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A Secretaria - Capitulo 6



CAPÍTULO 6: DERROTA?


Eu fiquei grata por nem Mi nem Dani estarem em casa quando cheguei do trabalho. Meu incidente durante o horário do almoço com Joe havia me deixando, desculpem o clichê, acesa e dispersa. Este era um daqueles momentos em que eu me arrependia por ser virgem ainda. Porque eu não podia simplesmente aceitar a oferta de Dani de comprar um vibrador pra mim? Mesmo sexualmente frustrada, eu não estava disposta a perder minha virgindade para um pedaço de plástico. Apesar disso, caminhei rapidamente pelo nosso amplo apartamento, e ao chegar no meu quarto, bati a porta atrás de mim, resignada a um momento de auto manutenção para liberar a tensão que eu sentia.
Rebolei para sair da minha saia tão rápido quanto era possível e abri a frente da blusa antes de me jogar na cama. Depois de eu ter deixado o almoço com os irmãos Jonas, Joe demorou outra meia-hora para retornar ao escritório. Quando voltou, ele estava perfeitamente recomposto, parecia até um tanto relaxado. Ele não mencionou nada do que havia acontecido e nem eu. Mas, fiquei excitada pelo resto do dia, relembrando a intensidade com que ele havia me encarado.
Agora, deitada na cama, eu ainda podia sentir seus olhos fixos nos meus lábios, ainda sentia a mão dele no meu pulso, tão forte que parecia que Joe não queria me soltar nunca mais.
Eu rapidamente trouxe uma mão para cima, acariciando um mamilo entre os meus dedos, enquanto a outra mão corria para baixo, entrando pela calcinha e sentindo minha própria intimidade. Eu já estava tão inchada e úmida que meus quadris movimentaram-se automaticamente em resposta a pequena pressão que apliquei na região. Eu usei aquele líquido da minha abertura para umedecer o centro nervoso da minha carne, e quando pressionei o clitóris no mesmo ritmo em que tocava meu seio, soltei um suspiro de alívio, que saiu através do nome dele. Joe.
Porque, por mais que eu pudesse tentar negar, eu não encontraria nada além de frustração, a não ser que estivesse imaginando ele me tocando, ele me possuindo. Eu removi a mão que estava no seio, ofegando enquanto a sentia descendo, e me invadindo com um dedo. E deixei minha mente vagar por onde ela precisava ir.
− Você não deveria ter me provocado tanto no almoço daquele jeito, minha Demi. Você entende isso? – Joe falou de onde estava, nu, ao pé da cama.

A ereção dele estava estendida arrogantemente, em total alerta, enquanto eu permanecia deitada para ele, circulando meu clitóris com o dedo.

Os olhos dele permaneciam grudados, imperturbáveis, entre as minhas pernas. Como eu não falei nada, ele caminhou ao redor da cama, parando na lateral, deixando seu membro ereto pairando sobre o meu corpo.

− Você. Vai. Me. Responder.
− Eu entendi, eu sinto muito, eu nunca mais falo do livro novamente, por favor, apenas me toque. – eu me apressei em responder, sentindo minha respiração forte e trabalhosa, tal qual a dele.
Joe olhava para mim, contemplando minha resposta. Em seguida, certificando-se que eu estava prestando total atenção, ele levou a palma de sua mão aos meus seios, já suados, apalpando-os. Ele esfregou a palma da mão contra meu mamilo intumescido e eu arqueei as costas na direção dele. Então, lentamente torturante, sua mão desceu pelo meu abdômen, até chegar no meu quadril. Eu não podia acreditar na sorte que estava tendo de sentir sua mão, finalmente, na minha pele, e deixei escapar:

− Obrigada, obrigada, por favor, não pare.

Eu olhei para o rosto dele e percebi que minha sorte jamais havia existido. Sua expressão era gélida mesmo enquanto sua mão descia sobre a minha, afastando os meus dedos do meu clitóris. Ele me guiou mais para baixo e movimentou minha mão, permitindo que um dos dedos atravessasse pela minha entrada.
− Coloque outro dedo. – o comando era severo e furioso, e eu obedeci sem piscar os olhos. Ele abaixou o corpo sobre o meu, agora, segurando cada lado do meu rosto entre suas mãos espalmadas. – Você não vai gozar até que eu te diga que pode. Sabe por quê?

Eu sabia o motivo, já havia lhe dado essa resposta centenas de vezes antes. Desta vez, era obviamente uma pergunta retórica, porque ele se aproximou, até que estava falando colado no meu rosto, sua boca se movendo contra os meus lábios.

− Porque todo esse liquido escorrendo entre as suas pernas é meu. Seus orgasmos, meus. Ela, toda minha.

Eu gemi ao ouvi-lo falando assim, mas o som foi abafado pela língua de Joe invadindo meus lábios, me controlando com seu beijo, movimentando-se conforme sua vontade. Joe se afastou quando eu já estava tonta por um gole de ar e retornou à sua posição inicial no pé da cama.
− Abra mais as suas pernas. – eu fiz o que ele mandou no mesmo minuto, incapaz de questionar qualquer coisa que sua voz aveludada me ditava.

Joe agarrou sua ereção violentamente enquanto me observava, esfregando-se desde a base, circulando com o dedão na cabeça e retornando para baixo, repetindo o movimento diversas vezes.

− Mova esses dedos mais rápido, Srta. Lovato. – eu acelerei as entradas dos meus dedos, curvando-os quando lá dentro, desesperada por qualquer tipo de alívio. – Você está molhada para mim, Srta.Lovato?

Eu só consegui assentir para responder, assistindo com olhos semicerrados enquanto Joe se ajoelhava na cama, ainda massageando seu membro.

− Muito bom. – em seguida, ele usou os joelhos para afastar ainda mais as minhas pernas uma da outra, e moldou seu corpo sobre o meu, sustentando seu peso nos antebraços.
Ele serpenteou sua mão pelo meu corpo, descendo até bruscamente tirar meus dedos da minha entrada. Joe certificou-se que eu encarava seus olhos enquanto chupava os meus dois dedos usando toda a boca, limpando-os completamente de qualquer fluido do meu corpo. Depois de alguns minutos, ele liberou minha mão e se abaixou ao ponto em que eu podia sentir sua respiração entre o pescoço e o ouvido.

− Enrole essas pernas gostosas em volta de mim, e enlace os tornozelos.

Eu fiz o que ele disse, ofegando de ansiedade ao sentir a ponta de seu membro arrastando-se na minha entrada. Joe esfregou-se contra o meu corpo, lambuzando sua ereção com meu liquido, antes de apressadamente fechar o punho em volta de si, e com a outra mão segurar meu quadril.
Ele prendeu aqueles olhos em chamas nos meus e avisou:

− Eu vou te fazer entender agora. Vou possuir seu corpo, suas reações. Não gostei nem um pouco de te ver nos braços do meu irmão hoje, e não quero ver nunca mais nenhum outro homem te tocando.

A mão no meu quadril me apertou, quase provocando dor, e eu percebi que era o ponto exato onde a mão de Nick havia repousado quando entramos no escritório de Joe.
Enquanto me distraí com essa descoberta, Joe subitamente empurrou seus quadris para frente, rompendo minha barreira para envolver seu membro com meus músculos internos. Eu estremeci com a dor pungente, e ele deixou beijos molhados, com a boca totalmente aberta, no meu rosto para me confortar.
Ele estava esperando que eu me ajustasse, mas eu podia ver a força que ficar parado lhe custava pela maneira que seu maxilar estava travado, os músculos do rosto totalmente contraídos.

− Você é apertada pra caralho. É uma sensação incrível.
Sua confissão meio áspera me deixou ainda mais sedenta por ele, e meus quadris responderam involuntariamente, subindo na busca de um encaixe, encontrando-o no som  de pele contra pele. Joe murmurou um "porra" antes de sair lentamente de mim, retirando-se por completo, e retornou com dificuldade, fazendo seu caminho de volta para dentro.
Eu estava tão apertada que ele teve que fazer um ziguezague com seu quadril, como se estivesse me amolando, antes de entrar completamente. Ele repetiu o movimento mais uma vez, olhos fechados naquele rosto franzido, quase uma expressão de dor, até que eu deixei escapar um gemido meio alto em sua segunda investida em mim. Àquele som, qualquer controle que Joe parecia ter, desapareceu.
Seus quadris aceleraram e uma de suas mãos subiu para a cabeceira da cama, segurando como apoio. Com cada entrada ele empurrava com mais vigor, mais para baixo, forçando-me contra o colchão, e me fazendo resfolegar seu nome. Os olhos de Joe abriram-se num estalo, prendendo meu olhar naquele horizonte verde escuro, encarando-me tão possessivamente que quando eu vi sua boca abrir para falar, eu simplesmente sabia quais eram as palavras que sairiam dela: "Você é minha".
Mas, não foi isso que ele disse.
− Eu sou seu. – Joe prometeu para mim, ofegando contra o meu rosto, e enterrando sua cabeça na curva do meu pescoço.

Ouvi-lo dizer aquilo fez minha barriga se contorcer, e eu podia sentir mais uma vez os movimentos dos meus músculos internos fechando-se ao redor do membro de Joe, como se fossem mordidas, até que eu finalmente vi estrelas. Um segundo depois e Joe ficou rígido sobre mim, contraindo-se lá dentro enquanto despejava seu liquido quente.
Eu havia mordido meus próprios dedos, arfando por oxigênio enquanto cavalgava longe pelo mundo das minhas fantasias. Mas, eu sabia que tinha um problema. Eu não apenas desejava Joe.
Eu estava apaixonada por ele.
Eu não queria estar apaixonada por Joe Jonas. Quero dizer, só porque o via todos os dias, no trabalho, não significava que eu sabia tudo sobre ele. Eu não conseguia me recordar de uma coisa pessoal sequer que ele tivesse me contado. Tudo o que eu sabia sobre Joe, como seus gostos para filmes adultos e uma lista detalhada de cada mulher que ele já tinha transado – e era uma lista longa -, eu havia aprendido tudo com seus irmãos.
Entretanto, isso também não era um amor empedernido, como uma menina apaixonada por uma estrela de cinema. Esse sentimento realmente era a seriedade de uma mulher adulta perdendo seu coração para um homem que ela mal conhecia.
Dani estava trabalhando até tarde por causa de um prazo final que ela não podia deixar passar, então quando Mi chegou em casa, eu contei todo meu dia para ela, falando da minha pequena encanação em estar apaixonada por Joe. Menos a parte da masturbação épica e fantasiada, claro.

− Então, e daí que você está apaixonada? – foi a brilhante resposta de Mi, enquanto mexia no meu guarda-roupa, abrindo e fechando portas, tentando escolher minha roupa para amanhã.

Ela me fez ficar sentadinha na cama, no meio de almofadas, enquanto meus pés e mãos secavam as unhas recém-pintadas de vermelho escarlate, sem contar o cabelo preso por inúmeras presilhas e bobs, para deixá-lo enrolado. Eu me senti vivendo nos anos 50, quando uma mulher tinha que preparar seu rosto, cabelo e sutiã na noite anterior. Ser gostosa era cansativo pra caralho.

− E daí? Hm, que tal a questão de que ele mal registra o fato que eu sou um ser sensível e que possui uma vagina? E o fato de que eu mal o conheço? Nós nem nos chamamos pelo primeiro nome! Essa coisa toda de sedução nunca vai dar certo.
Mi surgiu de dentro do closet, com um par de Mary Janes na mão. Ela podia ver o meu pânico, então sentou na cama ao meu lado e me encarou bastante séria.

− Ok, então, hm, você viu como na sexta-feira eu fiquei dançando com o Nick a noite toda? – eu assenti, porque realmente os vi bem juntos na pista de dança. – Bem, pensei em como foi estranho ele ter perguntado se você não considerava simplesmente dar o primeiro passo com Joe. Então, eu questionei o que ele quis dizer com aquilo. Nick basicamente me contou que ele e Kevin estavam conversando com Joe a respeito de alguma coisa e seu nome apareceu no papo. E quando eles perguntaram, Joe confirmou que sente atração por você, mas também disse que não queria abusar de sua posição de poder sobre você ao tomar algum tipo de iniciativa.

Enquanto por um lado, essas informações eram grandes noticias, e me fizeram sentir feliz e tilintando, por outro, eu não podia evitar uma sensação de que isso não era grandes coisas. Era mais uma coisa do tipo “Claro, a Srta. Lovato é meio atraente, mas eu prefiro ela atendendo meu telefone do que na minha cama.”
De qualquer forma, era melhor do que esperava, então agradeci Mi e prometi continuar com o plano. Embora, agora, não fosse mais somente meu corpo que ansiava, era meu coração também. Quando chegou a sexta-feira, eu estava completamente desiludida. A pequena bolha de otimismo que eu tinha criado após a conversa com Mi havia evaporado.
Embora eu ainda estivesse sendo vestida por Mi, hoje num vestido vermelho de corte um tanto conservador, mas que marcava minhas curvas, eu havia abandonado qualquer plano de antes. Os planos obviamente não estavam funcionando. Para que eles dessem certo, Joe precisava ficar na mesma sala que eu por mais de dois segundos sem que eu quisesse lhe dar um soco na cara.
Na terça-feira, ele apareceu no trabalho às sete e meia, particularmente tarde para Joe, me dando um pequeno aceno para reconhecer minha existência, e imediatamente trancando-se dentro do escritório. Na sala dele havia uma área privada com banheiro e armário, então não devia me preocupar o fato dele só sair de lá às três da tarde, para uma reunião de pessoal.
Mas, me incomodou, sim. Eu não tive como impedir a sensação de que ele havia feito aquilo deliberadamente, para evitar me ver. Suas sucintas ligações através do ramal apenas alimentavam esse sentimento de paranóia, mas quando eu questionei Kevin e Nick, os dois fielmente prometeram que não haviam contado nada a Joe sobre nossos esquemas, e que eles estavam tão por fora sobre o comportamento do irmão quanto eu. Eles sugeriram que eu tentasse novamente no dia seguinte.
No final da terça-feira, os pedidos de Joe começaram a soar como ordens expedidas por um sargento instrutor, e uma pequena sensação de arrependimento começou a se formar no meu estomago. Não apenas isso, mas ele me fez reorganizar completamente todo o cronograma da semana, uma tarefa que me mantive no escritório até depois das oito da noite. Não escapou de minha atenção que o novo cronograma – feito conforme as solicitações de Joe – o manteria fora do prédio pelo máximo tempo possível, ou teria as pessoas vindo até sua sala para que ele não tivesse que sair.
Eu tentei não pensar demais nisso até que ele chegou tarde novamente na quarta de manhã, ignorando por completo minha sDemação quando entrou no escritório. A única admissão que tive demonstrando que ele sabia que eu estava lá foi uma carranca marcada em seu rosto, me arrepiando da cabeça aos pés, fazendo-me sentir completamente nua dentro de um justo vestido xadrez. A confirmação de todas as minhas suspeitas veio quando ele me passou algumas tarefas idiotas e sem sentido – enquanto a empresa passava por um freio econômico – exatamente no mesmo momento em que ele estava no prédio.
Joe estava efetivamente tentando me evitar.
A dor da rejeição tomou conta de mim, embora eu soubesse o quanto isso era ridículo. Eu não tinha tomado nenhuma iniciativa direta com ele, justamente por esse motivo. Se Joe me evitando quando eu não havia lhe contado sobre os meus sentimentos me fazia sentir uma morta-viva, então eu nem poderia imaginar como seria se eu tivesse.
Na quinta-feira, Joe havia ficado inteiramente hostil em relação a mim, e sempre que eu o olhava de relance, ele parecia pronto para explodir. Seu maxilar estava tenso, a boca marcada numa linha reta e fina, com os cabelos quase em pé de tanto ele ficar passando as mãos nele, seu olhar era duro e intenso.
Eu já tinha engolido o suficiente naquele ponto e quando ele me mandou completar uma tarefa do outro lado da cidade, eu surtei.

− Ok, senhor Jonas. – despejei através do ramal, enfatizando a palavra senhor, como se eu duvidasse que ele fosse um – Se você acha que a Srta. Bynes é qualificada o bastante para operar os sistemas necessários para a reunião das 12 horas com os Davinson, então de todos os modos possíveis, eu irei. Afinal de contas, não é a minha companhia de um bilhão de dólares na linha de fogo.
Eu não ouvi nada exceto sua respiração pesada do outro lado da linha, e instintivamente sabia que ele estava procurando se controlar. Embora eu não tivesse idéia do porque ele abruptamente sentia a necessidade de se controlar perto de mim.
Quando Joe falou em seguida, numa voz tão calma – temerosamente calma – eu ainda me sentia caindo direto num buraco.

− Tudo bem, Srta. Lovato. Você faz os arranjos para a reunião dos Davinson e mande Sarah para a rua.

Então, agora, na sexta-feira, era com nada além de uma confusa frustração que eu encarava o elevador. Joe saiu tempestuoso dele antes mesmo que as portas estivessem meio-caminho abertas, e desta vez eu já estava acostumada com sua ausência de cumprimentos pela manhã e seus olhos me varrendo de cima a baixo.
Era o primeiro dia em que eu não havia dito nada também, sendo que, ao invés, fiquei apenas digitando algo no computador, esperando que ele entrasse em seu escritório para que eu pudesse lhe passar pelo ramal a relação de ligações perdidas. Mas quando Joe passou pela minha mesa, ele deu um passo em falso, abruptamente parando suas pernas e virando-se para olhar diretamente o buquê de frésias sobre a mesa.
Nick e Kevin haviam me mandado flores como agradecimento pelos números de telefone de Mi e Dani, e por sugerir onde levá-las em seus primeiros encontros hoje à noite. Joe me olhava com desprezo nos olhos, como se eu tivesse vendido meu corpo para quem deu o lance mais alto.

− Para referências futuras, Srta. Lovato, você pode flertar quando não estiver no horário de trabalho. – ele me falou causticamente.
Eu teria entrado em pânico se ele soubesse das minhas tentativas de arrancar aquelas calças Armani dele, mas Joe me olhava de uma maneira que sugeria que eu era uma vagabunda, não que eu estivesse especificamente flertando com ele. A afronta me fez sorrir da forma mais doce, exageradamente sutil e carinhosa que eu podia suportar. Sem levantar os olhos da minha digitação, respondi numa voz melada:

− Claro, Sr. Jonas. Vamos apenas esperar que seu irmão se lembre disso também.

Eu o ouvi resmungar gravemente com o fundo da garganta, e quando Joe bateu a porta de sua sala, sacudiu com tanta força que me surpreendi da vidraça nela não ter se partido.
Joe passou outro dia ativamente tentando me evitar, e para ser honesta, eu fiz o mesmo. Minha epifania no início da semana, de que eu o amava, estava me confundindo absurdos cada vez que eu me deparava com esse novo e mal-humorado Joe. Estava claro que eu sabia menos que nada sobre ele, porque eu não tinha explicação alguma para seu comportamento atual, exceto talvez a idéia de que ele tivesse acordado na terça de manhã e aleatoriamente decidido me tratar feito merda durante o resto da semana.
No final do dia, eu bati hesitante na porta dele, com o notebook na mão, pronta para organizar o cronograma da próxima semana como sempre fazíamos. Eu estava um tanto ansiosa por esse momento, esse retorno à normalidade, nós dois sentados no sofá da sala dele e trabalhando em perfeita sintonia. Quando minha batida não obtMi resposta, eu tentei novamente, menos hesitante que antes.

− O quê? – foi a resposta abafada e brava de Joe.
Tomando esse como o menos educado convite para entrar que ele jamais havia me dado, ajeitei meu vestido no corpo e abri a porta. Joe já havia tirado sua gravata e estava colocando papéis em sua pasta, sem se incomodar em olhar para cima quando entrei.

− Você gostaria de começar a agenda da próxima semana? – eu lhe perguntei, incapaz de impedir que minha irritabilidade transparecesse na voz.

Ele finalmente olhou para mim, e eu vi aqueles olhos verdes escurecerem quando ele notou a pequena frésia que eu havia colocado no canto do cabelo. Joe olhou para baixo novamente, fechando as travas da sua pasta, e suas próximas palavras foram frias e cruéis.

− Faça você mesma.

Essa havia sido a pior rejeição de Joe em toda a semana. Eu não sei por que – ele nunca havia sido mais pessoal comigo no nosso ritual de sexta-feira do que ele normalmente agia durante os outros dias.
Talvez fosse porque quando sentávamos no mesmo sofá, resolvendo os problemas como um time, às vezes me fazia sentir como um casal de verdade, marido e esposa; tentando decidir quem iria levar as crianças ao jogo de futebol e quem levaria o carro para o conserto.
Talvez fosse esse meu amor recém-descoberto por ele, ou o fato de eu ter admitido meus sentimentos em voz alta, para os irmãos dele e para as minhas amigas, que eu o queria. E eles haviam me dado esperança que um dia tudo poderia mudar e acontecer. Talvez a expectativa fosse a raiz de todas as desilusões.
O que quer que fosse, seu comando insensível me fez ficar imóvel no mesmo ponto, e eu devo ter ficado parada lá por mais tempo do que pensei, porque ele falou impacientemente:

− Eu não fui claro o suficiente, Srta...

Joe parou sua fala quando olhou para mim, e o que parecia ser remorso e derrota tomou conta de sua expressão facial, em resposta ao que meu rosto congelado dizia.

− Srta. Lovato... – ele começou novamente, e dessa vez sua voz parecia ligeiramente suplicante. Mas, eu subitamente saí daquele transe, e caminhei rápido até a porta ainda aberta.
− Você foi perfeitamente claro, Sr. Jonas. Tenha um ótimo final de semana.
Orgulho me fez girar sobre os calcanhares e fechar a porta atrás de mim, embora eu pudesse jurar ter ouvido Joe falar meu nome, meu primeiro nome, suavemente.
Mas, isso já era loucura – nestes quatro meses trabalhando juntos, ele nunca havia se referido a mim por outra coisa a não ser Srta. Lovato. Eu duvido que ele começasse a mudar isso, agora, que aparentemente só a minha existência o perturbava.
Apressei-me até a mesa e apanhei minha bolsa de mão, guardando o notebook lá dentro. Se Joe queria que eu fizesse hora-extra, então iria fazer isso no conforto da minha própria casa. Preferivelmente, com uma cerveja e sorvete de morango.
Esperei pela chegada do elevador privativo de Joe como um zumbi, sentindo-me indisposta para examinar as emoções correndo em mim nesse momento. Para meu horror, assim que as portas do elevador estavam fechando, a pasta de Joe surgiu entre elas, e ele entrou no elevador assim que elas se abriram novamente.
O cafajeste safado havia claramente cronometrado sua chegada para que eu não tivesse tempo de arranjar uma desculpa e escapar de entrar no elevador com ele, então eu não o vi aparecer até que eu já estava dentro daquela cabine metálica.
Fiquei encarando as portas, esperando conseguir sobreviver os próximos quarenta e cinco segundos, quando ele se virou de lado para ficar de frente para mim.
Eu me recusava a olhar para Joe, embora pudesse sentir seus olhos fixos no meu rosto.

− Demi. Dem, por favor, olhe para mim. Por favor.


Mas, antes que eu pudesse fazer algo além de engasgar por ele dizer meu nome, as luzes do elevador subitamente piscaram e se apagaram. A iluminação de emergência surgiu um minuto mais tarde, deixando nossos arredores numa tonalidade de azul lúgubre.

− O quê... – eu comecei, mas antes de terminar a frase, o elevador deu uma guinada, parando completamente, me fazendo voar em cima de Joe.

3 comentários:

  1. Vc quer me matar? Como vc para agora? Posta pelo menos mais 1 hj por favoooorrrrr..... surtando aqui kkkkkkkkkk

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  2. Aaaaaaaaah posta ����������������������������

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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