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A Secretaria - Capitulo 8



CAPÍTULO 8: ME CHAVECA


− Eu sou perfeitamente capaz de dirigir até em casa, então, por favor, pode devolver as minhas chaves?

Joe ignorou meus resmungos enquanto manobrava habilmente o Bentley, saindo de sua vaga. Então, eu repeti um pouco mais alto, dando um tom de irritação nas minhas palavras.

− Seis tentativas para conseguir achar as chaves dentro da bolsa. - ele apontou, razoavelmente, enquanto o carro saía do estacionamento e ganhava o transito na rua.

Mas, eu não estava me sentindo razoável. Eu estava assustada, uma hipócrita confusa, que tinha chorado feito uma menina na frente do homem que era sua paixão maluca, e agora sofria da indignidade de ser conduzida para casa – pelo mencionado homem tudo-de-gostoso – porque eu era assim delicada.
− E quanto a minha picape? Olha, só me entregue as minhas chaves e eu paro de te incomodar. Além do mais, é bem capaz mesmo que eu vou te falar onde moro. Até parece. – eu tinha mesmo acabado de falar "até parece" como uma guria de dez anos?
Joe virou-se para mim sorrindo constantemente, algo que eu havia sentido falta de ver nos últimos dias.

− Tudo bem, até parece que eu não sei seu endereço.

Agora, eu estava puta. Eu sabia que era resultado do medo, do choque, mas ainda assim, as próximas palavras saíram da minha boca no tom mais mordaz que me era possível, antes que pudesse impedi-las.

− Bem, se esta semana é qualquer indicação a se levar em conta, você obviamente não se importa se eu esmagar meu carro em torno de um poste de luz, o que significa que não deveria ser realmente um grande problema para você entregar as minhas chaves e me levar de volta para o meu carro, certo?
Eu levei uma mão até a boca segundos depois de terminar de falar, sem encarar Joe, e meus olhos focavam as mãos dele apertando o volante. Não importava os desejos que eu tivesse sobre este homem, ele ainda era Joe Jonas, meu chefe, e mesmo se ele estivesse me tratando como um nada, eu era uma idiota em responder daquele jeito.
Sem mencionar que ele havia acabado de passar quase uma hora me segurando e me confortando quando eu entrei em pânico, e não havia tantas pessoas assim que seriam tão pacientes e gentis. Abaixei as minhas mãos sobre o colo para tentar articular um pedido de desculpas.

− D-desculpa... eu não quis... – Joe abanou uma mão para mim, ignorando as minhas palavras.
− Não fique assim. Eu mereci isso, absolutamente.
− Não, Sr. Jonas, eu... – mas, eu não sabia o que dizer.
Ele realmente merecia ouvir aquilo, especialmente quando lembrei do seu olhar de desprezo me dispensando de sua sala antes de sairmos e o modo como me magoou. Felizmente, Joe me interrompeu antes que eu pudesse achar um meio de terminar o que comecei a dizer.
− Eu ia me desculpar antes. – ele engasgou um pouco forçado. – Mas, nós ficamos obviamente distraídos. Meu comportamento foi terrível durante esta semana, eu estava no meio de um... dilema moral, e temo que descontei minhas frustrações em você. – ele falou, claramente arrependido.
− Tudo bem, Sr. Jonas, eu compreendo. – embora, na verdade, eu não compreendesse.

Que dilema moral ele estava enfrentando? Eu teria perguntado, mas seu tom de remorso era incrivelmente perigoso para o meu equilíbrio e eu havia lhe garantido sua absolvição sem pestanejar um segundo. Eu pensei que a minha resposta iria aliviar a tensão nervosa que estava evidente nos ombros retesados de Joe, mas se provocou qualquer tipo de reação, pareceu deixá-lo ainda mais tenso, como se ele estivesse lutando contra si mesmo.
As próximas palavras que saíram da boca dele definitivamente não era o que eu esperava.
− Você acha que nós poderíamos talvez ser amigos depois disso? – os olhos de Joe permaneciam fixos na estrada, recusando-se a sair daquele ponto, enquanto eu me virava para encará-lo.

Eu percebi o duplo significado da pergunta dele. Joe estava perguntando se eu podia esquecer o comportamento dele destes últimos dias, mas parecia também estar reconhecendo que sempre nos mantínhamos numa segura distancia profissional antes disso.

− Você quer ser meu amigo? – eu perguntei ainda perplexa. Os ombros de Joe pareceram formar uma corcunda assim que abri minha boca para falar, e eu me perguntei se ele estava esperando alguma réplica.
− Sim, eu gostaria de ser. – ele pausou, olhando de soslaio para mim rapidamente. – Muito.
Um formigamento agradável correu pelo meu corpo, da sola do pé aos fios de cabelo, e eu tive que guardar dentro de mim o sorriso mais abobalhado da história.
− Você acabou de me salvar de um ataque cardíaco naquele elevador, Sr. Jonas, claro que podemos ser amigos. – eu respondi com honestidade.

O que não acrescentei em voz alta é que eu estava basicamente apaixonada por ele e doida para que ele levasse embora qualquer traço de pureza em mim. Seu corpo tenso pareceu relaxar no assento e o aperto mortífero de suas mãos ao redor do volante também abrandou.

− Bom. Ótimo. Fantástico. – ele suspirou.
− É, tudo isso. – eu não pude evitar uma pequena gargalhada, como uma menininha, e ouvi ele responder com uma breve risada.
− E, Demi, eu tive você entre as minhas pernas durante toda a noite. Acho que você pode se sentir livre para ir em frente e me chamar de Joe a essa altura.
As palavras dele combinadas com um sorriso presunçoso direcionado para mim, me deu vontade de colocar a cabeça para fora da janela igual a um cachorro e gritar de alegria. Mas, ele havia me oferecido uma oportunidade boa demais para que eu deixasse passar, e como o Plano-Seduzir-O-Chefe-Cego estava agora de volta à ação, decidi tirar vantagem do momento.
− Hmm. – tocando meu queixo com a ponta dos dedos, como se estivesse ponderando as palavras dele. – Bem, Joe, é adequado afirmar que você não me teve entre as suas pernas pela noite inteira.
− Oh, e por que você diz isso? – Joe perguntou claramente confuso, provavelmente pensando que eu iria argumentar sobre a quantidade de horas e minutos que ficamos no elevador.
− Porque você não estaria me chamando de “anjo” se esse fosse o caso.
Eu vi suas mãos esmagarem o volante ao ser pego de surpresa pela minha resposta, e juro por Deus, o homem quase virou o carro, repentinamente saindo da pista. Putaqueopariu.
Mas, eu havia comemorado meu flerte-com-Joe-quase-causando-acidente-de-transito-de-susto cedo demais. Eu deveria saber que jamais conseguiria vence-lo. Quando paramos num semáforo fechado, Joe virou-se para mim, inclinando-se sobre a marcha do carro, trazendo aquele devastador e lindo sorriso para a nossa disputa verbal.

− Hmm. – ele tocou o próprio queixo, imitando os meus movimentos de antes. Só que agora seu rosto estava a milímetros do meu quando ele falou. – Bem, Demi, é apropriado afirmar que você não teve o prazer de me ter entre as suas pernas por uma noite toda, também. Eu te garanto que estaria me chamando pelo primeiro nome depois de uma noite assim.
Eu nunca tinha visto Joe flertar antes, e mesmo agindo como um babaca frio e distante, o homem era perfeito. Uma vez que ele deixou aflorar seu charme e persuasão sexual, eu estava praticamente erguendo minhas calcinhas para usá-las como uma bandeira branca, indicando minha rendição. E ele nem tinha terminado de falar. O rosto de Joe moveu-se para o lado, e eu senti seu hálito quente debaixo do meu ouvido enquanto ele murmurou:

− Por outro lado, talvez eu acabaria fazendo você me chamar, sim, de Senhor Jonas.

Santo homem de aço, Batman, acho que molhei minha calcinha. Eu posso ter deixado escapar um gemido ou algo igualmente ridículo, porque a risada dele, mais alta do que eu jamais tinha escutado, ecoou pelo carro.

− Quer saber, Demi? Eu acho que isso é o começo de uma linda amizade.
Eu não fui capaz de abrir a boca para falar pelo resto do trajeto, mas podia ver pelo canto do olho o sorriso de satisfação espalhado no rosto de Joe, brincando naqueles lábios totalmente atacáveis. Quando chegamos ao meu prédio, Joe entrou na garagem subterrânea e manobrou até parar na vaga dos visitantes, disponível por até quinze minutos – como dizia a placa do estacionamento. Isso me fez sentir ligeiramente desapontada, já que tudo o que queria era que ele subisse e me fizesse cantar o refrão de "Aleluia".
Assim que Joe saiu do carro e abriu a porta para mim, eu esperava que ele se despedisse num boa noite qualquer, mas ele simplesmente ergueu suas sobrancelhas de forma expectante, indicando que ele iria me acompanhar até a porta. Eu revirei meus olhos e mostrei o caminho, certificando-me de balançar bem os quadris enquanto andava.
− Eu sou perfeitamente capaz de cuidar de mim mesma. – falei por cima do ombro, embora fosse uma afirmação estupidamente falsa, considerando o modo como precisei dele para me segurar hoje mais cedo.
− Faz-me rir. – ele retrucou numa voz grave, e eu fiquei arrepiada quando vi seus olhos entreabertos subirem dos meus quadris para o meu rosto quando percebeu que eu estava virada para ele.

Joe não me questionou quando tomei as escadas ao invés do elevador, e me certifiquei de estar sempre à frente dele enquanto rebolava degrau por degrau acima. Ele se apressou para estar ao meu lado quando peguei o corredor do meu andar, e percebi que Joe me encarava em desaprovação.

− Não tem nenhum segurança nesse prédio? Qualquer pessoa pode vir da rua e entrar. – eu revirei tanto meus olhos nos últimos minutos, que temi ficar com as duas bolas castanhas congeladas apontando para o nariz.
− Obrigada, papai, mas não tem problema.
Então, estávamos na frente da minha porta, a menos de um pé de distancia um do outro. Eu já ia me ocupando em procurar as minhas chaves, até que Joe me lembrou que elas estavam com ele, sacudindo o molho na frente do meu rosto. Eu tentei pega-las da mão dele, mas Joe rapidamente ergueu o braço, com um sorriso angelical no rosto.
− Você não falou por favor. – ele apontou num tom doce.

Bem, se Joe resolveu ser brincalhão, então eu ia entrar naquele teatro. E, depois, gritar histericamente a plenos pulmões quando tivesse um minuto para mim, sozinha.
Eu me inclinei para cima dele, erguendo o queixo para encará-lo.

− Então você quer que eu implore, Joe, é isso?

Os olhos dele se estreitaram, o sorriso sumiu, e foi nesse exato segundo que percebi que eu podia estar chutando uma bola muito fora. Porque mesmo com todo esse meu papo, eu ainda estava na segunda divisão tentando chegar à elite. Joe já tinha anos-luz de experiência à minha frente, havia feito coisas que me fizeram corar feito um tomate na frente dos irmãos dele quando me contaram sobre suas aventuras, e aqui estava eu, tentando vencer o cara numa batalha de flertes.
− Que proposta interessante, anjo. – o apelido carinhoso estava lá apenas para me dizer sutilmente que ele não acreditava que eu iria em frente com isso. Ele se abaixou, soprando seu hálito sobre o meu rosto quando sussurrou. – Acho que isso é exatamente o que eu quero. Implore. Implore para mim.
Vaisefuder.
Hora boa para a Demi aventureira fazer uma aparição antes-tarde-do-que-nunca. Eu deslizei uma mão pelo peito de Joe, enrolando os dedos em seu cabelo na base da nuca e fitei intensamente aqueles profundos olhos verdes.

− Por favor, Joe... – eu choraminguei, não esquecendo de deixar escapar um gemido meio sem fôlego. – por favor, pode me entregar as chaves? Por favor? Joe, eu faço o que você quiser, por favor?

Eu estava tão excitada nessa altura do campeonato que definitivamente não era pelas minhas chaves que eu estava implorando. Fiquei em êxtase quando ouvi Joe murmurar um “caralho” sob o respiração entrecortada, mas minha êxtase sumiu quando ouvi uma porta se abrir no final do corredor, arruinando o momento que possivelmente estávamos começando a ter.
Os dedos de Joe subiram pelo meu braço e ele gentilmente e – pelo modo como seus olhos ardiam numa queimação – relutantemente removeu minha mão do seu pescoço. Ele manteve minhas mãos nas suas, apoiando-as com uma palma aberta embaixo.
− Demi, você mereceu suas chaves, sem um pingo de dúvida. – ele curvou meus dedos ao redor das chaves. Eu ri, tentando relaxar de toda aquela tensão antes que acabasse puxando esse homem para dentro do apartamento pela fivela do cinto.
− De grande ajuda elas vão ser, com a minha picape lá na empresa. Ainda bem que a minha amiga também tem carro. – Joe riu, caminhando para trás com esforço, seu olhar ainda preso no meu. Ele já estava no primeiro degrau da escada quando falou.
− Amiga boba, essa. Você não vai precisar da sua picape. Eu venho te buscar para o trabalho segunda de manhã.

Então, ele desapareceu pela porta como se fosse um acordo fechado. Que merda. A semana de trabalho estava começando a ser promissora. Além do mais, eu jurei que até segunda-feira, teria mais algumas torturas novas e deliciosas planejadas para Joe Jonas.

2 comentários:

  1. Aaaaah voce postoo *-*
    ta cada vez melhor isso..
    oq foi a demi implorando pra ele o.O
    mais mais mais

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  2. Aah ja estou ansiosa por mais *-*

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