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A Secretaria - Capitulo 31



CAPÍTULO 31. SINCRONIZAÇÃO


Teria sido engraçado se não fosse tão completa e absolutamente humilhante. Na verdade, se eu fosse bem honesta, ainda era um pouco divertido. O tipo de divertido igual a quando alguém tropeça e cai de bunda e você não consegue controlar aquela partezinha sua que te faz rir internamente. O tipo de comédia que Krusty, o Palhaço, sugeriria que Sideshow Bob apresentasse. Tipo quando alguém que parece respeitável e digno é atingido na cara por uma torta de creme. As pessoas gostavam de ver os outros caindo do cavalo.
E nós todos tínhamos caído dos nossos próprios cavalos esta noite.
O jantar com a família Jonas, incluindo Miley, Dani e eu, aconteceu em um restaurante Francês caro na parte nobre da cidade. Era um daqueles estabelecimentos que existiam desde sempre. Daqueles com um garfo especial para cada tipo de peixe, antigas toalhas brancas de mesa, candelabros e pilares de mármore. O cenário e as roupas extravagantes que Miley nos fez vestir, tudo isso fazia parte da insanidade.
Todos do nosso grupo estavam de pé e gritando alguma coisa. A pequena banqueta de vinhos que tinha sido colocada próximo à nossa grande mesa redonda tinha sido derrubada, respingando vinho tinto e champanhe em Joe, Kevin, Paul e Nick e em alguns infelizes transeuntes.
Nota da Autora: Krusty, o Palhaço, e Sideshow Bob são dois personagens do desenho "Os Simpsons". Bob é completamente pirado e sádico, enquanto Krusty é um palhaço sem noção. Agora imagina o humor negro que rola quando um comediante pirado dá ideias a um psicopata.

Próximos a nós, um grupo de garçons estava segurando um bolo de três andares, iluminado com 50 velinhas. Eles estavam congelados com o choque, parados a meio caminho de cantar o "Parabéns a Você" para uma mesa distante da nossa. Todos na mesa em questão tinham suas bocas escancaradas em horror, com chapeuzinhos coloridos de aniversário precariamente empoleirados em suas cabeças. Um garotinho gorducho, que parecia estar sufocando com o aperto da sua gravata-borboleta vermelho berrante, tinha uma língua-de-sogra pendendo de sua boca aberta. Cada pessoa no restaurante estava olhando fixamente para nós, alguns de pé para terem uma vista melhor.
E o mais importante de tudo isso: Paul, Joe, Kevin e Nick estavam rolando no chão, atropelando cadeiras e passando por cima de garrafas de vinho quebradas e gelo. Eles estavam gritando várias coisas, de "Para!" até "Desgraçado!", "Ungh!", "Ai, merda!" e muitas outras profanações fascinantes. Denise, Dani, Miley e eu também estávamos berrando, embora nós estivéssemos basicamente discutindo entre a gente sobre a estupidez dos homens e gritando para os nossos próprios homens.
Para encurtar a história, a noite inteira tinha se tornado Uma. Merda. Sem. Precedentes.
E tudo por culpa estritamente de Joe.
O humor de Joe deu uma guinada dramática para o pior depois que ele interrompeu a minha pequena sessão-desabafo com Miley. A combinação de me encontrar no que era obviamente um estado pós-lágrimas, mais o prospecto de ir jantar com seu pai, o tinham deixado melancólico e rabugento enquanto Miley o arrumava em seu terno. Depois de vestidos e prontos, nós decidimos com unanimidade que seria impossível sobrevivermos ao jantar sem uma ajudazinha do álcool. Concluindo isso, nós todos aceitamos a oferta de Kevin para levar todo mundo em seu Hummer gigante, mas devíamos ter adivinhado:

Bebida + Joe & Demi = desastre.

Kevin e Nick estavam, a princípio, indiferentes à tensão que rolava entre o resto do grupo, mas não demorou muito para que isso mudasse. Kevin estava dirigindo, Nick no passageiro, Dani, Miley e eu estávamos no assento do meio, e Joe estava esparramado no banco de trás, puxando melancolicamente os cachos que Miley tinha feito em meus cabelos.

− Vocês três parecem três cupcakes gigantes. – Kevin zombou do banco do motorista, seus olhos enrugados pelo seu sorriso enquanto ele nos olhava pelo espelho retrovisor.
Esta foi uma descrição precisa. Miley tinha nos arrumado em três vestidos Versace, um empréstimo do seu trabalho. O dela era rosa-chiclete, o da Dani azul-céu e o meu verde-jade. Os três eram sem alças e com a cintura bem marcada, com uma saia balão que abrigava grandes quantidades de tule por baixo.

− Isso mesmo. – Nick riu com o irmão, se virando em seu banco para nos provocar – A nossa mãe já ama vocês todas, então vocês estão tentando impressionar o nosso pai? Ele já é comprometido, suas destruidoras de lares.

Dani, Miley e eu rimos nervosamente, porque é sério, se Nick soubesse sobre a noite louca e bêbada de Paul com Maggie, ele não estaria fazendo piadinhas. Se nós três estávamos tentando neutralizar a situação rindo, Joe estava tentando tornar isso pior. Enquanto ríamos, ele deu uma bufada alta e resmungou:

− É. Certo.

Todos nós nos viramos em nossos lugares para encará-lo (eu tive um pouco de dificuldade, já que ele estava brincando com meus cabelos àquela hora). Joe nos deu um olhar malicioso e amargo, mas quando ele olhou para mim ele também ergueu a mão, indicando claramente que gostaria de continuar brincando com meus cabelos. Me virei um pouco, o suficiente para conseguir continuar olhando pra ele, e os longos dedos de Joe imediatamente se enfiaram em meus cachos.
− Como assim, Joe? – Kevin perguntou em sua voz retumbante, intercalando sua atenção entre a estrada e seu irmãozinho, confuso.
− Eu estou dizendo... – Joe falou lentamente, saboreando cada palavra amarga – que tenho certeza que as garotas não teriam problema em seduzir alguém, estando tão adoráveis como estão, muito menos Paul.
− O que está acontecendo com você e o nosso pai ultimamente? – Nick perguntou sem paciência, ao mesmo tempo em que nós garotas o encarávamos em um horror mudo.

Se Nick e Kevin tinham estado desconfiados sobre o seu pai, teria sido fácil entender as implicações óbvias por trás do suposto elogio de Joe para nós. O que, em nome de tudo o que é mais sagrado, o meu menino estava fazendo?

− O há com Paul e eu? – Joe respondeu a Nick, suas palavras soando calculadas – Apenas nove meses de...
− QUEM QUER BRINCAR DE “EU VEJO”?

Eu adoraria dizer que tinha sido Miley quem gritou aquela sugestão ridícula a plenos pulmões, mas infelizmente, fui eu que gritei. Cada um no carro se virou para me olhar ao invés de olhar para Joe, com uma sincronização assustadora que eu juro que eles praticaram quando eu não estava por perto.

Nota da Autora: Essa é para os fãs de "Eu, a Patroa e as Crianças". EU VEJO é um jogo bem simples pra matar o tempo, onde a pessoa precisa descrever o que vê com um poema começando com "eu vejo com meu olhinho". A brincadeira aparece no episódio 21 da 3ª temporada.
− Você quer brincar de “Eu Vejo”? – Nick perguntou, como se eu tivesse escapado de um manicômio e estivesse sugerindo que o fim do mundo estava próximo.
− Isso! – Miley finalmente entrou no jogo, vindo em auxílio ao meu olhar desesperado e batendo palmas – Eu vejo com meu olhinho...

Soltei um suspiro aliviado quando Miley e Dani começaram a brincar muito alto de "Eu vejo". Eu sabia exatamente o que Joe estava fazendo, e isto me fez querer romper em lágrimas, pois a única comparação que eu tinha para o seu comportamento era o modelo Kübler-Ross de luto. Kübler-Ross tinha traçado os cinco estágios do luto, e pelo que eu podia ver, Joe tinha passado pelos três primeiros. Ele tinha estado em negação, tinha estado com raiva, tinha barganhado por mais tempo. Pensei que ele havia alcançado a aceitação, o quinto estágio, mas aparentemente ele estava preso em uma grande depressão.
E quando Joe estava deprimido, ele atacava, e evidentemente Paul era a vítima desta vez. Enquanto eu considerava tudo isso, senti sua respiração quente em minha nuca e ele sussurrou, baixo o bastante para não ser ouvido por Miley:

− Meu pequeno anjo, eu estou tão apaixonado por você.
Apenas ele conseguia soar como se estivesse admitindo a mais terrível das fraquezas, como se ele estivesse revelando algum pedaço vital de informação ao pior inimigo. Soava como se ele desejasse que não estivesse apaixonado por mim. Ferozmente, antes que a minha cabeça conseguisse acompanhar minhas ações, abri meu cinto e me arqueei para trás, caindo tão forte em cima de Joe que ele bateu a sua cabeça contra a janela. Pressionei minha testa na dele, mal me apercebendo da pausa na brincadeira de "Eu vejo" dos outros, e falando vigorosamente:

− É o mesmo para mim, Joe. – pensei que o seu humor auto-destrutivo seria humilhado pela intensidade em minha voz, mas Joe simplesmente bufou com descrença e resmungou:
− Não vamos desperdiçar o tempo que poderia ser gasto com a minha língua na sua boca discutindo sobre tecnicalidades.

E então ele passou o resto do caminho me beijando, tão urgente e desesperadamente que eu jurei ter visto estrelas. O pequeno rompante de Joe deveria ter sido uma indicação das coisas que estavam por vir, mas já era tarde demais quando ele finalmente me libertou, assim que entregamos o carro ao manobrista do lado de fora do restaurante.
Paul e Denise não chegaram até Joe estar na metade do seu quarto copo de uísque, e eu estava bebericando minha segunda taça de vinho. Apesar de que, para sermos honestos, nós estávamos bebendo com bastante rapidez. Durante todo o tempo o resto da mesa estava disparando olhares preocupados, e no caso de Kevin, divertidos, em nossa direção.

− Cruzes, mãe. – Kevin riu enquanto cada um de nós se levantava para cumprimentar seus pais – Será que alguma vez vocês conseguem chegar na hora?
− É o Paul. – Joe interrompeu com a voz alterada e com a sua perversidade dissimulada característica, um de seus braços me mantendo colada ao seu lado e o outro nos ombros de Denise – Ele gosta de fazer grandes entradas.

Paul lançou a Joe um olhar de esguelha enquanto apertava a mão de Nick, e foi impossível não perceber as semelhanças entre os dois. Assim como quando Joe não queria que ninguém soubesse o que ele estava sentindo, o rosto de Paul tinha se fechado. Todos nós rimos fracamente do comentário de Joe enquanto Dani e Miley eram apresentadas a Paul, mas Kevin e Nick claramente já sabiam que havia algo de errado naquela hora. E Denise também, porque quando ela me puxou para um abraço, tendo que se enfiar por entre os braços de Joe (que ainda estavam possessivamente em volta de mim), ela sussurrou em meu ouvido:

− Ele tem estado assim desde que você decidiu ir?
Dei a ela um ligeiro aceno de cabeça quando nos separamos, imaginando se ela pensava que eu estava abandonando Joe. Felizmente, a expressão em seus olhos estava cheia de preocupação por ambos. Por ironia do destino, Joe e eu nos sentamos diretamente à frente de Denise e Paul em nossa mesa redonda, com Dani e Kevin a um lado e Nick e Miley no outro. Depois que todos fizemos os nossos pedidos e que as perguntas casuais como "então, Denise, como foi o seu voo?" estavam fora do caminho, ouve um minuto embaraçoso em que todos nós só ficamos ali sentados.
Nós não podíamos conversar sobre a nossa mudança, das garotas, porque nem Paul e nem Denise sabiam que Kevin e Nick tinham se oferecido para irem morar com Dani e Miley. Nós todos estávamos evitando qualquer tópico que tivesse a ver com Paul, porque embora Joe não tenha dito uma palavra desde que nos sentamos (além de sussurrar no meu ouvido "beijar você no carro me deixou duro feito uma pedra"), Joe certamente teria alguma coisa sarcástica para dizer caso déssemos chance.
Finalmente, na possivelmente ideia mais estúpida que um homem inteligente e consciencioso poderia ter, Paul quebrou o silêncio ao abrir a garrafa do champanhe que havíamos pedido.
− Nós deveríamos brindar à fantástica viagem da Demi. – ele disse alegremente, graciosamente inclinando a garrafa em direção a taça de Denise.

Kevin, Dani, Miley, Nick e eu o encaramos como se ele fosse um débil mental. Ele não percebia o olhar de ressentimento do seu filho mais novo? Digo, Paul estava repetidamente trazendo à baila o assunto que tinha causado aquele humor sombrio em Joe.

− Um brinde. Que ideia excelente. – Joe disse em uma voz assustadoramente calma, se levantando ligeiramente para poder alcançar e arrancar a garrafa de champanhe das mãos de Paul.

Neste momento Miley já tinha sua mão sobre sua boca e olhava os dois como se eles fossem sacar as armas a qualquer momento e começar um tiroteio, e Dani parecia tão divertida quanto Kevin. Ao invés de distribuir a bebida, Joe ergueu a garrafa em sua mão e disse:

− Aqui estamos todos juntos, como uma família. – seus olhos entraram em contato com os de Paul enquanto ele continuava, cada palavra precisa e maldosa – Algo que nós deveríamos fazer mais vezes, porque não há nada pior do que negar a sua própria carne e o seu próprio sangue.
E então, ainda meio sentado e meio de pé, ele levou a garrafa até seus lábios e começou a beber do bico. Ouvi alguém deixar escapar o começo de uma risada, e fiquei surpresa quando vi se tratar de Denise, embora ela logo tenha se recuperado ao tomar um gole de sua taça. Acho que isso explica de onde Kevin herdou seu senso de humor meio distorcido. Quando Joe tinha virado praticamente metade da garrafa, ele a largou na mesa de bebidas e sentou-se no seu lugar, estendendo a mão para os meus cachos mais uma vez.

− O seu cabelo está legal. – ele cantarolou para mim na sua melhor voz sedutora, ignorando o resto dos olhares na mesa, que nunca o tinham abandonado. Corei uns dez graus de vermelho com Joe usando a voz me-seduz-por-favor na frente do seu pai, mas antes que eu tentasse amenizar a situação, Nick interrompeu.
− É isso? – ele grunhiu audivelmente, olhando de Paul para Joe com raiva – Vocês dois têm agido estranho por meses. Joe, não me leve a mal, você sempre foi calado e até um pouco sombrio, mas está ficando bem pior. Eu não me importo se nós vamos ter que ficar sentados aqui a noite toda, mas um de vocês vai nos contar o qu...
− A COMIDA ESTÁ NA MESA!
Metade do restaurante se virou para nos olhar quando eu berrei, me fazendo considerar a ideia de começar a cobrar os ingressos para o show de Joe e Demi. Compre um bilhete, e veja a melhor disfunção familiar que existe.

− Sim! Eu, ah... amo comida. – Dani falou, seu entusiasmo falso não tão ridículo quanto o meu, talvez porque ela não gritou para o prédio inteiro ouvir. Eu estava tão vermelha nessa hora, que juro que alguém poderia fritar um ovo na minha cara. Joe riu perto de mim, ignorando o olhar venenoso que lancei para ele.
− Você vai fazer isso toda vez que alguém fizer uma pergunta tensa, anjo? – ele sussurrou para mim, baixo o suficiente para que ninguém conseguisse escutar apesar do tilintar de talheres e do barulho dos outros fregueses.

Virei minha cabeça para longe dele, revirando meus olhos enquanto meu prato era posto a minha frente. Não aceitando ser ignorado, Joe pressionou sua testa em minha têmpora e esperou.

− Não haveria nenhuma pergunta tensa se você parasse de agir como se não se importasse com nada. – sibilei, já dividindo nossos vegetais de modo que ele ficasse com meus brócolis e eu com todas as suas cenouras.
Percebi que Paul olhava para mim, seus olhos indo do rosto de Joe, colado ao meu, para mim, dividindo nossos pratos. Havia uma ruga de preocupação entre suas sobrancelhas, como se ele estivesse se arrependendo de alguma coisa. Espero que esteja se arrependendo da sua não-aprovação do nosso namoro. A respiração quente de Joe, combinada com o cheiro de uísque (curiosamente tornando tudo mais apelativo) varreu meu rosto quando ele soltou uma risada sem diversão.

− Querida, eu não estou agindo como se não fosse nada. Eu realmente não dou mais a mínima. Ou já não é o bastante eu ter de lidar com a sua partida, isso sem contar o fardo dos segredos do Paul sobre meus ombros? E não aja como se isso fosse fácil pra você também, eu vi as suas lágrimas hoje mais cedo.

A injustiça daquilo ardeu em mim. Ele realmente pensou alguma vez que aquilo estivesse sendo fácil pra mim? Denise pigarreou, me poupando de respondê-lo, e eu me voltei agradecidamente ao seu sorriso caloroso. O rosto de Joe caiu até a base do meu pescoço, enquanto ele ignorava completamente a sua bebida e trazia a garrafa de champanhe de volta para a sua boca.
− E então, Demi, como aconteceu essa sua bolsa de estudos? – Denise disse em voz alta, como se ela tivesse que erguer sua voz para abafar o intenso silêncio que caiu sobre todos nós.

Minha nossa senhora.
Escolham outro assunto, pessoas.

− Oh, eu posso responder essa. – Joe disse alto (antes que eu pudesse até mesmo abrir a minha boca), sua cabeça ainda descansando em meu ombro – Veja, a minha Demi aqui e o seu bom amigo Victor Symon, que por falar nisso não quer nada mais do que inseminá-la com o seu esperma do mal, decidiram que eles gostariam de passar um confortável ano juntos em Londres. Uma solicitação mais tarde e BAM! Londres: aqui vão eles.

Graças a Deus todos tiveram o bom-senso de ignorar Joe (embora Dani, Kevin, Denise e até mesmo Miley engasgaram quando Joe usou o termo "esperma do mal"), então eu poderia responder a Denise calmamente.

− Na verdade eu fiquei surpresa por ter conseguido. Meu mérito acadêmico era bom o bastante para ser considerado, mas eu não acreditava que realmente tivesse alguma chance, já que o meu vídeo de solicitação não foi muito bom.
− Mas, porque minha sorte é essa merda de tão boa, ela ganhou. Eu provavelmente vou ser atingido por um raio no caminho pra casa, também. – Joe riu, se auto-depreciando.
− Joe, olha o linguajar. – Paul e Denise o repreenderam ao mesmo tempo, apesar de nenhum deles ter dito nada quando ele usou a palavra "esperma" na conversa de antes.
− É! – Kevin finalmente entrou no diálogo desastroso – Então, como vocês irão substituir a Demi no trabalho? Sarah com certeza não é boa o suficiente para a tarefa. Quem sabe Maggie pode voltar a tempo?

O coração de Kevin tinha estado no lugar certo, já que ele estava obviamente tentando manter a paz com o que presumia ser uma conversa neutra, mas ele não poderia ter escolhido um assunto pior para trazer à tona.

− Oh, sim. – Joe riu, erguendo a cabeça e encarando malignamente a todos – Eu duvido que ela vá querer se afastar do seu filho ilegítimo, especialmente considerando todos os problemas que ela está tendo com o pai do seu menino.

Nick, que sempre foi bom em captar o humor das pessoas, deu uma olhada para a expressão ressentida de Joe, para o rosto pálido de Paul e para uma Denise divertida que sacudia a cabeça, e perguntou muito calmamente:

− Que problemas?
Joe obviamente não estava tão indiferente quanto ele aparentava, pois apesar desta ser a oportunidade perfeita, ele manteve sua boca fechada e olhou incisivamente para Paul. Paul, por sua vez, olhava dos seus filhos para sua esposa, claramente dividido sobre o que estava prestes a dizer. Foi o pequeno aceno de encorajamento de Denise e o seu sussurro de "Está na hora", combinado com o olhar duro e impiedoso de Nick, que fizeram Paul finalmente dizer:

− Não é nenhuma desculpa, mas aconteceu quando sua mãe e eu estávamos separados.

Acontece que Nick e Kevin não precisaram ouvir mais nada depois disso. Um segundo estávamos todos sentados ali calmamente, e no instante seguinte Kevin estava rugindo "SEU FILHO DA MÃE!" e então tanto ele quanto Nick se lançaram contra Paul por cima da mesa. Caos.
A toalha de mesa foi arrancada quando Paul foi derrubado de sua cadeira. Lentamente, dolorosamente, um de cada vez: os pratos, candelabros, nossas taças de vinho, tudo foi abaixo. Denise só conseguiu sair do caminho enquanto os três Jonas rolavam pelo chão numa confusão de braços e pernas. Kevin estava dando a maioria dos socos, embora ele parecesse estar atingindo Nick tanto quanto ao seu pai. Paul, por outro lado, não estava nem mesmo tentando revidar, ele só queria se afastar do seu filho maior. Nick parecia ser o que mais xingava, pulando aqui e ali e tentando contornar Kevin. Então eles rolaram até os pés de um homem acima do peso que tinha congelado em choque enquanto passava pela nossa mesa, mandando-o para a nossa mesa de vinho e cobrindo todos eles com a bebida tinta.
Como se não fosse ruim o suficiente, Miley olhou para Joe, que era o único de nós que ainda estava sentado, e disse a ele numa voz esganiçada:

− Vá lá e faça alguma coisa!

Provavelmente Miley estava esperando que ele de repente se metesse na briga e separasse sua família, mas ela pareceu ter esquecido que tinha sido ele quem começou este fiasco inteiro. Joe, quem ainda estava calmamente bebericando sua garrafa de champanhe, a largou, desabotoou o botão do seu paletó, decidiu pegar a garrafa mais uma vez, e então preguiçosamente entrou na luta, se jogando nas costas de Kevin.
Kevin, com Joe agarrado às suas costas igual a um coala doido, soltou um resmungo e andou em direção a Nick, que tinha seu pai preso em uma chave de pescoço.
O homem robusto tinha conseguido escapar do banho de vinho tinto, mas acabou escorregando no champanhe que Joe recém tinha derramado, mandando-o para cima de Nick. Foi esta adição não-Jonas à briga que fez todos eles congelarem de repente, finalmente notando que todos estavam olhando para eles, e que eles estavam cobertos de vinho, champanhe, vidro e sangue.
No terceiro momento de perfeita sincronização da noite, cada um dos rapazes Jonas se curvou para ajudar o homem a se levantar, perguntando solicitamente:

− Você está bem, Senhor?
− Perfeitos cavalheiros. – Denise resmungou para nós, sarcasticamente.
Dani foi a primeira a reagir, além do comentário ainda em estado de choque de Denise. Ela abriu caminho pela confusão, encontrou Kevin e torceu a orelha dele.

− Porra, Dani! – Kevin grunhiu, deixando que ela o erguesse pela orelha torcida, possivelmente temendo a perda do ouvido caso não cooperasse.
− Seu idiota! Alguma vez te ocorreu que vocês estavam em um lugar público? - Dani perguntou retoricamente, completamente sem se dar conta de que ela estava em um local público com todo mundo assistindo o seu sermão.

Enquanto Dani repreendia Kevin, Denise e Paul estavam tendo uma conversa apologética com o maitre, e eu vi distintamente Paul desembolsar seu cartão de crédito. Miley estava agachada ao lado de Nick, que estava tentando conter um sangramento no nariz enquanto lançava olhares mortais ao seu pai.
E lá estava Joe.
Ele estava deitado de costas em uma pilha de vidros e vinho, seus lábios ensanguentados e estendidos em um sorriso. O sorriso parecia indicar que a mudança nos acontecimentos foi exatamente o que ele precisava na sua busca pela auto-destruição.
Marchei até ele até estar parada ao seu lado, mãos nos quadris, sem dúvida alguma parecendo com um grande e vingativo cupcake verde-jade.

− Espero que você esteja feliz. – disse a ele seriamente, na minha melhor voz severa. Joe se ergueu em seus cotovelos e vagarosamente olhou para as minhas pernas nuas.
− Estou estático, amor.
− O que de você para começar com tudo isso?
− Quer saber? – ele perguntou, me ignorando completamente e agora encarando a fenda do meu vestido.
− O que? – devolvi, prestes a enfiar a força algum sentido naquela cabeça bêbada dele.
− Eu acho que nós deveríamos nos casar.

5 comentários:

  1. Meu Deus que capitulo foi esse . Chorei de rir .. Tomara que a Demi aceite se casar com o Joe. Posta logo..
    A fic tem quantos capitulos???.

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  2. Posta ,posta,posta

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  3. Kkkkkk que pedido de casamento mais inusitado. Esse Joe é maluco mesmo. E agora a Demi vai levar a serio? Ou vai achar que ele só pediu pq tava bebado? Postaaaaa.......

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  4. Como vc me para numa parte dessas quer me matar

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