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A Secretaria - Capitulo 36



CAPÍTULO 36: RESIGNADO

− Eu não acredito que nós estamos discutindo isto de novo. – Joe rolou seus olhos para mim, espalhando seu jornal ostentosamente enquanto eu afundava na baqueta ao seu lado, me inclinando e ficando entre seu quadril e o balcão da cozinha.
− Bem, se você simplesmente me escutasse, nós não precisaríamos passar por isso toda manhã. – eu respondi com a voz abafada de quem recém acordou, bebericando da sua xícara gigante de café e lhe lançando um olhar confrontante.

Isso era difícil, teria sido mais natural se eu tivesse comido ele com os olhos. Especialmente como ele estava agora, em sua camisa impecavelmente branca e seu terno cinza, tudo isso às sete horas da manhã. Certo, sete horas da maldita manhã. Abri a boca para lhe dizer o que pensava, mas pressentindo o que vinha pela frente, Joe abruptamente deu seguimento à nossa discussão.

− Eu só não vejo por que nós precisamos pedir dois jornais iguais. – ele argumentou suavemente, largando o supracitado jornal para passar o braço em volta da minha cintura, sua mão convenientemente tocando meu seio.
− Porque você leva uma eternidade para ler, e eu tenho sempre que te esperar. Vamos lá, apenas peça dois malditos jornais. – rosnei para ele, ignorando a forma como sua mão estava apertando e relaxando, esfregando e beliscando meu peito.
− Isto é gastar com besteira, meu amor. – Joe declarou, em seu melhor tom de chefe mão-de-vaca. Como se o bastardo não fosse bilionário – Se você simplesmente acordasse mais cedo como deveria acordar, o jornal estaria aqui te esperando quando você levantasse.
Lancei a ele um olhar indignado, que provavelmente foi anulado pelo fato de eu estar me inclinando contra sua mão. Para me estragar de vez, sua mão deslizou sob minha camiseta tocando diretamente meus seios, que responderam imediatamente ao seu toque nu.

− Alguém... – eu sibilei – decidiu passar os dez minutos depois que o despertador tocou com suas mãos no meu estômago e sua boca nos meus seios. Agora eu estou excitada e perfeitamente acordada.
− Bem, é que eles estão tão maiores agora. – Joe me olhou maliciosamente, tentando tocar tanto quanto podia em mim e se virando no seu assento para poder esfregar o nariz em meu pescoço – Agora me deixe te levar de volta para cama antes de ir trabalhar.
− Você quer dizer levar "até" a cama, certo? – perguntei afetada, deixando que ele me puxasse para seu colo gentilmente.
− Certo, claro... uma das duas. – ele concordou, rindo, beijando a ponta do meu nariz enquanto me erguia em seus braços e ficava de pé. Eu sabia que ele gostava que eu o imaginasse como um homem de ferro, mas não pude evitar rir da maneira com que ele vacilou sob os nossos pesos combinados.
− Eu sou mais pesada do que a sua mochila de viagem. – provoquei enquanto ele me carregava no maior estilo recém-casados até o quarto. E enquanto eu ignorava o fato de ele ter dado joelhadas em meu traseiro durante todo o caminho.
− Ha! – ele riu, me equilibrando para conseguir afastar os cobertores da nossa cama – No momento eu sou obrigado a concordar, anjo.
Joe arrumou tudo de modo a me deixar deitada no meu lado da cama, e puxou as cobertas até meus quadris. Ele então levantou meu top e beijou meu umbigo e meus seios.

− Eu não sei o quanto mais eu vou agüentar isso. – gemi em pura frustração com o desejo que seus lábios despertavam em mim.
− Paciência, querida. O médico disse que você não pode fazer sexo por apenas mais alguns meses. – na verdade o médico havia dito que eu não poderia fazer sexo envolvendo penetração por alguns meses, mas entendi o que ele estava dizendo.
− Como você está lidando com isto tão bem? – indaguei enquanto ele alegremente beliscava meu mamilo, igual a uma criança com o seu brinquedo favorito. Joe pareceu pensativo, considerando seriamente minha pergunta.
− Bem... – ele disse solenemente – eu me masturbo bastante.
− Que ótimo! – eu bufei, o deixando passar a língua em meu seio – que cara sortudo você é, por poder se masturbar.

Joe sorriu com impertinência e subiu para beijar meus lábios suavemente, se afastando com um gemido quando eu tentei usar a língua. É, acho que a frustração sexual está afetando a nós dois.
− Paciência, querida. O médico disse que você não pode fazer sexo por apenas mais alguns meses. – na verdade o médico havia dito que eu não poderia fazer sexo envolvendo penetração por alguns meses, mas entendi o que ele estava dizendo.
− Vá dormir, esposa. – ele mandou, serpenteando para beijar meu estômago rechonchudo – Vá dormir, Spawn.
− Spawn? – perguntei, ofendida – Você está chamando o nosso bebê de Spawn? – agora era Joe quem parecia magoado, olhando mal-humorado para mim.
− Bem, se você deixasse o médico nos contar qual o maldito sexo, eu poderia chamar o nosso filho pelo seu nome apropriado, J.J.
− J.J.?
 − Joe Junior. – ele rolou seus olhos, como se aquilo fosse uma coisa óbvia. A sua irritação era arruinada pela forma como ele delicadamente traçava meus lábios com seu dedo mindinho.
 − E se for uma menina? – eu quis saber, mordendo a ponta do seu dedo e recebendo um olhar de reprovação dele.
− Então é melhor nós tentarmos de novo. – Joe falou, beliscando meu nariz e sorrindo – Eu não acho que conseguiria dar conta de duas garotas Lovato me fazendo de gato e sapato por aí.

Eu tentei responder. Dizer a ele que eu estava aos seus pés, também. Mas Joe desapareceu, e minha mãe estava parada ao pé do meu berço, de volta em meu quarto, em nossa antiga casa. − Demi... – ela me disse carinhosamente – eu estou tão orgulhosa de você.
Acordei com um sobressalto, felizmente sem esbarrar em Miley ou Dani. Eu estava na cama de Joe, com minhas melhores amigas adormecidas de cada lado meu. Através da janela o sol estava recém nascendo no céu de Nova Iorque. Que ótimo jeito de começar uma manhã. Eu estava sonhando sobre estar casada com Joe e esperando um filho dele. Um sonho que provavelmente nunca se tornaria realidade.
Era sexta-feira, quatro dias antes da data marcada para meu vôo para Londres. Bem, tecnicamente, três dias. Meu vôo partiria na meia-noite de terça-feira. Incrivelmente dramático, embora ligeiramente menos dramático se considerarmos que eu preciso estar lá três horas mais cedo para fazer o check-in e passar pela inspeção da alfândega.
Cuidadosamente, um centímetro de cada vez, deslizei para fora da cama e desastradamente tropecei para o corredor, atravessando os resquícios da festa de despedida da noite anterior. Que diabos tinha acontecido? Joe havia entrado em colapso de joelhos à minha frente e despido sua alma, dizendo que ele me amava, que ele queria passar o resto da sua vida ao meu lado. Como aquilo podia ter terminado tão horrivelmente mal, e tão rápido?
Eu estava errada porque as palavras dele me ofenderam? Porque eu não passei os últimos quinze anos da minha vida ralando na escola para simplesmente me transformar em uma "dona de casa"? Eu sabia que Joe tinha as melhores intenções, mas isto não tornava o que ele disse menos irracional. Ele tinha 24 anos, havia se formado cedo tanto na escola quanto na faculdade, e foi sempre o melhor da sua turma. Se alguém devia entender esse meu desejo ardente em ter sucesso, esse alguém deveria ser ele. Mas ele imaginou que do nada eu me tornaria uma Mulher Perfeita, desistindo dos meus estudos e carreira para descansar por seis meses, dormindo e acordando com ele.
Ao invés de aceitar a "bolsa de estudos estúpida".
Não.
Isto ofenderia qualquer um.
Mas isto não significava que eu estava certa e ele errado, também. Agora eu entendia que Joe estava simplesmente se oferecendo para cuidar de mim, apesar de estar fazendo isso da forma errada. Eu não deveria ter ficado com raiva em relação a raiva dele, mas no momento eu não estava pensando racionalmente. Tudo o que eu pensava era que Joe não queria me apoiar, que ele me achava uma idiota, que ele acreditava que minhas realizações eram banais.
Nota da tradutora: Mulher Perfeita aqui é uma referência ao filme "Stepford Wives" ("Mulheres Perfeitas"), com a Nicole Kidman e Beth Middler interpretando mulheres extremamente passivas e dedicadas apenas às vidas de seus maridos, dos filhos e do lar.
A forma como eu joguei as coisas na cara dele foi a mesma como eu discutia com minha mãe quando eu era uma garotinha. Quando eu terminava uma briga, seja ela sobre meninos ou roupas ou o estado do meu quarto, era sempre com lágrimas nos olhos e um "eu te odeio". Eu sempre me arrependia de ter dito isso mais tarde, mas este fato nunca impediu as palavras de escaparem.
Pensando sobre minha mãe, e com meu sonho ainda fresco na memória, apanhei meu celular na mesa da cozinha e me dirigi ao que havia se tornado um tipo de santuário para mim. Assim que eu estava encolhida no tapete em frente à lareira da biblioteca, disquei um número que eu raramente usava.
− Bebê? – minha mãe atendeu sonolenta na oitava chamada – É muito cedo. O que houve?
 − Você acha que eu estou fazendo a coisa certa? – perguntei sem rodeios – Aceitando essa bolsa de estudos? Mesmo que isso signifique deixar o Joe por um ano? – ouvi o som das cobertas, e pude visualizá-la levantando da cama silenciosamente para não acordar meu pai.
 − Certo. – Ela disse finalmente – Me conte o que está acontecendo.

Expliquei para ela brevemente sobre a briga que tivemos na noite anterior, deixando de fora os detalhes do casamento. Eu não precisava ser nenhuma adivinha para saber que o conhecimento do lindo anel em meu dedo a deixaria subindo pelas paredes. Demorou um minuto inteiro antes que ela respondesse, e mesmo assim eu podia ver que ela estava sendo muito cuidadosa com o que falava.

3 comentários:

  1. Aaaaah quero mais. Me matando de curiosidade essa fic. Amo demais *-*
    Até a próxima, beeijinhos

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  2. Você para na melhor parte!!
    Posta logo por favor ♡♡♡

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