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A Secretaria - Capitulo 3



CAPÍTULO 3: VITORIOSA NA VICTORY


        A casa noturna Victory era exatamente o que se podia esperar do Upper East Side de Nova York. Era pós-moderna, escura, taciturna e fumegante, e tudo o que tínhamos visto dela até agora era o banheiro feminino.
        Miley e Dani estavam mais do que felizes por entrarem num dos clubs mais exclusivos de NY, cortesia de dois dos mais cobiçados solteiros do pedaço, e tínhamos concordado em encontrar os rapazes na mesa exclusiva deles na área VIP.
        Ou, ao menos, teríamos feito isso, se não fosse pelo fato de que eu havia arrastado as duas comigo para o banheiro assim que atravessamos a porta.
− Eu achei que tinha um filhinho de papai, metido a bilionário, louco para arrancar minhas calcinhas, Demi! – Dani falou irritada, encarando meu reflexo no espelho.

Nós três estávamos alinhadas na frente daqueles espelhos ostentosos, e pela forma como Mi coordenou nossos vestidos, cabelo e maquiagem, era um mistério para eu saber como eles pudessem precisar de algum retoque a mais.

− Por Deus, Dani. – eu exclamei, momentaneamente desviada do meu foco original – Dê uma chance antes de chutar o traseiro dele com suas botas marxistas, ok? Ele é um dos caras mais fofos que eu conheço.

Ela deu uma bufada nada educada para alguém vestindo cor de rosa.

− É, até parece, como se ele não achasse que eu vou ficar lambendo o chão que ele pisa por causa da carteira dele. Demi, só porque você não acredita, não quer dizer que não seja verdade. Dinheiro comanda a vida dessa gente.
Mi bufou do meu outro lado, e mostrou a língua para Danielle. Dani estava estudando as conseqüências prejudiciais de viver numa sociedade consumista capitalista no Oeste dos EUA, enquanto trabalhava meio-período num jornal impresso de esquerda. Mi estava estudando para se tornar estilista de moda enquanto se dividia com um emprego de “compradora particular para Chanel”. Não é preciso dizer que eu normalmente me sentia a própria Suíça entre as duas.

− De qualquer forma, – eu falei alto, antes que Mi perdesse a língua de tão esticada – eu vim aqui para podermos dar um abraço grupal, dar uma força uma para a outra.

Agora as duas me olhavam através do espelho, ansiosas. Eu raramente pedia por um momento assim, simplesmente porque minha vida amorosa era lamentavelmente vazia. Exceto quando eu caio no sono e imagino meu chefe entrando em mim como um animal na cama dele... foco, Demetria!
− Vocês lembram que eu talvez tenha mencionado uma vez ou duas meu interesse incrivelmente pequeno, minúsculo, quase insignificante e praticamente platônico no Sr. Jonas?

Eu indaguei, como se fosse uma pergunta qualquer, sem real importância. Dani simplesmente revirou os olhos, mas Mi gorjeou com os olhos brilhando:

− Demi, você definitivamente mencionou, sim, uma vez ou duas... nos últimos dez minutos. Desde que você começou a trabalhar lá, deve ter mencionado tantas vezes como Joseph Jonas é um sonho que se eu ouvir mais uma, vou perseguir esse cara com uma pistola automática e uma pá. – Não tive como controlar as gargalhadas à ideia daquela mini-fadinha tentando apagar alguém. – Sem mencionar os sonhos de orgasmos mega estridentes que nós temos que ouvir todas as noites.
E em seguida Dani começou uma dramatização, usando todo o fôlego de seus pulmões.

− Oh, Deus, assim! Joe, você é tãaaao bom! Me pega mais forte...

Eu a calei com uma mão sobre sua boca enquanto um grupo de garotas secando as mãos no canto do lavatório ria.

− Então, claramente, vocês compreendem onde quero chegar. – eu falei apressadamente, e as próximas palavras saíram tão rápido dos meus lábios que se essas garotas não fossem como minhas irmãs, jamais teriam entendido. – Eu-quero-seduzir-Joe-Jonas-e-preciso-de-ajuda.
Mi começou a bater palmas histericamente, eu estava esperando ela começar a cantar alguma ópera a qualquer minuto. Dani meramente ergueu uma sobrancelha, e eu sabia que ela ia me recordar da primeira vez que mencionei minha queda por Joe, quando ela me disse para simplesmente pular em cima dele, coloca-lo entre as minhas pernas e cavalgar como uma boa cowgirl.

− Quero invocar o código das melhores amigas nisso. Mi, você tem que diminuir seu entusiasmo, e Dani, você não tem permissão para dizer “eu avisei”.

Ambas pareciam crianças que tiveram seus melhores brinquedos arrancados das mãos, mas por lealdade, solenemente assentiram.

− Ótimo, agora a questão é, eu sei que vou precisar da ajuda de Kevin e Nick, mas eu não quero que eles saibam que eu estou aqui no banheiro como uma doida psicótica anunciando meus planos de seduzir o irmão desavisado e definitivamente desinteressado deles. Então, alguma idéia de como tocar no assunto com os dois?
Dani e Mi se encararam através do espelho por um minuto, e simultaneamente agarraram meus braços, enrolando nos seus, uma de cada lado. Seus sorrisos maliciosos me deixavam extremamente contente em saber que elas estavam do meu lado.

− Primeiro, Demi parabéns por ter a confiança de admitir que você quer fazer isso. Eu jamais imaginei que você teria coragem e estamos muito orgulhosas.

− É, Demi quem poderia dizer que alguns sonhos frustrantes e pervertidos poderiam canalizar seu demônio sexual interno e traze-lo à superfície?

− Uau, obrigada, Dani. – eu falei sarcasticamente, mas sabia que era o jeito dela dizer que estava orgulhosa de mim também.
A verdade era que nem eu conseguia acreditar que tinha verbalizado meus desejos também. É que eu estava tão irritada com a distancia educada que Joe mantinha de mim sempre, como se mal me visse como mulher, muito menos como alguém em quem ele poderia se interessar. Mas, hoje, quando ele se enfezou, eu queria tanto que voltasse à distancia educada. E ele voltou, me dando um "boa noite" frio e eu me senti acertando na loteria. E, bem, reagir assim para cada alteração de humor dele era simplesmente triste, patético.
Eu não ia permanecer triste, no entanto. E já que não tinha coragem suficiente para declarar meus sentimentos de forma direta, a óbvia conclusão era fazer Joe vir até mim. Eve sorriu perversamente, vendo a determinação faiscando no meu olhar.

− Não se preocupe, Demi, quando chegarmos ao fim, Joe Jonas vai estar comendo na palma da sua mão.
Passaram-se duas horas até que Dani e Mi tocassem no nome de Joe. Embora o foco desta noite tenha sido aproximar Kevin de Dani, acabou acontecendo uma conexão instantânea entre Nick e Mi. Ele era quieto, contribuindo pouco para a conversa, mas sorria e ouvia atentamente a tudo que Mi dizia, e havia passado a noite dançando com ela.
Para minha surpresa, Kevin tinha seguido todas as minhas instruções sobre como agir com Dani, e as coisas estavam dando super certo para ele. Quando ela entrou na área VIP, Kevin não olhou para nenhum ponto abaixo do pescoço dela. Cada vez que ela fazia alguma contribuição aos assuntos que conversamos, Kevin imediatamente discordava de tudo o que ela dizia. Independente do quão óbvio ela estivesse agindo, ele nem por um segundo ousou olhar para o corpo dela. Quando Dani sugeriu que eles dançassem, ele manteve uma distancia tão amigável que podiam passar por irmãos. Ao final da primeira hora, ela estava tão frustrada que me admirava não haver vapor saindo pelas suas orelhas.
Mais uma hora e três Cosmopolitas depois, Dani estava sentada no colo de Kevin. Eu estava sentada ao lado deles, e na nossa frente, estavam Mi e Nick. Em determinado ponto, Kevin se curvou para mim, agarrando meu braço e falou no meu ouvido para que eu pudesse escutá-lo mesmo com a música alta:

− Você é a rainha das casamenteiras, mocinha.

Eu ri, esperando que ele pudesse retribuir o favor em breve. Dani aparentemente ouviu o comentário de Kevin e pensava a mesma coisa, porque ela falou casualmente:

− Então, por que o outro irmão Jonas não está aqui também?

A cabeça de Mi virou-se num estalo do que quer que estivesse sussurrando no ouvido de Nick naquele momento, e agora ela prestava total atenção na nossa conversa, vendo que havia uma amiga precisando de ajuda.
− Joe tem alguns... problemas... de... controle para cuidar hoje à noite. – ele e Nick riam silenciosamente por algum motivo inexplicado da resposta da Kevin.
− Oh, é uma pena. – Mi falou no mesmo tom casual de Dani – Porque a Demi aqui teria realmente adorado ficar colada nele na pista de dança.

Eu comecei a engasgar no gole de Margarita que tinha colocado na boca naquele instante. Vi Kevin e Nick trocarem um olhar esperançoso durante meu acesso de tosse, mas não tive tempo de analisar muito isso devido à minha recém-nutrida raiva de Mi.

− Mas, que porra, Mi! – movimentei os lábios sem emitir som, enquanto ela apenas sorria radiante para mim, como se tivesse me feito um favor ou algo do tipo.

Crianças estúpidas de hoje em dia. Para onde foi a merda da sutileza?
− Sério, Demi? Tem uma coisinha rolando aí pelo nosso estimado irmão, então? - Nick me provocou.

Eu o fitei estreitando os olhos e depois fiz o mesmo com Kevin, que sorria alegremente para mim. Mas, não era um alegre do tipo "vai ser um lindo dia hoje", e sim alegre do tipo "um tubarão que acabou de avistar uma presa fácil". Caralho.

− Se algum de vocês dois sequer pensar em fazer algum comentário a respeito disso com...
− Na verdade – Dani interrompeu minha ameaça – vocês sabem que a nossa Demi não é o tipo de garota que vai se jogando pra cima do Joe, então estávamos nos perguntando se talvez vocês poderiam dar alguma dica, só aqui entre nós, que poderia ajuda-la a... fisgar Joe?
Eu queria me arrastar pra debaixo da mesa e morrer. Era unicamente pela copiosa quantidade de álcool que havia no meu corpo e traços ligeiros da determinação de antes que eu permaneci sentada na cadeira.
Surpreendentemente, Kevin e Nick não estavam gargalhando de como eu jamais conseguiria nem em um milhão de anos ter uma chance com Joe. Ao invés disso, ambos pareciam ponderar e realmente avaliar o assunto. Por fim, Nick se inclinou sobre a mesa e falou num tom muito sério:

− Demi, você não consideraria dar o primeiro passo com Joe, por acaso? – ele pausou, como se estivesse medindo suas próximas palavras. – Pode acabar poupando bastante tempo.

Eu o encarei sem expressão, incerta do que ele queria dizer com essa ultima frase, e horrorizada enquanto considerava mentalmente como seria ser rejeitada por Joe.

− Por Deus, não.
Kevin surgiu por trás de Dani, aproximando-se de mim e avisou:

− Vai ser difícil fazer com que Joe tome o primeiro passo com você, Demi.
− Claro, óbvio. Como se eu já não soubesse que ele não sente atração por mim. É nessa parte que vocês dois entram.

Kevin pareceu surpreso com algo que eu disse, mas a seriedade com que ele e Nick consideraram o pedido de Dani havia ido embora.

− Certo, então, mocinha, é hora de ofender suas sensibilidades femininas e delicadas com um pouco de Joe e sexo de A a Z.
− E isso quer dizer...? – Mi e Dani perguntaram ao mesmo tempo, parecia que estavam tomando notas, e eu meio que esperava que elas estivessem escutando com atenção, porque eu tinha experiência quase zero nesses assuntos.

Kevin engasgou, esfregando suas palmas uma na outra para mostrar que ele ia jogar a merda no ventilador.
− Quer dizer que vamos falar de Joe, especificamente, as preferências sexuais dele. Vamos começar pelos filmes pornôs de quando éramos adolescentes, passando pelas garotas que ele namorou no colegial, as noitadas na faculdade, e as mulheres mais recentes. Quando chegarmos ao fim, você vai saber como encarnar cada fantasia sexual que o rapaz já teve.

Puta. Merda.
Eu tinha um pressentimento de que meus sonhos hoje à noite seriam incríveis.



3 comentários:

  1. Muito ansiosa nessa fic
    Faz maratonaa
    ta muitoo booa

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  2. Aah postaa maiis !!
    Ta muito bom

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  3. Ei, eu ja qro ler mais.
    ta cada vez melhora
    o joe e doido por ela tambem ne
    bjbj
    -lili

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