo
babaca. Sempre fui aberto a ter um relacionamento estável como qualquer pessoa
normal. Mas ainda não tinha encontrado uma mulher que me fizesse querer dormir
em outra cama que não fosse a minha. As mulheres que eu encontrava sempre
vinham até mim sabendo quem eu era, sabendo quem elas achavam que queriam. Para
uma cidade grande, Nova York às vezes parecia minúscula. Olhei pela janela,
para a fantástica vista – maldito Mike – e pensei em Demi. Ela era minha
distração permanente nas últimas semanas. Aquela garota era um mistério. Se uma
mulher quisesse que um homem pensasse nela constantemente, ela deveria dizer
que ele só poderia se encontrar com ela uma vez por semana. Só isso. E diga
adeus à sua concentração. Então, ali estava eu me perguntando: se ela pedisse
que eu dormisse na casa dela numa noite dessas, o que eu diria? Você sabe a
resposta disso, seu tonto. Você diria sim. Transei com algumas dezenas de
mulheres desde que me mudei para a América, mas, ultimamente, estava com
dificuldades para lembrar dos detalhes. Cada memória sobre sexo me fazia pensar
em Demi. Ela era ao mesmo tempo doce e selvagem. Ela se escondia tanto, mas,
mesmo assim, deixava que eu fizesse qualquer coisa. Nunca encontrei uma mulher
tão paradoxal: ela se mantinha em segredo, mas, de certa forma, também se abria
totalmente. – Cara, eu conheci uma garota. Mike enfiou os pauzinhos de volta na
comida chinesa e deslizou para mais perto. – Então você resolveu falar? – É.
Talvez. – Você tem se encontrado com ela já faz um tempo, não é? – Pois é, faz
algumas semanas.
– Apenas ela? Assenti. – Ela é uma transa incrível e pediu
para eu não dormir com mais ninguém. Mike fez uma expressão de surpresa. Eu
ignorei. – Mas ela é diferente. Existe algo nela… – esfreguei minha boca, olhei
pela janela. Que merda está acontecendo comigo hoje? – Não consigo tirá-la da
minha mente. – Eu a conheço? – Acho que não – tentei lembrar se Mike tinha sido
apresentado à Demi no baile. Fiquei com ele na maior parte da noite depois de
deixá-la para ajeitar o vestido e retocar a maquiagem, e acho que não os vi
conversando em nenhum momento. – Então você não vai me dizer quem ela é – Mike
soltou uma risada e se recostou na cadeira. – Por acaso ela capturou sua alma,
jovem amante? – Vai se ferrar – peguei o saco plástico e joguei as embalagens
dentro. – Eu gosto dela. Mas estamos apenas transando, por enquanto. Foi um
acordo mútuo. – O que é bom – ele disse, cuidadosamente. – Ela não parece estar
atrás do seu dinheiro. – Você acha que sou um cretino por pensar que isso é
estranho? Ela não quer algo mais. E, mesmo que eu quisesse, acho que ela iria
simplesmente sumir. Ela vive morrendo de medo de ser vista em público comigo.
Ela não quer nada de mim além do meu pau. Você acha que é por causa disso que
eu gosto tanto dela? E, como sempre faço quando penso em Demi, comecei a
imaginar quais eram suas verdadeiras intenções. Mike assoviou baixinho. – Ela
parece fantástica. Mas não posso imaginar por que estaria interessada no seu
pau. Com essa coisinha você nunca vai ser metade do homem que sua mãe é. – Por
acaso você acabou de insultar a Brigid? Você é um filho da puta. Ele deu de
ombros e abriu um biscoito da sorte. – Você abaixa o assento da privada para
mijar, não é? – perguntei, com um sorriso no canto da boca. – Não. Não gosto de
molhar meu pinto. – Mike. A única maneira de você conseguir dar prazer para uma
mulher é entregando seu cartão de crédito para ela. E, de alguma maneira, no
meio da sequência de insultos que se seguiu, Mike conseguiu fazer eu deixar de
agir como um tonto patético sobre a coisa toda e parei de me preocupar achando
que Demi estava apenas brincando com a minha cabeça. —
Depois do almoço, saí do escritório, tomando um táxi quase
que imediatamente para dar um pulo até uma instalação de arte que estava sendo
preparada no Chelsea. Ajudei um antigo cliente a encontrar e abrir uma galeria,
e ele estava montando uma exposição com fotografias raras de E.J. Belloq por
apenas algumas semanas. Só foi preciso um e-mail dele – dizendo “Chegaram!” –
para que eu interrompesse o resto dos meus afazeres. Eu estava louco para ver
as inéditas fotos reconstruídas com os negativos da coleção Storyville, de
Belloq. Embora eu tivesse encontrado seu trabalho já tardiamente ao longo da
minha formação, foi a sua arte que despertou minha fascinação por fotografias
do corpo humano, com seus ângulos, simplicidade
e sua vulnerabilidade cotidiana. Apesar de que, até conhecer
Demi, eu nunca havia tirado uma foto minha com uma amante. Acontece que minhas
fotos com Demi de maneira nenhuma imitavam a arte de Belloq, mas, ainda assim,
aquelas fotos antigas me lembravam dela. Lembravam sua cintura fina, sua
barriga macia e a gentil curva de seus quadris. Olhando para meu celular,
desejei pela milésima vez ter guardado ao menos uma foto de seus olhos quando
estávamos fazendo amor. Merda. Transando. Quando estávamos transando. —
O clima estava quente mas não extremamente úmido lá fora, e,
após ver as fotos, eu quis caminhar um pouco para conter minha excitação. O
trajeto entre Chelsea e o centro da cidade foi agradável, mas, quando cheguei
na Times Square, percebi que um homem com uma câmera estava me seguindo. Sempre
pensei que os paparazzi eventualmente descobririam que eu não sou tão
interessante quanto eles pensam, mas isso ainda não tinha acontecido. Eles me
perseguiam nos fins de semana, nos eventos sociais, em cada aparição pública.
Fazia quase quatro anos desde que algo interessante tinha acontecido comigo –
com exceção dos ocasionais namoros com mulheres semifamosas – mas, quase sempre
que eu me atrevia a andar por Manhattan, alguém acabava me encontrando. E, de
repente, meu bom humor desapareceu; eu estava pronto para voltar para casa e
assistir um pouco de Monty Python e beber umas cervejas. Ainda era terça-feira
e eu já estava louco para encontrar Demi. – Vai se ferrar – falei por cima do
ombro. – Apenas uma foto, Joe. Uma foto e um comentário sobre o rumor de você
com a Keira. Merda. De novo com esse lixo? Eu a encontrara uma vez, num show há
um mês. – Sim. Estou totalmente comendo a Keira Knightley. Você acha mesmo que
eu sou a melhor pessoa para pedir uma confirmação? De repente, quase morri do
coração quando um táxi freou ao meu lado e a porta se abriu. Um braço feminino
se esticou e freneticamente acenou para que eu entrasse, até que Demi se
inclinou para fora e disse: – Entra logo! Levei vários segundos até que meu
cérebro se conectasse com minha boca e minhas pernas. – Merda. Ótimo.
Maravilha. Entrando no táxi, joguei minha pasta no chão e olhei para ela. – Oi,
Joe. Você parecia meio… perseguido. – Você percebeu isso muito bem – eu disse,
encarando seu rosto. Ela deu de ombros, soltando aquele sorriso estranho e
elusivo. – Malditos paparazzi – murmurei. Demi cruzou as pernas e deu de
ombros. – Coitadinho de você. Quer um abraço? Ela tinha um fogo nos olhos que
eu não tinha visto desde a noite na boate quando ela me arrastou pelo corredor.
Você está ferrado, amigo.
Ela estava usando um vestido vermelho curto com alguns
botões abertos na parte da frente. Entendi onde ela queria chegar. Olhei para o
seio esquerdo e vi a renda preta do sutiã aparecendo. – É bom te ver – eu disse
para seu decote. – Tive um dia cheio. Posso mergulhar meu rosto em você? – Nada
de sexo no meu táxi! – gritou o motorista. – Para onde vamos agora? Olhei para Demi
esperando uma resposta, mas ela apenas ergueu uma sobrancelha e sorriu. –
Continue em direção ao parque – murmurei. – Ainda não sei direito para onde
vamos. Ele deu de ombros, virou a direção e murmurou alguma coisa que não
consegui ouvir. – Você está linda – eu disse para Demi, me inclinando para
beijá-la. – Você sempre diz isso. Eu sorri e lambi seu pescoço. Meu Deus. Ela
tinha o sabor de chá de ervas e laranjas. – Venha para casa comigo. Ela
balançou a cabeça, rindo. – Não. Tenho ingresso para um show às oito. – E você
vai com quem? – Comigo mesma – ela disse, endireitando-se e olhando para a
janela. Busquei sua mão e entrelacei nossos dedos. – A banda vai tocar outro
dia. O que significa que você deveria ir para casa comigo e cavalgar meu pau.
Os olhos de Demi se arregalaram enquanto ela olhava rapidamente para o
motorista. Ele olhou para nós pelo retrovisor, mas não disse nada. – Não – ela
sussurrou, com os olhos procurando os meus. Ela tentou soltar minha mão, mas eu
não deixei. – Mas posso pedir uma coisa? Com uma mecha de cabelo atrás da
orelha e parecendo tão pequenina ao meu lado no banco de trás, senti um pânico
totalmente estranho: será que nossa relação era algo errado para ela? Nos
momentos em que se mostrava vulnerável, ela parecia tão inocente. – Qualquer
coisa – eu disse. – Estive pensando sobre isso. Por que você é tão famoso por
aqui, afinal? Sim, você é lindo e bem-sucedido. Mas Nova York está cheia de
lindos e bem-sucedidos. Por que os fotógrafos perseguem você pela rua numa
terça-feira qualquer? Ah. Eu sorri, percebendo que, embora tenha pesquisado
sobre mim na internet, ela não tinha cavado muito fundo. – Pensei que você
tinha feito a lição de casa. – Fiquei entediada depois de três páginas com
fotos de você vestindo smoking rodeado de mulheres. Tive que rir. – Eu garanto,
não é por isso que eles me perseguem – parei por um instante, pensando em por
que eu estava falando sobre isso naquele momento, depois de ter ficado tanto
tempo calado. – Eu me mudei para cá já faz quase sete anos – e comecei a falar.
Ela assentiu, claramente sabendo dessa parte – e, cerca de um mês depois de
chegar, conheci uma mulher chamada Cecily Abel. Suas sobrancelhas se juntaram.
– Conheço esse nome… Eu conheço essa pessoa?
Dei de ombros. – Talvez conheça, mas não me surpreenderia se
não conhecesse. Ela era famosa na Broadway, mas, como é frequente com os atores
do teatro nova-iorquino, sua fama não se estendia muito para o resto da
América. – O que você quer dizer com era famosa na Broadway. Olhei para seus
dedos entrelaçados aos meus. – Acho que Cecily e sua dramática saída da cena
teatral são a razão de eu ser “famoso”. Ela deixou Nova York bruscamente, depois
de enviar uma carta que foi publicada no New York Post. A carta falava de todos
os pontos negativos desta cidade, incluindo – fiz sinal de aspas – “diretores
safados, políticos mulherengos e investidores gananciosos que não sabem
perceber uma coisa boa quando encontram uma”. – Ela amava você? – Sim. E, como
é tão comum na vida, não era correspondida. Os olhos da Demi tornaram-se um
pouco mais sombrios e sua boca parou de sorrir. – Você parece que não leva isso
muito a sério. – Acredite em mim, eu levava Cecily muito a sério. Mas ela está
bem agora. Tem um casamento feliz na Califórnia. Mas, por um tempo, precisou
ficar aos cuidados de um médico – antes que ela pudesse dizer alguma coisa, eu
acrescentei: – Ela era uma boa amiga, e sua decisão de deixar tudo para trás
mostrou que ela não era muito… estável. Na verdade, existiam várias razões para
ela deixar a cidade e eu fui apenas a gota d’água. Eu simplesmente não a amava
do jeito que ela me amava. Demi olhou para o teto do carro e parecia estar
considerando o que eu falei. – Foi melhor você ter sido honesto com ela. – É
claro. Em última instância, o estado mental dela não dependia de saber se eu a
amava ou não. Ela era complicada de qualquer jeito… mas isso não é uma boa
história para os jornais, entende? Demi olhou de novo para mim com os olhos
relaxados e o sorriso de volta. – Então as pessoas ficaram interessadas em
saber quem era esse homem que partiu o coração da estrela local e a levou à
loucura. – E assim, eu me tornei um mistério. A imprensa adora um playboy
malvado, e a carta dela foi muito dramática. O jeito como eles me retratam é
verdadeiro, mas ao mesmo tempo não é. Eu realmente amo as mulheres e realmente
amo sexo. Mas minha vida raramente é tão interessante quanto os tabloides
gostariam. Aprendi a não me importar muito com o que as pessoas falam de mim.
Nosso táxi desviou de um garoto numa bicicleta e o motorista buzinou alto. No
movimento, o peito de Demi pressionou meu braço e eu apertei de volta, sorrindo
com o canto da boca, enquanto ela erguia uma sobrancelha numa exasperação
simulada. – Existem muitas fotos de você na internet. – Algumas dessas mulheres
eram amantes, outras não – passei o polegar pela curva do seio, e ela baixou os
olhos para observar, vidrada. – Eu não tenho nenhuma aversão incomum a
compromissos sérios. Apenas faz tempo que não me envolvo com ninguém dessa
maneira. Sua cabeça subiu de repente, e eu pude ver com perfeita clareza suas
pupilas se dilatando e seus lábios deixando escapar um pequeno sorriso. – Sim –
admiti, rindo. – Acho que nosso acordo é tipo um compromisso. Só que não conta
se você não aceita sair num encontro de verdade comigo. Seu
sorriso encolheu um pouco. – Acho que nós não somos bons em nada além do que já
temos. – Bom, certamente somos bons naquilo que fazemos. Falando nisso,
conversei sobre você com o Mike – eu disse, deixando que o vibrante calor de
sua irritação se concentrasse em meu rosto por um momento. Era divertido
provocar essa garota, tenho que admitir. – Sem dizer nomes, flor. Sossega.
Esperei ela perguntar o que eu disse. E esperei mais um pouco. Finalmente,
olhei para seu rosto e a encontrei ainda me observando cuidadosamente.
Estávamos parados num sinal vermelho e tudo dentro do táxi parecia
completamente quieto. – Então? – ela disse, abrindo lentamente um sorriso
maldoso quando o carro começou a acelerar. – Você disse para Mike que encontrou
uma mulher que gosta de transar em público? – Não no meu táxi – o motorista
gritou tão alto que nós dois tivemos um sobressalto e começamos a rir. Ele freou
e gritou de novo: – Não no meu táxi! – Não se preocupe, meu amigo – eu disse.
Virei para Demi e murmurei: – Ela não transa comigo em carros. Nem nas
terças-feiras. – Não mesmo – ela sussurrou, embora tenha me deixado beijá-la
novamente. – É uma pena – eu disse em sua boca. – Sou bom em carros. E
especialmente bom nas terças-feiras. – Então, sobre essa conversa com Mike –
ela disse, esticando o braço e enfiando a mão debaixo do casaco dobrado no meu
colo. – Se você não falou meu nome, então o que você contou para ele? – ela
pressionou a palma da mão em meu pau e apertou. Será que ela iria me masturbar
no táxi? Perfeitamente brilhante. – Vá para o cruzamento da rua 65 com a
Madison – eu disse para o motorista. – E vá pelo caminho mais longo. O
motorista jogou um olhar para mim, provavelmente pensando que eu estava louco
por querer passar pela Columbus Circle na hora do rush, mas assentiu e virou na
rua 57 em direção à Broadway. – Nada de sexo no táxi – ele disse, de um jeito
mais calmo desta vez. Eu me virei para Demi. – Mencionei para Mike que conheci
uma mulher que eu estava comendo feliz da vida. Posso também ter mencionado que
essa mulher era diferente de qualquer outra que já conheci. Demi abriu meu
zíper, habilmente tirou meu pau para fora e então apertou fortemente. Um calor
estranho se espalhou por minhas costas, quando percebi, ao mesmo tempo que
ficava duro, que ela estava aprendendo a me tocar com muita familiaridade. –
Sou diferente como? – ela se inclinou, chupou minha orelha e então sussurrou: –
As outras mulheres não agarram seu pau dentro de táxis? Eu a encarei, tentando
entender quem era essa mulher, tão jovem, tão inocente e tão gostosa, mas que
não precisava de nada de mim além de uma boa transa. Será que ela estava me
enganando? Será que tudo isso era real? Ou será que ela iria tirar a máscara
após alguns orgasmos e admitir que não gostava mais do nosso acordo e queria
algo mais?
Provavelmente. Mas, enquanto eu olhava para ela – em seus
lábios vermelhos e nos grandes olhos castanhos, tão brincalhões e tão
depravados – de jeito nenhum eu iria desistir dela antes que ela desistisse de
mim. – Não contei muita coisa para ele, na verdade. Conversas sérias com o Mike
geralmente descambam para insultos sobre tamanho de pênis. – Bom, então tenho
certeza que você pegou leve com ele. “Eu me recuso a entrar nessa discussão com
um homem desarmado” – ela disse, rindo em meu pescoço e começando a me
acariciar. – É verdade – sussurrei, me virando para beijá-la. – Mas vou ser
honesto: não tenho ideia do tamanho do pau dele. – Se você quiser mesmo saber,
eu posso descobrir e depois te contar. Eu ri, gemendo em sua boca. – É bom
conversar com uma mulher que não sente necessidade de exibir sua inteligência o
tempo todo. – Nada de sexo – gritou novamente o motorista, olhando para nós
pelo retrovisor. Levantei as mãos e sorri para ele. – Não estou tocando nela,
amigo. Aparentemente ele decidiu nos ignorar, aumentando o volume do rádio e
abaixando a janela para deixar entrar a brisa do entardecer e os incessantes barulhos
da cidade. A mão de Demi começou a subir devagar, torcendo na ponta, e então
desceu novamente. – Eu chuparia se achasse que ele não iria notar – ela
sussurrou. – Quer dizer, você merece o melhor. Ao menos você é lindo por
dentro, Joe. E é isso que conta. Explodi numa risada, pressionando meu rosto em
seu pescoço para abafar o gemido que se seguiu quando ela concentrou seus
esforços na minha ponta. – Merda, isso é bom. Um pouco mais rápido, meu amor.
Pode ser? Ela vacilou ao ouvir o termo carinhoso, e então virou o rosto para
beijar meu queixo, com seu punho fechado fortemente e se movendo com velocidade
em meu pau. Ela olhou para o motorista, mas ele estava absorto ouvindo o rádio
e gritando para o trânsito. – Assim? Você gosta assim? – ela perguntou. Eu
assenti, sorrindo ao lado de seu rosto. – Nunca imaginei que você fosse tão boa
nisso. Sua risada vibrou ao longo do meu pescoço e debaixo da pele. Até então
não tinha escutado ela soltar um som tão bobo e indelicado. Era outra muralha
erguida por ela que eu penetrava. Senti uma vitória em meu peito e, por um
breve momento, eu quis gritar para o mundo que ela estava começando a me
aceitar. Demi lambeu meu pescoço até chegar à boca, onde abocanhou meu lábio
inferior com os dentes. – Você tem um pau perfeito – ela disse. – Você está me
fazendo querer também nas terçasfeiras. – Merda. Quando gozei, apertando os
punhos e o queixo, percebi que Demi também me fez esquecer essa coisa toda de
pensar que ela estava apenas brincando com minha mente. Ela pegou a bolsa,
encontrou um lenço e limpou a mão sem tirá-la de dentro, fazendo-me sorrir
enquanto eu escondia a evidência do motorista. Então ela se inclinou e me
beijou de um
jeito tão doce que me fez querer jogá-la no banco e fazê-la
gozar em minha língua apenas para ouvir seus gemidinhos roucos. – Está se
sentindo melhor? – ela perguntou calmamente, os olhos vasculhando tudo. Aprendi
outra coisa sobre Demi com aquela expressão: seu instinto primário – aquele que
ela constantemente combatia – era se esforçar para me agradar. Mas então
paramos a um quarteirão do meu apartamento e ela se ajeitou no banco, sorrindo
prazerosamente. – É aqui que você vai descer? Eu hesitei, imaginando se ela
gostaria de ficar comigo. – Acho que sim, a não ser que você queira… Sua voz saiu
baixinha, o que entendi ser uma tentativa de amaciar suas duras palavras: –
Vejo você na sexta-feira, Joe. Tínhamos terminado. Eu estava dispensado
por que ela fez isso?
ResponderExcluirPosta mais hj pf.pf
ResponderExcluirdemi gosta do joe e joe gosta da demi e ambos acham que só tão com o outro pra transar olha assim não da miga
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