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Playboy Irresistivel - Capitulo 20



Vinte

Alguns metros depois da linha de chegada, Demi andava em pequenos círculos, então se abaixou e apoiou as mãos nos joelhos. – Nossa – ela ofegava, olhando para o chão. – Eu me sinto incrível. Isso foi incrível. Voluntários nos entregaram barrinhas de cereais e garrafas de Gatorade, que bebemos de uma vez. Eu estava tão orgulhoso dela que não me contive: eu a puxei para um abraço suado e sem fôlego, beijando o topo de sua cabeça. – Você foi incrível – e fechei meus olhos, mergulhando meu rosto em seus cabelos. – Demi, estou muito orgulhoso de você. Ela congelou em meus braços e então deslizou as mãos ao redor do meu corpo, simplesmente me abraçando de volta, com o rosto em meu pescoço. Eu podia sentir sua respiração, podia sentir suas mãos tremendo contra mim. Por alguma razão, achei que aquilo não era apenas por causa da adrenalina da corrida. E então, eu sussurrei: – É melhor arrumarmos nossas coisas. Oscilei tanto entre estar confiante e estar devastado durante toda a semana que agora que estava com ela eu não queria mais perdê-la de vista. Começamos a andar de volta para as tendas; com a corrida serpenteando pelo Central Park, a linha de chegada ficava a poucos quarteirões do começo. Fiquei ouvindo sua respiração e observando seus pés enquanto andava. Ela estava obviamente exausta. – Imagino que você já sabe sobre a Miley – ela disse, olhando para baixo e mexendo em seu número da corrida. Ela descolou o papel e olhou para ele. – Pois é – eu disse, sorrindo. – É incrível. – Encontrei com ela na noite passada. Ela está tão aninada. – Conversei com Nick na terça-feira – e engoli em seco, sentindo um nervosismo repentino. Ao meu lado, Demi hesitou por um segundo. – Saí com os caras naquela noite. Ele estava com a esperada expressão de alegria e medo no rosto. Ela soltou uma leve risada, genuína. Droga, eu sentia tanta falta disso. – O que você vai fazer agora? – perguntei, abaixando para fazê-la olhar para mim. E quando olhou, lá estava, aquele algo mais que eu sabia que não tinha imaginado no último fim de semana. Eu ainda podia senti-la deslizando sobre mim naquele quarto escuro, ainda podia ouvi-la implorando num sussurro: “Não me machuque”. Foi a segunda vez que ela me disse isso, mas, no fim, quem se machucou fui eu. Ela deu de ombros e desviou os olhos, caminhando pela densa multidão enquanto alcançávamos as tendas da linha de partida. Um pânico começou a surgir em meu peito; eu ainda não estava pronto para me despedir. – Provavelmente vou para casa, tomar um banho e almoçar – ela franziu as sobrancelhas. – Ou almoçar no caminho. Acho que não tem nada comestível na minha cozinha. – Velhos hábitos custam a morrer – eu disse ironicamente. Ela fez uma careta culpada.
– Pois é. Fiquei mergulhada no laboratório a semana inteira. Sabe como é… precisava de uma boa distração. Minhas palavras saíram apressadas com minha falta de ar: – A gente podia almoçar juntos, eu tenho ingredientes para sanduíches, ou saladas. Você podia voltar comigo para meu apartamento e… – Demi parou de andar e se virou para me encarar, com uma expressão de surpresa e então… pareceu aceitar o convite. Piscando várias vezes, senti meu peito se apertar. Tentei segurar a impossível esperança que subia por minha garganta. – O que foi? – eu perguntei, soando mais irritado do que pretendia. – Por que está olhando para mim desse jeito? Sorrindo, ela disse: – Você provavelmente é o único homem que conheço que mantém sua geladeira tão bem abastecida. Senti minhas sobrancelhas se juntarem em confusão. Foi isso que a fez parar e me olhar desse jeito? Coçando minha nuca, eu murmurei: – Tento manter coisas saudáveis em casa para não ter que sair e comer porcarias. Ela se aproximou até o ponto onde pude sentir um fio de seu cabelo raspar em meu pescoço com o vento. Perto o bastante para sentir o cheiro suave de seu suor e lembrar o quanto foi incrível fazê-la suar desse jeito. Baixei meus olhos para seus lábios, querendo tanto beijá-la que até fazia minha pele doer. – Eu acho você incrível, Joe – ela disse, lambendo os lábios debaixo da pressão da minha atenção. – E pare de me olhar desse jeito. Só posso aguentar ficar perto de você até certo ponto. Antes que eu pudesse processar tudo isso, ela se virou e andou em direção à tenda das mulheres para pegar suas coisas. Atordoado, fui para a direção oposta pegar minhas chaves, minhas meias extras e a papelada que enfiei em minha jaqueta. Quando voltei, ela estava esperando por mim, carregando uma pequena bolsa esportiva. – Então – comecei a dizer, tentando manter distância. – Você vem comigo? – Eu realmente deveria tomar um banho… – ela disse, olhando para a rua atrás de mim que levava para seu prédio. – Você pode tomar banho no meu apartamento… Não me importei se isso soou estranho. Eu não a deixaria escapar. Eu sentia sua falta. As noites eram insuportáveis, mas as manhãs eram ainda piores. Sentia falta de sua conversa sem fôlego e a maneira como eventualmente ela sincronizava com o ritmo de nossos pés na calçada. – E emprestar umas roupas limpas? – ela perguntou, mostrando um sorriso malicioso. Concordei sem hesitar. – Sim. Seu sorriso diminuiu quando ela percebeu que eu estava falando sério. – Venha comigo, Demi. Apenas para almoçar. Eu prometo. Bloqueando o sol com a mão sobre a testa, ela estudou meu rosto por um momento. – Tem certeza? Em vez de responder, eu inclinei minha cabeça e me virei para começar a andar. Ela entrou no ritmo ao meu lado, e a cada vez que nossos dedos acidentalmente se tocavam, eu quis
segurar sua mão e puxá-la para a árvore mais próxima. Nos últimos poucos minutos a velha Demi brincalhona esteve de volta, mas a Demi silenciosa reapareceu enquanto andávamos pelos dez quarteirões de volta ao meu prédio. Segurei a porta quando entramos, passei por ela para apertar o botão do elevador e então fiquei ao seu lado perto o bastante para sentir o contato de nossos braços enquanto esperávamos. Por três vezes ouvi sua respiração interrompida quando fazia menção de olhar para mim, mas então desviava os olhos no último momento, olhando para os sapatos, para as unhas, para a porta do elevador. Em qualquer lugar, menos em meu rosto. Já em meu apartamento, minha cozinha espaçosa parecia encolher sob a tensão entre nós, causada pelos resquícios de nossa horrível conversa na terça à noite, as centenas de coisas não ditas hoje e a atração latente que sempre estava presente. Entreguei a ela um Powerade azul, pois era meu favorito, e enchi um copo com água para mim, virando-me para observar seus lábios, sua garganta, sua mão envolvendo a garrafa enquanto tomava um longo gole. Você é linda demais, eu não disse. Eu te amo tanto, eu não disse. Quando baixou a garrafa no balcão, sua expressão estava repleta de todas as coisas que ela também não estava dizendo. Eu sabia que estavam lá, mas não tinha ideia do que essas coisas poderiam ser. Enquanto nos reidratávamos em silêncio, eu não conseguia parar de tentar olhar para seu corpo discretamente. Mas essa discrição era em vão. Eu podia ver seus lábios se curvando num sorriso de quem sabe que está sendo observada. Meus olhos se moveram de seu rosto para o queixo, descendo para a pele ainda úmida em seu peito, onde o contorno dos seios era visível debaixo do sutiã esportivo… ah, merda. Até agora eu consegui não olhar diretamente para seu peito, mas de repente senti um desejo familiar se espalhar por mim. Seus seios eram meu lugar favorito: eu queria sentar e pressionar meu rosto ali. Soltei um grunhido e esfreguei meus olhos. Convidá-la até aqui foi uma péssima ideia. Eu queria tirar sua roupa, ainda suada, e sentir o deslizar de seu corpo sobre mim. Quando apontei para o banheiro e perguntei se ela queria tomar banho primeiro, Demi inclinou a cabeça, sorriu e perguntou: – Você estava olhando para os meus peitos? E por causa da familiaridade, do conforto e da maldita intimidade da pergunta, senti uma raiva fervendo em meu sangue. – Demi, não comece. Não seja a garota que mexe com a cabeça dos outros. Não faz nem uma semana que você me deu um fora. Eu não esperava que fosse soar desse jeito, e no meio da cozinha silenciosa meu tom de voz raivoso ecoou entre nós. Ela ficou branca, parecendo devastada. – Desculpa – ela sussurrou. – Merda – eu gemi e apertei novamente os olhos. – Não peça desculpas, apenas não… – abri os olhos para olhar em seu rosto. – Não brinque comigo. – Não estou tentando brincar – ela disse, com a voz quase falhando. – Desculpe por desaparecer nesses últimos dias. Desculpe ter agido de um jeito tão horrível. Eu pensei que… Puxei um banco e sentei. Correr uma meia-maratona não me deixava exausto tanto quanto isto. Meu amor por ela era uma coisa pesada, pulsante, viva, e me deixava maluco, ansioso,
faminto. Eu odiava vê-la estressada e assustada. Eu odiava vê-la nervosa e com raiva, mas pior do que isso era saber que ela possuía o poder de partir meu coração e tinha pouca experiência em ser cuidadosa sobre isso. Eu estava totalmente à sua desajeitada e inexperiente mercê. – Sinto sua falta – ela disse. Meu peito se apertou. – Eu também sinto tanto a sua falta, Demi. Você não tem ideia. Mas ouvi o que você disse na terça-feira. Se você não quer isto, então precisamos achar uma maneira de voltarmos a ser amigos. Perguntar se estou olhando para seus peitos não ajuda a superarmos isso. – Desculpa – ela repetiu. – Joe… Demi começou a falar, mas as palavras se perderam e ela baixou o olhar para seus pés. Eu precisava entender o que tinha acontecido, precisava saber a razão de tudo ter implodido tão abruptamente depois de fazermos amor de um jeito tão íntimo e selvagem apenas uma semana atrás. – Naquela noite – comecei a dizer, e então reconsiderei. – Não, Demi, em todas as noites. Tudo sempre foi intenso entre nós. Mas naquela noite da semana passada… achei que tudo tinha mudado. Achei que nós mudamos. Mas, então, no dia seguinte… E na viagem de volta? Merda, nem sei dizer o que aconteceu. Ela se aproximou, chegou tão perto que eu podia puxá-la para ficar de pé entre minhas pernas, mas não fiz isso, e suas mãos lentamente baixaram até pararem totalmente. – O que aconteceu foi que ouvi o que você disse para o Jensen – ela disse. – Eu sabia que havia outras mulheres em sua vida, mas eu pensava que você tinha terminado com elas. Sei que evitei conversar sobre isso, e sei que não é justo eu querer isso, mas pensei que você tinha terminado com elas. – Eu não tinha terminado oficialmente, Demi, mas ninguém esteve em minha cama desde que você me puxou para aquele quarto e pediu para eu tocar em você. Merda, nem antes disso. – Mas como eu deveria saber? – Demi baixou a cabeça e ficou olhando para o chão. – Ouvir o que você falou com Jensen não era tão ruim, eu sabia que precisávamos conversar, mas daí eu vi a mensagem no carro. Apareceu quando eu estava olhando suas músicas – ela chegou mais perto, encostando as coxas nos meus joelhos. – Transamos sem camisinha na noite anterior, mas daí a mensagem apareceu e parecia como… como se você estivesse querendo se encontrar com ela logo depois. Entendi que Kitty ainda esperava poder se encontrar com você, e eu estava tentando… – Eu não transei com ela na terça, Demi – eu a interrompi, sentindo um pânico invadir meu sangue. – Sim, eu enviei uma mensagem para nos encontrarmos, mas era para terminar com ela pessoalmente. Não era para… – Eu sei – ela disse, suavemente me interrompendo. – Ela me falou hoje que fazia tempo que vocês não se encontravam. Deixei a ficha cair por um instante e depois suspirei. Não sabia se queria saber o que Kitty contou para Demi, mas, no fim, isso não importava. Eu não tinha nada para esconder. Sim, como uma pessoa que gosta de deixar tudo sempre claro, eu deveria ter terminado com Kitty assim que disse para Demi que queria algo mais, mas eu nunca menti para nenhuma deles, nem uma única vez. Não menti para Kitty quando disse, há tantos meses, que não queria nada mais sério. E não menti para Demi no mês passado quando disse que queria ir além com ela,
e apenas com ela. – Eu estava apenas tentando jogar com as suas regras. Eu não queria falar em relacionamento sério de novo porque você tinha decidido que eu não era capaz disso em primeiro lugar. – Eu sei – ela sussurrou. – Eu sei. E ficamos nisso. Seus olhos encontraram os meus, esperando eu dizer… o quê? O que eu poderia dizer que já não tivesse dito antes? Já não deixei claro o suficiente? Com um suspiro cansado, eu me levantei. – Você quer tomar banho primeiro? – eu perguntei. As coisas estavam tão esquisitas entre nós que mesmo quando ainda éramos praticamente desconhecidos um para o outro, correndo naquela primeira manhã gelada, mesmo naquele dia eu não senti tamanha estranheza. Ela precisou se afastar para me deixar passar. – Não, tudo bem. Pode ir. —
Liguei o chuveiro no mais quente que aguentava. Eu ainda não estava dolorido por causa da corrida – provavelmente nem sentiria nenhuma dor –, mas estressado por querer fazer amor com Demi ao mesmo tempo em que queria estrangulá-la, e a água quente e o vapor me ajudaram a me acalmar. Era possível que ela quisesse que as coisas voltassem como antes: com sexo, mas apenas amigos. Um conforto sem muitas expectativas. E eu a queria tanto que sabia como seria fácil cair nessa de novo e aproveitar seu corpo e sua amizade em medidas iguais, sem nunca precisar ou esperar ir além. Mas eu não queria mais isso. Nem com ninguém, e principalmente não com ela. Passei o sabonete, fechei os olhos e senti o vapor, limpando a corrida e o suor do meu corpo. Desejando que pudesse limpar também a bagunça dentro de mim. Ouvi o clique suave da porta do chuveiro apenas uma fração de segundo antes de sentir a rajada de ar frio atingindo minha pele. Adrenalina correu em minhas veias, bombeando em meu coração, enchendo minha cabeça com uma loucura que me deixou tonto. Apoiei a mão na parede, com medo de me virar e encará-la e sentir toda a minha determinação se esvair. Havia apenas uma fração de mim que eu sabia que resistiria. O resto daria tudo que ela pedisse. Ela sussurrou meu nome, fechando a porta e chegando perto o bastante para eu sentir os seios pressionando em minhas costas. Sua pele estava fria, e então deslizou as mãos subindo por minhas costelas. – Joe – ela repetiu, passando as mãos em meu peito e descendo pela barriga. – Olhe para mim. Agarrei seus pulsos para impedi-la de continuar descendo e sentir o quanto eu estava duro com apenas esse pequeno contato. Eu me sentia um cavalo de corridas, contido apenas por uma porta frágil pronta para se abrir a qualquer momento. Os músculos em meu braço estavam tensos e flexionados; segurar seus pulsos servia tanto para eu me restringir quanto para manter suas mãos longe de mim. Encostando minha testa na parede, fiquei parado até ter certeza de que conseguiria encarar seu rosto sem imediatamente agarrá-la em meus braços. Finalmente, eu me virei, soltando um pouco seus pulsos. – Não posso fazer isso – sussurrei, olhando em seus olhos.
Seu cabelo estava solto, as mechas molhadas grudavam em seu rosto, pescoço, ombros. As sobrancelhas se juntavam mostrando sua confusão, e eu sabia que ela não entendia minha posição. Mas, então, ela pareceu entender, e uma onda de humilhação se espalhou em seu rosto, e ela fechou os olhos com força. – Descul… – Não – eu disse, interrompendo-a. – Quero dizer que não posso fazer o mesmo de antes. Não posso compartilhar você. Não posso fazer isso se você ainda quiser se encontrar com outros homens. Demi abriu os olhos e suavizou a expressão em seu rosto. – Não posso culpá-la por querer experimentar – eu disse, apertando seus pulsos só de pensar nisso –, mas não vou conseguir impedir que meus sentimentos por você se tornem ainda maiores, e não vou querer fingir que somos apenas bons amigos. É muita mentira para mim. Enfim, nem mesmo com o Jensen. Sei que eu aceitaria qualquer coisa que você me oferecer, porque eu quero muito você, mas eu viveria arrasado se fosse apenas sexo para você. – Acho que nunca foi apenas sexo para mim – ela disse. Soltei seus pulsos, estudando seu rosto e tentando entender o que ela estava oferecendo. – Quando você me chamou de sua Demi hoje – ela começou e então parou, pressionando a mão contra meu peito. – Eu quis que fosse verdade. Eu quero ser sua. Minha respiração se transformou num tijolo em minha garganta. Debaixo da delicada pele de seu pescoço, eu podia enxergar sua pulsação martelando. – Quer dizer, eu sou sua. Isso já é fato. Demi ficou na ponta dos pés, com olhos arregalados enquanto cuidadosamente tomava meu lábio inferior, chupando levemente. Ela ergueu minha mão, colocou-a em seu seio e se arqueou com meu toque. Se o que eu sentia agora fosse apenas uma fração do medo que ela sentiu esse tempo todo em que eu a machuquei, então eu repentinamente entendi porque ela passou tanto tempo afastada. Estar apaixonado dessa maneira é algo assustador. – Por favor – ela implorou, beijando-me novamente, agarrando minha outra mão e tentando me fazer abraçá-la. – Quero tanto estar com você que mal consigo respirar direito. – Demi. Eu ofeguei e me abaixei involuntariamente, oferecendo melhor acesso aos meus lábios e pescoço. Agarrei o seio e passei o polegar em seu mamilo. – Eu te amo – ela sussurrou, beijando meu queixo e descendo pelo pescoço. Eu apertei meus olhos, sentindo meu coração martelar em meu peito. Quando ela disse isso, minha resistência se despedaçou e eu abri a boca, grunhindo quando senti sua língua deslizando sobre a minha. Ela gemeu, arranhando meus ombros, meu pescoço, pressionando a barriga contra minha ereção. Demi ofegou ao sentir os azulejos frios quando eu a virei e apertei contra a parede, e então ofegou de novo quando eu me abaixei e ergui o seio até minha boca, chupando com toda a minha fome. Não é que eu tivesse perdido o medo; na verdade, ouvi-la dizer que me amava era infinitamente mais amedrontador, pois também trazia a esperança de que nós conseguiríamos de algum jeito navegar cegamente por esta elusiva primeira vez. Voltei para sua boca, mergulhando nesta loucura, perdido na febre de seus beijos e sabendo sem precisar perguntar que parte da água em seu rosto não era apenas do chuveiro. Eu também
sentia esse alívio redentor, seguido imediatamente pelo desejo ardente de estar dentro dela, de mexer dentro dela, de senti-la por inteiro. Baixei minha mão e agarrei a parte de trás de suas coxas, erguendo-a até ela poder envolver minha cintura com as pernas. Senti o calor macio de seu sexo e entrei ali, pressionando lá dentro e saindo de novo, me apaixonando mais uma vez, ouvindo seus gemidos impacientes e roucos. – Nunca fiz isto antes – murmurei contra a pele de seu pescoço. – Não tenho a menor ideia do que estou fazendo. Ela riu, mordendo meu pescoço e agarrando meus ombros com força. Lentamente, entrei dentro dela, parando quando nossos quadris se encontraram e sabendo que isto acabaria num instante. Sua cabeça caiu para trás, encostando na parede, e seu peito subia e descia com pequenas respirações entrecortadas. – Ah, meu Deus, Joe. Tirando para fora, eu sussurrei: – Você também sente isso? Demi soluçou, implorando para eu mexer, apertando contra mim tanto quanto podia, presa entre a parede e meu corpo. – Isto não é apenas sexo – eu disse, chupando sua garganta. – Sabe, esta sensação que é tão boa que até dói? Sempre foi assim em todas as vezes que eu estive dentro de você, minha Ameixa. É o que acontece quando você faz sexo com alguém que você absolutamente adora. – Alguém que você ama? – ela perguntou, com os lábios pressionados em minha orelha. – Sim. Entrei com tudo e tirei novamente, sabendo que eu estava tão perto que precisaria levá-la para minha cama, chupar entre suas pernas e então foder mais um pouco até nós dois desabarmos de exaustão. Era intenso demais, e assim que comecei a mexer, eu sabia que nunca me acostumaria com a sensação de estar dentro dela sem nenhuma barreira entre nós. Eu mexia com ela, adorando seus gemidos e sussurrando um pedido de desculpas em seu pescoço. – É intenso demais… Aquilo era irresistível: a sensação dela me envolvendo, suas palavras, a certeza de que ela era realmente minha agora. – Estou perto demais, minha Ameixa, não consigo… Suas unhas arranhavam a pele em meu ombro e seus dentes mordiam minha orelha. – Eu gosto quando você não consegue se segurar. É assim que eu sempre me sinto com você. Com um gemido, eu parei de resistir e senti como se estivesse na beira de um penhasco… caindo caindo … pressionando cada vez mais fundo e mais forte até ouvir a gentil batida de nossas coxas e suas costas na parede. Senti meu corpo se aquecer e gozei dentro dela tão forte que meu grito de prazer ecoou pelas paredes entre nós. Acho que nunca gozei tão rápido em minha vida, e me senti ao mesmo tempo eufórico e um pouco horrorizado. Demi puxava meus cabelos, silenciosamente implorando por minha boca, mas depois de
apenas um pequeno beijo eu me retirei dela soltando um grunhido e caí de joelhos. Eu a abri com as mãos e tomei seu clitóris com toda a minha boca, chupando forte. Fechei os olhos e apenas aproveitei seu doce gemido e a sensação de seu sexo em minha língua. Suas pernas tremiam: afinal, ela estava exausta pela corrida e provavelmente também por causa do tratamento rude que eu a submeti contra a parede – então deslizei meus braços debaixo dela, abrindo suas pernas e erguendo as coxas até ela poder se apoiar em meus ombros, com minhas mãos segurando sua bunda. Demi soltou um grito procurando por algum apoio até finalmente agarrar minha cabeça entre as coxas e segurar meus cabelos, olhando fascinada para mim enquanto eu a chupava. – Estou muito perto – sua voz falhava e as mãos tremiam. Eu gemi e sorri para ela, movendo minha cabeça lentamente de cima a baixo enquanto chupava. Nunca fiz isso antes e senti que estava amando alguém de verdade, fazendo amor de todo jeito possível. Meu peito se aqueceu intensamente quando algo me ocorreu: isto era nosso começo. Exatamente aqui, parcialmente escondidos pelo vapor d’água, era onde deixávamos tudo muito claro para nós dois. Pude ver o momento quando ela começou a gozar, com a vermelhidão subindo por seu peito e alcançando o rosto bem quando seus lábios se separaram num suspiro afogado. Nunca vou me cansar disso. Nunca vou me cansar dela. Com o prazer mais possessivo que já senti, observei enquanto seu orgasmo retumbava por seu corpo, provocando um grito agudo em sua garganta. Parando quando suas coxas relaxaram, eu cuidadosamente a coloquei de volta ao chão com suas pernas trêmulas. Eu me levantei e olhei em seu rosto por um momento, até que ela envolveu meu pescoço e se esticou para me abraçar. Seu corpo estava macio e quente. Molhada com a água aquecida, ela parecia se derreter em meus braços. E tudo era tão diferente. Nunca foi assim – como se eu estivesse completamente conectado a ela –, mesmo quando estávamos em nossos momentos mais íntimos como “apenas amigos”. Aqui, ela era, enfim, minha. – Eu te amo – sussurrei em seus cabelos antes de esticar o braço e pegar o sabonete. Cuidadosamente, lavei cada pedaço do seu corpo, seus cabelos e a delicada pele entre suas pernas. Lavei meu orgasmo de seu corpo e beijei seu queixo, suas pálpebras e seus lábios. Saímos do chuveiro e eu a embrulhei numa toalha antes de envolver minha cintura com outra. Eu a conduzi até o quarto, coloquei-a na beira da cama e sequei seu corpo, antes de deitá-la carinhosamente no colchão. – Vou trazer algo para você comer. – Vou com você. Ela lutou contra meus braços e tentou se sentar, mas eu balancei a cabeça e me abaixei para chupar seu mamilo. – Apenas fique aqui e relaxe – sussurrei contra sua pele. – Quero manter você aqui na cama por toda a noite, então é melhor você comer algo antes. Água pingou dos meus cabelos molhados em sua pele nua, e Demi ofegou, com olhos arregalados e as pupilas negras dilatadas apagando o cinza de sua íris. Ela deslizou a mão até meus ombros, tentando me puxar para baixo, e merda, eu estava pronto para outra… mas precisávamos de comida. Eu já estava começando a sentir tonturas.
– Vou preparar alguma coisa rápida. —
Comemos sanduíches, sentados nus na cama, e depois conversamos por horas sobre a corrida, sobre o fim de semana com seus pais, e finalmente sobre como foi quando nós dois pensamos que tudo estava acabado. Nós fizemos amor até o sol se pôr lá fora, e depois dormimos, acordando no meio da noite famintos por mais. E então foi selvagem, intenso e exatamente como sempre foi quando tudo ia bem entre nós: foi honesto. No momento, eu estava saciado, então estiquei o braço para pegar uma caneta no criadomudo. Voltando para seu lado, desenhei a tatuagem de volta em seu quadril – “Raridades para os raros” –, com esperança de que eu pudesse ser aquilo que Demi merecia: uma raridade, um animal domado, um jogador reabilitado.

1 comentários:

  1. Ufaaa.... até que enfim eles se acertaram.... não esta acabando não né? Posta mais por favor!!!!

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