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Beautiful Bastard - Capitulo 12

 

 Beautiful Bastard - Capitulo 12


Como eu previra o voo para San Diego me deu tempo para pensar. Eu me sentia amada e descansada após visitar meu pai. Depois que o gastroenterologista nos aliviou ao constatar que o tumor era benigno, nós passamos um tempo juntos conversando, lembrando-se da minha mãe, até mesmo planejando uma visita dele a Chicago. Quando ele me deu um beijo de despedida, eu me senti tão preparada quanto possível, considerando a situação. Estava muito nervosa por reencontrar o Sr. Jonas, mas tentei me encorajar o máximo que podia. Fiz compras online e agora tinha uma mala cheia de novas calcinhas do poder. Pensei muito sobre minhas opções, e estava certa de que tinha um bom plano. O primeiro passo seria admitir que o problema era mais do que apenas a tentação causada pela proximidade. Estar a mais de mil quilômetros de distância não tinha ajudado em nada para acalmar minha necessidade. Eu sonhava com ele quase todas as noites, acordando a cada manhã frustrada e solitária. Passei tempo demais pensando sobre o que ele estava fazendo, imaginando se estava tão confuso quanto eu e tentando arrancar de Sara cada pedaço de informação que eu podia sobre como as coisas estavam indo na minha ausência. Sara e eu tivemos uma conversa interessante quando ela me ligou para contar sobre a situação dos novos assistentes. Ri histericamente ao ouvir sobre a saga dos temporários. É claro que o Sr. Jonas teria dificuldades em manter alguém por perto. Ele era um cretino. Eu estava acostumada com suas mudanças de humor e sua atitude difícil. Profissionalmente, nossa relação funcionava perfeitamente. O lado pessoal é que era um pesadelo. Quase todos sabiam disso, eles apenas não sabiam a extensão do problema. Pensei muito sobre o último dia que passamos juntos. Algo em nossa relação estava mudando, e eu não sabia exatamente como me sentia em relação a isso. Não importava quantas vezes disséssemos que não iria acontecer novamente, eu sabia que aconteceria. E me deixava aterrorizada que esse homem, todo errado para mim, tivesse mais controle sobre meu corpo do que eu mesma, não importava o quanto eu tentasse me convencer do contrário. Eu não queria ser o tipo de mulher que sacrifica suas ambições por causa de um homem. De pé na frente do portão de desembarque do aeroporto, dei um último discurso motivacional para mim mesma. Eu conseguiria fazer isso. Oh, Deus, esperava que conseguisse. Meu estômago estava mais do que embrulhado e fiquei preocupada pensando que poderia até vomitar. Seu voo atrasou em Chicago e já passava das seis e meia quando ele finalmente aterrissou em San Diego. Enquanto o tempo do meu voo fora bom para eu pensar, as sete horas extras esperando por ele apenas reacenderam meus nervos. Fiquei na ponta dos pés tentando ver melhor a multidão que desembarcava, mas eu não o encontrei. Olhei para meu celular e li novamente a mensagem que ele enviara.
Acabei de pousar. Te vejo daqui alguns minutos.
Não havia nada de sentimental na mensagem, mas meu estômago se revirou mesmo assim. Nossas mensagens na noite anterior foram iguais. Não dissemos nada de especial: eu simplesmente perguntei como ele passou o resto da semana. Isso não seria considerado incomum em qualquer outra relação, mas era totalmente novo para nós. Talvez
houvesse uma chance de superarmos a animosidade e nos tornarmos... o quê? Amigos? Com meu estômago dando vários nós, andei de um lado para outro, tentando fazer minha mente se acalmar e meu coração desacelerar. Sem pensar, parei de repente e me virei em direção à multidão, procurando-o no oceano de rostos desconhecidos. Minha respiração ficou suspensa quando vi um corte de cabelo familiar acima dos outros. Controle-se Demi. Deus! Tentei mais uma vez controlar meu corpo e depois voltei a olhar. Merda. Eu estou ferrada. Lá estava ele, parecendo ainda mais lindo. Como alguém consegue ficar mais bonito em nove dias, e saindo de um avião, ainda por cima? Ele era mais alto do que todos ao seu redor, uma altura que se destaca em uma multidão, e eu agradeci ao universo por isso. Seu cabelo escuro estava um pesadelo como sempre, com certeza ele tinha passado as mãos nele centenas de vezes na última hora. Vestia uma calça preta, um blazer cinza e uma camisa branca desabotoada no pescoço. Ele parecia cansado e a barba já estava começando a aparecer, mas não foi isso que fez meu coração disparar. Ele estava olhando para chão e, no momento em que nossos olhos se encontraram, seu rosto se acendeu com o sorriso mais genuíno que eu já vira. Antes que eu pudesse impedir, senti meu próprio sorriso explodir, largo e bobo. Ele parou na minha frente, com uma expressão um pouco mais tensa do que antes, enquanto nós dois esperávamos o outro dizer alguma coisa. – Oi – eu disse sem jeito, tentando aliviar um pouco da tensão. Cada parte de mim queria arrastá-lo para o banheiro das mulheres, mas eu duvidava que essa seria uma maneira apropriada de receber seu chefe. Não que isso tivesse importado antes. – Hum, oi – ele respondeu, com as sobrancelhas levemente franzidas. Vamos lá, acorda, Demi! Começamos a andar até a esteira de bagagens, e senti um arrepio se espalhar em mim só por estar ao lado dele. – Como foi o seu voo? – perguntei, sabendo que ele odiava voar em linhas comerciais, mesmo que fosse de primeira classe. Isso era tão ridículo. Eu queria que ele simplesmente dissesse alguma coisa estúpida, para eu poder voltar a gritar com ele. Ele pensou um pouco antes de responder. – Foi tudo bem, depois que decolamos. Eu não gosto de como os aviões ficam cheios demais – nós paramos e esperamos, cercados de pessoas agitadas, mas a única coisa que eu notava era a tensão aumentando entre nós e cada centímetro de espaço entre nossos corpos. – E como está a saúde do seu pai? – ele perguntou, após um momento. Eu assenti. – É benigno. Obrigada por perguntar. – Imagina. Minutos se passaram em um silêncio desconfortável e fiquei mais que aliviada quando vi sua bagagem aparecer na esteira. Nós tentamos pegá-la ao mesmo tempo e nossas mãos se tocaram brevemente. Afastando-me, olhei para cima e vi que ele estava me olhando. Meu estômago se tornou um buraco negro quando vi aquele olhar faminto em seus olhos. Murmuramos desculpas e eu desviei o olhar, mas não antes de notar um sorriso no canto de sua boca. Felizmente, era hora de retirar o carro alugado, e nos dirigimos para o estacionamento. Ele pareceu satisfeito quando nos aproximamos do carro, um luxuoso Mercedes-Benz SLS AMG. Ele adorava dirigir – bom, adorava correr com o carro –, e eu sempre fazia questão de alugar algo divertido quando ele precisava.
– Muito bem, Srta. Miles – ele disse, passando a mão pelo capô. – Depois me lembre de pensar em te dar um aumento. Senti o desejo familiar de socá-lo se espalhar pelo meu corpo e isso me acalmou. Tudo ficava muito mais claro quando ele se comportava como um babaca. Pressionando o botão para abrir o porta-malas, eu lhe lancei um olhar de reprovação e me afastei um pouco para que ele guardasse suas coisas. Ele tirou o casaco e me entregou. Eu o joguei no porta-malas. – Cuidado – ele advertiu. – Eu não sou o carregador de malas do aeroporto. Guarde o seu maldito casaco você mesmo. Ele riu e se abaixou para pegar a mala. – Deus, eu só queria que você segurasse um pouco. – Ah – com meu rosto ficando vermelho, eu peguei o casaco e o alisei no meu braço. – Desculpe. – Por que você sempre acha que eu estou sendo um idiota? – Porque você geralmente é. Com outra risada, ele ergueu a mala. – Você deve ter sentido muito a minha falta. Comecei a responder, mas acabei distraída observando os músculos de suas costas esticarem a camisa quando ele pousou sua mala ao lado da minha. De perto, vi que a camisa tinha um sutil acabamento cinza e que fora feita sob medida para seus largos ombros e cintura justa, de forma que não ficava sobrando tecido em nenhum lugar. As calças eram cinza escuro e estavam perfeitamente passadas. Eu tinha certeza de que ele nunca cuidava das próprias roupas – e quem poderia culpá-lo, quando aquelas roupas sob medida o deixavam tão sexy? Pare. Pare! Ele fechou o porta-malas com força, arrancando-me daquele transe, e eu coloquei as chaves em sua mão estendida. Ele andou até o lado do passageiro, abriu a porta para mim e esperou eu sentar antes de fechá-la. Claro, você é realmente um grande cavalheiro, pensei. Viajamos em silêncio, o único som vindo do motor e do GPS que dava as direções para chegar ao hotel. Eu me ocupei revendo nossa agenda e tentando ignorar o homem ao meu lado. Eu queria olhar para ele, queria estudar seu rosto. Queria esticar o braço e tocar a barba crescente em seu queixo, queria dizer para ele parar e me tocar. Todos esses pensamentos corriam em minha mente, tornando impossível me concentrar nos papéis no meu colo. O tempo que passamos afastados não fora suficiente para diminuir o controle que ele tinha sobre mim. Na verdade, estava ainda mais forte. Eu queria perguntar como ele tinha passado as últimas duas semanas. Eu realmente queria saber como ele estava. Com um suspiro, fechei a pasta no meu colo e me virei para olhar pela janela. Provavelmente passávamos ao lado do mar, de navios da marinha e de pessoas nas ruas, mas eu não enxergava nada. A única coisa em minha mente era o que estava dentro do carro. Eu sentia cada movimento, cada respiração sua. Seus dedos tamborilavam no volante. O couro chiava quando ele se ajeitava no banco. Seu perfume preenchia o espaço fechado e tornava impossível lembrar por que eu deveria resistir. Ele me cercava completamente. Eu precisava ser forte e dona do meu próprio caminho, precisava provar que eu controlava a minha vida, mas cada parte de mim desejava estar com ele. Eu teria de me recompor no hotel antes da conferência, mas, com ele tão perto, todas as melhores intenções escapavam do meu alcance. – Você está bem, Srta. Mills? – tive um sobressalto ao ouvir sua voz e me virei para encontrar seus olhos castanhos. Meu estômago se revirou de novo com a intensidade por trás de seu olhar. Como pudera me esquecer
Daqueles cílios tão longos? – Chegamos – ele apontou para o hotel, e me surpreendi ao perceber que já estávamos lá. – Está tudo bem? – Sim – respondi rapidamente. – Tive um dia muito longo, é só isso. – Hum... – ele murmurou, ainda olhando para mim. Seus olhos pousaram em minha boca, e, Deus, eu queria beijá-lo. Eu sentia falta do comando de sua boca na minha, me beijando como se não houvesse nada no mundo que ele quisesse mais. E às vezes eu suspeitava que isso até fosse verdade. Como se estivesse sendo atraída por ele, eu me inclinei para frente. Eletricidade parecia pairar no ar entre nós, e seu olhar voltou a focar meus olhos. Ele se aproximou de mim e pude sentir sua respiração quente contra minha boca. De repente, minha porta se abriu e dei um pulo no banco, chocada ao ver a mão do funcionário do hotel estendida para mim. Saí do carro, respirando o ar que não estava permeado pelo cheiro intoxicante daquele perfume. O funcionário pegou as malas e o Sr. Jonas pediu licença para atender um telefonema enquanto eu fazia o check-in. O hotel estava lotado com outros conferencistas e eu vi vários rostos familiares. Eu tinha combinado de encontrar um grupo de outros estudantes do meu MBA. Acenei para uma mulher que reconheci. Seria muito bom sair com alguns amigos, já que estávamos ali. A última coisa que eu precisava era ficar sozinha em um hotel, fantasiando sobre o homem no quarto ao lado. Após receber as chaves e pedir ao carregador que levasse nossas malas para os quartos, eu me dirigi para o saguão, procurando pelo Sr. Jonas. A recepção estava cheia e, quando olhei ao redor, vi que ele estava de pé ao lado de uma morena alta. Eles estavam bem próximos, e sua cabeça estava ligeiramente abaixada enquanto ele a ouvia atentamente. Eu não conseguia ver o rosto dela e apertei os olhos quando a vi levantar a mão e apertar o braço dele. Ela riu com alguma coisa que ele disse e ele se afastou ligeiramente, o que me permitiu vê-la melhor. Ela era linda, com cabelos escuros e longos até os ombros. Enquanto eu observava, ela colocou algo na mão dele e a fechou. Um olhar estranho surgiu em seu rosto quando ele abaixou a cabeça para examinar o objeto em sua mão. Isso tem de ser brincadeira. Ela... ela acabou de dar a chave do quarto dela? Observei por mais um momento, e algo dentro de mim estalou enquanto ele encarava a chave, como se estivesse considerando guardá-la. Imaginá-lo olhando para outra pessoa com a mesma intensidade, querendo outra pessoa, fazia meu estômago se torcer de raiva. Antes que pudesse impedir a mim mesma, comecei a andar pelo saguão até chegar ao lado deles. Coloquei a mão em seu braço e ele piscou quando me viu, mostrando uma expressão de surpresa no rosto. – Joe, você está pronto para subir? – perguntei discretamente. Seus olhos arregalaram e sua boca se abriu em choque. Nunca o vi tão completamente sem palavras. E então percebi: eu nunca o tinha chamado pelo primeiro nome. – Joe? – perguntei mais uma vez, e algo mudou em sua expressão. Lentamente, o canto de sua boca se ergueu num sorriso e nossos olhos se encontraram por um momento. Virando de volta para ela, ele sorriu com educação. – Desculpe – ele disse, com uma voz tão macia que provocou um tremor em mim, discretamente devolvendo a chave. – Como pode ver, eu não estou sozinho. O sentimento de vitória em meu peito superou completamente o horror que eu deveria sentir no momento. Ele colocou a mão nas minhas costas enquanto nos conduzia para fora do saguão. Mas, quanto mais perto chegávamos dos elevadores, mais meu entusiasmo era substituído por outra coisa. Comecei a entrar em pânico ao perceber a forma irracional como eu agira.
A lembrança de nosso constante jogos de gato e rato me exauriu. Quantas vezes por ano ele viajava? E quantas vezes ele recebia uma chave em sua mão? Eu estaria lá para tirá-lo da situação sempre que acontecesse? E, se não estivesse, será que ele subiria alegremente com outra mulher para seu quarto? E, realmente, quem diabos eu achava que era para ele? Eu não deveria me importar! Meu coração acelerava e eu podia ouvir o sangue bombeando em meus ouvidos. Três outros casais entraram no elevador conosco, e eu rezei para conseguir chegar até meu quarto sem explodir. Não podia acreditar no que tinha acabado de fazer. Olhei em seu rosto e vi um sorrisinho triunfante. Respirei fundo e tentei lembrar a mim mesma que era exatamente disso que eu precisava me afastar. O que eu fiz no saguão não era nem um pouco o que eu era, e não foi nada profissional de nossa parte agir daquele jeito em um local tão público. Eu queria gritar com ele, machucá-lo e provocar nele tanta raiva quanto eu sentia, mas estava cada vez mais difícil encontrar a vontade para isso. Subimos em meio a um tenso silêncio, até que o último casal saiu, nos deixando a sós. Fechei os olhos, apenas tentando respirar, mas é claro que tudo o que conseguia era sentir o perfume dele. Eu não queria que ele ficasse com mais ninguém, e esse sentimento era tão esmagador que me fazia perder o fôlego. Era aterrorizante, pois, honestamente, eu sabia que ele poderia partir meu coração. Ele poderia me partir por inteiro. O elevador parou e as portas se abriram lentamente em nosso andar. – Demi? – ele disse, com as mãos em minhas costas. Saí apressada. – Onde você está indo? – ele gritou na minha direção. Ouvi seus passos e sabia que teríamos problemas. – Demi, espera! Eu não poderia fugir dele para sempre. Eu nem sabia se queria continuar fugindo.

3 comentários:

  1. vamos ver se essa coisa hoje posta
    momento ciumes da Demi? JOE AGARRA ELA PELO BRAÇO E A PRENDE NA PAREDE DO CORREDOR, DANDO UM SUPER BEIJAÇO
    essa fic ta demais, fico relendo e relendo e relendo e relendo e relendo e relendo e relendo e relendo e relendo e relendo e relendo e relendo e relendo e relendo e relendo e relendo

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  2. Maaaaaaais por favor!

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