Anjo da Noite 4 - O Fim do Segredo - Capitulo 17

Capítulo 17 – O Acordo

Mais um dia se passou e eu não agüentava mais de ansiedade... Precisava urgentemente ver a Demi. Vanessa me levaria até onde ela estava presa, mais tivemos de esperar ela se recuperar dos ferimentos e a prata sair de seu sistema. Não contei a ninguém o que faria... Sabia que não iam concordar. Mais eu ia salvar a minha Demi, não importava o quanto isso me custasse. 

_Então Vanessa... Esta pronta?_ eu perguntei. 
_Eu... Acho que sim_ balançou a cabeça.
_Não tem que se preocupar... Não vou deixar que te façam nada_ garanti.
_Tudo bem_ ela sorriu.
_Temos que sair em silencio... Ninguém pode nos ver.
_Ok_ concordou. 

Nós dois saímos de casa juntos sem que ninguém percebesse... Eu não podia levar ninguém comigo e arriscar a segurança da Demi. Quando estávamos longe da casa e não havia perigo de alguém nos ver, nos transformamos e começamos a correr, Vanessa foi na frente me guiando e a cada passo meu coração saltava mais. Não via à hora de ver a minha Demi. 
....................

Corremos por um bom tempo... Até que finalmente Vanessa parou, estávamos no meio da floresta... No meio das árvores havia uma espécie de muro alto... De ferro. Eu analisei aquilo por um instante... Não gostei da primeira impressão. Nós voltamos a nossa forma humana, nos vestimos e passamos pelo muro.

_Temos que descer_ Vanessa disse apontando pra um enorme elevador_ A instalação é no subsolo.
_Tudo bem_ eu concordei... Na verdade eu queria sair correndo dali, aquilo me dava arrepios. 

Entramos no elevador e descemos... Alguns minutos pareceram uma eternidade. Assim que chegamos lá em baixo fomos recebidos por um bando de homens armados até os dentes. Não pareciam contentes em nos ver.

_Calvin esta esperando por vocês_ um dos guardas falou.

Ele nos guiou por enormes corredores, até uma sala... Lá tinha um homem estranho, sentado em uma cadeira... Com um sorriso presunçoso no rosto. Eu não gostei da confiança que ele demonstrava. 

_Ora, ora... Veja quem voltou_ ele riu_ achei que fosse fugir... E vejo que trouxe seu amiguinho.
_Onde esta a Demi? O que você fez com ela?_ perguntei.
_Sua namoradinha esta bem_ ele garantiu.
_Eu quero vê-la... Quero que a solte agora_ ordenei.
_Precisamos conversar primeiro. 
_Ou eu posso estraçalhar você_ ameacei.
_Faça isso e meus homens matam sua namorada antes que possa abrir sua boca imunda. 

Eu fiquei em silencio então esperando que ele falasse... Não poderia arriscar a vida de Demi, agora que ela estava fraca. Teria que ouvir o que esse homem tinha a dizer.

_Acho que a Vanessa... Já deve ter lhe contado porque a seqüestrei.
_Porque quer nos mostrar por mundo como animais em um zoológico... Ideia brilhante_ disse com ar de zombaria. 
_É realmente brilhante sim_ concordou sorrindo.
_O que quer de mim?
_Posso fazer um acordo com você... O que me interessa realmente na Demi são os dons dela. Dons que ela não pode usar devido à gravidez. Então eu posso deixar você levá-la. 
_O que quer em troca?
_Eu quero outros pra mostrar no lugar de vocês... Se conseguirem um casal de vampiros e um de lobisomens pra mim. Deixo que vá e... Quero voltar a ver Demi quando a criança nascer.
_Pra que?
_Isso não importa agora... A verdade é que não quero machucar nenhum de vocês... Só quero conhecer melhor as criaturas incríveis que são.
_Não quer machucar?_ eu ri_ foi por isso que torturou a Vanessa? É por isso que esta mantendo a Demi presa?

Ele deu a volta na mesa ainda sorridente... Parou a centímetros de mim, me encarando sem o menor sinal de medo. Era como se estivesse encarando um humano ao invés de um lobisomem... Ele não tinha mesmo noção do perigo. 

_É a minha proposta_ sussurrou_ é pegar ou largar. Leva ela agora e volte depois pacificamente... Ou, eu posso prender você aqui junto com ela... É mais lucro pra mim. 
Eu respirei fundo... Tentando me convencer que arrancar a cabeça dele fora não ia ajudar em nada.
_Eu topo_ sussurrei irritado.
_Você tem dez minutos pra tirar a Demi e o amiguinho dela daqui, e sumir da minha vista. Se demorar mais que isso... Eu prendo vocês de novo. Estamos entendidos?
_Sim.
_Ótimo... Podem ir_ sorriu e voltou a se sentar na cadeira. 

Dois guardas nos guiaram pra fora da sala por enormes corredores cheios de portas... E eu não via a hora de poder abraçar a Demi, levá-la pra casa comigo e tirá-la desse pesadelo. 

Demi Narrando

Agora eu já estava me sentindo cem por cento bem... As dores, o calor, tudo tinha passado. Só a sede continuava, mais isso já era parte da minha vida, parte de ser uma vampira. Eu estava sentada na mesa no centro da sala e Matt estava escorado na parede me olhando enquanto eu terminava de beber o liquido da minha garrafinha. 

_Que foi?_ perguntei um pouco sem jeito pelo modo como ele me olhava.
_Nada, só estava olhando... Como você é bonita.
_Já disse pra parar com isso_ revirei os olhos.
_Desculpe_ sorriu de lado_ mais... Já se sente melhor?
_Sim... Graças a você. Obrigada Matt... De verdade_ sorri pra ele.
_Foi um prazer te ajudar Demi_ garantiu. 

Eu sorri de novo e voltei a me concentrar na minha garrafinha... Até que Matt caminhou até mim e parou na minha frente, por entre minhas pernas, já que eu estava sentada na mesa.

_Na verdade_ ele sussurrou_ foi um prazer enorme conhecer você. 
_Érr...
_Pena ter sido nessas circunstancias_ sorriu de lado. 
_Será que você pode se afastar?_ disse tentando empurrá-lo pra trás, mais ele segurou minha mão contra seu peito nu_ você esta violando meu espaço. 

Ele não disse nada... Continuou me olhando profundamente e foi chegando mais perto... Eu não gostei nada disso. Então antes que ele chegasse em mim, me esquivei, soltando minha mãe desci da mesa me afastando. 

_Olha Matt... Eu agradeceria muito se você não... 

Eu me virei pra terminar de falar olhando pra ele... Mai me arrependi... Ele estava bem atrás de mim... Seu rosto a centímetros do meu e antes que eu pudesse dizer algo ou me afastar ele me puxou pela cintura e me beijou... É isso ai, ele simplesmente me beijou. 

Joe Narrando

Depois de uma caminhada pelos corredores de uns três minutos nós chegamos em frente a uma porta enorme com o numero 207. Segundo a Vanessa, Demi estava ali e tínhamos 7 minutos pra sair daquele lugar. Enquanto a porcaria do guarda destravava a porta eu fui até o vidro que tinha na sala querendo olhar pra Demi... Foi quando a vi... Beijando outro homem. Senti meu sangue ferver e uma raiva inexplicável tomar conta de mim... Era isso que ela estava fazendo aqui sem mim?

_Quem é aquele...
_É o Matt_ Vanessa falou antes que eu terminasse_ eu disse que ela estava acompanhada. 
_Desgraçado.

Vanessa me puxou pro lado, me fazendo parar de observar a cena... Segurou meu rosto com força e me olhou nos olhos desesperada.

_Joe... Temos que sair daqui, só temos 6 minutos_ ela disse.
_A Demi...
_Ela esta ocupada demais se agarrando com aquele vampiro, vamos embora_ pediu. 
Eu não consegui dizer nada. 
_Por favor... Eu não quero mais ficar aqui nesse lugar, vão nos prender de novo. 

Eu estava quase indo embora... Mais não podia ir assim, não desse jeito... Então fui de novo até o vidro a tempo de ver Demi empurrar o cara pra longe e lhe dar um soco forte no meio do rosto, ela começou a gritar com ele. Eu sorri de novo... Então ele tinha agarrado ela. 

_ABRE A PORTA_ eu ordenei_ AGORA. 
_Joe... Por favor_ Vanessa ainda tentou me convencer mais foi em vão.

O guarda abriu a porta e eu entrei na sala... Demi se virou pra ver quem era, e vi um enorme sorriso surgir em seu rosto quando nossos olhos se encontraram... Ela estava bem. 

_Joe_ sussurrou sorrindo.

Eu sorri de volta e ela correu até mim, se jogando nos meus braços. A abracei apertado, contra meu peito e ela começou a chorar agarrada a mim.

_OH Joe, graças a Deus, achei que não fosse mais te ver.
_Shh... Eu to aqui_ sussurrei em seu ouvido_ vim te tirar desse lugar.

Demi Narrando

Eu quase não acreditei quando o vi ali na minha frente... Pensei que estava sonhando. Mais quando ele me abraçou apertado eu soube que era real. Ele tinha vindo me salvar como eu sabia que faria... Meu amor, meu herói. Me soltei um pouco do abraço dele só pra puxar seu rosto mais pra perto e beijá-lo... Nem me incomodei com a presença do Matt ou daquela cadela da Vanessa. Só queria sentir que ele estava ali mesmo. 

_Joe... Temos que ir_ Vanessa disse, fazendo ele me soltar.
_Deixaram agente ir embora?_ Matt perguntou. 
_Fizemos um acordo, mais isso não inclui você_ Joe disse rispidamente_ aliás... Quem é você?
_Esse é o Matt... Ficou preso aqui comigo, ele estava me ajudando_ eu disse_ salvou minha vida.
_E isso te deu o direito de pensar que podia beijá-la?_ perguntou com raiva.

Meu coração disparou... Ele tinha visto. 

_Não precisa ficar com ciúmes vira-lata.
_Se você encostar um dedo nela de novo... _ ameaçou.
_Joe, por favor... Agora não_ eu pedi o abraçando. 
_Temos que ir_ Vanessa disse aflita.
_Agora é um pouco tarde pra isso_ Calvin disse sorrindo da porta_ O tempo de vocês acabou.

Ele estendeu a mão com uma arma na nossa direção... Então atirou na Vanessa e depois no Joe que caiu no chão. Eu sei um grito de desespero quando ele fechou a porta e quase surtei, até perceber que era só um dardo, como o que ele tinha atirado em mim na floresta. 

_Droga_ sussurrei_ Joe você ta bem?
_Desgraçado_ ele resmungou.
_Deve ser prata_ Matt disse_ Esse Calvin é mesmo um desgraçado. 

Eu suspirei... Continuávamos presos... Só que agora Joe estava em perigo junto comigo.

Anjo da Noite 4 - O Fim do Segredo - Capitulo 16

Capítulo 16 – Fingimento

Vanessa entrou na sala onde Calvin esperava sentado em sua mesa... Com o mesmo sorriso presunçoso de sempre. 

_Como estão indo as coisas?_ Vanessa perguntou.
_Muito bem... Matt e Demi estão se dando super bem_ ele garantiu.
_Perfeito_ sorriu satisfeita. 

Ele se levantou da mesa e caminhou até onde ela estava, ficando frente a frente... Vanessa sorriu pra ele.

_Tem certeza que quer fazer isso?_ ele perguntou.
_Tenho sim_ garantiu_ faça logo. 

Ele tirou uma seringa do bolso... Dentro havia prata, segurou o braço dela com força e injetou o liquido em sua veia. Ela fez uma careta de dor, aquilo queimava.

_Então é o seguinte_ ela disse_ eu saio, vou até ele e você me dá pelo menos 48 horas pra trazê-lo até aqui. E nada de nos atacara ta entendendo? Tem que ser tudo como planejado... Você pode ficar com os outros depois. 
_Como vou saber que posso confiar em você? Que não vai fugir?
_É o nosso trato... Você me ajuda com o Joe e eu te dou quantos monstros você quiser pro seu showzinho... Não vou fugir e... Você sabe bem onde me achar.
_Tudo bem. 
_Vamos lá Calvin_ ela sorriu_ Faça parecer real.

Ele sorriu largamente, era realmente uma oportunidade única fazer uma coisa dessas... Os dois respiraram fundo uma vez e então com toda a força que ele tinha deu um soco bem no meio do rosto dela. Vanessa passou a mão na área que ele acertou... Então o olhou sorrindo cinicamente.

_É só isso que sabe fazer?_ desafiou.
_Eu ainda nem comecei_ garantiu.

Joe Narrando

Procuramos a Demi em tudo que é lugar... Ela já tinha desaparecido há um dia e eu não fazia ideia de onde estava, se estava bem, como poderia achá-la. Meu coração estava apertado... Sabia que ela estava precisando de mim... Só sei que me joguei na minha cama e fechei os olhos com força, me sentindo um completo inútil.

_Pai?_ Mellany chamou.
_Pode entrar.
Ela caminhou até mim e se sentou na beirada da cama... Ficou me encarando um bom tempo, até uma lágrima descer por seu rosto e meu coração doer ainda mais.

_O que vamos fazer? Como vamos achar a mamãe?_ perguntou aflita.
_Não sei_ respondi me sentindo derrotado_ eu realmente não sei.
_Eu to preocupada com ela... E se aconteceu alguma coisa? O que vamos fazer?_ insistiu.
_Vem cá vem_ eu chamei.

Ela engatinhou pela cama e me abraçou apertado... Eu não gostava de vê-la assim preocupada, mais não sabia o que fazer.

_Eu quero a minha mãe de volta_ ela sussurrou.
_Vamos achá-la Mell, eu prometo a você.

Foi nessa hora que Miley entrou pela porta correndo feito uma louca... Assustando nós dois.

_Joe... Temos um problema_ ela falou apressada.
_O que aconteceu?_ perguntei espantado.
_Vanessa_ sussurrou.

Eu me levantei da cama num salto e desci a escada correndo... Vanessa estava abaixada no chão enquanto Daiana tentava ajudá-la. Estava toda machucada, e sangrando.

_Meu Deus Vanessa, o que houve com você?_ me abaixei do lado dela.
_Eu... Eu...

Ela não conseguiu falar, apenas desmaiou nos meus braços. Eu a peguei no colo e a levei pro quarto... Depois a deitei na cama.

_O que será que houve com ela?_ Dani perguntou aflita.
_Não sei... Mais ela não ta se regenerando... Devem ter injetado prata nela_ falei.
_Quem será que fez isso?_ Kevin questionou.
_Não sei... E não sei se quero saber.

Vanessa Narrando

Quando abri meus olhos de novo percebi que estava deitada em uma cama macia... Eu conhecia aquele lugar... Era o quarto do Joe e daquela sanguessuga estúpida. Ao que parecia meu plano estava dando certo por enquanto... Mais todo meu corpo doía, como se todos meus ossos tivessem quebrado, era horrível. Aquele Calvin tinha mesmo a mão pesada. 

_Vanessa?_ ouvi a voz do Joe, parecia preocupado. 
_Joe?_ me fingi de confusa, fazia parte do plano. 
_Você ta bem?
_Meu corpo todo dói_ gemi, isso não era mentira.
_O que foi que houve com você? 

Eu o olhei nos olhos... Respirei fundo e pra aumentar o drama deixei uma lágrima descer pelo meu rosto.

_Eu... Eu fui seqüestrada_ sussurrei.
_Por quem?
_Um cara, chamado Calvin... Ele... É um oficial, policial... Não sei... Ele injetou prata em mim e me deixou fraca.
_Por quê?
_Ele... Ele quer nos mostrar pro mundo Joe... Quer... Quer que todos saibam que nós existimos. 

Ele fez uma careta de surpresa... Não esperava por isso... Mais estava louca pra ver a reação dele quando eu contasse o resto.

_Jo... Joe?_ eu chamei por entre as lágrimas. 
_O que?
_Ele me deixou sair... Me mandou vir aqui falar com você.
_Comigo?_ perguntou confuso_ por quê?
_Eles seqüestraram a Demi também... Eu a vi lá. 
_O QUE?_ ele se levantou de repente exaltado.
_A prenderam numa cela... A estão fazendo de refém... Acho que vão mostrá-la para o mundo junto com o Matt.
_Matt?_ ele me olhou ainda confuso.
_É um outro vampiro que esta preso com ela... Estão torturando os dois. 

A cara de espanto dele me deu vontade de sorrir... A isca estava lançada, mais eu contive minha alegria.

_Tem que me dizer onde ela esta_ ele ordenou_ agora.
_Eu não sei dizer onde... Mais posso mostrar.
_Vou tirar ela de lá_ ele disse.
_Joe espera_ segurei o braço dele_ tem que saber de uma coisa.
_O que?
_Me deixaram sair pra que eu viesse aqui e dissesse tudo isso a você... Eles querem você também. Querem te prender junto comigo e com eles. Um casal de cada espécie.
_Isso é ridículo... Não somos animais.
_Diga isso a eles... Se você não for... E se tentar bancar o engraçadinho_ suspirei_ vão matar a Demi. 

Ele estava começando a se desesperar... Era cem por cento certo que ele iria... Era um bom começo. Agora era hora de me fazer de coitadinha... Tinha que fazê-lo acreditar e sentir pena de mim. Então levei as mãos ao rosto e comecei a chorar.

_Ah Joe_ eu sussurrei aos prantos_ foi tão horrível. 
_O que eles fizeram com você?_ se abaixou de novo do meu lado.
_Me bateram... Me torturaram... Estavam testando a minha invulnerabilidade... Injetaram prata em mim... Foi tão ruim, e esta doendo muito.
_Shh_ ele disse_ já passou, você esta segura agora.
_Não... Eu vou ter que voltar lá. Não quero mais que toquem em mim... Me ajuda.

Eu me aproximei e o abracei apertado, escorando a cabeça em seu peito e chorando como uma criança... Ele ficou meio sem jeito, mais acabou me abraçando de volta tentando me reconfortar.

_Vamos voltar lá juntos Nessa_ eu adorava quando ele me chamava assim, já fazia um bom tempo_ não vou deixar que ninguém machuque você e nem a Demi.
_Eu quero te ajudar a soltá-la_ sussurrei.
_Obrigada por me dizer onde ela esta_ ele sorriu de lado.
_Desculpa pelas coisas que te fiz... Nunca quis perturbar você eu só...
_Esquece isso ta? Já passou.
_Obrigada.

Era tão fácil enganar o Joe... Ele com a mania de ser bonzinho com todos. Era o seu ponto fraco. Tudo estava indo como planejado... Então sorri sem que ele percebesse... Demi não perdia por esperar.

Narrado pela Selena

Joe estava no quarto consolando a vira-lata... E por mais que ela dissesse que estava querendo ajudar eu não conseguia acreditar. Tinha alguma coisa que me dizia que ela estava mentindo... E eu precisava ter certeza. 

_Mell_ chamei.
_Fala tia. 
_É sobre a Vanessa... Não consigo confiar nela_ disse.
_Eu sei... Também me deixa com a pulga atrás da orelha_ fez careta.
_Será que você não podia... Ler a mente dela e descobrir se esta tramando alguma coisa?_ pedi. 
_Desculpa tia... Desde ontem não consigo mais ouvir nada... Parece que o poder sumiu ou... Eu tenho que saber como controlar. 
_Droga_ revirei os olhos_ se ao menos Vitor estivesse aqui.
_Talvez ela realmente só queira ajudar_ Dani sugeriu.
_Você acredita mesmo nisso?_ a olhei de lado. 
_Érr... Não, mais não temos como provar nada.

Ótima hora Vitor tinha escolhido pra sumir... Não importava o que me dissessem ou o que fizessem... Eu nunca conseguiria confiar na Vanessa. Eu devia essa desconfiança a Demi... Minha melhor amiga que precisava da minha ajuda.

Oi

                                                   oiii

que de vocês tem twitter se quiserem falar comigo o meu twitter e o @BigbuttocksKJ podem vir falar comigo sobre a fic ou outros assuntos :) 

Anjo da Noite 4 - O Fim do Segredo - Capitulo 15

Capítulo 15 – Mal Estar

Mais uma dose de veneno na minha veia... Eu me sentia cada vez mais fraca e estava começando a sentir dores também. Dores na barriga, estava morrendo de medo de que acontecesse alguma coisa com meu filho. E pra melhorar tudo eu também estava morrendo de sede... É... Os idiotas humanos não estavam alimentando agente. 

_Você ta bem?_ Matt perguntou, eu não olhei pra ele, mais pelo tom de voz parecia preocupado.
_Ta tudo bem_ menti com a voz fraca.

Fez-se silencio... Um instante depois senti mãos geladas na minha testa, aquilo foi uma sensação incrivelmente boa contando com o fato que eu estava morrendo de calor... O que não era normal, eu nunca sentia calor. 

_Você esta quente_ ele sussurrou_ isso não é bom. 
_Eu estou bem... Só com um pouco de calor_ disse.
_Você não devia estar sentindo calor... Você esta mais pálida que o normal. Tem algo errado. 

Eu abri os olhos e forcei meu corpo a se mexer... Me sentei na mesa... Matt estava me encarando, totalmente preocupado, podia ver isso nos olhos verdes dele... Hipnotizantes que tiraram minha concentração por um instante. Mais sacudi a cabeça levemente saindo do transe e desci da mesa disposta a provar que estava bem.

_Não precisa se preocupar... Eu estou bem_ garanti.
_Demi... Você devia ficar deitada.
_Eu já disse que to bem. 

Dei alguns passos pra esticar as pernas, então senti uma onde dor na barriga e fui ao chão. Sentia alguma coisa dentro de mim queimar... Não era uma sensação muito agradável. Matt já estava no chão do meu lado.
_Demi...
_Ta queimando_ eu gemi agoniada, senti uma lágrima descer por meu rosto.
_Eles não deviam te encher com esse veneno... Você esta fraca demais.
_Eu quero ir embora daqui... Eu quero o Joe_ disse em meio às lágrimas, a dor estava começando a ficar maior.
_Espera aqui... Não se mexe. 

Eu não poderia nem que quisesse... De repente as mãos dele sumiram, o frio que me confortava desapareceu, e a agonia ficou maior... Ouvi batidas ensurdecedoras na porta e Matt estava gritando... Gritando algo que eu não consegui entender. Tudo estava rodando... E a queimação na minha garganta ficou mais insuportável... Eu estava morrendo de sede, de dor... De calor... De tristeza... De medo. Talvez fosse melhor se eu morresse de uma vez. 

_Mais que droga_ ouvi ele resmungar_ ninguém me ouve.

E então ele estava novamente ao meu lado... Me encarando com aflição... Eu nem o conhecia direito mais estava grata por ter alguém que se preocupasse comigo... Eu não queria ficar sozinha. 

_Tenho que tirar o veneno do seu sistema ou você vai morrer... Esta ficando mais quente_ ele disse.
_Não_ eu gemi, mais a dor estava ficando pior e percebi que uma das cadeiras da sala começava a se mexer.
_Você não pode surtar agora Demi... Olha pra mim_ ele ordenou, mais era difícil me concentrar.
_Ta doendo_ eu disse agoniada. 
Ele tirou a blusa que vestia, ficando apenas com a calça e a jogou de lado... Depois segurou meu braço com força.

_Escuta_ ele falou_ vou sugar o veneno do seu sistema... Mais você precisa ficar quieta.
_Não_ tentei me soltar, não queria mais sentir nenhuma dor. 
_Mais eu preciso fazer isso ou você vai morrer.
_Eu não me importo... Eu quero morrer_ gemi.
_Você quer que seu filho morra também?_ me perguntou irritado.
Meu filho... Eu realmente queria morrer pra que toda dor e agonia passassem... Mais não podia matar meu filho também. O filho do meu amor... Não podia morrer, abandonar o Joe. Não assim... Não agora. Então fechei os olhos com força e parei de fazer força no braço.

_Prometo que vai passar logo_ Matt sussurrou. 

Senti as mãos frias dele envolverem meu pulso... Então lábios macios tocaram a minha pele com toda delicadeza, num beijo gelado e reconfortante. Eu pretendia protestar, mais quando ele fez isso o fogo sumiu naquela área, então fiquei quieta, apreciando a sensação. Um instante depois senti seus dentes afiados cravarem na minha pele, me causando uma pequena dor... Nada comparado à queimação, ou a dor na minha barriga. Senti o fluxo de sangue que saia pela veia... E quanto mais ele sugava, mais fraca eu ficava... Mais entorpecida... Mais a dor ia cessando, deixando no lugar apenas um vazio. Também senti sua língua fria tocando a pele do meu pulso, amenizando o calor... Então tinha acabado. Ele afastou a boca, e soltou meu braço com a mesma delicadeza... Ainda pude ver ele sorrir pra mim.

_Vai ficar tudo bem agora_ ele sussurrou_ durma.

Então tudo ficou escuro.
Joe Narrando

Eu estava quase surtando... A cada minuto que passava agonia no meu peito ficava maior... Eu sabia que a Demi estava precisando de mim, eu podia sentir isso. Mais não fazia ideia de onde encontrá-la. 

_Onde esta a Mellany?_ perguntei sentindo falta de sua presença_ ela já devia estar em casa.
_Deve estar com o Ryan_ Miley disse.
_Deve estar né?_ disse nervoso, DEVE, não era suficiente pra mim, eu precisava ter certeza.
_Joe... Você tem que se acalmar_ Liam falou.
_Não me manda ter calma_ eu respondi irritado_ minha mulher desapareceu e minha filha ainda não chegou em casa... Eu não quero me acalmar.
_O que você...
_Vou atrás dela... Aproveito e dou mais um volta por ai pra tentar achar a Demi. Qualquer coisa me ligue.

Não deixei que falassem mais nada... Tirei a blusa que eu usava e corri pra fora... Me transformei no caminho e fui o mais rápido que pude até a casa do Ryan... Eu precisava saber que minha filha estava bem. 

Mellany Narrando

Depois da escola eu fui direto pra casa do Ryan... Não queria ir pra casa e ter que encarar a tensão que eu sei que estaria no ar. Então Ryan me levou pra casa dele, aproveitando que o pai dele estava viajando. Estávamos sentados na cama dele, abraçados. Ele sabia que eu estava triste e preocupada mais não ficou me perguntando por quê... Ele sabia que eu não queria falar sobre isso e não insistiu... Era mais um motivo pelo qual eu gostava tanto dele. 

_Você não ta com fome?_ ele perguntou_ não quer alguma coisa?
_Não amor... Eu to bem... Só quero ficar aqui com você.

Ele me abraçou mais apertado... E deu um beijo no topo da minha cabeça. Então ouvimos um barulho de porta se abrindo, nos afastamos um pouco assustados e meu pai apareceu na porta do quarto.

_Joe?_ Ryan disse assustado.
_Pai? O que ta fazendo aqui?
_Eu tava preocupado com você_ ele disse_ você não foi pra casa.
_Mais eu sempre passo na casa do Ryan... O senhor sabe disso.
_É que...

Ele olhou pro lado com uma cara de agonia, não gostei disso... Eu até tentei ler a mente dele, mais estava tão estressada que não ouvia nada... Era melhor assim.

_Pai... O que aconteceu?
_Sua mãe sumiu Mell... Ela saiu hoje de manhã e ainda não voltou... Eu não sei mais o que fazer.
_Sumiu como?_ falei preocupada.
_Simplesmente sumiu.
_Temos que procurá-la.
_Eu já fiz isso... Já procurei em todos os lugares e nada.
_Pois vamos procurar de novo.

Eu levantei da cama num salto, deixei o Ryan em casa e sai correndo com meu pai pra tentar achar a mamãe. Ela tinha que estar em algum lugar... E se Deus quiser esta bem.

Demi Narrando

Quando abri os olhos de novo estava deitada no chão frio da cela... Minha estava escorada em algo macio... Era a blusa de Matt. Ele estava sentado do meu lado me observando atentamente, sorriu quando me viu abrir os olhos.

_Oi_ ele disse_ como você ta?
_Bem melhor_ garanti_ a dor passou e... A queimação também.
_Que bom.
_E você como ta?_ perguntei.
_Com um gosto ruim na boca_ fez careta_ mais vou sobreviver.
_Obrigada Matt_ sussurrei_ você salvou minha vida.
_Não precisa me agradecer.

Eu me sentei, me escorando no pé da cadeira... Ainda estava um tanto tonta. Tirei as minhas botas, ficando descalça... Era bom sentir o chão frio sob meus pés. Eu ainda estava com um pouco de calor... E isso estava me incomodando.

_Ta sentindo alguma coisa?_ ele perguntou analisando minha expressão. 
_Ainda estou com calor_ confessei.
_É a reação ao veneno... Acho que ainda vai demorar um pouco a passar. 
_Você não esta sentindo nada?_ perguntei frustrada.
Ele riu_ a dose que eles injetam em mim não é suficiente pra me fazer mal, só pra me deixar fraco. Funciona com você porque esta grávida e vulnerável. 
_Que droga_ revirei os olhos.

Enrolei um pouco meu cabelo, tirando das minhas costas e levantei um pouco a blusa... A sensação de calor não era muito agradável, era sufocante.

_Eu posso dar um jeito nisso_ Matt disse abrindo os braços.
_Não, obrigada... Eu estou bem.
_Você esta quase derretendo ai Demi... Vamos_ insistiu.
_Realmente... Não precisa_ garanti um pouco nervosa.
_Não precisa ter medo de mim_ ele disse sorrindo_ eu sou um pouco abusado mais não sou tarado... Não vou te agarrar a força. Só quero ajudar.

Eu suspirei... Ele continuou esperando de braços abertos. Eu estava um pouco desconfortável com isso... Era estranho. Mais eu estava com muito calor e me sentia fraca. Não custava nada... Ele só queria me ajudar.

_Tudo bem_ dei um meio sorriso. 

Então fui até ele... Matt se escorou na parede e abriu um pouco as pernas, eu me sentei de lado em seu colo, me escorando contra o peito dele, que me envolveu com seus braços. A reação foi imediata... Um bem estar inexplicável. O frio do corpo dele acabava com qualquer sensação ruim que tinha em mim. Então escorei a cabeça em seu peito e fechei os olhos aproveitando.

Alguns minutos se passaram, eu ainda estava abraçada ao Matt... E estávamos em silencio, não havia muito que dizer. Só o que eu podia dizer era que me sentia muito bem ali. O calor que me incomodava tinha sido amenizado pelo frio da pele dele, e eu consegui relaxar... Só tinha uma coisa que ainda incomodava... A sede. Eu não sabia há quanto tempo estava sem beber e isso estava me matando. 

_O que foi?_ ele perguntou_ tem alguma coisa errada.
_Estou com sede_ sussurrei_ minha garganta esta ardendo.
_É a minha também_ suspirou_ já faz um tempo que não me alimento. 
_Eu não sei se vou agüentar muito tempo.
_Eu vou dar um jeito nisso.

Eu me afastei dele, me escorando na parede e ele se levantou... No momento que sua pele deixou de tocar a minha o calor voltou, não era mais tão intenso mais ainda incomodava. Matt caminhou até o vidro... E sem dó nenhuma começou a socá-lo enquanto gritava. 

_HEI... VOCÊ AI SEU IDIOTA_ ele gritou com o guarda_ OLHA PRA CÁ. 

O guarda se virou, a cara séria... Não parecia contente de ter que ficar ali vigiando duas aberrações. 

_EU QUERO FALAR COM O CALVIN... AGORA_ Matt gritou_ É MELHOR CHAMAR ELE AQUI OU VAI SE AREPENDER TA OUVINDO?
O guarda não respondeu... Pegou um telefone e discou um numero.
_ACHO BOM MESMO PALHAÇO_ Matt provocou rindo. 

Matt ficou parado no meio da sala esperando... Alguns minutos depois Calvin apareceu. Abriu a porta e entrou, com o mesmo sorriso presunçoso de sempre.

_Queria me ver?_ perguntou. 
_É eu queria te ver sim seu idiota_ falou irritado_ o que você ta pretendendo? Matar agente? 
_Seu eu quisesse matar vocês já teria feito não acham?_ disse como se fosse óbvio.
_Então porque não para de injetar aquela porcaria na gente?
_Par vocês ficarem fortes e fugirem? Não obrigado.
_Ah é? Pois a Demi quase morreu ainda pouco por causa disso... Eu gritei aqui e ninguém me respondeu... Não vê que ta fazendo mal a ela? 
_Eu deveria me sentir culpado?_ fez careta. 

Matt se irritou com a cara de pau do Calvin... O agarrou pelo pescoço e apertou o sufocando... Os guardas atrás dele levantaram as armas, apontando pra nós. 

_Se você não quiser que eu quebre seu pescoço aqui_ Matt ameaçou_ é bom arrumar alguma coisa pra nos alimentar.
_Esta me ameaçando Matt?_ disse com dificuldade, ainda rindo.
_Não vou pensar duas vezes antes de beber seu sangue_ avisou_ então... O que vai ser?
_Podemos resolver sem violência?

Matt o soltou, e Calvin levou a mão ao pescoço respirando com dificuldade. Ele então se virou por guarda ainda sorrindo ( ele realmente não tinha noção do perigo).

_Traga a cobaia 109_ ordenou.
_Outra cobaia?_ ergueu a sobrancelha.
_É uma cobaia diferente_ sorriu.

Então um guarda entrou na sala arrastando uma mulher pelos cabelos... Era uma humana... Eu arregalei os olhos... O cheiro dela me invadiu de uma forma avassaladora. 

_Ela é humana_ Matt fez careta.
_É... Divirtam-se_ Calvin sorriu. 

Calvin e seus guardas saíram da sala e trancaram a porta... Deixando dois vampiros esfomeados trancados com uma humana deliciosa... Homem desgraçado... Eu senti minha boca se encher de água, e a queimação irritante ficar mais forte. Matt rugiu pra garota.

_Por favor, não me matem_ a garota pediu desesperada. 
_Matt_ gemi, prendendo a respiração... Me recusava a tirar a vida daquela garota.
_Merda_ ele gemeu, também fazendo força pra não surtar. 

Ele caminhou de novo até a porta... A garota se encolheu quando ele chegou perto, chorando desesperada. 

_CALVIN_ gritou socando a porta_ VOLTA AQUI SEU DESGRAÇADO.
Nenhuma resposta, e a garota chorava cada vez mais alto... E a minha sede ia ficando cada vez pior. 
_CALVIN_ ele insistiu.
Depois de um minuto, Calvin voltou sorrindo e abriu a porta... Puxando a garota do chão pelos cabelos.
_Dois vampiros com princípios_ ele revirou os olhos_ que tocante.

Voltou a sair arrastando a garota consigo e trancou a porta... Matt se virou pra mim, me encarando. Depois caminhou até onde eu estava e voltou a se sentar no chão me abraçando, pra ficar na mesma posição que estávamos antes... E eu sorri quando o calor desapareceu. 

_Aguenta mais um pouco_ ele sussurrou me abraçando apertado. 

Ouvimos gritos de desespero da mulher... Em seguida tiros. Eu fechei os olhos sabendo o que estava acontecendo e uma lágrima desceu pelo meu rosto... A porta se abriu de novo. Calvin tacou duas garrafinhas na nossa direção e Matt as pegou antes caíssem no chão.

_Aproveitem_ sorriu e voltou a sair. 
_Toma_ Matt me ofereceu uma das garrafas.
_Não posso... Ele matou ela... Esse sangue é dela_ eu sussurrei.
_Olha, isso também não me agrada nenhum pouco mais se não bebermos vamos morrer de fome_ ele insistiu_ anda bebe.

Eu suspirei derrotada e peguei a garrafinha... Puxei o bico e comecei a beber o liquido, surpresa com o tamanho da minha sede. Mais eu tive que sorrir com a sensação boa do liquido descendo pela minha garganta. Matt tinha razão... Não era hora pra princípios... Não importava de onde viera o sangue... Eu precisava beber por mim... Pelo meu filho... Pelo Joe. 

_Obrigada_ sussurrei de novo, agradecida pelo que ele estava fazendo por mim.
_Não precisa agradecer_ disse sorrindo.

Ele também abriu a garrafinha dele e começou a beber... Com uma mão segurou a garrafa e com a outra me abraçou. Eu me aconcheguei em seu colo e fechei os olhos enquanto bebia... Parecia uma criança pequena. Mais me sentia bem. A dor e o calor tinham passado e a sede estava se aquietando... Tudo graças ao Matt... Se não fosse por ele eu já estaria morta.