Translate

Hold My Hand - Epílogo





Epílogo



Temos que aprender a lhe dar com as coisas... Superar os medos... Se perdoar e nos livrar da culpa que nos impede de viver em paz... É mais simples do que parece.


Joe me obrigou a subir naquela coisa (lê-se moto), mais não quis me dizer aonde íamos. Só estranhei quando ele parou na porta do cemitério e desceu da moto... Eu olhei confusa enquanto ele me ajudava a descer.

_O que estamos fazendo aqui?_ perguntei confusa.
_Demi, não fique zangada comigo_ ele pediu.
_Joe eu...
_Te trouxe aqui pra que você fosse ao tumulo do seu pai_ ele explicou.
_Não posso fazer isso_ sussurrei o olhando nos olhos.
_Demi_ segurou meu rosto entre as mãos_ Já esta na hora de você deixar toda essa culpa pra trás.
_Eu não sei se consigo_ confessei agoniada.
_Eu vou com você_ ele me garantiu_ vou ficar do seu lado.

E ele segurou minha mão com força, me passando segurança... E então caminhamos juntos até o tumulo do meu pai. Era a primeira vez que chegava tão perto e as lágrimas desceram pelo meu rosto... Uma dor diferente enchendo meu coração. Joe estendeu pra mim uma tulipa vermelha... E deu alguns passos pra trás, pra dar privacidade. Eu pus a flor sobre o tumulo e me abaixei.

_Oi pai_ falei me sentindo estúpida, mais faria bem pra mim_ Desculpe não ter vindo te visitar antes. Eu... Achei que seria melhor assim.
Peguei uma flor que estava ali no tumulo... Estava seca... Morta.
_Eu sinto muito pai... Sinto muito ter feito você sair de casa, por ser tão teimosa e estúpida... Eu sinto tanto a sua falta.
Agora eu chorava descontroladamente, sem conseguir me conter... Doía demais.
_Me perdoa? Sinto tanto sua falta pai... Me perdoa_ implorei sabendo que ele não podia me responder... Era em vão.
Fechei os olhos com força, podia sentir os olhos de Joe em mim, me observando cautelosamente... Fiquei uns minutos assim, imaginando como seria se meu pai estivesse ali... Quase pude sentir seu abraço. Sua presença.

_Abra os olhos Demi.

Abri os olhos de repente assustada, aquela não era a voz de Joe... Olhei pra trás e vi que ele continuava em seu lugar, só que olhando na direção da rua distraidamente e não havia mais ninguém ali.

_Pai_ sussurrei.

Foi só ai que percebi a flor em minha mão... Não estava mais morta... Estava viva e linda como nova. E meu coração se aquietou estranhamente, uma sensação de alivio me invadindo... Era um sinal... Não sei como, mais era... Um sinal de que ele me perdoava, de que estava ali comigo e nunca me abandonaria.
Fui tomada por uma paz e uma alegria inexplicáveis... Era como se tivessem tirado um peso das minhas costas e eu consegui sorrir... Eu finalmente estava em paz.

_Obrigada pai... Eu te amo_ disse colando a flor de volta em seu lugar.

Levantei-me limpando as lágrimas e fui até Joe... O abracei apertado por um longo tempo e ele não disse nada, só retribuiu meu abraço.

_Obrigada_ sussurrei por fim_ não sabe o peso que tirou das minhas costas.
_Sei sim... Eu te amo anjo.
_Também te amo.

E ele segurou minha mão, me guiando de volta a moto... E agora sim tudo estava bem. Todos esses anos vivi uma mentira, um inferno e uma tortura sem fim... E tudo porque eu não tinha coragem de enfrentar meus medos...
Agora eu sabia por quê... Eu não podia fazer sozinha... Só o que precisava era dele, do meu anjo... Deus havia colocado ele na minha vida por um motivo... Pra me dar forças e enfrentar meus problemas... E era tudo eu queria... Alguém pra estar sempre ali e segurar minha mão toda vez que eu ameaçasse cair.
E eu sabia que poderia contar com ele... Pra sempre.
Joe não era apenas meu namorado perfeito... Era meu anjo da guarda. E estaríamos juntos... Pra sempre.
FIM

Hold My Hand - Capítulo 29



Capítulo 29



Depois de muito sofrimento... É a hora do recomeço.


Quando abri os olhos de novo estava confusa... Deitada numa cama, as paredes em volta todas brancas... Eu estava em um hospital. Levantei-me num salto, as memórias do que acontecera voltando aos poucos a minha mente.

_Joe_ minha voz soou estranha... Com uma pitada de histeria.
_Hei, calma_ era minha mãe, eu não havia percebido que ela estava do meu lado.
_Mãe_ disse ainda meio confusa.
_Sou eu filha... Ta tudo bem agora_ sorriu pra mim.
_Cadê o Joe? Como ele ta? O que houve? O Half... Ele...

Senti as lágrimas se acumularem em meus olhos, e o desespero me invadir... E se tivesse acontecido algo com ele? Eu nunca ia me perdoar... Minha mãe me segurou pelos ombros com delicadeza.

_Demi se acalma_ ela pediu_ ta tudo bem.
_Como assim bem?_ perguntei sobressaltada.
_Half esta morto querida... Ele morreu, esta acabado_ ela disse aliviada.

Mais eu podia sentir além da sua cara de alivio... Podia sentir uma pontada de tristeza em sua voz.

_Eu matei ele_ sussurrei_ matei uma pessoa.
_Você não teve escolha filha... Foi pra defender.
_Eu o matei_ disse sem acreditar.
_Filha_ ela me apertou com mais força_ Não se sinta culpada por ele... Ele não merece sua tristeza ou seu remorso ouviu?

Ela tinha razão... Half não merecia minha tristeza... Não merecia nenhum sentimento vindo de mim, seja bom ou ruim... Eu devia simplesmente ignorá-lo e fingir que nunca existiu. Pensando nisso... Lembrei-me de outra pergunta que ela não me respondeu.

_Mãe... Cadê o Joe?_ perguntei.
_Érr...
_Mãe... Cadê ele? Onde ele ta?_ a olhei aflita.

Ela ia abrir a boca pra falar, mais eu não esperei... Levantei-me da cama e sai correndo do quarto sem olhar pra trás mais pude ouvir minha mãe atrás de mim.
_Demi, espera_ ela pediu.

Quando virei no corredor meu coração parou... Ele estava ali sentado em um banco enquanto os pais dele discutiam com a recepcionista do hospital. Estava cabisbaixo... O braço enfaixado, uma expressão de dor no rosto enquanto encarava o chão.

_Joe_ sussurrei.

Seu rosto se virou pra mim na hora... Um largo sorriso se abrindo quando seus olhos encontraram os meus. Meu coração voltou a bater e ele se levantou... Eu sorri também e corri pra ele, toda a dor que me afligia desaparecendo no momento que ele me abraçou. Senti o cheiro de seu perfume, sua pele macia tocando a minha e as lágrimas desceram de novo, mais dessa vez de alegria ao ver que ele estava bem.

_Graças a Deus que esta bem_ eu sussurrei entre as lágrimas.
_Ta tudo bem agora_ ele me apertou com mais força_ acabou.
_Achei que tivesse morrido_ eu confessei.
_Achou que fosse se livrar de mim é?_ ele riu.
_Nunca_ sussurrei.
_Nunca vou deixar você anjo_ sussurrou em meu ouvido.

E pela primeira vez em tantos anos senti um alivio verdadeiro dentro de mim... Sabia que voltaria pra casa e tudo estaria bem... Nada de tortura, nada de lágrimas... Só minha casa e as pessoas que eu amo e se importante comigo de verdade.

_Eu te amo Joe... Obrigada por me salvar_ eu disse.
_Quem me salvou foi você anjo.

Ele colou seus lábios nos meus delicadamente... Só um toque, mais que fez meu coração saltar loucamente no peito. E estava bem... Tudo em seu devido lugar.

Hold My Hand - Capítulo 28



Capítulo 28



O destino dos maus é sempre o mesmo... A morte.


Alguns longos minutos se passaram desde que Half ligara pra Joe... Eu não sabia ao certo quanto tempo, mais enquanto eu esperava me pareceu uma eternidade... Uma agonia que não teria fim.
Foi quando ouvimos um barulho do lado de fora... Não era um carro e sim uma moto. Eu estremeci sabendo que Joe estava ali, e concerteza desacompanhado... Sem proteção. Half sorriu pra mim escondendo sua arma na parte de trás da calça.

_Seu namoradinho chegou_ ele disse alegremente_ vamos poder começar a nossa festa.
_Por favor... Não machuca ele_ implorei.
_Não começa com o drama por favor_ ele revirou os olhos.

Joe entrou passou pela porta, a sua angustia se transformando em alivio quando seus olhos encontraram os meus e viu que eu estava bem, tecnicamente falando. Ele começou a andar em minha direção, mais Half se pos na sua frente e apontou a arma pra ele... Eu tive vontade de gritar.

_Nem mais um passo pirralho_ Half disse.
_O que vai fazer?_ Joe desafiou_ me matar?
_É essa a ideia_ sorriu.
_Por favor_ eu implorei_ não faz isso.
_Anda, senta ai_ Half ordenou ao Joe.

Sem tirar os olhos de Half, Joe se sentou em uma cadeira que havia no canto... Essa conversa não acabaria bem.

_Sabe de uma coisa?_ Half perguntou_ toda essa confusão começou, quando Você chegou_ disse apontando a arma pra Joe_ Se não fosse por você, metendo o nariz no que não é da sua conta não estaríamos passando por nada disso.
_Vai querer jogar a culpa da sua loucura em mim?_ Joe riu.
_Você vai se arrepender de ter se metido comigo pirralho_ garantiu.
Eu estremeci de novo, as lágrimas descendo livremente por meu rosto... Ele ia nos matar e eu não fazia a menor de ideia de como impedir, de como escapar... E quanto mais nos aproximávamos do fim mais eu me sentia culpada... Teria poupado tanto sofrimento se eu não fosse covarde, se tivesse contato antes o que ele fazia, quem ele realmente era. Mais escolhi ficar calada e agora teria de lhe dar com as conseqüências.

_Estou tentando decidir quem eu mato primeiro_ disse pensativo_ você pirralho, ou a vadia ali. Mais acho que vou começar por você... Quero que ela veja você morrer e sinta a culpa_ ele riu.
_Desgraçado_ Joe sussurrou, e não parecia com medo... Só extremamente zangado.
_Bom... Acho melhor acabarmos logo com o showzinho não é? Quanto mais rápido eu me livrar de vocês... Mais rápido posso ir embora daqui e começar uma vida nova_ ele disse sorridente.
_Você não vai conseguir escapar... Pode nos matar, mais vai preso... Tem um monte de policias arás de você, não vai se safar tão fácil_ Joe ameaçou.
_Isso é o que veremos_ ele riu_ Mais antes...

Ele se aproximou de mim, eu ainda estava amarrada e não conseguia me mecher direito, estava indefesa... Ele segurou meu rosto entre suas mãos.

_Vamos nos divertir um pouquinho_ ele riu.
_Se você encostar um dedo nela... _ Joe se levantou da cadeira exaltado.
_Quietinho ai moleque insolente_ apontou a arma pra ele_ eu vou comer a sua namoradinha e você vai ficar assistindo. E quieto se não quiser que eu a mate antes do tempo.
O Half me desamarrou, e me fez levantar, me segurou por trás, fazendo com eu e Joe ficássemos cara a cara... A arma apontada na minha cabeça. Percebi que uma lágrima escapava por seus olhos, aquilo dilacerou por completo meu coração... Eu estava magoando ele... Como magoara minha mãe... Como matara o meu pai. Talvez tivesse sido melhor que eu não tivesse nascido, eles teriam menos problemas sem mim. E talvez fosse melhor que eu morresse... Pra pagar por minha estupidez e pelo sofrimento que causei a eles.

_Tão tocante_ ele disse analisando o modo como eu e Joe nos olhávamos.

Eu o conhecia há tão pouco tempo... Mais ele já era a coisa mais importante que eu tive na minha vida e agora estava prestes acabar. Os momentos mais lindos que tivemos iam desaparecer como se nunca houvessem existido... As palavras doces, os sorrisos tímidos e as risadas altas quando dizíamos alguma besteira. As conversas inúteis... As voltas na moto, às discussões idiotas e as caretas que ele fazia... Os beijos... As caricias, os olhares... As noites que passamos juntos. Toda uma história que nascera em tão pouco tempo que agora morreria condenada por minha desgraça.

_Chega desse drama silencioso... Hora do show começar_ ele riu.
_Por favor, não faz isso_ eu implorei.
_Cala a boca vadia_ disse irritado e me jogou na cama com força.
_NÃO TOCA NELA_ Joe ordenou exaltado.
_Quieto_ levantou a arma pra ele_ se eu fosse você... Sentava e ficava bem quietinho.

Joe sentou de novo na cadeira... Sua raiva tão grande que estava começando a me contagiar. Mais o meu desespero superava qualquer outra coisa e era difícil pensar. Half me largou na cama por um instante e pegou a corda que antes me amarrava e foi caminhando até o Joe... Ia prendê-lo na cadeira.

_É melhor prevenir né?_ riu_ nunca se sabe o que pode acontecer.
Enquanto Half o amarrava, Joe me lançou um olhar diferente... Como se me dissesse alguma coisa. E eu entendi bem... Me aproveitei da distração de Half e me levantei de fininho, pegando um pedaço de madeira eu estava caído no chão... Uma vozinha dentro de mim, da minha parte covarde me dizia pra parar, pois iria me arrepender... Mais eu fui em frente e com toda força que eu tinha acertei ele bem na cabeça. Ele gemeu de dor e caiu no chão com a mão na cabeça... Joe se levantou da cadeira, se livrando das cordas.

_Vamos... Temos que sair daqui_ eu falei apressada.
_Ainda não_ Joe discordou.
_O que? Mais...
_Ele vai nos seguir_ Joe disse_ temos que prendê-lo.

Joe se aproximou de Half com o intuito de amarrá-lo, mais pra meu desespero ele reagiu puxando Joe pela camisa, o fazendo cair no chão. E os dois começaram a brigar bem na minha frente... Trocando socos e insultos. E eu não podia fazer nada... Só olhar.

_PARA POR FAVOR_ eu implorei inutilmente.

Mais nenhum dois parecia ouvir... Então Half empurrou Joe pra longe e num movimento rápido puxou a arma na direção dele.

_Você realmente não devia ter feito isso_ disse com ódio.

E então puxou o gatilho... Eu dei um grito alto e agudo, ensurdecedor até pra mim quando vi Joe cair no chão ensangüentado. Half sorriu satisfeito e eu fui tomada por um ódio incontrolável... Peguei o pedaço de madeira do chão e fui pra cima dele... Acertei sua cabeça de novo, e com o susto ele largou a arma no chão, mais eu não parei, continuei batendo nele, até que ele segurou minhas mãos e me empurrou pra longe, me fazendo cair no chão.

_Vadia olha o que você fez_ ele disse olhando pro sangue que escorria de sua cabeça.

Ele veio pra cima de mim totalmente irado mais eu me apressei e peguei a arma que tinha caído no chão, levantei-me desajeitada e com todo o ódio que tinha em meu peito apontei a arma pra ele. Half parou de andar na mesma hora.
_Opa_ ergueu as mãos em sinal de defesa_ não devia brincar com armas princesa.
_Você_ disse irritada_ VOCÊ ACABOU COM A MINHA VIDA.
_Não precisa esse drama né?_ ele riu... Nenhum vestígio de medo em sua voz.
_Você me destruiu... Destruiu minha família_ falei agora chorando_ Me transformou numa mentirosa... Me fez viver cheia de medo. POR SUA CAUSA VIVO COM MEDO DE TUDO.

Ele não parecia nem um pouco abalado com minha confissão agonizante... Mais eu precisava desabafar, por toda aquela angustia pra fora. E conforme minhas lágrimas desciam ele parecia ficar mais atento à arma em minhas mãos.

_Porque não abaixa essa arma pra conversarmos?_ ele disse nervoso.
_Agora você quer conversar né?_ eu ri por entre as lágrimas_ onde esta toda aquela sua coragem agora?
_Demi... _ ele avançou na minha direção.
_PARA... NÃO CHEGA PERTO_ gritei segurando a arma com mais firmeza.

As lágrimas começaram a descer mais livremente, me cegando... Senti que minhas mãos tremiam e meu coração disparava. Tive vontade de gritar quando vi Joe jogado no chão desacordado... Sem saber se ele estava bem. Mais me mantive firme.

_Você entrou na nossa família só pra trazer desgraça_ eu continuei_ e tudo porque eu me recusei a ser mais uma na sua vida. Você pode ter todas as mulheres que quiser... Mais escolheu infernizar minha vida por eu não ser como elas?
Ele revirou os olhos.
_Eu era só uma adolescente... 16 ANOS EEU DESGRAÇADO... E VOCÊ ACABOU COM TODA MINHA INOSCENCIA... DESTRUIU MINHA VIDA POR NADA.
_Eu deveria ficar comovido com isso?_ ele riu.
_Eu disse que um dia você ia me pagar pelo que me fez_ sussurrei_ E Vai ser agora.
_O que vai fazer? Me matar?_ riu_ você não tem coragem.
_Você acha que não?
_Tenho certeza... Você não é uma assassina... É só uma garota estúpida cheias de ilusões idiotas e impossíveis_ continuou rindo.
Estúpida... Eu era realmente, não havia como discordar desse argumento. Mais isso não mudava nada... Ele ia me pagar.

_Você não consegue_ chegou mais perto.
_Você não me conhece_ acusei.
Ele se limitou a rir.
_Vai pro inferno_ sussurrei.

No segundo seguinte meu dedo apertou com força o gatilho seguidas vezes ao mesmo tempo em que gritei desesperada... Um, dois, três, quatro, cinco tiros... Ele me encarou com os olhos arregalados, sem vida... E em seguida despencou no chão, sangrando. Eu me abaixei no chão em meio as lágrimas, a arma de repente pesou em minha mão e não consegui mais segurá-la, deixando que caísse no chão... As lágrimas segaram meus olhos, me sufocando... Eu o matei... Tirei a vida de uma pessoa.

_NÃÃÃÃÃÃO_ gritei, uma dor sufocante em meu peito.

Mesmo que cambaleando, me obriguei a levantar... Fui me arrastando até o corpo de Joe, ele tinha que estar bem... Tinha que estar vivo... Não podia me deixar, não agora.

_Joe... Fala comigo_ implorei aos prantos mais ele não respondeu.

Só sei que tudo começou a rodar e então desmaiei bem ao lado dele.

Hold My Hand - Capítulo 27





Capítulo 27



Para a maioria dos homens, dor significa ódio, e ódio significa vingança.


Eu passei duas semanas sem ir à escola e sem sair de casa... Tive que ficar esses dias me recuperando da surra que Half me dera. Selena surtou quando soube de toda história e vinha todo dia a minha casa me ver. Half não tinha sido encontrado ainda... E por isso dois policiais ficaram de plantão na porta aqui de casa, caso ele aparecesse. E Joe também não saia do meu lado, sempre pronto pra me ajudar caso eu precisasse... E minha mãe... Bom, ela estava levando a vida e me doía ver a tristeza dela.

_Tem certeza de que quer ir à escola hoje?_ minha mãe perguntou pela milésima vez.
_Tenho mãe... Estou bem, já faz duas semanas que não vou à escola... To perdendo muita aula_ tentei convencê-la.
_Mais você ta pegando a matéria com a Selena e...
_Não é a mesma coisa_ argumentei.
_Não vou conseguir te fazer mudar de ideia né?_ fez careta.
_Não_ afirmei.
_E tem certeza que não quer que eu te leve?_ Joe insistiu.
_Eu já disse que não, mais que coisa... Eu prefiro ir andando_ falei irritada.
_Ta desculpa_ ele fechou a cara e sentou no sofá.

Eu revirei os olhos e fui até ele, me sentei em seu colo e segurei seu rosto entre minhas mãos... Ele me encarou, uma carinha de cachorrinho sem dono tão linda.

_Já disse pra não se preocupar, eu vou ficar bem_ falei.
_Então me deixe ao menos te acompanhar até a porta da escola_ pediu fazendo bico.
_Não, eu vou sozinha... Sei que você tem coisas a fazer... Agente se ve depois da aula e, por favor... Deixe de ser tão paranóico.
_Desculpe se minha preocupação te incomoda_ fez careta.
_Não banque a criança mimada amor... Quando você menos esperar estarei de volta_ sorri abertamente.

Ele continuou emburrado, então o puxei mais pra perto e o beijei... Em um instante ele havia esquecido mal humor e correspondia com bastante empolgação ao meu beijo. Até tinha esquecido que minha mãe estava na sala com agente... Só me toquei do que estava fazendo quando a ouvi tossir... Nós nos separamos um pouco envergonhados e eu sai do colo do Joe.

_Érr... Melhor eu ir logo_ sorri sem graça.
_Melhor mesmo_ minha mãe concordou.

Eu peguei minha mochila, pus nas costas... Despedi-me dos dois e sai de casa. Apesar de tudo eu realmente sentia falta da escola, da Meg, da Miley... Das aulas chatas. Era muito bom poder estar de volta. No meio do caminho meu celular tocou... Devia ser o Joe ou a minha mãe querendo saber se eu estava bem... Revirei os olhos e atendi sem nem olhar no identificador.

_Vocês não vivem mesmo sem mim né?_ eu disse rindo.
_Quando você fica muito tempo longe eu morro de saudades_ a voz dizia sorridente.

Eu estremeci da cabeça aos pés ao ouvir aquela voz debochada... Senti que meu coração ia sair pela boca e meus olhos se arregalaram com o espanto.

_Half?_ sussurrei com a voz embargada.
_Vejo que não esqueceu minha voz_ ele disse alegremente.
_O que você quer?_ perguntei secamente, tentando parecer calma.
_Quero você_ ele respondeu simplesmente.

Minha voz não saiu... Eu fiquei congelada no meio da rua com o celular no ouvido, não consegui falar nem fazer nada.

_O gato comeu sua língua princesa?_ ele perguntou rindo.
_Fica longe de mim ouviu? Eu tenho policias me vigiando e eles vão pegar você_ ameacei.
_Não estou vendo ninguém ai com você_ ele disse_ só vejo que esta muito gostosa com essa mini saia... E esse decote... Muito convidativo, não devia sair assim... Nunca se sabe onde pode aparecer um tarado não é?

Eu quase cai no meio da rua... Se ele estava descrevendo minha roupa então estava me vendo... Ele estava perto e eu estava sozinha... Senti as lágrimas querendo vir e o desespero tomar conta.

_FICA LONGE DE MIM_ gritei exaltada.

Eu desliguei o telefone e comecei a correr... Ele voltou a tocar mais fingi que não ouvia, doida pra chegar logo a escola, onde estaria cheio de gente e ele não poderia me pegar. Quando virei em uma esquina acabei tropeçando em meus próprios pés e cai no chão... Pus as mãos na frente pra me apoiar e acabei machucando.

_Ah_ gemi de dor.
_Tão patética_ o ouvi dizer.

Eu levantei meus olhos, ainda caída no chão só pra ver que Half estava parado bem na minha frente me encarando com um enorme sorriso... Eu quase surtei... Até pensei em gritar, mais a rua estava vazia e minha voz não saia.

_É bom te ver de novo princesa_ ele disse_ sentiu minha falta?
Abri a boca pra dizer alguma coisa mais nada saiu... Eu estava sem voz.
_Claro que sentiu_ ele riu.

Ele pegou no meu cabelo e me puxou pra cima, me fazendo levantar e ficar cara a cara com ele.

_Me solta_ eu implorei, mais nem eu mesma conseguia me ouvir.
_Temos um assuntos pendentes princesa... Você vai dar uma volta comigo.

E antes que eu dissesse algo ele me deu uma pancada na cabeça... E tudo ficou escuro.

Quando acordei eu não sabia bem onde estava... Minha cabeça doía, minha vista estava embaçada, eu estava confusa. Notei que estava deitada em uma cama velha, o lugar parecia uma cabana abandonada.

_Que bom que acordou princesa.
Foi só quando ouvi a voz dele que a ficha caiu... Não tinha sido um pesadelo.
_Não faça essa cara... Sei que esta feliz em me ver_ sorriu.
_Half, por favor... Me deixa ir_ implorei_ por favor... Eu...
_Não, não_ balançou a cabeça_ Sabe... Isso não estaria acontecendo se você não fosse tão impertinente_ fez careta_ agora, graças a você a policia ta na minha cola... Isso não vai ficar barato não_ garantiu.
_Você vai me matar?_ perguntou já chorando.
_Ainda não... Tenho que resolver um assunto primeiro_ ele piscou pra mim.

Ele caminhou até o outro lado do cabana e foi mecher na minha mochila, tirando o celular de dentro... Eu tentei me sentar na cama observando quais seriam minhas chances de vencê-lo, de conseguir fugir... Não pareciam muito boas. E percebi que eu estava amarrada.

_Vamos ver o que o seu namoradinho pensa de fazermos uma festinha particular_ sorriu
_NÃO, O JOE NÃO_ me desesperei.
_Cala a boca vadia... Não adianta gritar, ninguém vai te ouvir.
Eu comecei a chorar descontroladamente... Ele pos o telefone no viva voz e se aproximou de mim.

_Demi que bom que ligou_ ele disse aliviado_ porque não veio pra casa ainda?
_Porque ela esta ocupada no momento_ Half disse sorridente.
_Half?
_Eu mesmo_ sorriu.
_O que você fez com ela desgraçado?_ Joe perguntou exaltado.
_Só trouxe ela aqui pra nos divertirmos um pouquinho_ disse com naturalidade.
_Se você encostar um dedo eu juro que te mato ta ouvindo? EU TE MATO.
_Que tocante_ ele riu_ escuta aqui... Eu quero que você venha até mim, pra podermos resolver uns assuntos pendentes. Eu vou te dar o endereço e se você trouxer a policia sua namoradinha morre ouviu? Eu posso até ser preso... Mais ela vai morrer.
Fez-se silencio do outro lado da linha, e eu podia imaginar o que Joe estava sentindo agora. Senti-me tão culpada por envolvê-lo nessa história toda.

_Me diz onde você ta_ Joe pediu, sua voz era fria.
_JOE, NÃO_ eu pedi agoniada.
_Demi...
_Fica quieta vadia_ Half me deu um tapa na cara.
_Não encosta nela_ Joe ordenou.
_E você fique quieto pirralho_ Half o olhou zangado.

Depois de um breve instante Half deu a Joe o endereço de onde estávamos... Eu protestei, gritando pra que Joe não viesse, pra que não lhe desse ouvidos, mais foi em vão... Ele desligou o telefone dizendo que logo estaria aqui pra me ajudar.

_Agora é só relaxar e esperar princesa_ Half sorriu pra mim_ em breve teremos uma festinha inesquecível.
_Porque não me mata de uma vez?_ perguntei agoniada.
_Porque não teria a menor graça_ deu de ombros com naturalidade_ eu quero fazer você sofrer.
_Por quê?_ perguntei sem conseguir me conter.
_Porque o que?_ ergueu as sobrancelhas.
_Porque comigo? Porque me odeia tanto assim? O que foi que eu te fiz?_ minha voz era apenas um sussurro.

Ele me analisou por um instante... Parecia pensar em uma boa resposta... Eu aguardei impaciente que ele dissesse alguma coisa, seu silencio estava me enlouquecendo. Ele pegou então meu rosto entre suas mãos e me beijou, dessa vez de uma forma mais calma, diferente de como sempre fazia... Sem aquela violência... E no momento que nossos lábios se tocaram fui tomada por uma enorme repulsa e meu ódio e desespero se tornaram ainda maiores... Tentei me soltar dele, mais ele não permitiu.
_Nenhuma mulher... Nenhuma... Nunca me rejeitou... Nunca se recusaram a fazer o que eu queria_ ele disse me olhando nos olhos_ exceto você... Você foi à única e isso me irrita. O que você tem de tão especial... De tão grandioso? Quem você pensa que é pra me menosprezar em?
_É isso?_ o olhei incrédula_ por isso toda essa tortura? 
_Ninguém diz não a Half Welkins_ ele disse sério_ e com você não seria diferente.
_Você é mais louco do que eu pensava_ sussurrei atônita.
_Você ainda não viu nada princesa_ ele riu.

Eu fiquei ali parada o encarando sem acreditar no que ouvia... Todo esse sofrimento porque eu tinha dito não a ele? Porque me recusara a ser mais uma em sua vida... Porque eu não me deixar levar por sua beleza... Ele estava totalmente louco, mais do que eu imaginava.

_Você não vai sair impune dessa_ eu garanti.
_Pode ser que não_ ele sorriu_ mais antes de cair... Eu te mato. Eu vou parar no inferno, mais te levo junto comigo.

E eu não pude duvidar que ele faria isso... Eu podia ver em seus olhos que ele faria de tudo pra acabar comigo... E tive um enorme medo de que minha vida estivesse perto do fim.
 

© Template Grátis por Cantinho do Blog. Quer um Exclusivo?Clique aqui e Encomende! - 2014. Todos os direitos reservados.Imagens Crédito: Valfré