Capítulo 27
Para a maioria dos homens, dor significa ódio, e ódio significa vingança.
Eu passei duas semanas sem ir à escola e sem sair de casa... Tive que ficar esses dias me recuperando da surra que Half me dera. Selena surtou quando soube de toda história e vinha todo dia a minha casa me ver. Half não tinha sido encontrado ainda... E por isso dois policiais ficaram de plantão na porta aqui de casa, caso ele aparecesse. E Joe também não saia do meu lado, sempre pronto pra me ajudar caso eu precisasse... E minha mãe... Bom, ela estava levando a vida e me doía ver a tristeza dela.
_Tem certeza de que quer ir à escola hoje?_ minha mãe perguntou pela milésima vez.
_Tenho mãe... Estou bem, já faz duas semanas que não vou à escola... To perdendo muita aula_ tentei convencê-la.
_Mais você ta pegando a matéria com a Selena e...
_Não é a mesma coisa_ argumentei.
_Não vou conseguir te fazer mudar de ideia né?_ fez careta.
_Não_ afirmei.
_E tem certeza que não quer que eu te leve?_ Joe insistiu.
_Eu já disse que não, mais que coisa... Eu prefiro ir andando_ falei irritada.
_Ta desculpa_ ele fechou a cara e sentou no sofá.
Eu revirei os olhos e fui até ele, me sentei em seu colo e segurei seu rosto entre minhas mãos... Ele me encarou, uma carinha de cachorrinho sem dono tão linda.
_Já disse pra não se preocupar, eu vou ficar bem_ falei.
_Então me deixe ao menos te acompanhar até a porta da escola_ pediu fazendo bico.
_Não, eu vou sozinha... Sei que você tem coisas a fazer... Agente se ve depois da aula e, por favor... Deixe de ser tão paranóico.
_Desculpe se minha preocupação te incomoda_ fez careta.
_Não banque a criança mimada amor... Quando você menos esperar estarei de volta_ sorri abertamente.
Ele continuou emburrado, então o puxei mais pra perto e o beijei... Em um instante ele havia esquecido mal humor e correspondia com bastante empolgação ao meu beijo. Até tinha esquecido que minha mãe estava na sala com agente... Só me toquei do que estava fazendo quando a ouvi tossir... Nós nos separamos um pouco envergonhados e eu sai do colo do Joe.
_Érr... Melhor eu ir logo_ sorri sem graça.
_Melhor mesmo_ minha mãe concordou.
Eu peguei minha mochila, pus nas costas... Despedi-me dos dois e sai de casa. Apesar de tudo eu realmente sentia falta da escola, da Meg, da Miley... Das aulas chatas. Era muito bom poder estar de volta. No meio do caminho meu celular tocou... Devia ser o Joe ou a minha mãe querendo saber se eu estava bem... Revirei os olhos e atendi sem nem olhar no identificador.
_Vocês não vivem mesmo sem mim né?_ eu disse rindo.
_Quando você fica muito tempo longe eu morro de saudades_ a voz dizia sorridente.
Eu estremeci da cabeça aos pés ao ouvir aquela voz debochada... Senti que meu coração ia sair pela boca e meus olhos se arregalaram com o espanto.
_Half?_ sussurrei com a voz embargada.
_Vejo que não esqueceu minha voz_ ele disse alegremente.
_O que você quer?_ perguntei secamente, tentando parecer calma.
_Quero você_ ele respondeu simplesmente.
Minha voz não saiu... Eu fiquei congelada no meio da rua com o celular no ouvido, não consegui falar nem fazer nada.
_O gato comeu sua língua princesa?_ ele perguntou rindo.
_Fica longe de mim ouviu? Eu tenho policias me vigiando e eles vão pegar você_ ameacei.
_Não estou vendo ninguém ai com você_ ele disse_ só vejo que esta muito gostosa com essa mini saia... E esse decote... Muito convidativo, não devia sair assim... Nunca se sabe onde pode aparecer um tarado não é?
Eu quase cai no meio da rua... Se ele estava descrevendo minha roupa então estava me vendo... Ele estava perto e eu estava sozinha... Senti as lágrimas querendo vir e o desespero tomar conta.
_FICA LONGE DE MIM_ gritei exaltada.
Eu desliguei o telefone e comecei a correr... Ele voltou a tocar mais fingi que não ouvia, doida pra chegar logo a escola, onde estaria cheio de gente e ele não poderia me pegar. Quando virei em uma esquina acabei tropeçando em meus próprios pés e cai no chão... Pus as mãos na frente pra me apoiar e acabei machucando.
_Ah_ gemi de dor.
_Tão patética_ o ouvi dizer.
Eu levantei meus olhos, ainda caída no chão só pra ver que Half estava parado bem na minha frente me encarando com um enorme sorriso... Eu quase surtei... Até pensei em gritar, mais a rua estava vazia e minha voz não saia.
_É bom te ver de novo princesa_ ele disse_ sentiu minha falta?
Abri a boca pra dizer alguma coisa mais nada saiu... Eu estava sem voz.
_Claro que sentiu_ ele riu.
Ele pegou no meu cabelo e me puxou pra cima, me fazendo levantar e ficar cara a cara com ele.
_Me solta_ eu implorei, mais nem eu mesma conseguia me ouvir.
_Temos um assuntos pendentes princesa... Você vai dar uma volta comigo.
E antes que eu dissesse algo ele me deu uma pancada na cabeça... E tudo ficou escuro.
Quando acordei eu não sabia bem onde estava... Minha cabeça doía, minha vista estava embaçada, eu estava confusa. Notei que estava deitada em uma cama velha, o lugar parecia uma cabana abandonada.
_Que bom que acordou princesa.
Foi só quando ouvi a voz dele que a ficha caiu... Não tinha sido um pesadelo.
_Não faça essa cara... Sei que esta feliz em me ver_ sorriu.
_Half, por favor... Me deixa ir_ implorei_ por favor... Eu...
_Não, não_ balançou a cabeça_ Sabe... Isso não estaria acontecendo se você não fosse tão impertinente_ fez careta_ agora, graças a você a policia ta na minha cola... Isso não vai ficar barato não_ garantiu.
_Você vai me matar?_ perguntou já chorando.
_Ainda não... Tenho que resolver um assunto primeiro_ ele piscou pra mim.
Ele caminhou até o outro lado do cabana e foi mecher na minha mochila, tirando o celular de dentro... Eu tentei me sentar na cama observando quais seriam minhas chances de vencê-lo, de conseguir fugir... Não pareciam muito boas. E percebi que eu estava amarrada.
_Vamos ver o que o seu namoradinho pensa de fazermos uma festinha particular_ sorriu
_NÃO, O JOE NÃO_ me desesperei.
_Cala a boca vadia... Não adianta gritar, ninguém vai te ouvir.
Eu comecei a chorar descontroladamente... Ele pos o telefone no viva voz e se aproximou de mim.
_Demi que bom que ligou_ ele disse aliviado_ porque não veio pra casa ainda?
_Porque ela esta ocupada no momento_ Half disse sorridente.
_Half?
_Eu mesmo_ sorriu.
_O que você fez com ela desgraçado?_ Joe perguntou exaltado.
_Só trouxe ela aqui pra nos divertirmos um pouquinho_ disse com naturalidade.
_Se você encostar um dedo eu juro que te mato ta ouvindo? EU TE MATO.
_Que tocante_ ele riu_ escuta aqui... Eu quero que você venha até mim, pra podermos resolver uns assuntos pendentes. Eu vou te dar o endereço e se você trouxer a policia sua namoradinha morre ouviu? Eu posso até ser preso... Mais ela vai morrer.
Fez-se silencio do outro lado da linha, e eu podia imaginar o que Joe estava sentindo agora. Senti-me tão culpada por envolvê-lo nessa história toda.
_Me diz onde você ta_ Joe pediu, sua voz era fria.
_JOE, NÃO_ eu pedi agoniada.
_Demi...
_Fica quieta vadia_ Half me deu um tapa na cara.
_Não encosta nela_ Joe ordenou.
_E você fique quieto pirralho_ Half o olhou zangado.
Depois de um breve instante Half deu a Joe o endereço de onde estávamos... Eu protestei, gritando pra que Joe não viesse, pra que não lhe desse ouvidos, mais foi em vão... Ele desligou o telefone dizendo que logo estaria aqui pra me ajudar.
_Agora é só relaxar e esperar princesa_ Half sorriu pra mim_ em breve teremos uma festinha inesquecível.
_Porque não me mata de uma vez?_ perguntei agoniada.
_Porque não teria a menor graça_ deu de ombros com naturalidade_ eu quero fazer você sofrer.
_Por quê?_ perguntei sem conseguir me conter.
_Porque o que?_ ergueu as sobrancelhas.
_Porque comigo? Porque me odeia tanto assim? O que foi que eu te fiz?_ minha voz era apenas um sussurro.
Ele me analisou por um instante... Parecia pensar em uma boa resposta... Eu aguardei impaciente que ele dissesse alguma coisa, seu silencio estava me enlouquecendo. Ele pegou então meu rosto entre suas mãos e me beijou, dessa vez de uma forma mais calma, diferente de como sempre fazia... Sem aquela violência... E no momento que nossos lábios se tocaram fui tomada por uma enorme repulsa e meu ódio e desespero se tornaram ainda maiores... Tentei me soltar dele, mais ele não permitiu.
_Nenhuma mulher...
Nenhuma... Nunca me rejeitou... Nunca se recusaram a fazer o que eu queria_ ele
disse me olhando nos olhos_ exceto você... Você foi à única e isso me irrita. O
que você tem de tão especial... De tão grandioso? Quem você pensa que é pra me
menosprezar em?
_É isso?_ o olhei incrédula_ por isso toda essa tortura?
_Ninguém diz não a Half Welkins_ ele disse sério_ e com você não seria diferente.
_Você é mais louco do que eu pensava_ sussurrei atônita.
_Você ainda não viu nada princesa_ ele riu.
Eu fiquei ali parada o encarando sem acreditar no que ouvia... Todo esse sofrimento porque eu tinha dito não a ele? Porque me recusara a ser mais uma em sua vida... Porque eu não me deixar levar por sua beleza... Ele estava totalmente louco, mais do que eu imaginava.
_Você não vai sair impune dessa_ eu garanti.
_Pode ser que não_ ele sorriu_ mais antes de cair... Eu te mato. Eu vou parar no inferno, mais te levo junto comigo.
E eu não pude duvidar que ele faria isso... Eu podia ver em seus olhos que ele faria de tudo pra acabar comigo... E tive um enorme medo de que minha vida estivesse perto do fim.
_É isso?_ o olhei incrédula_ por isso toda essa tortura?
_Ninguém diz não a Half Welkins_ ele disse sério_ e com você não seria diferente.
_Você é mais louco do que eu pensava_ sussurrei atônita.
_Você ainda não viu nada princesa_ ele riu.
Eu fiquei ali parada o encarando sem acreditar no que ouvia... Todo esse sofrimento porque eu tinha dito não a ele? Porque me recusara a ser mais uma em sua vida... Porque eu não me deixar levar por sua beleza... Ele estava totalmente louco, mais do que eu imaginava.
_Você não vai sair impune dessa_ eu garanti.
_Pode ser que não_ ele sorriu_ mais antes de cair... Eu te mato. Eu vou parar no inferno, mais te levo junto comigo.
E eu não pude duvidar que ele faria isso... Eu podia ver em seus olhos que ele faria de tudo pra acabar comigo... E tive um enorme medo de que minha vida estivesse perto do fim.
Meu Deus, esse homem é Doidona. Louco, Maniaco. Uma Bala no meio da testa não chega
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