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Hold My Hand - Capítulo 18



Capítulo 18



Duvidas e incertezas fazem parte da vida... Mais não podemos deixar que o medo do desconhecido nos impeça de viver.


Eu e Joe estávamos sentados na calçada de casa olhando a rua e conversando... Eu nunca me cansava de ouvi-lo falar sobre sua vida, pelo contrário. Eu gostava muito, e evitava falar muito sobre mim. Tinha certas coisas que ele não precisava saber.

_Eu sempre quis ter irmãos_ eu comentei_ mais como meu pai morreu.
_Sua mãe e Half não pensaram em ter filhos juntos?_ ele perguntou.
_Minha mãe até queria, mais o Half não_ dei de ombros_ ai eu fiquei como filha única.
_Não gosta de não ter que dividir a atenção?
_Eu não ligo pra isso_ falei_ na verdade adoraria dividir toda atenção que recebo.

Ele não fazia de como... Talvez se Half tivesse um filho, parasse de pegar no meu pé, ou talvez ao menos me perturbasse menos.

_Eu gostaria de conhecer seu irmão_ comentei.
_Isso ai vai ser difícil_ deu de ombros_ mais eu posso te mostrar umas fotos dele se quiser... Tem no meu computador.
_Ia ser legal_ eu sorri.
_Vem comigo_ ele chamou.

Ele segurou minha mão e me guiou pra dentro da casa dele... Eu ainda não tinha entrado lá depois que terminaram de arrumar e como eu imaginava tinha ficado incrível.

_Sua casa ficou linda Joe_ eu disse sorrindo.
_Eu ajudei a decorar_ sorriu orgulhoso_ tenho muito bom gosto.
_Deixa de ser convencido garoto_ dei um tapa no braço dele.
_Só sou realista_ ele disse rindo_ ou você não acha que eu sou demais?
_Não, eu não acho_ fiz bico.
_Ah, não é?_ sorriu maliciosamente.
Ele pos a mão na minha cintura e foi me empurrando devagar até me encostar na parede... Ele colou seu corpo ao meu e começou a beijar meu pescoço. Eu me arrepiei toda, sentindo sua língua quente em meu pescoço, e apertei seus braços com força. Ele subiu mais sua mão pela minha blusa, e eu soltei um gemido baixo, o fazendo sorrir.

_Ta bom, você é demais_ eu me dei por vencida.
_Eu disse a você_ ele riu.
_Agora que tal vermos aquelas fotos?_ eu disse.
_Ta bem, como quiser.

Ele me soltou e fomos subindo as escadas... Eu agradecia todos os dias por ele ser tão compreensivo comigo e não ficar com raiva quando eu interrompia nossos momentos. Mais eu não estava acostumada com toda essa intimidade, esse carinho... Tudo que eu fizera antes sempre fora por obrigação, por medo... Agora era diferente, e eu ainda não sabia muito bem como lidar com isso.
Chegamos ao quarto dele e se sentou na cadeira do computador, eu puxei outra cadeira e fiquei ao seu lado.

_Esse é o meu irmão Kevin_ ele apontou pra foto no computador.
_Ele é um gato_ eu disse sorrindo.
_Você achou é?
_Achei.
_É de família_ sorriu largamente.
_Aff_ revirei os olhos_ quem é o bonitinho ali no colo da sua mãe?
_É o meu irmão mais novo... Franklin... Ele tem nove anos.
_Você não me disse que tinha outro irmão... Onde ele esta?
_Com a minha vó_ explicou_ ele não quis se mudar de jeito nenhum... Disse que ficaria por lá.
_E sua mãe deixou?_ ergueu a sobrancelha.
_Deixou por enquanto... Mais disse que vai obrigá-lo a vir depois_ deu de ombros.

Eu me levantei da cadeira e fiquei em pé de frente pra cama dele... Admirando a pintura na parede.
_Ele é muito fofo_ sorri.
_Como eu disse_ ele me abraçou por trás_ é de família.
_Eu devia bater em você_ eu ri.
_Eu tenho uma ideia melhor_ sussurrou.
_E qual seria?_ perguntei.
_Você pode me encher de beijos_ ele sorriu.
_Gostei da ideia_ sorri.

Joe me virou de frente pra ele e me beijou de forma calma e apaixonada, daquele jeito que me deixava louca e me fazia perder toda razão. Deslizei minhas mãos pelo peito dele, envolvida no momento e tirei sua blusa, largando ela no chão. Joe sorriu pra mim, parando o beijo e acariciando meu rosto delicadamente.

_Você é tão linda_ sussurrou_ parece um anjo.
_Não sou um anjo_ falei, longe disso_ sou só uma garota.
_Uma garota especial_ ele disse.
_Não sou especial_ revirei os olhos.
_É especial pra mim_ sussurrou.
Ele me olhou nos olhos enquanto suas mãos desciam da minha cintura e iam até os botões do meu short... Eu respirei fundo e fechei os olhos, sentindo sua respiração bater em meu rosto. Ele desabotoou meu short e deixei que ele caísse aos meus pés, ignorando minha vergonha, minha timidez. Ele voltou a me beijar e foi me guiando devagar até a cama, me fazendo deitar e se deitando por cima de mim, grudando seu corpo ao meu. Seu sorriso e seu olhar carinhoso me tiravam do sério... Fizeram meu coração disparar loucamente, algo que só ele conseguia fazer. Joe deslizou suas mãos pra dentro da minha blusa, e foi subindo até meu seio, massageando carinhosamente enquanto me beijava com calma. Eu gemi baixo em seu ouvido, sentindo um prazer que nunca tivera antes, diferente do que eu sentia com Half.
Joe foi subindo a minha blusa devagar e ia beijando meu corpo no caminho, eu me arrepiei por completo e senti ele sorrir. Ele terminou de tirar minha blusa, me deixando apenas de calcinha e voltou a me beijar, dessa vez de uma forma mais intensa, mais quente, enquanto me acariciava. E nessa hora eu me lembrei do Half, de todas as vezes que fora forçada a dormir com ele, de como ele me machucara, de como doeu, como fora terrível... Me lembrei de como chorei por culpa dele e tive medo de me sentir assim de novo, tive medo do que aconteceria. Então quando o vi abrir os botões de sua calça me desesperei. Não consegui evitar o surto de pânico e o medo que me invadira... O empurrei pra longe.

_PARA, ME SOLTA_ eu gritei me afastando dele.
_Demi, o que foi?_ ele perguntou assustado.
_Não posso fazer isso_ sussurrei_ não posso.
Eu me sentei na cama e me encolhi, abraçando os joelhos, tentando me esconder... E comecei a chorar sem parar, não pude me controlar, as lágrimas desciam sem minha permissão.

_Demi, fala comigo_ ele pediu_ o que houve?
_Eu não posso fazer isso... Não posso, não posso... Eu não consigo_ disse aos prantos.
_Se acalma, ta tudo bem_ ele esticou a mão pra tocar meu rosto.

Eu me esquivei de seu toque e deitei na cama ainda encolhida, dando as costas a ele... Não conseguia encará-lo, eu era tão estúpida. Senti que ele deitara ao meu lado, e sua mão tocou meu braço, acariciando, num gesto de conforto.
_Desculpa_ sussurrei envergonhada.
_Não se desculpe_ ele disse_ ta tudo bem... Agora se acalme.

Eu fechei meus olhos, ainda chorando sem parar... Não queria fazer isso com Joe, ele não merecia. Mais eu não ia conseguir dormir com ele, não assim, não agora. Não sabendo que no dia seguinte teria que suportar o Half... Eu tinha medo, medo de doer, medo de me arrepender... Medo de magoar a mim e a ele. Os pensamentos passavam loucos pela minha cabeça e eu acabei adormecendo com a voz de Joe em meu ouvido me dizendo que tudo ficaria bem.
.............................

Quando abri os olhos de novo, vi que ainda estava no quarto de Joe, deitada em sua cama... Ainda estava só de calcinha, mais o lençol da cama me cobria. Me sentei, puxando o lençol junto pra me esconder... Joe estava sentado na cadeira do computador, vestido só em sua calça... Distraído com o celular.

_Oi_ eu disse baixinho.
_Ah_ ele sorriu_ já acordou?
_É_ concordei forçando um sorriso.

Ele levantou da cadeira, largando o celular de lado e veio se sentar na cama ao meu lado. Eu não consegui olhar nos olhos dele.
_Como você ta?_ ele perguntou.
_Bem_ eu disse e suspirei_ desculpa Joe.
_Você não tem que me pedir desculpas.
_Claro que tenho... Eu não queria ter feito aquele escândalo... É que eu...
_Demi_ ele levantou a mão pra acariciar meu rosto_ não se desculpe comigo... Eu entendo se você não se sente pronta ainda.
_Não esta com raiva de mim?
_É claro que não_ ele riu.
_Mais outro garoto no seu lugar, teria ficado com raiva, ia querer me matar ou me forçar a...
_Eu não sou como os outros garotos_ ele disse.
_Não_ concordei deixando uma lágrima cair_ é melhor que todos eles.

Ele sorriu e limpou a lágrima que desceu, acariciando meu rosto... Eu me senti a inda pior, não merecia um namorado como ele, alguém tão carinhoso e compreensivo. Porque eu não podia ter uma vida normal como todo mundo? Porque não podia ser simplesmente uma garota como as outras, que pudesse fazer seu namorado feliz sem entrar em pânico?

_Eu preferia que você tivesse ficado com raiva_ disse_ me sentiria menos culpada.
Ele sorriu de novo_ Demi, não vou gostar menos de você só porque não quis transar comigo. Eu te amo, e espero o tempo que for necessário até você estar pronta.
_Obrigada Joe... De verdade. Obrigada por me entender e me aturar assim.
_Não precisa agradecer gata_ ele riu_ agora é melhor se vestir.

Ele pegou a minha roupa que estava no chão e me deu ainda sorrindo.

_Vou esperar ali fora_ avisou.

Ele saiu do quarto e eu me vesti novamente, me olhando no espelho... Eu estava com a cara horrível, estava cansada. O que ele tinha visto em mim afinal? Suspirei e ele voltou ao quarto.

_Acho melhor eu ir_ falei.
_Ta bem_ ele concordou_ e não chora mais.

Ele me deu um beijo, e eu pulei da minha sacada pra dele... E encontrei uma tulipa vermelha em cima da cama.
Era oficial... Ele é bom demais pra mim.

Hold My Hand - Capítulo 17



Capítulo 17



Arrisque-se, cometa erros. Assim é que se cresce. A dor alimenta nossa coragem. Precisamos falhar para praticar a coragem.


Eu abri a torneira e água começou a sair pela mangueira... Abri um sorriso perverso e sem pena alguma molhei o Joe. Ele pos a mão na frente do rosto tentando se defender de mim e eu ria sem parar da cara dele.

_Hei, isso é covardia_ ele reclamou.
_Não, isso é muito divertido_ eu disse sem parar de molhá-lo.
_Ah é assim é?_ me olhou maldosamente_ agora é minha vez então.

Ele veio pra cima de mim, tirou a mangueira da minha mãe começou a me molhar... A água tava muito fria (totalmente morta), mais eu não conseguia parar de rir, me sentia uma criança. Era uma sensação incrível.

_Chega, chega_ eu pedi_ sério.
_Desistiu é?_ ele riu_ sabia que você não ia agüentar.
_A água ta fria_ fiz bico.
_Ah tadinha dela_ ele fez biquinho também e sorriu.
_É melhor agente tomar logo esse banho_ eu falei.
_Ta bom manhosa... Ta o maior frio aqui, vamo acabar logo com isso.

Ele se afastou um pouco de mim, largando a mangueira e tirou a camisa... É, ele tirou a camisa, deixando seus músculos a mostra. E MEU DEUS, ele é muito gostoso. O.O Eu virei a cara pro lado, morta de vergonha, ele não devia ser assim tão lindo, era uma crueldade.

_Vai ficar ai parada?_ ele perguntou.
_Não... Foi mal, me distrai.

Então nós tomamos banho ali, eu passei shampoo no cabelo dele, quase morri de vergonha e de outras coisas que não vou nomear enquanto ele passava o sabão pelo corpo. Ele tava me deixando maluca em todos em sentidos. E ainda por cima era super fofo.
Depois que acabamos ele tava se secando, mais de repente parou e ficou me olhando de um jeito estranho, que me fez arrepiar toda.
_Porque ta me olhando assim?_ perguntei envergonhada.
_Só to aqui me perguntando como tive tanta sorte se encontrar uma garota como você_ ele disse calmamente.
_Nem vem_ eu disse_ a sortuda sou eu. Você me trata tão bem e eu... Nem sei se mereço.
_Você merece muito mais Demi_ ele garantiu.

E dizendo isso ele largou a toalha de lado e veio até mim, passando as mãos pela minha cintura, e colando seu corpo frio ao meu. E quando ele me beijou eu esqueci de tudo em volta, o mundo sumiu e só havíamos nós dois... Mais nada. A mão dele foi subindo devagar pelas minhas costas, por dentro da minha blusa molhada, eu estava totalmente perdida no momento quanto ouço um barulho de porta abrindo... Eu o afastei apressada.

_Ai droga, o Half chegou_ arregalei os olhos.
_O que tem?
_Como o que tem? Se ele te pega aqui eu to frita, você tem que ir.
_Porque ele num pode me ver?
_O que você pensaria se chegasse em casa e visse sua enteada se agarrando com o filho do vizinho?_ perguntei tentando parecer natural.
_Olhando por esse lado_ ele concordou.
_Vai embora por favor_ implorei.

Ele arrancou uma tulipa vermelha e me deu, em seguida me roubou um rápido beijo e pulou o muro, saindo da minha vista. Eu estava sozinha em casa com Half. Suspirei e no segundo seguinte ouvi sua voz...

_O que esta fazendo aqui princesa?_ Half perguntou.
_Érr... _ me virei pra olhá-lo_ tomando banho.
_No quintal?_ ergueu a sobrancelha.
_Que é?_ fiz careta_ só tava a fim de me divertir um pouco por aqui... Não posso mais?
_Claro que pode_ ele sorriu maliciosamente_ na verdade eu gostei dessa sua ideia.

Ele começou a me analisar de cima abaixo com uma cara de safado e eu estremeci... Acompanhei seu olhar e percebi que minha blusa por ser fina, e estar molhada, estava tipo... Transparente e bem indecente. Eu me virei de costas pra ele envergonhada e corei imaginando que Joe me vira daquele jeito.
_Não vai ficar com vergonha de mim né?_ ele riu_ eu já vi isso tudinho várias vezes.
_Eu não tem nenhuma surpresa_ disse secamente_ porque não me deixa em paz em?
_Porque não quero_ ele disse.

Eu bufei irritada, e então ele estava bem atrás de mim, com o corpo colado ao meu... Ele deslizou suas mãos por dentro da minha blusa até meu seio. Eu tentei me soltar mais ele não deixou.

_Teremos um dia incrível juntos amanhã princesa_ ele sussurrou em meu ouvido.
_Me solta_ eu disse com agonia por ter suas mãos em mim.
_Eu espero que ninguém venha nos atrapalhar_ ele disse sério.

Ele deu um beijo em meu pescoço e se apertou mais contra mim, eu tentei me esquivar, sentindo nojo, mais não consegui. Então pra minha sorte ouvi o barulho da porta de novo... Minha mãe. Ele me soltou na hora, se afastando de mim e minha mãe aparecer no quintal.

_O que estão fazendo?_ ele nos olhou desconfiada.
_Eu estava perguntando a mesma coisa a ela_ Half disse_ acabei de chegar.
_Só tomando um banho no quintal_ forcei um sorriso.
_E desde quando você faz isso?
_Desde hoje ué_ sorri nervosa.
_Ta bom_ minha mãe fez careta_ tanto faz... É melhor ir pra dentro, ta frio aqui.
_Ta mãe, já vou.

Ela e Half entraram em casa e eu respirei aliviada... Aquela tinha sido por muito pouco.  
Eu fui até o meu quarto e troquei de roupa, pondo algo seco, quente e confortável. Pensei em me jogar na cama e dormir mais estava elétrica demais pra isso. É... Eu estava muito agitada. Então desci as escadas e fui até cozinha querendo comer alguma coisa. Minha estava lá, olhando pra tudo com atenção.

_Você limpou a cozinha?_ ela disse ceticamente.
_Limpei_ falei naturalmente_ por quê?
_Como por quê? O que te deu?
_Tava entediada, sem nada pra fazer_ dei de ombros.
_Ai pra matar o tédio, resolveu fazer uma faxina na cozinha?_ ergueu a sobrancelha.
_Érr... Quase isso_ falei nervosa.
_Demi... O que ta havendo?
_Nada mãe_ tentei disfarçar... Tentativa falha.

Minha mãe ficou me olhando em silencio, me analisando... Aquilo não era bom... Ela ia querer bancar a psicóloga e embora o emprego dela fosse outro ela era boa nisso.

_Porque esses olhinhos brilhantes?_ ela perguntou sorrindo.
_Não sei do que a senhora esta falando_ desconversei.
_Eu te conheço Demi... O que ta havendo?

Eu suspirei, ela só prestava atenção nas coisas quando queria... E sempre nas coisas erradas. Droga, droga, droga.

_Ai mãe, não é nada importante_ eu disse.
_Tem haver com algum menino?_ ela sugeriu.
_Pode ser_ sorri de lado.
_Hum... E quem é o sortudo que ganhou o coração da minha filinha?_ perguntou curiosa.

Eu não quis dizer a ela... Na verdade seria bom compartilhar isso com a minha mãe, ter alguém com quem falar, ouvir conselhos. Mais eu sabia que se contasse a ela, logo Half ficaria sabendo. E de jeito nenhum eu ia por o Joe em risco assim. Já não bastava eu estar me encontrando com ele... Escondida, tecnicamente falando.

_Érr... Não quero falar disso mãe_ desconversei.
_Vai me deixar curiosa?_ fez bico.
_Sinto muito mais vou_ eu sorri_ eu prometo que vou te contar quando estiver pronta.
_Tudo bem querida... Mais sabe que pode confiar em mim né? Me contar qualquer coisa.
_Eu sei mãe_ garanti.
Não qualquer coisa... Mais eu sabia que podia confiar na minha mãe. Só era difícil contar a ela alguma coisa sem que Half acabasse sabendo. Ele tinha um dom de enganar as pessoas... Todos menos a mim.

_Eu vou dormir um pouco mãe_ falei.
_Vai sim querida, até amanhã.
_Até amanhã.

Dei um beijo na bochecha dela e subi as escadas correndo doida pra estar sozinha e em paz no meu quarto. Mais antes que eu entrasse Half me puxou pelo braço, me dando um susto. Ele tinha o dom de aparecer do nada e me assustar assim.

_O que você quer em?_ perguntei impaciente.
_Só vim avisar pra que você se prepare pro nosso dia amanhã_ disse sorrindo.
_Só isso?_ o olhei feio.
_Você ta diferente hoje_ ele comentou_ o que aconteceu com você?
_Nada que seja da sua conta_ puxei meu braço_ já deu o seu recado, eu já entendi... Agora boa noite.
_Sonhe comigo princesa_ ele riu.
_Tomara que morra durante o sono desgraçado_ sorri cinicamente.

Ele não pareceu se abalar com meu insulto, mais eu ignorei... Estava feliz demais pra que ele estragasse isso. Deixaria pra me alto flagelar amanhã quando o inferno começasse.
.......................................................

E eu passei assim a semana seguinte... Era um dia no paraíso com Joe, e um dia no inferno com Half. Eu tentava disfarçar minha tristeza quando estava com Joe, as marcas. Era complicado, mais quando eu estava com ele tudo parecia simples e perfeito e eu conseguia parar de chorar. Eu me sentia mal, como se estivesse enganando o Joe, o traindo com aquele verme nojento. Era a pior parte... Sentir os beijos apaixonados e carinhosos de Joe, suas palavras doces... E logo em seguida o toque nojento de Half, seu olhar de cobiça e raiva, seus insultos. Eu tinha uma vida dupla... E nessa simples semana foi mais difícil de esconder meu segredo do que em dois anos que tive que passar por isso... E tudo por ele... Pelo meu anjo. Por Joe.

Hold My Hand - Capítulo 16



Capítulo 16

A distancia entre a amizade e o amor... Pode ser a distancia de um beijo.


Caminhei até o armário onde minha mãe guardava as porcarias que eu gostava de comer... E achei alguns pacotes de pipoca de microondas. Eu peguei dois e mostrei pra ele.

_Pipoca de microondas_ falei animada_ com manteiga ou sem?
_Tanto faz_ deu de ombros_ você que decide.
_Ótimo_ sorri_ com manteiga... Quanto mais gorduroso melhor.

Ele devia estar pensando que eu era maluca, mais quem se importava? Eu pus a pipoca no microondas e liguei, em seguida fui mexer nos armários procurando o chocolate e o leite condensado.

_Onde minha mãe guardou o leite condensado?_ resmunguei.
_Ta procurando isso aqui?

Ele estava bem atrás de mim, Muito... Muito perto, segurando a lata que eu procurava. Sorri sem jeito, peguei a lata da mão dele e me esquivei, indo pra perto do fogão. Ele só sorriu enquanto me observada, me deixando ainda mais constrangida. Ele tinha o do de me deixar sem jeito... Era incrível. Eu comecei a preparar as coisas...

_Isso não vai dar certo_ ele comentou.
_Porque não para de ficar ai agourando e vem aqui ajudar?_ reclamei.

Ele riu e enquanto eu mexia o brigadeiro na panela foi pegando outras coisas pra comermos, refrigerantes e mais porcarias. Depois de um tempinho eu tirei o brigadeiro do fogo e pus numa tigela, escorando em cima do balcão.

_Quer ser o primeiro a experimentar?_ eu perguntei.
_Não... Você primeiro.
_Qual é? É só chocolate_ revirei os olhos.
_Chocolate pode ser muito perigoso_ ele disse rindo.
_Idiota... Você ficou todo animadinho, agora vai ter que experimentar_ fiz cara de brava.
_Tudo bem madame_ concordou.
Ele estava escorado no balcão a minha frente... Sim estávamos espremidos no pequeno espaço entre a pia e o balcão, mais eu procurei ignorar esse fato. Peguei uma colher e enchi com o brigadeiro, chegando um pouco mais perto dele. Mais como sou uma menina perversa, ao invés de por o chocolate na sua boca, aproveitei sua distração e passei o chocolate na sua bochecha.

_Hei_ ele fez uma careta de indignação.
_Uma delicia não é?_ eu zombei rindo dele.
_É, uma delicia_ ele concordou.

Enquanto eu estava distraída rindo da cara dele, e passou a mão dentro de tigela e esfregou no rosto... É... NO ROSTO TODO.

_Que isso?_ eu reclamei_ olha o que você fez.
_É bom né?_ ele caiu na gargalhada_ foi você que começou.
_Ah, então é guerra?_ eu falei zangada.
_Vem com tudo anjo_ ele desafiou ainda rindo.
_Ah você vai ver.

Eu enfiei a mão na tigela e fui pra cima dele... É isso mesmo que vocês estão pensando, ficamos iguais dois malucos no meio da cozinha tacando chocolate um no outro, parecíamos duas crianças. Eu até peguei a lata de chantili e despejei nele, foi muito engraçado. No final estávamos totalmente melecados... Só o que sobreviveu intacto foi o cabelo.

_Olha só a bagunça que você fez_ eu disse.
_Eu fiz?_ ele riu_ foi você que começou... Achou que eu ia deixar barato?
_Ainda não estou satisfeita_ falei.

Ainda tinha um pouco de chocolate na tigela, eu peguei e ia tacar em cima dele (É, eu pirei de vez, mais tava adorando) Ele segurou minha mãe pra me impedir e o chocolate acabou indo todo pro chão. Pois é um desperdício e tanto de chocolate, e dava até medo de olhar a bagunça que fizemos.

_Haha, não me pegou_ ele riu de mim.
_Idiota_ resmunguei.

Eu me aproximei pra dar um tapa nele, mais como sou desastrada, acabei escorregando em todo aquele chocolate no chão. Joe me segurou firme antes que eu fosse ao chão. Quando recuperei meu equilíbrio, ele pos escorada no balcão e depois apoiou suas mão atrás de mim. Sem dar especo pra que eu saísse.
Cuidado anjo_ ele disse me olhando nos olhos_ não vai se machucar de novo.
_Érr... Isso sempre acontece comigo_ sussurrei.

Continuamos parados ali naquela posição, uma distancia mínima entre nós dois. Meu coração deu um salto, eu me sentia outra pessoa. Um sentimento totalmente desconhecido me inundou, eu não estava acostumada aquilo, a me sentir assim. Ele foi chegando mais perto bem devagar... Devagar demais, minha vontade era puxá-lo mais pra perto e acabar logo com isso, mais eu não conseguia me mexer, nem fazer absolutamente, até respirar me pareceu mais difícil. Ele encostou sua testa na minha, sem desviar os olhos dos meus nem por um instante.
Então finalmente ele me beijou, diferente da outra vez... Dessa vez foi um beijo de verdade, intenso, mais lento e apaixonado. Eu nunca imaginei que poderia me sentir desse jeito ao beijar alguém... Com Half tudo era um sacrifico, uma tortura. Mais estando ali com ele, eu sentia que podia ficar assim pra sempre e nunca me cansar. Joe tirou uma de suas mãos do balcão e a pousou na minha cintura, me arrepiei ao sentir sua mão quente tocando a minha pele, me sujando com o chocolate. Me entreguei ao momento e passei minhas mãos pelo seu cabelo, o puxando pra mais perto de mim. Senti sua língua passeando em minha boca, a melhor sensação do mundo.
Mais ai... Cedo de mais acabou. Ele parou o beijo com alguns selinhos, um sorrisinho bobo no rosto. Nós dois respirando com dificuldade. Mordi meu próprio lábio tentando reprimir um sorriso.
_Devíamos fazer isso mais vezes_ ele comentou sorrindo.
_Sabe que vai ter que me ajudar a limpar isso né?_ falei também sorrindo, mais ainda envergonhada.
_Com prazer_ garantiu.
_Você sujou toda minha roupa_ fiz bico.
_E você enfiou suas lindas mãozinhas com chocolate no meu cabelo, então estamos quites_ ele riu.
_Quites nada, olha pra mim_ protestei.
_Chocolate faz bem pra pele_ ele disse brincando com uma mexa do meu cabelo.
_Chocolate da espinha_ disse séria.
_Quando você come, não quando esfrega ele pelo corpo_ avisou.
_Bobo_ dei um tapa nele_ agora vamos limpar isso.

Eu tentei sair dali mais ele não deixou... Continuou com as mãos escoradas no balcão impedindo minha passagem. E continuou a me olhar sorridente, e cheio de segundas intenções também.

_Agente pode deixar isso pra depois_ ele falou_ vem cá.

E dizendo isso me puxou pela cintura, colando seu corpo no meu e beijou de novo. O que eu fiz? Só retribui com muito boa vontade. Acho que eu merecia alguma alegria, sentir que alguém gostava de mim de verdade. Eu aproveitaria agora, pois teria que voltar ao inferno depois, quando Half voltasse pra casa.
...........................


Nós dois ficamos um tempo aos beijos ali no meio daquela bagunça. Eu estava me sentindo uma adolescente fazendo algo errado. Aquilo na verdade era errado, muito errado. Eu não devia me envolver... Não devia me apaixonar, nem deixá-lo entrar na minha vida. Mais quem disse que eu conseguia mandá-lo embora? Nós arrumamos o máximo que conseguimos a cozinha, não ficou perfeito mais estava melhor que antes... E só o que sobreviver do nosso lanche foi o refrigerante, até a pipoca se deu mal. Ou caiu no chão ou mergulhou no chocolate o.O
_Até que não ficou mal_ eu sorri satisfeita.
_Não tenho vocação pra faxineiro_ ele largou a vassoura e sentou na cadeira.
_Não seja frouxo_ eu ri dele_ nem foi tão difícil.
_Imagina_ disse ironicamente_ Então... Será que ainda da pra assistirmos aquele filme?
_Acho que a única coisa que faremos agora é tomar um bom banho_ falei.
_Por quê? Você ta linda assim toda suja de chocolate_ comentou_ realmente uma delicia.
_Se controle por favor Jonas_ taquei um pano na cara dele_ você ta muito safado hoje.
_Desculpe, eu não resisti.

Revirei os olhos, e guardei as coisas que usamos pra limpeza... Depois deixei ele esperando na cozinha e fui com cuidado pra não sujar a casa toda, atrás de toalhas, sabonetes e shampoo.

_Pronto_ coloquei as coisas na mesa_ acho que ta tudo aqui.
_Onde pensa que vai com isso?_ ele me olhou confuso_ até onde sei o banheiro é la em cima.
_Nem morta vou deixar você tomar banho no meu banheiro assim, esta todo melecado e vai sujar tudo.
_Eu não vou não.
_Vai sim, você é homem e homens são bagunceiros_ afirmei.
_Então vamos tomar banho aonde dona organização?
_Lá fora_ sorri_ vem comigo.

Eu puxei ele pela mão até os fundos da casa, lá no jardim. Coloquei as coisas em cima do muro e peguei uma mangueira.

_É sério isso?_ ele me encarou_ vamos tomar banho aqui fora?
_Algum problema com isso? É pobre demais pra você?_ eu ri.
_Você quer que eu tire a roupa aqui no meio do quintal?
Eu analisei a pergunta por um instante... Demorei demais pra responder pois ele sorriu largamente.
_Não me tente Jonas_ eu zombei_ não precisa tirar a roupa.
_Tudo bem então.
Eu comecei a arrumar as coisas pro banho, tentando me acalmar, mais estava difícil... Só a presença dele já me punha nervosa.

_Hei_ ele segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos_ porque não relaxa?
_Eu estou relaxada_ menti.
_Você mente muito mal_ ele riu.
_Já lhe disse que minha vida amorosa é meio parada, não estou acostumada a isso_ disse olhando pras nossas mãos.
_Você vai se acostumar... Não precisa ficar assim_ sorriu_ sou só eu.

Só ele, Joe... Meu amigo, meu amor, meu anjo... Eu o conhecia há tão pouco tempo e sentia que o conhecia há anos. Ele tinha razão, não havia motivos pro meu nervosismo. Eu sorri e o abracei... Já estávamos todos sujos mesmo.

Hold My Hand - Capítulo 15



Capítulo 15

E o amor não faz o mundo girar. O amor é o que faz o giro valer a pena.


Acordei no dia seguinte com o som do meu despertador... Mais ao invés de me levantar pra ir a escola decidi que ficaria em casa e dormiria até tarde, e minha permitiu, preocupada com o meu acidente. Eu estava dolorida demais pra sequer pensar em ficar horas sentada naquela sala de aula... Então dormi até mais ou menos meio dia quando meu celular tocou me acordando... Olhei no identificador... Era Selena.

_Alô_ disse com a voz sonolenta.
_Alô?_ ela pereceu indignada_ é só isso que vai dizer?
_O que você quer Selena?_ perguntei irritada por ela ter interrompido meu precioso sono.
_Onde você estava? Porque não veio a escola criatura? Sabe o susto que me deu? Você nunca falta_ ela disse de uma vez.
_Eu estava dormindo_ disse simplesmente.
_Dormindo_ repetiu_ VOCÊ ESTAVA DORMINDO? PIROU?
_Da pra parar de gritar sua louca?
_Ta bom_ ela disse mais calma_ respira Sel, respira.


Fez-se um minuto de silencio do outro lado da linha, ela estava realmente tentando se acalmar... Revirei os olhos e esperei pacientemente... Que sorte a minha ter uma melhor amiga total e completamente louca.
_Porque você não foi à escola hoje best linda da minha alma?_ perguntou calmamente.
_Eu meio que sofri um acidente_ falei.
_Acidente?_ repetiu alarmada.
_Pois é... Sabe aquela mesinha linda de vidro que fica no mio da sala?
_Sei_ pude notar que ela estava sorrindo mesmo sem ver seu rosto_ adoro ela.
_Adorava, pois não temos mais ela_ eu disse.
_O que houve?
_Eu tropecei em cima dela... E... Da pra imaginar o resto_ suspirei.
_Nossa amiga, e você ta bem?
_Vou sobreviver_ falei.
_Você quer que eu vá cuidar de você Best?_ perguntou.


Eu já ia dizendo que sim, precisava mesmo de uma companhia mais... Antes que eu pudesse responder ouvi um barulho vindo da minha casada. E então Joe entrou no meu quarto. Eu sei que tomei um baita susto... E fiquei olhando pra ele de boca aberta, estava tão lindo... Usando uma calça jeans escura e uma regata branca colada ao corpo perfeito. Até esqueci do telefone.

_Oi_ ele sorriu.
_Oi_ sorri como uma idiota.
_Oi? Como assim oi?_ Selena resmungou_ Eu posso ou não ir ai?
_Realmente não precisa Sel... Eu to bem_ falei.
_Mais eu...
_É sério Sel_ a interrompi_ agente se fala depois.
_Quem ta ai com você?
_Ninguém_ menti_ te ligo depois.
_Demetria não se atreva a desli...


Tarde demais... Eu desliguei o telefone na cara dela. Selena me mataria por isso depois, mais eu correria o risco. Larguei o celular de lado e olhei pra Joe que sentou na beirada da cama sorrindo.

_Interrompi alguma coisa?_ ele quis saber.
_Não_ afirmei_ era só a Selena me enchendo a paciência... Me salvou dela na verdade.
_Ah, legal_ sorriu de lado_ como você ta?
_Meio dolorida_ fiz careta_ vou sobreviver.
_E o que sua mãe achou do estrago que você fez na sala?
_Ela nem ligou muito pra isso_ dei de ombros_ estava mais preocupada com as marcas no meu corpo.
_Claro.
Ele me olhou nos olhos e eu suspirei, me perdendo naquele castanho profundo... Tão hipnotizante e reconfortante. Mais ai percebi que eu ainda estava de pijama, o que caso vocês não saibam era um MICRO short e uma blusinha nada discreta e estava totalmente descabelada... Traduzindo... Eu parecia um monstro a essa hora da manhã com muito pouca roupa (Ta eu sei que era meio-dia, mais pra mim ainda era cedo)... Eu não queria que ele me visse assim. Mais ele não parecia nenhum pouco incomodado ou constrangido... A louca era sempre eu.

_Então_ eu disse puxando o lençol pra me cobrir_ você não usa mais a porta?
Ele sorriu de novo, vendo o jeito como eu me escondia_ Pela sacada é mais rápido, eu já disse a você.
_Não se entra no quarto de uma garota há essa hora sem bater_ passei a mão nervosamente pelo cabelo, sabendo que era impossível dar um jeito nisso sem um banho_ Eu podia estar sem roupa.
_Eu não tenho tanta sorte_ ele brincou e eu fiquei vermelha.
_É sério engraçadinho_ desviei os olhos de seu rosto_ eu estou horrível.
_É impossível um anjo como você ficar horrível_ ele sussurrou pondo uma mexa do meu cabelo atrás da orelha.

Droga, porque ele tinha que ser tão perfeito? Eu fiquei sem fala de novo, olhando pra ele com cara de besta. ANDA, FALA ALGUMA COISA IDIOTA.

_Érr... Eu preciso, de um pouco de privacidade_ falei_ se importa de me dar um minuto?
_Claro que não_ sorriu_ Eu te espero.
_Obrigada.

Eu soltei o lençol e levantei da cama, indo até meu guarda roupa atrás de algo descente pra usar... Puxei a ponta do meu short, tentando deixá-lo menos indecente já que tinha um par de olhos grudados em mim... Constrangedor. Mais no fundo era agradável ver o jeito que ele me olhava. Totalmente diferente ao que eu estava acostumada. Havia o desejo lá no fundo, como em qualquer homem, mais também tinha algo mais que me fazia ficar a vontade... Amor, respeito, carinho... Proteção.
_Érr... Eu não demoro_ prometi.
_Não tenha pressa_ disse com sua voz serena.
_Ta.

Então fui até o banheiro, deixando um Deus grego e totalmente perfeito em todos os sentidos sentado na minha cama a minha espera. Eu até cheguei a me perguntar se não estava sonhando. Mais ignorei isso e fui tomar um rápido banho. Vesti um short jeans escuro confortável e uma regata cor de rosa. Penteei o cabelo, tentando parecer normal e apresentável, mais eu estava nervosa demais para parecer normal. Voltei ao quarto e Joe continuava me esperando, sentado na cama.

_Voltei_ eu sorri de lado_ bem melhor agora não?
_Você fica linda de qualquer jeito_ ele disse me fazendo mais uma vez ficar sem graça.
_Para com isso_ eu disse envergonhada.
_Mais eu não fiz nada_ ele riu.
Eu o encarei séria e ele parou de rir, se levantando e caminhando até mim.
_Desculpa, eu prometo que vou me comportar.
_Melhor assim_ sorri.

Ele levantou a mão delicadamente e pos uma mexa do meu cabelo atrás da orelha, me arrepiei dos pés a cabeça... Respira Demi.
_Então_ ele sorriu_ o que vamos fazer hoje?
_Não sei_ suspirei_ o que você planejou pra nós?
_Eu pensei que podíamos sair_ ele deu de ombros_ mais como você esta dolorida acho que teremos de ficar por aqui.
_Certo_ concordei_ e o que faremos aqui?

Ele não respondeu... Só ficou me olhando atentamente, e enquanto ele me olhava milhões de opções do que poderíamos fazer passaram pela minha cabeça. Todas tentadoras e... Constrangedoras que me fizeram corar.

_Que tal ver um filme?_ ele sugeriu percebendo meu súbito constrangimento... O que estava acontecendo comigo?
_Ótima ideia_ sorri aliviada_ terror, comedia, ação, drama, romance ou suspense?
_Pode ser terror ou suspense_ sorriu.
_Half comprou uns filmes essa semana_ falei_ ele pode ser um idiota mais tem bom gosto pra filmes.
_Olha esse aqui_ ele pegou um na prateleira_ O maníaco do parque.
_Aff_ revirei os olhos_ sobre o que é?
_Um estuprador que...
_Ta legal_ interrompi ao ouvir a palavra estuprador, nem pensar eu assistiria isso_ decididamente vermos uma boa comédia.
_Qual o problema com esse?_ me olhou confuso.
_Não gosto desse tipo de filme... Violentos demais_ sorri nervosa.
_Ta_ deu de ombros.

Eu peguei um filme de comedia, tentando relaxar e liguei o DVD... Mais ainda faltava alguma coisa.

_Não ta faltando alguma coisa?_ ergui a sobrancelha.
_A pipoca_ ele disse_ não se pode fazer um cinema em casa sem pipoca.
_Claro_ sorri_ e o que acha de brigadeiro?
_Chocolate?_ seu sorriso se alargou_ disse minha palavrinha mágica.
_Ótimo_ segurei a mão dele_ vamos nessa.

Descemos as escadas rapidamente passando pela sala que agora estava mais vazia sem a mesinha.

_Ficava melhor com a mesinha_ ele comentou rindo.
_Isso joga na cara que eu estraguei a decoração da casa_ fiz bico e ele riu mais ainda.
_Foi mal.

Continuamos andando até a cozinha, eu acendi a luz e vi que estava meio... Bagunçada.

_A empregada ta meio que... De folga_ fiz careta_ minha mãe ta sem tempo e eu não sou muito ligada em faxina.
_Sei como é_ ele riu_ quer ajuda pra dar um jeito nisso?
_Por que não terminamos de sujar primeiro e limpamos depois?_ sugeri.
_Claro... Fazer mais bagunça_ ergueu a sobrancelha_ ótima ideia.
_Não seja chato_ dei um tapa no braço dele.
_Você parece... Animada hoje_ ele comentou.
_Pareço?_ disse sem graça.
_É... Esta meio... Agitada_ me observou atentamente_ aconteceu alguma coisa?
_Não_ menti.

A verdade é que eu estava realmente agitada... E isso se devia ao fato de que eu estava sozinha em casa com ele. Isso não tinha me preocupado antes, mais agora eu estava nervosa. Não conseguia evitar me sentir assim... Eu era tão estúpida.

_Vamos logo com isso né?_ disse querendo desviar sua atenção.
_Tudo bem_ sorriu.

 

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