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Anjo da Noite 2 - O Fim - Capitulo 11



Capítulo 11 – Tentativa de assassinato


Com um pouco de sacrifício conseguimos esvaziar a mansão Welkins. Eu já ia subir pra ver se estava tudo bem com a Demi quando ela desceu as escadas, nós tomamos um susto quando olhamos pra ela. Estava descalça, o vestido rasgado, seu cabelo estava solto e todo desarrumado e ela estava toda molhada. No seu rosto tinha marcas de unha e tinha um pedaço enorme de vidro enterrado no seu braço. Sua maquiagem estava toda desmanchada, seu rosto estava preto por causa do rímel, ela estava bufando de raiva.

_Meu Deus, o que houve com você?_ Selena perguntou assustada. 
_Trish_ disse e puxou o vidro do braço o deixando cair no chão.
_Ela tava aqui?
_É.
_Você ta bem?_ perguntei.
_Eu pareço bem? Aquela desgraçada...
_Você a matou?_ Nick interrompeu.
_Não ela fugiu, mais vai voltar. E por falar nisso... Você vai precisar de uma reforma no quarto de hospedes_ disse pro Jonathan que arregalou os olhos. 
_O que ela queria?_ Selena perguntou.
_Não deu pra perceber? Me atormentar, me irritar, ma matar. 
_Olha, é melhor irmos pra casa_ sugeri.
_Ótima ideia.

Nós pegamos o pagamento com o Jonathan, o único que pagou um trabalho a vista, pelo menos que eu me lembre. A Selena pôs o dinheiro no carro e então foram embora. Eu insisti pra Demi me deixar dirigir mais ela não aceitou, o humor dela não estava muito bom. 

_Você ta legal?
_Vou ficar, só preciso descansar.
_Sinto muito por...
_Não precisa disso Joe, é serio. Eu vou ficar legal. 
_Ela disse alguma coisa?
_Não, só me enrolou como sempre e acabou com o meu visual. Eu adorava esse vestido.
_Ha, ta bem, você já esta melhorando pelo visto. 
_Ela vai me pagar por...
Ela não teve tempo de terminar a frase, ouvi um estrondo e o vidro carro se quebrou, tinha alguém atirando na gente. Senti uma coisa entrando no braço e começar a me queimar.

_Joe você ta bem?
_Tem alguém atirando na gente, acelera.
_Ta.

Ela pisou fundo, estávamos voando pela cidade e os tiros continuaram até que um deles a acertou, ela soltou o volante na hora e desmaiou, eu tentei segurar pra que não batêssemos.

_Demi_ eu gritei mais ela não ouviu.

Eu tentei segurar o carro mais foi impossível. Ele seguiu direto pela estrada até arrebentar uma pequena mureta que tinha por ali e ir direto pra dentro de um rio. Como o vidro do carro tava aberto a água começou a entrar e o carro afundou facilmente, a Demi continuava desacordada e eu estava preso pela droga do cinto de segurança, essas coisas são um perigo pra pessoas como nós. Tentei de tudo quanto é jeito soltar aquela porcaria até que finalmente consegui, era nessas horas que eu gostaria de ter nascido do outro lado do muro e não precisar respirar. Aproveitei que ela não estava usando cinto e atirei pela janela carro. Nadei com um pouco de dificuldade até conseguir chegar à superfície e a deitei na beira do rio. Era incrivelmente bom poder respirar. 

_Demi_ chamei_ Demi acorda.

Mais ela não respondia, eu a sacudi mais não adiantou de nada. Eu podia ver a marca da bala em seu peito, na direção de seu coração. Ela não podia morrer assim, podia? Era só uma bala.

_Demi, pelo amor de Deus acorda. Não faz isso comigo.

Eu esperei por mais um minuto e então de repente ela acordou, sentou no chão assustada, respirando com dificuldade. 

_Demi você ta bem?
_Não, eu não consigo respirar, te alguma coisa...
_Demi? Você ta me assustando.
Ela colocou a mão na boca, parecia que queria vomitar, começou a tossir feito louca, então quando afastou a mão da boca, a bala estava em suas mãos.

_Você cuspiu a bala?
_Eu... Não sabia que podia fazer isso. Droga.
_Você me deu um susto_ a abracei.
_Isso é prata_ ela falou.
_Tinha alguém querendo nos matar e não era humano, sabia como acabar comigo.
_Trish. Eu a vi, foi ela. Filha da p...
_É melhor nós irmos.
_Irmos como? Eu não sei s consigo correr depois disso.
_Bom, o seu telefone já era.
_Que ótimo.

Eu não conseguia me transformar por causa da bala no meu braço que fazia a prata se espalhar pelo meu sistema. E a Demi também não conseguia correr, muito menos carregar alguém, então a solução foi irmos andando. Por incrível que pareça ninguém sentiu nossa falta ou notou nossa demora, deviam estar pensando que paramos pra nos agarrar no meio do caminho, pra vocês verem o que eles pensam de nós. O humor da Demi não estava muito bom, fomos em silencio durante todo o caminho, mais ou menos uma hora e meia pra chegarmos em casa. Abrimos o portão e entramos, andamos calmamente até o escritório até que ela se irritou e abriu a porta com um chute.
Narrado pela Demi

Eu entrei no escritório morrendo de raiva, meu pai não podia mais mentir pra mim, eu não agüentava mais essa palhaçada. Ele e Paul olharam espantados quando viram nosso estado. 

_Meu Deus o que houve com vocês?_ meu pai perguntou espantado.
_Sabe quem foi me fazer uma visita pai? Sua amiguinha Trish. E ela quase me matou.
_Ela lutou com a Demi e depois fuzilou o nosso carro, agente quase morreu_ Joe disse.
_Mais ela foi atrás de você no trabalho?
_É, e eu ainda não sei por quê. 
_Como, eu já te expliquei que...
_Não vem com essa historia de que ela confundiu as coisas porque eu não acredito, tem algo a mais que você não quer me contar e eu to de saco cheio das suas mentiras.
_Demi, você precisa se acalmar.
_Me acalmar? Eu vou me acalmar quando você me disser a verdade. O que tem naquele envelope pai? Porque a Trish ta tentando me matar? Porque ela tem tanta raiva de mim? 
_Demi...
_Qual é o problema?_ o encarei irritada_ EU NÃO SOU CONFIAVEL O BASTANTE PRA VOCÊ ME DIZER? VOCÊ ACHA QUE A SUA FILINHA IMBECIL NÃO MERECE SABER? 
_Demi, se controla, por favor... Se eu não te contei é pro seu bem, é porque não é importante.
_Pro meu bem? Você não se preocupa comigo só com você mesmo. Eu to cansada de ficar pagando pelos seus erros pai. Eu to de saco cheio.
_Joe, pede pra ela se acalmar_ Paul falou. 
_Não me manda ter calma.
_Acalmar? É da nossa vida que estamos falando, tem uma maluca querendo nos matar e você manda agente ter calma? Nós temos o direito de saber. Ta vendo isso aqui?_ ele mostrou a marca em seu braço_ É culpa dela.
_Vocês não entendem_ disse agoniado.
_Então explica_ Joe pediu.
_Eu não posso.
Eu o encarei mais um longo instante, ele não se descuidava em nenhum momento. 

_Ótimo, não vou conseguir nada de vocês. Acho que vou procurar a Trish e perguntar a ela.
_Não faz isso Demi.
_Não faz? Quem vai me impedir? Você?
_Demetria.
_Se você me contar o que esta havendo eu não faço.
_Sai daqui Demi, você precisa esfriar a cabeça esta muito nervosa.
_Agora vai me expulsar?
_Sai do meu escritório agora Demetria... É pro se bem e...
_Vai pro inferno.

Eu dei as costas pra eles e fui andando até meu quarto, me abaixei no chão sem acreditar que isso estava acontecendo comigo, o Joe veio em seguida, se abaixou no chão ao meu lado.

_Demi, você precisa se acalmar, vi ser melhor...
_Eu não quero me acalmar, eu quero matar alguém.
_Isso não vai ajudar em nada.
_Não, mais eu vou me sentir melhor. Eu não aguento mais isso, eu vou embora dessa casa.
_Não, você não pode fazer isso.
_Não posso?
_Se afastar vai ser pior, você tem que ficar perto dele, pra poder vigiar, uma hora ele vai cometer um erro e ai você vai descobrir tudo.
_Não, ele não vai.
_Demi...
_Mais de cem anos Joe. Ele aprendeu a controlar os pensamentos pra esconder de mim meus presentes de aniversario, surpresas ou quando ele não queria me preocupar. Esse é o dom dele, me enganar... Ele é o único que consegue.
_Mais o meu pai...
_O seu pai estava ocupado demais pensando no que a família vai achar. Paul não pode me contar o que eu quero saber, tem que ser o meu pai... Ou a Trish. 
_É, só que você não vai perguntar pra ela.
_Ela vai voltar, não vai descansar enquanto eu não estiver morta. Mais eu vou esperar.
_Demi...
_É assim que tem que ser Joe.
Narrado pelo Joe

Nós sentamos em silencio por alguns minutos até que a Selena entrou no quarto.

_Vocês estão bem?
A Demi sorriu com essa pergunta_ O que você acha?
_Demi, vai tomar um banho e tirar essa roupa. Vai te fazer bem_ pediu.
_Ta, eu vou sim.

Ela levantou sem protestar e foi pro banheiro tomar banho, a Selena pegou um estojo e sentou ao meu lado, não fez perguntas só ficou quieta.

_Temos que tirar essa bala do seu braço, a prata ta se espalhando, ta infeccionando.
_Tanto faz.
_Eu posso?
_Claro. 

Senti ela enfiar alguma coisa no meu braço e mexer até que a bala saísse. 

_Droga.
_Para de reclamar.
_Queria estar no meu lugar? Isso dói.
_Você é um lobisomem ou um humano sem graça?
_Eu sou metade humano Sel.
_Tanto faz_ sorriu.

Ela terminou de fazer o curativo e então saiu do quarto, eu esperei até que a Demi voltasse.

_Se sentindo melhor?
_Na verdade não, mais... Eu preciso de um tempo.
_Eu vou pra casa.
_Não estou mandando você embora.
_Eu sei mais... É melhor eu ir, preciso de um bom descanso. Agente pode se ver amanha?
_Claro, na casa secreta?
_Ta, só para de chamar ela assim.
_Chato. Ela tem esse nome a mais de cinqüenta anos.
_Então já esta mais que na hora de mudar.
_Ta bem. Até amanha.
_Te amo.

Dei um rápido beijo nela e então fui pra casa descansar, esse machucado no braço ainda ia me dar muita dor de cabeça.






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