Capítulo 22
As amarras em torno dos meus pulsos estavam bem apertadas, o couro frio me segurando. As amarras eram flexíveis, projetadas para não causar qualquer irritação, mas eu já as estava usando por toda noite e parte da manhã. Havia um pequeno desconforto, mas eu estava muito absorta em outras sensações para realmente perceber. A luz entrava através de pequenas brechas nas cortinas pesadas, mas o quarto se mantinha escuro e isolado, o refúgio perfeito para o que nós estavámos fazendo. Os lábios de Joe viajaram pela minha espinha, os dentes passeando por minha pele nua enquanto ele se movia para trás de meu corpo. Seus dedos deslizaram sobre meu quadril, pressionando meus seios contra o colchão. Segurei minha respiração quando seu joelho deslizou entre as minhas pernas, e eu senti seu mebro duro na minha coxa. Uma mão alisou meu cabelo para um lado, enquanto choviam beijos do meu pescoço até minha orelha, dentes puxando delicadamente meu lóbulo. Meu quadril subiu em uma súplica silenciosa, ele beliscou minha orelha, atendendo minha súplica, deslizando facilmente dentro de mim. Eu suspirei, meus olhos fechados vibrando. Já haviamos feito amor de maneira frenética e apaixonada antes, mas agora, horas mais tarde, estavamos relaxados e foi muito mais fácil nos divertir. Joe insistiu para que eu ficasse amarrada à cabeceira, sujeita a todos os seus desejos e, em nenhum momento me ocorreu negar aquela ordem. Sua autoridade e dominação ajudou afugentar as más recordações, eu estava segura, segura em suas mãos, estava focando naquilo que me permitia denfrutar o prazer daquele momento. Ele procurou por algo, seu quadril se movendo veemente para dentro e para fora de mim com pequenas mais fortes estocadas, em seguida, ouvi o clique do pequeno vibrador que eu usava ligando novamente. Soltei uma respiração ofegante seu braço deslizando sob a minha cintura, me colocando de joelhos. Unhas deslizaram ao longo de minhas costas suas investidas cada vez mais fortes, agarrei a cabeceira da cama para apoio adicional. "Tão bonita", ele murmurou, as mãos acariciando minhas costas até meu traseiro. "Tudo em você é um tesão." Mordi o lábio, suas palavras um bálsamo para a minha alma, empurrei minhas costas contra ele pedindo mais. Ele então me penetrou, roubando um suspiro estrangulado de meus lábios. Dedos cravados na pele de um quadril, dando apoio enquanto empurrava repetidamente dentro de mim, nossa transa não mais um assunto de lazer. Eu abracei a cabeceira de madeira, desavergonhada dos gemidos e gritos que eram arrancados de minha garganta. O vibrador pequeno, perfeitamente posicionado de modo a não interferir ao acesso dele, enviava ondas através de meu corpo e com cada impulso me enviava para vários orgasmos, um atrás do outro. Outros brinquedos estavam na mesa ao lado da cama: açoites, penas, vibradores, e vários itens que eu não tinha certeza do que chamar, mas Joe não estava interessado em brincar, os brinquedos não foram usados, exceto as algemas e o vibrador, os quais eram mais do que o suficiente, em minha opinião. Eu estava usada e dolorida, mas tão insaciável quanto o homem dentro de mim. Seus impulsos tornaram-se mais instavéis, um sinal claro de que ele estava perto de gozar. Meu corpo cansado, se preparando para outro orgasmo. Senti sua respiração ao longo do meu pescoço, a barba áspera em seu queixo raspando ao longo de meu ombro. Sua mão serpenteou entre as minhas pernas e empurrou o pequeno vibrador para perto de meu corpo, em frente ao centro latejante de prazer dentro de minhas dobras, e com um gemido estrangulado eu gozei mais uma vez. Cada pedaço de tensão drenada do meu corpo, minha testa caindo em meus braços enquanto meu corpo tremia, a pele formigando a partir do excesso de êxtase que eu tive durante a noite. Joe desabou em cima de mim, seu peso foi bem vindo me pressionando mais para junto do colchão. Eu não me importei, grata pelo seu toque. Finalmente, ele se mexeu e soltou as algemas, libertando meus pulsos. Eu me virei até ficar de costas, olhando assim para seu musculoso tronco. Meus pulsos doíam, mas eu não me importava, eu corri minhas mãos ao longo de seu abdomem e braços definidos. e. Ele me bebeu com seus olhos, o olhar me acariciando como a seda. Por trás de seus olhos, vi o anseio profundo, provas da necessidade escondida. E o amor floresceu em meu coração. Eu puxei seus ombros, puxando-o para baixo, para cima de mim, e ele veio de bom grado, ficando sobre todo o meu corpo para que eu pudesse envolver meus braços em torno dele. Seu calor e corpo rígido fizeram minha alma cantar e eu fechei meus olhos enquanto acariciava suas costas. Ficar livre das algemas, no entanto, fez a minha cabeça livre para pensar, e mesmo que eu não quisesse me deter em certos eventos eles ainda rondaram minha mente. Muita coisa aconteceu nos últimos dois dias, mas o mais preocupante foi a investigação sobre Joe. Os funcionários do governo que vieram pegar Wilmer não gostaram de ouvir que ele tinha escapado, e eles também não ficaram nada felizes em saber do drama adicional do seqüestro que aconteceu no mesmo dia. As acusações de que ele permitiu que seu irmão escapasse foram pequenas em comparação com a tempestade criada pelos corpos mortos. A utilização do helicóptero de Joe sobre áreas públicas, ironicamente, foi o que manteve seus advogados mais ocupados. Nós tínhamos, pelo menos neste momento, sido absolvidos das mortes tanto na propriedade quanto ao longo do canal, mas a violação do espaço aéreo restrito ainda pode ser o suficiente para colocar Joe na prisão. As indústrias Jonas também sofreram um duro golpe quando Celeste decidiu deixar seu cargo de COO após seu seqüestro. Joe não falou sobre isso e eu não me intrometi, mas eu ouvi o suficiente da sua conversa ao telefone para determinar que ela não gostou de ser mantida no escuro e colocada em perigo, mesmo que indiretamente. O status do relacionamento da ruiva com o seu marido ainda era um mistério, mas eu esperava que ela o perdoassee. Tempo e espaço tinham me dado uma perspectiva: Ethan tinha estado entre a cruz e a espada, e ele escolheu salvar a única coisa que ele amava. Eu odiava pensar no que eu faria em uma situação semelhante. No que eu considerava um toque cômico do destino, eu estava finalmente realizando muitas das funções de uma assistente pessoal para Joe, atendendo telefonemas e mensagens e ajudando com as atividades do dia-a-dia. Surpreendeu-me o quanto eu gostava do trabalho em ritmo acelerado, Joe redirecionou suas chamadas para mim e eu ajudei a agendar seu dia e acompanhar o que cada coisa precisava. Para ser honesta, ele me jogou nas profundezas, afundar ou nadar, mas eu precisava da distração e acho que ele sabia disso. Sempre que eu diminuia o ritmo ou terminava minhas tarefas, nos momentos em que eu tinha um tempo livre para deixar meu cérebro pensar em algo além do trabalho, invariavelmente uma imagem ou uma memória do que me perturbou apareciam em minha mente: a ferida aberta do assassino, o corpo de Anya naquele saco, o cano alongado da arma do assassino. Eu só me permiti uma vez a verrgoha de chorar, mas a cada dia que passa as memórias se tornaram mais fáceis de suportar. O trabalho, pelo menos, permitiu que meu cérebro ficasse desconectado das coisas desagradáveis. Uma mão deslizou sob minha cabeça, levantando-a de sua posição enterrada em seu peito. Joe olhou para mim, os olhos procurando os meus. Ele traçou o contorno do meu rosto, seus dedos irradiando calor enquanto ele seguia o contorno do meu rosto para baixo ao longo da minha mandíbula e pescoço. Sua carícia embalou meus pensamentos e eu fechei os olhos, entregando-me mais a este simples prazer. "Você está pensando demais", ele murmurou, seu peito rosnando com as palavras. "Agora, eu só quero que você sinta”. Eu dei um suspiro e abri os meus olhos, os meus pensamentos me puxando para fora do momento. "Estamos seguros?” Eu perguntei, empurrando meu rosto em sua mão e beijando uma junta. "Você sabe de quem Anya estava falando, quem era a pessoa que a convenceu a contratar o assassino? " Foi uma discussão que já tinhamos tido, e eu sabia que Joe estava bem ciente da ameaça contínua em algum lugar lá fora. As últimas palavras de Anya antes do atirador começar a disparar, tinham mencionando um homem que ela nunca falou o nome, era uma nuvem escura no nosso horizonte. Eu podia sentir isso lançando uma sombra sobre mim, mas mais preocupada por Joe. Ele não parecia estar tão decidido a encontrar a misteriosa figura como ele estava em me manter amarrada à cama. Eu lembrei da minha conversa anterior com Ethan no hospital, onde o ex-guardacostas falou sobre como o CEO consistentemente descartava todos os tipos de perigo. Joe já tinha rejeitado sua mãe como suspeita, apesar da nova informação e do fato de que ela fugiu sem dizer uma palavra. Sua indiferença para com a ameaça potencial me incomodou, e eu não poderia dizer se ele estava fazendo isso por confiança ou se estava fazendo isso para meu benefício - eu esperava que fosse o último. "Nós iremos descobrir”, respondeu ele, beijando minha testa. "Eu vou mantê-la segura, eu prometo." Para um argumento familiar, uma resposta familiar. Sua paciência foi frustrante, especialmente porque eu queria respostas agora. Faz apenas alguns dias, eu me adverti. Você não pode esperar resultados imediatos em um caso sem pistas. Ainda assim, eu odiava ficar às margens, incapaz de ajudar de alguma forma significativa. Eu o empurrei insistentemente em um ombro, e Joe rolou para o lado e deitou de costas, puxando-me junto fazendo com que eu ficasse deitada em cima do seu corpo, abraçando sua cintura. Cansada como eu estava, me ergui, olhando para seu rosto bonito. Ele me observou também, o fogo nele extinto, por agora, o seu rosto tão aberto quanto eu jamais tinha visto. Suas mãos alisaram meus seios, em seguida, para descansar em meus quadris enquanto ele esperava por mim. O meu corpo cantou com a imagem que vi. Uma menina poderia viver para sempre e não se cansar disto. Eu tracei as linhas de seus músculos, então me inclinei para que meus seios ficassem pressionados contra o peito dele. Rocei meus lábios nos dele dando um beijo suave, dei-lhe um meio sorriso e sussurrei, "Eu te amo". "Não." Meu mundo parou. Por um instante pensei que estava caindo, mas nada mudou. Sentei-me em linha reta, a confusão correndo através de mim enquanto eu olhava para a expressão de pedra do homem que estava embaixo de mim. Minha boca trabalhou, tentando pensar em algo para dizer, mas era como se meu cérebro estivesse desligado. As mãos de Joe contornaram minha cintura e, como se eu não pesasse nada, ele me levantou e colocou do seu lado, depois se sentou, balançando os pés fora da cama. Eu pisquei, o significado do que tinha acontecido começando a me acometer, ele se levantou e pegou sua roupa. Eu olhei para a cama, tentando desesperadamente manter minha respiração estável. Estúpida, muito, muito estúpida. Meus punhos enrolaram em torno da fronha enquanto eu segurava minha emoção, tentando ver o estoicismo que eu sempre tinha visto em seu rosto. "Por quê?" Eu perguntei, incapaz de pensar em qualquer outra pergunta. Havia uma pequena falha na minha voz no final da palavra, mas eu forcei meus olhos, agradecida que eu ainda não tinha derramado uma lágrima. Ele me ignorou por vários segundos, rapidamente abotoando a camisa, em seguida, puxando as calças sem olhar para mim. Finalmente, ele se virou para me encarar, seu rosto tão fechado e sem emoção, como eu já tinha visto. A mudança drástica de apenas um minuto atrás era como uma sentença de morte em meu coração. Ele deve ter visto a aflição em meu rosto, porque ele se sentou na cama ao meu lado. "Eu não acho que ... ", ele começou, depois parou um momento pensando. "Eu prefiro manter qualquer menção do amor fora de nossa relação para um futuro previsível. "
"Por quê?" Eu repeti, com mais força desta vez. Eu estava lentamente quebrando por dentro e, me manter calma estava cada vez mais difíci, mas eu precisava de uma resposta. Joe me estudou, um exame clínico que era desprovido de qualquer ternura que eu tinha experimentado em suas mãos desde nosso encontro. "Vamos pensar sobre isto logicamente," ele finalmente disse. "Você me conhece há cerca de duas semanas. É tempo suficiente para construir qualquer tipo de ligação emocional?" Ele estava sendo racional, expressando argumentos eu tinha usado quando a palavra amor surgiu na minha cabeça pela primeira vez, e parte de mim ainda concordava com ele. Mas cada palavra que ele pronunciou, fez as rachaduras do meu coração aumentarem, ampliando e multiplicando e indo fundo muito rápido. "Eu não estou pedindo para você dizer o mesmo:" Eu finalmente consegui dizer, mas as palavras rasgaram minha alma. "Talvez não", ele respondeu, "mas ..." Ele segurou meu rosto, e eu vacilei. "Por que estragar o que temos com sentimentos como este? " A dor floresceu, mas eu mantive meu rosto firme. Eu aprendi com o melhor, afinal de contas. Quando cheguei perto dele para tocá-lo ele se levantou, talvez um pouco rápido demais, e se afastou. Agarrando seu telefone, ele acrescentou: "Agora que você foi descartada nas investigações preliminares, você está livre para fazer qualquer coisa. Com a presença da polícia, eu acho que estamos a salvo de qualquer ataque por enquanto. Um dos guardas podem conduzir e acompanhá-la onde quiser, basta ficar em contato nos informando seu paradeiro ". Uma dor surda se espalhou pelo meu corpo enquanto ele atravessava o quarto em direção a porta. Lá, ele fez uma pausa, olhando para a maçaneta bronze da porta. Eu pensei por um momento que ele iria volta e conversar comigo de novo, talvez se explicar ainda mais, mas ele simplesmente virou a maçaneta e saiu. O trinco fechando em sinal do que estava terminando, a dormência tomando meu coração. Vagamente, sai da cama e fui me vestir com roupas ainda espalhadas pelo quarto sentindo todas aquelas emoções. Arrumar no banheiro era quase como uma reflexão tardia, uma manobra para postergar a minha saída para o mundo, mas quando eu finalmente sai do quarto para o resto da casa, só o silêncio me cumprimentou. Desde o dia que eu cheguei na mansão, a casa e propriedade sempre estiveram repletas de pessoas, geralmente guardas ou outros funcionários. Agora que o perigo tinha passado, eles foram movidos para suas funções regulares, a fome súbita de almas da casa ecoou no vazio doloroso dentro de mim. Eu caminhei descendo as escadas, desviando a cozinha completamente. Comida não era algo que eu queria no momento; na verdade muito pouco eu queria naquele momento, então eu fui até a porta e olhei para fora. O ar era frio, quase amargamente. O clima mais ameno que tivemos por um tempo tinha se transformado em inverno. Flocos de neve pontilhados no chão, mas eu não me importei que meu nariz começasse imediatamente a pinicar por conta do vento gelado. Uma limusine preta parou bem em frente às grandes portas, liberando uma nuvem de vapor no ar gelado. Eu não poderia imaginar que era para Joe. Com certeza, ele já teria partido, já tinham se passado vários minutos desde que ele saiu. Ele tinha sugerido antes que eu poderia deixar a propriedade. Ele chamou esta limusine era pra mim? Eu fiquei longe de locais públicos, permanecendo em casa sem nem deixar a propriedade, mesmo após a tentativa de sequestro. Estava consciente de que ainda havia alguém lá fora apontando para nós, que estava disposto a usar os outros para fazer seu trabalho sujo. Naquele momento, no entanto, olhando para a limusine, eu já não me importava - estar baleada no coração não poderia me machucar mais do que isso. Deixei a casa e entrei no carro, abrindo a porta e deslizando para dentro. O interior estava quente, uma diferença marcante do ar exterior, e na parte da frente do carro eu vi a cabeça escura do motorista. "Para onde, Srta. Lovato?", questionou. "Para longe daqui", eu murmurei distraidamente. Percebendo a distância que o som precisava atravessar, eu me preparei para repetir mais alto minha resposta, mas o carro arracou, em direção aos portoes. Eu não me incomodei de olhar pela janela, em vez disso eu só olhava para as minhas mãos, imersa em pensamentos. E se Joe estivesse certo? E se meus sentimentos fossem mesmo prematuros, se fosse muito cedo para serem considerados genuínos? Era razoável que Joe não quisesse sabotar um relacionamento agindo muito cedo, ainda existiam muitas variáveis desconhecidas na equação. Pelo menos, foi assim que o lado racional de meu cérebro viu esta situação, um homem como Joe deve ter problemas em acelerar as coisas. A limusine parou brevemente no portão, e os guardas rapidamente nos deixaram passar. Olhei para trás, observando os grandes portões de perto novamente, tentando ignorar o aperto em meu peito. E realmente, com apenas uma parte do nosso relacionamento ele teve problema. Uma palavra tão boba. Amor. Eu vi como ele olhava para mim, o jeito que ele me tocava e me segurava. Realmente, Demi, eu pensei, você realmente precisa de declarações de amor? "Amor" é apenas uma palavra. Certo? Um soluço brotou de dentro, surpreendendo-me com a profundidade repentina da emoção. Minha mão se apressou em cobrir minha boca, determinada em manter em meu interior a tristeza inexplicável, mas eu não podia parar as respirações trémulas ou as lágrimas que de repente apareceram e corriam pelo meu rosto. É apenas uma palavra, eu pensei de novo, mas a dor não parava. Eu sabia o que era o amor, eu tinha crescido em uma casa onde ele fluía livremente. Não deveria eu ter uma idéia melhor do que Joe de como era este sentimento? "Está tudo bem aí atrás, senhora?" "Está tudo meio nebuloso hoje", eu respondi, minha voz grave. Então, por um instante, tudo que eu estava sentindo era demais. "Tive meu coração partido hoje," eu admiti, “mas eu estou tentando superar isto. " "Ah", respondeu o motorista. "Bem, meu irmão sempre foi um idiota." Eu estava vasculhando minha bolsa procurando um lenço de papel quando o significado das palavras deste homem me atingiram. Levantei minha cabeça, a tristeza e o desgosto momentaneamente esquecidos, enquanto eu olhava para a parte de trás da cabeça do motorista através da pequena partição. Um chapéu cobria sua cabeça, e o espelho foi colocado de uma forma que tornava impossível ver seu rosto. "Wilmer?" "Em carne e osso." Ele tirou o chapéu, deixando a mostra seu cabelo escuro. Quando ele se virou para me olhar, eu vi que ele usava algum tipo de maquiagem, supostamente para passar pelos guardas. Sua pele estava clara, o nariz parecia maior do que eu lembrava, mas a cicatriz proeminente em sua bochecha revelou sua identidade mais do que qualquer outra coisa. Ele me olhou rapidamente. "Você está horrível." Suas palavras picaram o restante de meu orgulho feminino e eu endireitei-me, olhando para ele através das lágrimas. Concentrar-me no assunto em questão era muito mais fácil do que a montanha-russa emocional. "O que você está fazendo?" Eu perguntei, lutando por bravura. Wilmer encolheu um ombro. "Aparentemente, eu estou sequestrando você. Eu pensei que você de todas as pessoas reconheceria este fato. " Eu olhei para ele por um momento espantada, então gemi alto. Afundando no banco, eu inclinei minha cabeça para trás contra o couro, de repente muito cansada para lutar. Wilmer me observava pelo espelho retrovisor, mas eu não me importava, tudo que eu queria era não pensar, não lembrar da minha última conversa com Joe. "Deixe-me adivinhar: você disse ao meu irmão a temida palavra com A, não é?" Eu não me incomodei em responder à sua pergunta, em vez disto fitei o teto da limusine. Dois seqüestros em uma semana, sou uma garota muito popular. O pensamento não me deu muita diversão, no entanto. Eu só queria ficar sozinha para lamber minhas feridas em paz. Wilmer não pareceu nem um pouco intimidado por meu silêncio. "Meu irmão é um idiota", continuou ele. "A qualquer minuto ele vai perceber o que fez e ... " O pequeno telefone do painel tocou de repente, me assustando. Wilmer riu. "Provalmente é ele agora. " Olhei para o telefone, destruida. Pensando no rosto bonito e frio que eu tinha visto momentos atrás, fez o meu coração já partido sangrar ainda mais. Por quê? Eu queria gritar. Isso era mais do que um ego ferido. Sinceramente, precisava de uma resposta. Nenhum dos últimos vinte minutos fez qualquer sentido. Wilmer estendeu a mão e apertou um botão em seu painel. O toque parou no mesmo instante, e eu dei ao homem de cabelos escuros, um olhar assustado, mas dúbio. "Não se preocupe, ma chérie", ele me acalmou. "Agora meu irmão provavelmente descobriu o motorista drogado e está mobilizando as tropas, por assim dizer." Sem palavras, vi ele nos levar para outra área de estacionamento parando ao lado de uma limusine branca. Um motorista estava ao lado da porta da frente, um homem de aparência assustadora com grande óculos de sol e tatuagens em todos os nós dos dedos. Wilmer saiu do carro e caminhou até a porta de trás, abriu-a e colocando a cabeça dentro do carro me disse. "Você vem?" Minha boca trabalhou silenciosamente, ainda tentando entender o que estava acontecendo. "Por quê?" Eu perguntei por fim. Foi a mesma pergunta que eu tinha feito a Joe e ela segurava dentro de mim as mesmas dúvidas e ansiedades. "Talvez eu precise de sua ajuda com alguma coisa", o homem de cabelos escuros disse, "ou possivelmente é porque eu finalmente descobri a fraqueza de meu irmão". Então, seu olhar se suavizou enquanto eu me pressionei contra o banco. "Ou talvez eu queira ajudá-la. Eu sabia o que iria acontecer no momento em que coloquei os olhos em você". Simpatia fluiu de sua voz. "Meu irmão guarda tudo dentro de si, enquanto você usa o seu coração na manga para que o mundo possa ver. Joe rejeitou você quando você mencionou o amor. Levando em conta que é em nossa mãe e pai que ele provavelmente compara esta palavra, a sua resposta é tão surpreendente?" "Foi isto que aconteceu com Anya?" Eu perguntei, olhando em seus olhos. "Ele entregou ela a você da mesma maneira?" Wilmer empalideceu, a pergunta inesperada o abalando. "Não é bem assim", ele conseguiu dizer, lutando para se recompor novamente. "Eles nunca tiveram nada mais do que uma relação comercial, mas acho que Anya queria algo mais profundo. Ele fez minha sedução ser mais fácil ... mas o chega de meu passado. Diga-me: Você já disse não para meu irmão?" Eu corei, olhando para ele, mas a súbita verdade de suas palavras me atingiu como um caminhão. Wilmer deve ter visto a minha revelação, porque ele continuou, "Joe está acostumado a ter tudo do jeito que ele quer, e ele manipula os outros de qualquer maneira que puder para atingir seus próprios objetivos. Uma habilidade importante nos negócios, talvez não tão importante em um relacionamento, a emoção da caça é o que faz a aquisição final ser muito mais doce. Quão difícil foi para meu irmão caçar você? " Com suas palavras afundando em meu coração, Wilmer fez sinal ao redor do interior da nossa limusine. "Este carro está sendo rastreado. Se ficarmos aqui por muito mais tempo ele vai nos encontrar. Depois que ele estiver aqui, você vai ser dele novamente para fazer o que ele quer. Onde está o desafio nisso? " Engoli em seco, o coração ainda sangrando como uma dor fria impregnada em mim. Wilmer ofereceu-me sua mão. O olhar em seu rosto era travesso, mas eu vi piedade e um desejo familiar em seus olhos. "Vamos fazê-lo correr atrás de nós, não vamos?"
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